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terça-feira, 4 de maio de 2010
A casa de Sousa Mendes
Neste país que trata mal a sua memória, as notícias são muitas vezes recorrentes. É mais uma vez o caso. Trata-se da Casa de Aristides de Sousa Mendes. Lembrava-me de ter lido algures que ia ser recuperada e parece - por uma pesquisa rápida - que isso foi anunciado em 2008. Afinal a passagem dos anos só serviu para arruinar ainda mais o que já não estava bem. Neste país temos o mau hábito de "endeusar ou esquecer". Aristides de Sousa Mendes não merece nem uma coisa, nem outra. Merece, no entanto, ser recordado pela atitude corajosa que teve. E se os portugueses o querem meter num panteão de "memoráveis" devem, ao menos, assumir as "despesas mínimas obrigatórias".
Fica a notícia do "Diário de Viseu" e a foto é do jornal "Público" de... 2008.
Especialista alertou para a necessidade "urgente" de restaurar a casa de Aristides de Sousa Mendes
O Agrupamento de Escolas de Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, comemorou ontem o 10.º aniversário e o Dia do Patrono - Aristides de Sousa Mendes. Algumas entidades aproveitaram a ocasião para chamar a atenção dos presentes para a necessidade "urgente" da recuperação da Casa do Passal.
Vítor Cóias e Silva, presidente do Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, sublinhou que é "urgente" o restauro da habitação do cônsul, pois acredita que "não aguenta outro Inverno", dado o estado avançado de degradação em que se encontra.
"É uma pena vermos a casa de um herói da terra e de um herói nacional naquele estado", lamentou Maria Emília Nave, professora do Agrupamento e uma das organizadoras das comemorações. Por isso, defende que se devia tentar investir na reconstrução da casa, porque "é um cartão de visita da terra e vai trazer muitos benefícios".
A professora lembrou que o projecto tem andado "muito empatado": "Se perdermos muito tempo corremos o risco de ficar sem nada". Assim, os intervenientes aproveitaram a presença das entidades estatais - governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, Atílio Nunes, e o director adjunto da Direcção Regional de Educação do Centro, Rui Costa - para manifestar o desejo de ver as ruínas transformadas num espaço cultural.
José Cympron, coordenador informal das Actividades Culturais da Fundação Aristides de Sousa Mendes, também esteve presente e falou sobre os trabalhos que tem feito com grupos norte-americanos sobre a herança judaica em Portugal.
Na sessão da tarde foi ainda possível visualizar excertos do filme 'O Cônsul de Bordéus', uma obra do realizador Francisco Manso que fala sobre alguns aspectos da vida de Aristides de Sousa Mendes misturados com uma história ficcionada.
Neste projecto, estiveram envolvidos os netos do cônsul, que fizeram questão de marcar presença na homenagem de ontem. Os dois falaram sobre a vida do avô, as dificuldades que teve de enfrentar e os "valores básicos" de vida transmitidos pelo homem que salvou milhares de judeus dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Para que os alunos interviessem neste data tão importante, realizaram-se concursos de literatura e de desenho subordinados ao tema 'Aristides de Sousa Mendes', cujos prémios foram entregues ontem à tarde.
A par desta celebração, estão a decorrer três exposições na Escola Básica Aristides de Sousa Mendes (do Agrupamento de Escolas): uma delas é constituída por cópias dos documentos arquivados do cônsul, a qual foi cedida pelo Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros; a segunda exposição intitula-se 'Aristides de Sousa Mendes BD' e está patente na biblioteca da escola (cortesia do Museu da Resistência da Câmara Municipal de Lisboa); e a última é constituída por trabalhos dos alunos da escola sobre o seu patrono.
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