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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Recordar Sousa Mendes e os refugiados

A Câmara Municipal de Almeida pretende instalar, em Vilar Formoso, um memorial dedicado a Aristides de Sousa Mendes e aos judeus e refugiados da 2.ª Guerra Mundial, adiantou, na última semana, à agência Lusa o presidente da Câmara, António Baptista Ribeiro.

O autarca anunciou que a Câmara tenciona adquirir os antigos armazéns da CP, junto da estação de Vilar Formoso, para instalação de um espaço museológico e multimédia que assinale a "fuga de judeus e de outros refugiados" do holocausto nazi e de evocação da "memória do cônsul Aristides de Sousa Mendes".

O autarca adiantou que decorrem negociações para aquisição dos antigos armazéns ferroviários, que se encontram "em degradação progressiva", para os adaptar a espaço museológico.

Se a CP não vender os edifícios, a autarquia de Almeida terá de "procurar outro espaço, nomeadamente edifícios que estão a necessitar de ser recuperados no largo da Estação" de Vilar Formoso, admitiu.

Baptista Ribeiro considerou fazer sentido instalar o espaço museológico junto da estação ferroviária fronteiriça, uma vez que a Linha da Beira Alta está associada ao antigo cônsul de Portugal em Bordéus, pois os refugiados entraram em Portugal de comboio.

Entre os dias 17 e 19 de junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes assinou milhares de vistos para salvar pessoas do holocausto nazi, contrariando as ordens do Governo de Salazar, situação que levaria à sua expulsão da carreira diplomática.

O projeto da Câmara de Almeida, denominado "Evocação e memorial aos judeus e refugiados na 2.ª Guerra Mundial", foi idealizado com a intenção de atrair visitantes para o concelho, evocar o feito histórico e perpetuar a memória do cônsul.

O plano também envolve a produção de conteúdos multimédia, com base em trabalhos de investigação, que já estão a ser realizados por Luísa Marques, responsável pelo Museu Virtual Aristides de Sousa Mendes, segundo o autarca.

"É um projeto interessantíssimo. É um trabalho de pesquisa relacionado com os refugiados da 2.ª Guerra Mundial, e não só com judeus, que fizeram a sua quarentena em Vilar Formoso e tiveram vários destinos em Portugal", explicou.

Muitos daqueles que atravessaram a fronteira com vistos assinados por Aristides de Sousa Mendes "passaram a fazer vida em Portugal, mas a grande maioria foi para o Brasil", observou.

A investigação que está em curso, não só em Portugal como na Áustria, em Bordéus e no Brasil, "tem levado a descobertas interessantíssimas", revelou o autarca.

Após a investigação será produzido um trabalho multimédia que equipará o futuro museu e também servirá para exposições itinerantes, adiantou.

António Baptista Ribeiro prevê que a investigação e os conteúdos multimédia, num investimento global de 240 mil euros, possam ficar concluídos até junho de 2013. A execução do projeto do museu será candidatada a verbas comunitárias do próximo Quadro Comunitário de Apoio.

Carlos Guerreiro com Agência Lusa

2 comentários:

  1. Infelizmente, existem alguns factos que oficial e propositadamente são ocultados do público:

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/05/a-lenda-do-aristides.html

    http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/04/aristides-de-sousa-mendes-as-origens-do.html

    P.S. - A dona Maria Barroso Soares gentilmente fez desparecer partes do processo do Aristides de Sousa Mendes para impedir o povo português de alguma vez vir a descobrir a verdade.

    Entretanto, os escribas de serviço e os falsificadores profissionais da História, vão-se encarregando gentilmente de fabricar mais um mito ao serviço do actual regime, mito esse, cuja única intenção é a de equiparar Salazar a Hitler e assim insinuar que Salazar também é responsável pelo holocausto.

    Não hajam dúvidas sobre o baixo nível a que desceu actualmente a historiografia portuguesa, historiografia essa ao serviço dos senhores do regime partidocrata e sem respeito nenhum pelo passado da nação portuguesa.

    Que Deus nos ajude, pois nós já não nos conseguimos ajudar a nós próprios...

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