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segunda-feira, 29 de março de 2010

Revista "Fly Past" em Sintra


O novo Museu do Ar em Sintra merece referência na edição da revista "Fly Past" de Abril. O "alerta" foi-me dado por Tommy Thompson que em Novembro de 2008 visitou o Museu, ainda em Alverca.
Tommy foi um dos aviadores que aterrou em Portugal durante a II Guerra Mundial. Depois de repatriado foi nomeado piloto de testes e passaram-lhe pela mão centenas de aviões - cerca de 800 - sendo a maioria deles caças Spitfire. Podem imaginar a sua satisfação quando reencontrou o "Spit" do Museu do ar, até porque foi mesmo um reencontro.
É conhecida a história do Spitfire ML255 que foi agora deslocado para Sintra. A nossa Aeronáutica Militar voou caças deste tipo mas nunca este avião, que veio para Portugal só em 1989 na sequência de uma troca com a África do Sul.
Ironicamente Tommy confirmou que tinha sido o piloto que testara o ML255 antes deste seguir das oficinas da RAF para a SAAF.
Tommy diz que gostou muito de rever o "seu" Spitfire numa fotografia da revista...

domingo, 28 de março de 2010

Filhos da Guerra


A polémica já vem de longe mas continua a fazer correr muita tinta. Em França nasceram das "relações entre francesas e inimigos" mais de 200 mil crianças ao longo da II Guerra mundial. Foram, apesar de inocentes, o escárnio de outras crianças e de adultos. O assunto só começou a merecer a atenção nos últimos anos e hoje - domingo - vem um excelente artigo no Diário de Notícias sobre o tema na página 34: "Os Franceses que querem ser alemães".



Histórias: filhos da guerra
Os franceses que querem ser alemães

por ABEL COELHO DE MORAIS



Cenas de amor e ódio na França dos anos 40. Cometeram o erro de se aproximar dos militares do III Reich que ocupavam o país. Foram cerca de 20 mil francesas que tiveram filhos de alemães de 1940 a 1944. As crianças irão pagar um preço elevado por esta paternidade maldita. Uma paternidade só agora reconhecida pelo Governo de Berlim.

"Sinto-me um vulcão em actividade, depois de todos estes anos de sofrimento. É o melhor sentimento que posso ter, já que o meu pai era um 'boche', o 'inimigo', enquanto eu o admirava com todo o meu coração", exulta Daniel Rouxel. Aos 67 anos, viu ser-lhe atribuída a nacionalidade alemã após uma luta de mais de 15 anos.

Rouxel nasceu em Abril de 1943, filho de mãe francesa e de Otto Hammon, tenente do exército que então ocupava a maior parte da França. É uma das 200 mil crianças nascidas de uniões entre francesas e militares alemães de 1940 a 1944.

A Alemanha começou, finalmente, a reconhecer-lhes a dupla nacionalidade, tendo Rouxel sido o primeiro, em Agosto de 2009. Depois dele, num processo ainda em curso, muitos outros conseguiram o passaporte alemão, pondo fim a uma situação de ignomínia e discriminação, que só foi possível após o degelo das relações franco-alemães nos anos 70.

A mãe de Daniel trabalhava na cantina de um campo militar alemão em Pleurtuit, localidade na costa atlântica, a dez quilómetros de Saint-Malo, quando a invasão aliada da Normandia, em Junho de 1944, a leva a partir para Paris. O bebé ficou para trás numa família de acolhimento.

Aos quatro anos, Daniel passou a viver com a avó materna numa aldeia da Bretanha. Aqui é visto como "uma curiosidade"; quando frequenta a escola, os outros alunos não lhe poupam insultos - frases como "filho de boche e de puta" eram "de veludo comparado com os insultos dos adultos", recorda Daniel. Aos cinco anos, pensou em suicidar-se.

Sessenta anos depois, a família alemã de Daniel entrega-lhe o capacete do pai. Para ele, foi o objecto "mais precioso" que alguma vez recebeu.

A sua história é também a de Jeanine Nivoix-Sevrestre, que a família só colocou na escola aos nove anos; rejeitada pelo avô, a jovem pesava então 18 quilos. Ou a de Claude Jeanne, que percorreu todos os cemitérios de alemães na Normandia à procura da sepultura do pai.

Muitos outros, na sua "enorme solidão" - como Daniel descreve a infância e a juventude - nunca conseguiram saber quem foi o pai; noutros casos, foram as mães a ocultar a sua identidade.

