Traz a data de Dezembro de 1940, uma altura em que a chamada Batalha de Inglaterra já tinha um vencedor reconhecido.
Entre Julho e Outubro daquele ano, primeiro a marinha alemã e depois a Luftwaffe, tinham tentado isolar a ilha britânica e eliminar o seu poderio aéreo, sem sucesso.
Esta brochura parece ser um primeiro respirar de alívio e uma prova de vida para o exterior.
Os britânicos sabiam que tudo o que aparecia em Portugal terminava em mãos alemãs e aproveitam esta publicação para mostrar que sobreviveram... e infligiram a primeira derrota aos seus inimigos.
O texto faz um resumo histórico do que foi a guerra aérea durante a 1ª Guerra Mundial, os feitos do período entre guerras - onde se incluem voos com recordes de velocidade e de distância protagonizados por britânicos – e tenta justificar as razões de uma RAF frágil pouco antes de rebentar o conflito com Hitler.
As primeiras imagens mostram um bombardeiro e um caça da I Grande Guerra e um Supermarine Vikers, responsável por vários recordes de velocidade e uma das experiências de que resultaria o caça Spitfire
Assegura, por outro lado, que agora a sua força aérea se encontra no topo do mundo, com superioridade humana e material em relação ao principal inimigo.
Quem conhece alguma coisa da história da aviação não deixa de sorrir quando olha para os aparelhos que são apresentados como uma garantia tecnológica de que a guerra está ganha…
À excepção dos caças Hurricane e Spitfire – o primeiro também já em fim de vida – e do gigante “Sunderland”, os restantes aparelhos, em especial os bombardeiros, eram já na altura desta publicação aviões obsoletos.
O Spitfire ficou como um dos símbolos da Batalha de Inglaterra
No Comando de Bombardeiros alguns ainda chegariam a 1943, por falta de substituto à altura. Depois vieram os grandes quadrimotores que deram um sentido completamente diferente ao conceito de guerra área e bombardeamento estratégico.
Hurricanes e Defiant's. O primeiro não conseguia competir com os seus rivais alemães e estava no limite do seu desenvolvimento, enquanto o segundo era obsoleto.
Alguns ainda prolongaram a sua vida útil, desviados para teatros de operações menos exigentes que o europeu ou integrando o Comando Costeiro, onde a a velocidade ou a capacidade defensiva não eram tão cruciais à sobrevivência das tripulações…
Mesmo assim sobreviveram no imaginário de muitos o Blenheim e o Wellington…
Vários aviões deste tipo aterraram aliás em Portugal a caminho de Àfrica ou do Médio Oriente.
De outros, como o Paul Defiant ou o Battle Fairey, quase não reza a história.
O enorme Sunderland foi um dos símbolos da guerra no atlântico (em cima). Fotografias espectaculares ou com pormenores são sempre atractivas em propaganda(em baixo).
A construção de aviões em longas linhas de produção...
Em resultado deste capacidade de combate e de produção os ataques dos "incursionistas nazis" não poderiam ter outro resultado, garante o folheto
A Batalha de Inglaterra foi mais do que uma vitória de aviões sobre outros.
Hoje é reconhecida como vital a utilização do radar, uma nova tecnologia que despontava, e permitiu aos ingleses saber com antecedência onde e com quantas unidades iam ser atacados.
Neste folheto não existe qualquer referência a essa tecnologia, mas é reforçada a importância dos observadores colocados em vários pontos do país.
Através de um sistema de telefones e de rádios seguiam os "enxames" alemães e detalhavam alturas ou destinos.
Tratava-se de um sistema importante de apoio, mas apenas complementar ao radar e ao Comando de Caça,s que já tinha sido utilizado durante a 1ª Guerra Mundial . Não era nada de novo...
Através de um sistema de telefones e de rádios seguiam os "enxames" alemães e detalhavam alturas ou destinos.
Tratava-se de um sistema importante de apoio, mas apenas complementar ao radar e ao Comando de Caça,s que já tinha sido utilizado durante a 1ª Guerra Mundial . Não era nada de novo...
A propaganda é como um jogo onde por vezes se mostram parte das cartas, para esconder os trunfos...
Carlos Guerreiro
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