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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Propaganda para Novembro

O próximo mês vai assistir a uma importante conferência que tem como pano de fundo a propaganda especialmente durante os períodos da primeira e segunda Guerra Mundiais.

“Guerra e propaganda no Século XX” reúne durante dois dias (11 e 12 de Novembro) especialistas portugueses estrangeiros na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa.

No primeiro dia será abordado o período da I Guerra Mundial até à Guerra Civil de Espanha, seguindo-se no dia seguinte a II Guerra Mundial, a Guerra Fria, a Guerra Colonial ou a Guerra do Golfo, entre outras

Outros debates e mesas redondas vão olhar também para questões de estética, de propaganda digital e outros assuntos relevantes quando se estuda este tipo de temas.

Para mais informações consulte a nossa AGENDA, onde pode encontrar o programa e outra informação…

Durante o mês de Novembro poderá ainda assistir ao lançamento do novo livro de Irene Pimentel, desta vez dedicado aos espiões que passaram por Lisboa.


O lançamento da obra está marcado para a próxima terça-feira (5 de Novembro) na Fnac do Chiado.

Para quem está interessado em livros e autores há mais por onde escolher.

Este sábado o Espaço Memória do Exílios recebe Domingos Amaral para um encontro se vai falar do seu “Retrato da Mãe de Hitler”…

De portas abertas continuam também várias exposições que merecem ser vistas, até porque todas têm como prazo de validade o mês de Dezembro…

Um bom Novembro…
Carlos Guerreiro

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Algumas perguntas a Avelãs Nunes (2)

Publicamos a segunda parte da entrevista com o professor Avelãs Nunes, professor de história da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e autor do livro “O Estado Novo e o Volfrâmio (1933-1947)", onde realiza um estudo sobre o impacto económico e social da exploração do volfrâmio em Portugal durante a 2ª Guerra Mundial.

(Leia AQUI a primeira parte da Entrevista, publicada no dia 24 de Outubro de 2013)

Apesar da censura os cartoonistas portugueses também abordaram como puderam a febre do minério que assaltou o país. 
Diário de Notícias, 20 Março de 1941.

Aterrem em Portugal: Há descrições de aldeias desertas, abandonadas porque se partia com a febre do volfrâmio. É um facto ou há algum exagero neste quadro?

J.P. Avelãs Nunes: Aconteceram situações próximas dessa em zonas onde a actividade económica normal foi interrompida devido à guerra. Como não havia forma de ganhar um salário, as pessoas viram-se obrigadas a migrar para locais onde existiam explorações de volfrâmio.

Verificou-se no Alentejo, por exemplo, onde a exploração de pirites de cobre foi quase interrompida e os mineiros ficaram sem trabalho. Aconteceu em S. Domingos, em Aljustrel, no Lousal e noutros locais durante o conflito. Exploravam-se metais considerados pouco relevantes para o esforço de guerra — ou que existiam noutros locais —, de baixo valor por tonelada.

Além do preço baixo de alguns metais havia a questão do transporte. Os navios estavam ameaçados de afundamento pelos submarinos alemães. O Reino Unido, por exemplo, quase não importou minério de cobre. Com desemprego em escala significativa no Alentejo, os mineiros procuraram trabalho noutros locais. Migravam pois sabiam da busca desesperada de mão-de-obra mineira qualificada no interior centro e norte, onde crescia a extracção de volfrâmio.

Perto das concessões de tungsténio, as pessoas viviam nas minas durante a semana mas regressavam às suas aldeias no fim de semana. De um modo geral, não se pode, pois, falar de uma desertificação das aldeias. Para além do mais, em inúmeros casos a migração era feita pelos homens em idade produtiva, enquanto as mulheres, as crianças e os idosos ficavam nas localidades de origem a assegurar actividades permanentes dos agregados familiares.

Muitas mulheres trabalhavam no volfrâmio, mas estas normalmente residiam em povoações próximas das minas. Empregavam-se na separação de minério, no “Kilo” e no “Pilha”, no comércio informal (na “candonga”) e no contrabando.

Pode-se, ainda, chamar a atenção para um outro fenómeno relevante. Chegado o momento de ingressar na actividade mineira formal, quem era remediado e tinha contactos nas chefias intermédias das empresas concessionárias, trabalhava à superfície. Os mais pobres e com menos conhecimentos iam para o fundo da mina, onde o dia-a-dia era mais duro, com mais acidentes e doenças profissionais.

