No dia 6 de Agosto de 1945 foi lançada, pelos americanos, sobre a cidade japonesa de Hiroxima a primeira bomba atómica.
Morreram milhares de pessoas de imediato, mas o mais grave foram os efeitos que prevaleceram até hoje devido à radiação. Hiroxima transformou-se no símbolo do holocausto nuclear.
No princípio deste ano a jornalista Soraia Ramos esteve na cidade e realizou uma reportagem onde tentou compreender o legado deixado pelo primeiro ataque atómico da história da humanidade.
O documento que resultou dessa busca foi transmitido na Antena 1 em Maio passado. Para os seguidores do “Aterrem em Portugal!” pedi-lhe também que escrevesse um texto sobre as impressões que colheu durante a realização desta reportagem. Passam 69 anos desde o lançamento da primeira bomba atómica.
Fica a reportagem "Hiroxima, de paz com o mundo" e também algumas notas da autora, a quem agradeço a colaboração…
Fica também o texto da Soraia Ramos:
6 de Agosto de 1945
8h15 da manhã,
Naquele dia muitos ainda estavam a dormir.
Agora, todos os anos, nos dias 6 de Agosto, ninguém em Hiroxima está a dormir.
Estão a rezar, a escrever os nomes de quem faleceu no último ano, num memorial no Ground Zero, no Parque da Paz.
Foi assim hoje e assim vai ser nos próximos anos.
O Japão quer perpetuar a histórica da bomba atómica. Faz tudo para isso.
Emissões especiais de televisão, que duram horas em directo, investimentos astronómicos em educação para a paz, museus, livros, monumentos.
Dizem que também foram astronómicas as consequências dos bombardeamentos.
Todo esse investimento nota-se nas comunidades e na cultura japonesa.
O 6 de Agosto de 1945
está presente no olhar,
na memória,
na história.
Está marcado em cada passo,
em cada família,
que incita à paz,
que não aponta o dedo,
que desculpou, num perdão,
que vai existir por completo,
quando as armas nucleares desaparecerem.
E quando até as crianças pedem isto, apercebemo-nos que não repetem só o que dizem os adultos.
Eles convivem com o Little Boy e com o Fat man desde sempre.
Soraia Ramos
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