A maioria das crianças nasceu nas regiões onde se erguia a Muralha do Atlântico, locais onde as unidades alemães permaneceram mais tempo. "Foi aqui que houve contacto com as populações, os franceses estiveram envolvidos na construção das defesas, e os alemães ficaram associados à vida das aldeias nos primeiros anos da ocupação", nota Jean-Paul Picaper, historiador que retrata estas circunstâncias em Enfants Maudits. "Para os alemães é fantástico descobrir que os seus soldados não deixaram só morte à sua passagem na guerra" de 39/45. No livro, Picaper recolhe testemunhos da infância ditados por idosos; muitos trazem a público pela primeira vez estas memórias.

Rouxel e outros iniciaram a batalha pelo reconhecimento da dupla nacionalidade nos anos 90. O seu pedido era baseado nos arquivos da WAST (o serviço do exército alemão para as vítimas e presos de guerra), que permitem conhecer o destino de todos os elementos das forças armadas. Em 2003, o documentário Enfants de Boche constituiu uma "pedrada no charco" revelando tragédias pessoais, histórias e discriminações das crianças nascidas durante a Ocupação. Foi uma importante ajuda na batalha que só culminou no início de 2009, quando Berlim criou legislação permitindo o reconhecimento da nacionalidade a estes "filhos da guerra".

Mas nem todos os filhos de pai alemão terão o desejo de reconhecer o progenitor. Um desses "acidentes de guerra" - como pejorativamente eram conhecidos em França - reconhecia há dias, a coberto do anonimato, que aqueles que descobriram que o "pai teve o cartão do partido nazi não estarão tão ansiosos de admitir a sua paternidade".


Fica também o link:
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1530306&seccao=Europa

sábado, 20 de março de 2010

Aviadores em "LISBOA, porto de saída"


As rotas de fuga clandestinas dos países ocupados até Lisboa... e depois para mundo, são o tema de uma conferência que tem como título "LISBOA, PORTO DE SAÍDA". A organização é do Instituto Cervantes, em Lisboa, e as sessões decorrem no seu auditório às 18 horas dos dias 24 e 25 de Março.
O objectivo é homenagear algumas personalidades espanholas e portuguesas que estiveram envolvidas nestas actividades ao longo dos anos como, por exemplo, Aristides da Sousa Mendes.
Destaco entre os vários oradores, a presença de Patrick Gerassi, um jornalista da BBC que vive actualmente em Vigo, Espanha. O seu pai foi Alfred Gerassi, responsável na Embaixada Britânica da capital portuguesa pelo acompanhamento das rotas de fuga dos aviadores aliados abatidos sobre a França, Bélgica e outros países. É sobre essa tema que vem falar no dia 24.
De salientar que a mãe era aparentada com Leslie Howard, o actor que morreu quando o avião da companhia BOAC "IBIS" foi abatido sobre a Baía da Biscaia por caças alemães em 1 de Junho de 1943. O aparelho tinha partido da Portela e tinha como destino Bristol no Reino Unido. A mãe de Patrick terá sido uma das últimas pessoas a despedir-se dele antes de embarcar nesse fatídico voo.
Parece um fim de tarde interessante para quem tem interesse nestes temas...

terça-feira, 16 de março de 2010

Diários de Guy Lydell

Em 2008 RUI ARAÚJO editou "O diário Secreto que Salazar não Leu" - "A História oculta da Espionagem em Portugal durante a II Guerra Mundial". Tratou-se de um trabalho - que considero muito bom - onde é analisado o diário de Guy Lydell, um alto funcionário do MI5, parte dos serviços secretos britânicos.
Nesse livro Rui Araújo extraiu as referências à espionagem em Portugal.
Para quem leu, e também para quem não leu, estão disponíveis na net extractos do diário original para Download em PDF. Trata-se de uma "oferta" de David Irving, um dos grandes historiadores britânicos da II Guerra Mundial. No mesmo site pode também encontrar várias obras publicadas pelo autor que pode descarregar de forma gratuita.
No diário há várias referências a Portugal, basta fazer uma busca rápida.

Aqui fica o Link:
http://www.fpp.co.uk/History/Liddell/index.html

domingo, 14 de março de 2010

Visão História de Abril dedicada à II Guerra Mundial

Logo na primeira mensagem... uma novidade.
A edição de Abril da revista Visão História vai ser dedicada à II Guerra Mundial.
Um dos artigos é sobre os combates aéreos que aconteceram nos céus portugueses e há vários outros temas que deverão ser abordados. De facto há muito por onde pegar: espionagem, refugiados, relações com os beligerantes, a cedência da base dos Açores...
Vamos esperar por Abril para ver o que sai. A qualidade que tem apresentado nas edições anteriores deixa muitas expectativas...

Vamos ver.