Existiram, também, as chamadas “aldeias de viúvas”, mas essa expressão tem a ver com as mortes causadas pela silicose, uma doença comum entre os mineiros do tungsténio porque as condições de higiene no trabalho mantinham-se muito deficientes. A silicose é uma doença respiratória irreversível que causa incapacidade e pode levar à morte quando os pulmões ficam demasiado afectados.

A rocha encaixante dos filões de volfrâmio tinha muita sílica. As brocas dos martelos pneumáticos, as explosões e o arrastamento de inertes levantavam muito pó que os operários inspiravam. A poeira de sílica é quimicamente muito activa e quando as partículas entram em contacto com os pulmões causam cicatrização. Se esta atinge uma determinada dimensão, as pessoas deixam de respirar.


Aterrem em Portugal: Em que condições trabalhavam estas pessoas?

J.P. Avelãs Nunes: As condições eram difíceis mas os mineiros aceitavam-nas porque a vida da maioria dos portugueses não se apresentava menos dramática. As minas continuavam, apenas, a pobreza e a precariedade que muitos conheciam. Os acidentes e as doenças profissionais eram frequentes.

Trabalhar muitos dias a perfurar rocha ou a arrastar minério significava que as pessoas ficavam a sofrer de silicose. Após cinco ou seis anos de actividade, a doença atingia um nível muito elevado, gerando incapacidade grave ou morte.

À medida que as minas se tornavam complexas, com galerias a maior profundidade, os mineiros passavam a tomar as refeições no subsolo. Normalmente colocavam os explosivos e as descargas aconteciam imediatamente antes das refeições. O tempo de descanso era, assim, passado num ambiente saturado de poeira de sílica.

A iluminação era garantida através dos gasómetros. Utilizavam carbonato de cálcio, o qual, em contacto com a água, gerava uma chama. Tinham, no entanto, uma capacidade de iluminação muito baixa.

Os mineiros não utilizavam botas especiais ou capacetes entre outras razões porque estes eram relativamente caros e as empresas não os forneciam. Se estavam longe de casa e dormiam nas camaratas das empresas, usavam a mesma roupa durante toda a semana, sem tomar banho.

As camas nas camaratas eram, frequentemente, uma enxerga com palha ou mato e um cobertor. Havia infestação permanente de piolhos e de percevejos.

À superfície, nos regimes do “Kilo” e do “Pilha”, como se verificava um menor ou nenhum controlo técnico, registavam-se mais desmoronamentos nas sanjas e nos poços. O uso indevido de explosivos causava, também, muitos acidentes.

Dizer que os “volframistas” ganhavam “dinheiro fácil” — expressão muito em voga naquele tempo — resulta de uma interpretação errónea. Poderia parecer fácil a elites locais ou nacionais pouco habituadas a observar camponeses pobres com acesso a bens e a serviços “de luxo”. Implicava, no entanto, trabalho fisicamente violento e/ou riscos significativos.

Apesar de a guerra ter obrigado as empresas dos países beligerantes a melhorar as condições de trabalho e de vida, os martelos pneumáticos com jacto de água, obrigatórios no Reino Unido, eram pouco utilizados em Portugal. Houve, pois, uma transferência de tecnologia já ultrapassada para o nosso país.

Ocorreu, igualmente, a contaminação de lençóis friáticos, cursos de água e terrenos agrícolas, uma vez que a exploração de jazigos de volfrâmio gerava a libertação de poluentes químicos a partir do esgoto das concessões e das escombreiras.

Algumas notícias publicadas na imprensa em 1941, antes do noticiário sobre o tema ser proibido pela censura.

Aterrem em Portugal: E quando, em Junho de 1944, António de Oliveira Salazar decidiu interromper a exploração de minérios de tungsténio criou-se um vazio?

J.P. Avelãs Nunes: Sim e não. As Minas da Panasqueira chegaram a empregar mais de 11000 pessoas (6000 na mina e 5000 no “Kilo”). Se acrescentarmos familiares, deparamos com um quantitativo de pessoas que superava o da generalidade das sedes de concelho portuguesas.

Fora do contexto da guerra económica, esta situação dificilmente seria mantida. Em Junho de 1944 ou em Maio de 1945, a passagem para uma economia de paz teria de acontecer e, com ela, a desvalorização do preço dos minérios de volfrâmio.

