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sábado, 21 de novembro de 2015

Histórias com Vila Chã em fundo

Stanley Jones aterrou na base do Montijo na tarde de 16 de Fevereiro de 1957 aos comandos de um elegante quadrimotor Vikers Viscount, da British European Airways. Era copiloto do avião que trazia como passageira a rainha de Inglaterra na sua primeira visita oficial a Portugal, uma visita que levara semanas a preparar e que encheu páginas e páginas de jornais.

No topo fotografia dos tripulantes que trouxeram a rainha de Inglaterra a Portugal em 1957.
Jones é o segundo a contar da esquerda. Em baixo fotografia dos tripulantes do Lancaster que caiu em Vila Chã e também uma página da carta enviada por mestre Ezequiel Seabra.
Jones iria reclamar algum do espaço dos jornais para si, e não seria apenas porque os jornais detalhavam nas notícias os nomes de todos os que acompanhavam, escoltavam ou conduziam a rainha na sua viagem ao país. O copiloto da rainha fora piloto da RAF, durante a II Guerra Mundial, e aos comandos de um bombardeiro Lancaster realizara uma aterragem de emergência em Vila Chã, em Setembro de 1943.

A história seria contada em diversos periódicos e quando a comitiva da rainha voou até ao Porto ele receberia uma comovida carta de Ezequiel da Silva Seabra, mestre do salva vidas das Angeiras, onde este contava como tinha tentado salvar os tripulantes do avião quando este caíra no mar. Encontraria apenas o corpo de uma das vítimas mortais, pois os sobreviventes já tinham sido salvos por pescadores.

Ezequiel Seabra deve ter ouvido a história e não sabia que o homem a quem escrevia não tinha sido o alvo da sua tentativa de salvamento. O Lancaster caira no mar, mas junto à praia e os tripulantes tinham-se salvo todos caminhando para terra sobre a asa. O acidente a que se referia era o de um Wellington que também se despenhara naquela zona, mas em Maio de 1942, matando 2 homens.

Esta é uma das histórias que poderá ser recordada este domingo em Vila Chã, quando for descerrada uma placa junto ao local onde caiu o Lancaster. O filho de Jones não poderá estar presente pelo facto de ter adoecido, mas há fotografias e cartas para quem quiser saber mais. Assegurada está a presença de um familiar de outro tripulante.

Sabe-se lá que histórias ele contará.

Até lá…
Carlos Guerreiro

2 comentários:

  1. Caro Sr
    Acabo de ler o seu artigo e fiquei confusa. Sou neta de Ezequiel da Silva Seabra e o meu Avô recebeu na altura da vinda de Isabel II em 1957 um cartão de agradecimento, mas desconhecia os detalhes que refere.
    Maria Albina Martinho

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  2. Cara Sra Martinho,

    Se puder esclarecer alguma das suas dúvidas faça o favor de perguntar...

    Cumprimentos,
    Carlos Guerreiro

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