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quarta-feira, 1 de junho de 2022

O Postalinho...
A ocasião faz o ladrão!

 


Postal de propaganda de origem alemã mostrando Roosevelt e Churchill numa situação que é repetidamente retratada pela propaganda nazi nos primeiros anos da guerra: perante as dificuldades britânicas os EUA aproveitam, sorrateiramente, a oportunidade para enriquecer, mesmo roubando se fosse necessário.

O postal mostra Roosevelt a remexer os bolsos do casaco de Churchill enquanto este último se afoga em dificuldades.

O facto da Inglaterra ter sido obrigada a pagar a pronto as compras que inicialmente fez aos EUA - e que a levaram praticamente à falência - foi várias vezes utilizado pela propaganda germânica enquanto arma de arremesso. 

C. G.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O Postalinho...
Pequenos brindes fomentam a amizade

 


Um postal alemão de propaganda que ridiculariza a relação entre ingleses - representados pelo rei Jorge VI e Isabel - e russos - o urso - durante o período da II Guerra Mundial.

A caricatura tem um duplo sentido. Por um lado os alemães querem demonstrar que o poder do urso russo - o comunismo - está a crescer dentro da própria Inglaterra e, por outro, que a sua presença está a condicionar a acção dos britânicos... 

O (Ivan) Maisky a  que se referem foi o embaixador soviético no Reino Unido durante o conflito...

quarta-feira, 28 de julho de 2021

O Postalinho...
Basófia Alemã em Agosto de 1939

 


Postal inglês de propaganda, certamente de 1941, onde se realçam as ações da RAF nos ataques a cidades e infra-estruturas na Alemanha durante os meses de Junho e Julho daquele ano.

Trata-se de um cartoon produzido especificamente pela equipa do gabinete de propaganda para ser distribuído em formato de postal ou outro. Noutros casos - como já aqui revelámos - tratavam-se de desenhos humorísticos que tinham sido publicados previamente na imprensa britânica e que depois eram reaproveitados para o mesmo efeito.

É possível que este postal tenha também sido impresso e distribuído porque no Verão anterior - o de 1940 - a RAF tinha sido instrumental para vencer a "Batalha de Inglaterra". Naqueles meses tinham sido os caças britânicos a bater a  Luftwaffe que então bombardeava cidades, portos, bases aéreas e navais. Agora eram os bombardeiros a levar a guerra até aos alemães...

C. G.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

O Postalinho...
Damned, esta é a nossa própria ilha!

 

Postal de propaganda alemão possivelmente dos primeiros anos da guerra, entre o período da Batalha de Inglaterra (1940) e os dois anos seguintes. 

A cena não necessita de muitas explicações e tanta ridicularizar tanto o espírito britânico como o estado do país naquela fase da guerra.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O Postalinho...
Um caso único na História do Crime


Postal alemão de propaganda publicado em data desconhecida, mas certamente posterior a fins de 1941, altura em que o EUA entraram na guerra.

Os alemães ridicularizam a aliança entre britânicos, americanos e a russos, aqui representados pelos seus líderes, nomeadamente, Churchill, Roosevelt e Estaline.

A associação da imagem dos três líderes foi utilizada para desacreditar os aliados porque a máquina de propaganda do Eixo sabia que em Portugal se admirava a Inglaterra, se suspeitava dos americanos, mas, acima de tudo, se temia a Rússia e o comunismo. 

Estaline surge normalmente com um aspecto andrajoso ou monstruoso, consoante o tipo de representação pretendida, o que acentua ainda mais a diferença em relação às duas outras personagens.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Postalinho...
O fraco aprovisionamento da Inglaterra


Postal de propaganda alemão, sem data específica, mas que deve ser do período inicial do conflito quando os EUA ainda não eram o principal fornecedor de material dos aliados. A imagem aborda a falta de recursos próprios da Inglaterra.

Este postal insere-se num conjunto de outros com a mesma temática e que tinham por objectivo mostrar as fraquezas britânicas e a sua dependência externa, situação que segundo os alemães conduziria à sua derrota.

Repare-se no navio transporta as diversas importações necessárias para manter a máquina de guerra inglesa. Está danificado, a largar carga e a ser rebocado para conseguir chegar ao seu destino, uma clara referência à campanha submarina que desde os primeiros dias estrangulava, com algum sucesso, a economia da Grã-Bretanha.

Carlos Guerreiro


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

O Postalinho...
Dieppe, aqui não se brinca aos soldados


Postal de propaganda alemão que ridiculariza o desembarque realizado pelos britânicos - com apoio americano - nas praias de Dieppe em 19 de Agosto de 1942.

Esta "invasão" - a maioria eram tropas canadianas - resultou numa pesada derrota das forças aliadas e adiou por dois anos a abertura de uma frente na Europa Ocidental.

O ataque foi planeado para ser um raide em grande escala que deveria ter acontecido em Junho de 1942, mas a falta de treino, problemas logísticos e outras circunstâncias adiaram a operação até Agosto. Por outro lado registou-se o "emagrecimento" das operações tendo sido anulados os assaltos a defesas do porto e do litoral. O atraso e a redução das forças a envolver podem ter comprometido o resultado desta iniciativa militar.