As explorações informais e as minas mais pequenas só funcionavam em contexto de conflito militar global e mesmos as maiores, como a Panasqueira ou a Borralha, também reduziram muito a actividade em período de paz.

Esta evolução não era desconhecida e havia a percepção de que acabaria por suceder. No entanto, a opção de interromper unilateralmente toda a extracção de tungsténio, assumida pelo Governo do Estado Novo por razões ideológicas, antecipou e agravou essas dificuldades.

Portugal poderia ter negociado soluções alternativas com os Aliados. Uma tal hipótese foi, mesmo, aventada por Londres e Washington no final de 1943 e início de 1944.

Talvez o Chefe da ditadura tenha recusado a proposta para não ter de assumir uma rotura com o Eixo, para explicitar a sua discordância com a decisão de forçar o Terceiro Reich e a Alemanha a uma rendição incondicional, para ‘castigar’ o “materialismo” e a falta de respeito pelas hierarquias sociais tradicionais manifestados pelos “volframistas”.

Carlos Guerreiro
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Leia mais sobre a questão doVolfrâmio.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Algumas perguntas a Avelãs Nunes (1)

João Paulo Avelãs Nunes é professor de história da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e é também autor do livro “O Estado Novo e o Volfrâmio (1933-1947)", onde faz um estudo não só sobre o impacto económico, mas também sobre o impacto social que a exploração do volfrâmio teve em Portugal durante a 2ª Guerra Mundial.

O "Aterrem em Portugal!" publica hoje a primeira parte de um longa entrevista feita a Avelãs Nunes sobre este tema.


Aterrem em Portugal: Como é que o volfrâmio assume uma importância central nas exportações portuguesas durante o período da Segunda Guerra Mundial?

J.P. Avelãs Nunes: O volfrâmio ou tungsténio, combinado com outros metais, tem diversas utilizações, sendo as mais significativas em contexto de guerra o reforço de blindagens e de projécteis, de componentes de máquinas destinadas a escavar, cortar ou perfurar.

Desde o último quartel do século XIX que o volfrâmio é utilizado nessas funções e, por isso, sempre que existem conflitos militares aumenta a sua procura. Na Segunda Guerra Mundial a procura é superior à de qualquer outro período porque a utilização de blindagens se generalizou e também porque, a partir de meados de 1941, um dos lados do conflito passou a depender, quase na totalidade, da produção ibérica de concentrados.

Para a Alemanha era decisivo comprar tungsténio a Espanha e a Portugal porque não tinha acesso a outras reservas. O Reino Unido e, mais tarde, os EUA queriam impedir ou, pelo menos, reduzir a quantidade de minério a que os alemães acediam para assim diminuir a sua capacidade de produção de armamento.

Numa lógica essencialmente preemptiva, pois não necessitavam do volfrâmio ibérico, os Aliados compravam todo o volfrâmio que podiam, desequilibrando completamente a relação entre a oferta e a procura. O preço da tonelada disparou e fez com que a importância das vendas de concentrados de tungsténio na balança comercial portuguesa também aumentasse brutalmente.


Aterrem em Portugal: Para além da importância comercial o volfrâmio assume também grande importância no jogo diplomático ao longo de todo o conflito?

J.P. Avelãs Nunes: É melhor dizer que o volfrâmio está no centro do jogo diplomático. Uma das razões que terá dissuadido a Alemanha de invadir a Península Ibérica e, especialmente, Portugal foi a importância das reservas nacionais de volfrâmio.

Cartoon britânico publicado no jornal "Daily Mail" de Maio de 1944.

As maiores minas de tungsténio em Portugal estavam concessionadas a britânicos e a franceses ou eram controladas por técnicos ligados a estes dois países. Uma invasão alemã — que arrancaria dos Pirenéus — daria tempo para destruir ou sabotar as concessões mais importantes, anulando a produção durante muitos meses.

Desde que Portugal continuasse a assegurar o fornecimento de concentrados e numa altura em que a guerra ainda se encontrava equilibrada, os alemães não arriscaram uma interrupção da produção de volfrâmio.

As maiores pressões surgiram quando os Aliados começaram a ter vantagem e exigiram a diminuição ou a suspensão do fornecimento de tungsténio à Alemanha. O Reino Unido chegou, em fins de 1943 e princípios de 1944, a conceber apoiar o derrube de António de Oliveira Salazar ou do Estado Novo devido à recusa inicial de cortar as vendas de concentrados à Alemanha.

