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quinta-feira, 8 de março de 2012

Sobre a luz de Lisboa (Livros em inglês)

Durante a II Guerra Mundial as luzes de Lisboa iluminaram mais do que apenas as ruas da cidade. Numa Europa mergulhada no “blackout”, o brilho da capital portuguesa atraiu milhares de refugiados, mas também espiões e oportunistas que transformaram este extremo do continente no centro do mundo.

Ao longo de seis anos Portugal seria palco de todas as intrigas, tráficos e histórias. É este o retrato que dois livros editados o ano passado apresentam.

Tanto um como outro não têm ainda edição em português, mas as edições originais em inglês têm merecido atenção por parte dos críticos.

Não tive ainda oportunidade de ler qualquer deles, mas após diversas referências positivas na imprensa ficam aqui as transcrições de algumas das suas linhas e também as sinopses oficiais…


Lisbon: War in the Shadows of the City of Light, 1939-1945
De Neill Lochery
(Lisboa: A Guerra nas Sombras da cidade da Luz, 1939-1945)


“No final do filme Casablanca, quando Rick Baline e o Capitão Louis Renault partem para iniciar a sua a “maravilhosa amizade”, juntando-se aos Franceses Livres na guarnição em Brazzaville, o avião levando Victor Laszlo e Ilsa Lund levanta no nevoeiro. É para a “neutral” Lisboa que eles partem com os seus vistos de trânsito. Na vida real, a cidade de Lisboa durante a II Guerra Mundial mais do que se assemelhava ao filme; para muitas pessoas que trabalharam na cidade durante as fases finais da guerra Lisboa ficou conhecida, de modo, “afectivo” como “Casablanca II”. A versão da vida real tinha todos os ingredientes da história de ficção: romances acabados; refugiados desesperados procurando a documentação certa enquanto vendiam as joias da família para financiar o resto da viagem; um crescente mercado negro que fez cair para valores recorde os preços dos diamantes e de outras pedras raras; cafés e bares de hotéis cheios de refugiados e espiões espalhados pelo centro e ao longo da linha de costa da área Lisboeta”
In “Lisbon: War in the Shadows of the City of Light, 1939-1945” (Tradução livre)

Sinopse:
Data de publicação: Novembro de 2011
Lisboa teve um papel essencial na história da II Guerra Mundial, apesar de ali não se ter disparado um tiro. Foi a única cidade europeia onde tanto os Aliados como o Eixo operaram às claras, foi morada temporária de muitas cabeças coroadas no exílio, mais de um milhão de refugiados procuraram passagem para os EUA, e ainda hospedou espiões, polícia secreta, chefe das industria, banqueiros, judeus proeminentes, escritores e artistas, prisioneiros de guerra fugidos e gente do mercado negro. Um oficial de operações, escrevendo em 1944, descreveu o dia-a-dia de Lisboa como sendo Casablanca vezes vinte.



“The Lisbon Route: Entry and Escape in Nazi Europe”
De Ronald Weber
(A Rota de Lisboa: Entrar e Escapar da Europa Nazi)


“Hoje Lisboa está uma vez mais no centro de grandes acontecimentos. Assim começava um longo artigo no National Geographic Magazine de Agosto de 1941. Num ilustre passado, aventureiros tinham partido daquela cidade portuária navegando a partir da ponta sudoeste do Velho Mundo para reclamar novas terras e um império mundial; agora, numa período de proeminência invertida, Lisboa está no extremo contrário recebendo uma enchente de refugiados que tenta escapar de um Velho Mundo em guerra. A geografia e a neutralidade portuguesa atraiu a atenção mundial como a última porta de fuga do terror Nazi.”
In The Lisbon Route: Entry and Escape in Nazi Europe (Tradução livre)



Sinopse:
Data de Publicação: Março de 2011
A Rota de Lisboa conta a história extraordinária da transformação da tranquila cidade portuguesa, numa das maiores portas de saída da Europa Nazi durante a II Guerra Mundial. Realeza, celebridades, diplomatas, militares em fuga, e cidadãos ordinários percorreram desesperadamente os caminhos através de França e Espanha para chegar a esta nação neutral. Aqui os exilados encontraram paz e fartura apesar de muitas vezes enfrentarem desesperados atrasos e incertezas antes de conseguirem reservar passagens em barcos ou aviões que os levariam ao seu destino final. Para além de oferecer a paz da guerra, Lisboa fornecia a espiões, contrabandistas, assistentes de socorro, militares e aventureiros uma porta para as oportunidades oferecidas pelo conflito. Ronald Weber esboça um retrato da passagem de muitos destes transeuntes enquanto desfrutavam do charme e do clima benigno da cidade, da sua abundante comida e bebida, do seu jogo no casino e das suas praias atlânticas. No entanto, e apesar do ar jovial, pairou sempre uma sombra sobre a frágil natureza da neutralidade portuguesa, pois tanto o eixo como os aliados poderiam decidir – a qualquer momento – acabar com ela.


Ficamos à espera de edições portuguesas.

Até lá, boas leituras…
Carlos Guerreiro

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