Em resultado deste desastre os aliados perderam – entre mortos, feridos e prisioneiros - cerca de 4000 homens e os alemães pouco mais de 500. Um desastre que ainda hoje não é fácil de compreender e que tem sido tema para longas discussões entre estrategas e historiadores.

Recentemente - após a desclassificação de novos documentos no Reino Unido – surgiu uma nova teoria que aponta para o sucesso do raide. Segundo esses testemunhos o objectivo principal era a captura de códigos e equipamento de encriptação alemães, num plano idealizado por Ian Fleming, o homem que mais tarde seria autor da célebre série de livros de espionagem "James Bond 007". Essa parte do plano terá corrido como se esperava, mas o custo foi elevado.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O Postalinho...
As estrelas lembram-me os americanos


Postal de propaganda alemão onde é caricaturada a espera de Estaline pelos abastecimentos americanos que chegavam ao país através de esforçados comboios de navios, obrigados a subir até ao árctico.

Muito do material fornecido entre 1941 e 1945 foi de origem americana, mas a maior parte do esforço destes comboios recaiu sobre a marinha – mercante e de guerra – do império britânico. Após a invasão da União Soviética, Churchill percebeu que caso Estaline fosse derrotado os alemães voltariam todo o seu poderio contra ele e que o apoio, através do fornecimento de matérias-primas, equipamentos e alimentos seria essencial para assegurar a vitória final dos aliados.

O primeiro comboio para a União Soviética partiu em Agosto de 1941 e transportava – entre outras coisas - toneladas de borracha, minas marítimas, explosivos diversos e também dezena e meia de caças Hurricane. Nos anos seguintes os americanos iriam reforçar estas cargas com camiões, tanques, aviões e tudo o que era necessário para equipar um exército.

Como parte importante da União Soviética estava ocupada pelos alemães, os navios tinham de subir até aos portos de Murmansk e Arcângel, no ártico, para entregar as suas cargas. As viagens tornaram-se lendárias até porque, no Inverno, caso o navio fosse afundado as hipóteses de sobrevivência eram praticamente nulas devido às temperaturas da água.

Os “Comboios do Árctico” eram alvo de uma atenção especial por parte dos submarinos e aviões alemães que tentavam evitar os fornecimentos. Mais de 3500 marinheiros aliados morreram enquanto duraram estes transportes, mas Churchill teve visão quando os autorizou e os aliados beneficiaram bastante com estas viagens.

Apesar do que este postal sugere o material americano não estava assim tão longe e não foram poucos os alemães que ficaram admirados quando, em 1945, viram unidades inteiras do exército russo entrarem em Berlim a bordo de camiões novos, da marca Ford.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O Postalinho...
Importações para Inglaterra bloqueadas pela Alemanha


Postal de propaganda alemão, de data incerta, mas possivelmente da primeira metade da guerra, altura em que a sua frota de submarinos causava pesadas perdas entre a frota britânica.

Os alemães querem passar a mensagem de que o Reino Unido está isolado do mundo e inacessível através do mar. Entre 1940 e princípios de 1943 as perdas entre os navios mercantes aliados foram muito numerosas e o abastecimento da Inglaterra esteve em risco de ser interrompido.

A guerra no mar, nomeadamente a Batalha do Atlântico, mereceu ampla cobertura dos jornais – mesmo dos portugueses, apesar da censura – e não foram poucos os náufragos que chegaram a portos nacionais tanto do continente, nas ilhas ou nas colónias.

O aproveitamento destas notícias para realizar vários tipos de propaganda era óbvio e este postal é apenas um desses exemplos.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O Postalinho...
Protecção e Segurança das pequenas nações


Postal alemão de propaganda, com dupla face, funcionando como um folheto, dobrado em duas partes, com a primeira imagem a sobrepor-se à segunda. A data da impressão é incerta, mas é provável que seja posterior a 1943, numa altura em que se começavam a perceber as intenções expansionistas de Josef Estaline.

No Reino Unido tinham-se estabelecido os chamados governos livres de diversos estados ocupados pelos alemães. França, Bélgica, Noruega tinham representação governamental e constituíram forças militares próprias que contribuíram para a luta contra Hitler.

Mas este postal tinha em vista outros países que também tinham representação no Reino Unido, mas poderiam ficar sob a área de influência do exército vermelho, nomeadamente, a Polónia, a Grécia e a Checoslováquia.

Os primeiros, por exemplo, estavam presentes em Inglaterra desde a Batalha de Inglaterra, em 1940. Milhares de homens tinham chegado ali após a invasão simultânea do seu país pela Alemanha e pela Rússia e também depois da capitulação da França. Muitos mais tinham rumado desde os EUA, e de outros países onde se encontravam emigrados, para lutar pela libertação da pátria em terra, no mar ou no ar.

A incapacidade de contrariar o aliado soviético ficou claro quando surgiram as primeiras notícias sobre o massacre Katyn. Trinta mil oficiais polacos foram assassinados pelos soviéticos pouco depois destes terem ocupado metade do país. Os corpos seriam encontrados pelos alemães que denunciaram o caso à Cruz Vermelha Internacional e, apesar da insistência dos polacos livres que pediam explicações, os restantes líderes aliados nunca confrontaram Estaline.