Os Aliados preparavam já o desembarque na Normandia e continuavam sem ter resposta às suas exigências e propostas. Foi talvez a única altura em que o regime correu o risco de ser derrubado por uma acção interna que contaria com apoio por parte de Londres. Salvou-se o regime nomeadamente porque a decisão de interromper as exportações de tungsténio para Berlim surge na noite de 5 para 6 de Junho de 1944, na véspera do desembarque Aliado na Normandia.


Aterrem em Portugal: Em diversos documentos oficiais surge a expressão “faroeste” para caracterizar o ambiente nas zonas do volfrâmio. Justifica-se esta expressão?

J.P. Avelãs Nunes: “Faroeste” ou “corrida ao ouro” na Califórnia são alguns dos termos comparativos que surgem. O volfrâmio alcançava preços elevados mesmo no mercado tabelado imposto pelo governo português. A partir de certa altura a Comissão Reguladora do Comércio dos Metais deveria comprar toda a produção e disponibilizá-la para exportação nos termos estabelecidos pelos acordos assinados com os beligerantes.

Anúncio publicado no Jornal de Notícias em 12 de Fevereiro de 1942.

Enquanto que, no centro e norte de Portugal continental, durante a Segunda Guerra Mundial, o salário de um trabalhador rural qualificado era de cerca de 10 a 12 escudos por dia, um quilo de volfrâmio no mercado tabelado valia bastante mais do que isso e no mercado negro chegou a atingir preços de 500, 750 e, mesmo, 1000 escudos.

A expressão “corrida ao ouro” surge, pois, naquele tempo, no sentido literal. Em princípios de 1942, ainda sem a intervenção do Estado português e com a guerra económica entre os dois blocos militares no seu ponto mais alto, encontrar uma pedra de volfrâmio representava o equivalente à remuneração de muitos dias de trabalho.

Quem necessitava e quem podia envolvia-se no processo de extracção, concentração e comercialização com grande empenho. Houve uma gigantesca mobilização porque as condições de vida eram muito difíceis. Em diversos sectores de actividade a guerra agravou o desemprego e alguns cessaram mesmo a actividade.

Outra razão para se utilizar estas expressões prende-se com o facto de a exploração do volfrâmio ser feita em regimes diversos. Existiam minas organizadas (com galerias, poços, cortas e/ou sanjas) que implicavam empresas estruturadas e acompanhamento técnico permanente. Nestes casos, devido ao aumento da procura, os ordenados subiram um pouco, mas a situação sociolaboral podia-se considerar como normal.

Havia, ainda, um tipo de exploração apenas realizada a céu aberto, que exigia menos condições, que implicava menor enquadramento técnico, mas que envolvia mais pessoas. Tratou-se da modalidade do “Kilo”, em que pequenos grupos de mineiros estabeleciam um contrato com o concessionário. Trabalhavam “à tarefa”, cabendo o manusear de explosivos e o acompanhamento técnico aos agentes económicos formais. Toda a produção deveria ser vendida aos concessionários.

Antes de serem proibidas pela censura vários jornais avançaram com notícias sobre o que estava a acontecer no país devido à exploração do volfrâmio.
Diário de Noticias, 12 de Março de 1941

Por fim havia a exploração completamente informal (o “Pilha”) e o roubo de minério ou de concentrados. Dado o preço dos minérios de tungsténio e o montante dos salários, a tentação de furtar, de desviar parte da produção para o “mercado negro” ou de extrair ilegalmente era muito grande. Mesmo alguns guardas das minas roubavam. Conta-se, por exemplo, que enchiam os canos das armas (por norma espingardas de caça) com minério de volfrâmio já concentrado que depois vendiam “na candonga”.

Há, também, notícias de roubos envolvendo dezenas de pessoas. Nas Minas da Panasqueira relatam-se assaltos ao cabo aéreo, um sistema de transporte de minério que utilizava grandes baldes metálicos suspensos por cabos que ligavam as zonas de extracção à Lavaria do Rio. As pessoas subiam aos postes, saltavam para as vagonetas e atiravam fora o minério que outros recolhiam. Muitas vezes apareciam os guardas da mina e a GNR, gerando-se situações de grande tensão.

Outros fenómenos ajudariam a criar um ambiente de “faroeste”. Atraídos pelo dinheiro e oriundos das cidades do litoral ou de outras regiões do país, chegavam às zonas de exploração de volfrâmio grupos de migrantes e de prostitutas. Fala-se de comboios cheios num vaivém de gente.

