Os rebuçados Dr. Bayard são são mais um exemplo das "heranças" que ficaram no país após a II Guerra Mundial. Fica a reportagem de Rui Pedro Antunes no "Diário de Notícias"...
Amigos do peito há mais de sessenta anos
por RUI PEDRO ANTUNES
16-12-2011
Dr. Bayard. Numa pequena fábrica da Amadora são produzidas três toneladas de rebuçados todos os dias. A culpa é da II Guerra Mundial.
Os dedos franzinos de José António Matias, ainda criança, habituaram-se desde cedo a enrolar rebuçados com a cara Dr. Bayard. A história do agora proprietário e gerente da fábrica confunde-se com a dos famosos rebuçados peitorais. Os doces, no entanto, "já eram conhecidos" quando José António nasceu. Foi o pai, Álvaro Matias, quem construiu a pulso a marca Dr. Bayard.
Tudo começou com a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, Álvaro trabalhava numa mercearia da capital, quando conheceu um farmacêutico francês refugiado em Lisboa: o dr. Bayard. O gaulês julgava ficar pouco tempo em Portugal, mas a guerra prolongou-se e Bayard encontrou em Álvaro um amigo que lhe facilitava o acesso à comida numa altura em que esta era racionada.
"O meu pai servia de cicerone e levava o casal Bayard a visitar Lisboa e as redondezas ao fim-de-semana", conta José António. Foi o início de uma grande amizade. Com o fim da guerra, os Bayard regressaram a França, mas não sem antes retribuir a delicadeza de Álvaro Matias.
Antes de partir, dr. Bayard deixou ao português uma receita de rebuçados num papel escrito à mão, ainda hoje guardada num local secreto pela família Matias. Álvaro não lhe pegou logo, continuando a trabalhar em mercearias e a fazer horas extras nocturnas para vender rebuçados nos bares dos cinemas lisboetas. "Foi aí que ele pensou: se posso vender rebuçados, porque não fazê-los? E decidiu tentar executar a receita do dr. Bayard, com a ajuda da minha mãe", explica José António.
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Boas leituras...
Carlos Guerreiro
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