Haveria dinheiro em circulação e armas, incumprimento quase sistemático da legislação e relativização de interditos morais; esbanjamento de riqueza e acumulação de recursos financeiros ou, mesmo, de algumas fortunas; alteração, mesmo que apenas temporária, de regras e de hierarquias sociais. Muitas pessoas antes pobres adquiriram bens e serviços a que por norma não tinham acesso.

Ocorriam situações pouco habituais em zonas do país — o centro e o norte — habitualmente conservadoras. Com a subversão parcial das hierarquias e dos valores, ficou das áreas mineiras a imagem de um mundo à parte, de uma “Califórnia” ou de um “faroeste”, onde tudo era estranho mas possível.

Carlos Guerreiro
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Leia AQUI a segunda parte da Entrevista
Leia Aqui mais sobre VOLFRÂMIO.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Postalinho...
Goering diz: nem uma fábrica destruída



Postal britânico, provavelmente dos finais de 1941, com Hermann Goering, um dos principais alvos da máquina de propaganda dos aliados.

A sua importância no regime, a sua excentricidade, a colecção de fardas espampanantes e, obviamente, o seu porte pesado eram ingredientes que motivavam qualquer humorista.

Em 1941, e como responsável pela força aérea alemã, - a antes invencível Luftwaffe - Goering também não deixa de ser alvo de chacota.

Em 1940 tinha perdido a Batalha de Inglaterra.

No período da guerra a que se refere este postal, e apesar dos ataques da RAF à Alemanha não alcançarem resultados significativos, esta podia vangloriar-se de atacar o coração do país, algo que Goering tinha prometido que nunca iria acontecer.

Carlos Guerreiro
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Veja outros "Postalinhos" AQUI.

Nota: "O Postalinho..." é uma secção onde quinzenalmente é apresentado um postal de propaganda relacionado com o período da 2ª Guerra Mundial. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Turistas descobrem Lisboa da 2ª Guerra

A Lisboa da 2ª Guerra Mundial é agora destino para turistas britânicos, uma iniciativa que envolve o autor Neil Lochery e os hóteis do grupo Tivoli.

A “Lisbon WWII Tour” terá como guia o próprio Neil Lochery que durante dois dias vai acompanhar os grupos de turistas por vários locais que assumiram especial importância durante o período da guerra.

 O objectivo é trazer grupos de até 20 pessoas a Lisboa.

O programa, que ronda os 800 Euros por pessoa, incluí a dormida, a alimentação e passeios por Sintra e por Lisboa, com paragens na Gulbenkian, Belém e Mosteiro dos Jerónimos.

No pacote está ainda incluída – como não podia deixar de ser - uma noite de fados.

Neil Lochery é autor do livro “Lisboa, A guerra nas Sombras da Cidade da Luz”, editado o ano passado pela “Presença” e onde é feito um retrato da capital portuguesa durante o período da guerra.

O autor já tinha promovido, em Lisboa, também uma exposição de fotografias com as imagens da Lisboa dos anos 40 que o tinham impressionado.

Mais informações podem ser obtidas no site autor que se encontra AQUI.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O Postalinho...
O Bloqueio Inglês

Postal alemão de propaganda, provavelmente, publicado no início da guerra.

Os britânicos começaram por bloquear as trocas comerciais marítimas com o intuito de evitar a venda de produtos aos alemães.

Esta decisão que criou imensas dificuldades a Portugal que viu quase interrompido o tráfego com as colónias de então.

Ronald Campbell, nomeado embaixador britânico em Portugal em finais de 1940, avisou as autoridades britânicas de que o bloqueio acabaria por atirar Portugal e outros países neutros para a influência de Hitler.

A solução passou pela instituição de um sistema de “navicerts”.

Certificações marítimas onde o trânsito de produtos era autorizado desde que os britânicos considerassem a pessoa “amiga” e se soubesse o seu destino final, entre outras questões.

Isso não impediu que vários navios portugueses fossem alvo de inspecções em alto mar ou fossem desviados para Gibraltar para revistas mais apuradas (veja "Os ingleses apreendem o Carvalho Araújo".)

A situação, tanto o bloqueio como os “navicerts”, foi largamente aproveitada pela propaganda alemã ao longo de toda a guerra.

Carlos Guerreiro