Churchill prometera a libertação dos territórios e o regresso destes homens a países livres e soberanos, mas depressa se percebeu que seria um promessa difícil de cumprir perante o poderio russo ...

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 6 de março de 2015

O Postalinho...
Os ingleses dão conta de tudo


Postal de propaganda alemão onde a influência e o controlo britânico sobre o dia-a-dia da vida portuguesa é tema central. A comunidade inglesa, a acção dos seus serviços oficiais e de espionagem é retratada como sendo nefasta, especialmente, para a actividade económica.

O desmantelamento da Rede Shell, uma organização pró-aliada que tinha como objectivo realizar sabotagens caso se registasse uma invasão alemã, foi notícia em 1942 e deixou no ar graves suspeições sobre os ingleses. O receio que estes tivessem infiltrado outros serviços essenciais manteve-se ao longo de todo o conflito.

Também não ajudava às boas relações a obrigatoriedade dos comerciantes, importadores e exportadores portugueses serem obrigados a pedir licenças para realizar o transporte marítimo dos seus produtos. Os famosos “Navycerts” tinham de ser solicitados em todas as circunstâncias e eram exigidas informações sobre quantidade e destino das mercadorias.

Os aliados pretendiam impedir o contrabando de produtos essenciais para a Alemanha, mas a obrigatoriedade de pedir estes certificados causava grande mal-estar, situação explorada pelo Eixo, sempre que possível.

Carlos Guerreuro

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Postalinho...
Hallô, Eu trago as encomendas!


Postal de propaganda alemão, possivelmente de 1942, com referência aos chamados comboios do árctico, que transportavam material de guerra e outros abastecimentos para a Rússia desde o Reino Unido, Islândia e Estados Unidos da América.

Após a invasão da União Soviética pelos Nazis, os britânicos estabeleceram um sistema de comboios que canalizavam todo o tipo de material de guerra para os soviéticos. Parte importante dos abastecimentos que eram recebidos dos EUA, através do programa de lease-lend, também seguiu esse caminho.

O primeiro comboio foi formado em Agosto de 1941 e durante os anos seguintes quase oitenta comboios, com centenas de navios, asseguraram o transporte de milhares de toneladas de material até aos portos de Murmansk e Arcangel.

Estes comboios passavam perigosamente perto da Noruega e outros territórios ocupados pelos alemães e foram alvo de intensos ataques por parte da aviação e marinha alemãs.

Apesar do postal dar a entender que os comboios eram demorados e que não tinham possibilidade de inverter a situação, a verdade é que estes operações representaram um sucesso importante para os aliados. Alguns comboios sofreram pesadas perdas e, durante alguns períodos, foi necessário interromper os transportes, mas de um modo geral os resultados foram positivos.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Postalinho...
Uma ameaça para a América do Sul


Postal de propaganda alemão, certamente posterior a Outubro de 1941 e possivelmente posterior à declaração de guerra do Japão e da Alemanha aos EUA no mês seguinte.

O desenho sugere que os EUA são uma ameaça a todos os países da América do Sul, e que poderá engoli-los, tal como fez com o Panamá.

Devido ao canal, que liga o Atlântico ao Pacífico, o país assumiu um papel estratégico essencial para o conflito.Os EUA, ainda antes de entrarem na guerra, quiseram assegurar o seu controlo e a sua defesa, mas o presidente panamiano, Arnulfo Arias, eleito em 1940 e considerado pró-eixo, dificultou ao máximo às negociações. No princípio de 1942 os EUA consideravam Arias uma ameaça para a estabilidade na zona.

Em Outubro de 1942 essa “ameaça” esfumou-se com um golpe de estado liderado por Ricardo Adolfo de La Guardia. As negociações para o controlo e defesa do canal enttre os dois países avançaram de forma muito rápida e, quando se deu o ataque a Pearl Harbour, no dia 7 de Dezembro, o Panamá foi dos primeiros países da América do Sul a declarar guerra ao Japão e à Alemanha.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Postalinho...
Semanas Missionárias na Rússia


Postal de propaganda alemão que insiste, mais uma vez, nas ligações entre o Reino Unido e a União Soviética e que dá destaque a dois temas olhados com receio pela população portuguesa da época: o comunismo e o ateísmo. 

A referência a estas relações, são recorrentes, mas neste caso, os alemães tentam também dar relevância à forma como, supostamente, a igreja de Inglaterra olhava para Estaline e para os comunistas.

Era público que, por exemplo, o Deão de Canterbury era um firme defensor do regime soviético. Hewlett Johnson tinha viajado pelo país, a meio da década de 30, e publicara dois livros onde elogiava a experiência social que ali estava a ter lugar.

As suas obras, publicadas em 1939 e 1941, tornaram-no suspeito mesmo aos olhos das autoridades militares britânicas que o acusaram de espalhar propaganda derrotista e não o queriam junto das tropas.

Aparentemente terá também sido Johnson a influenciar o Estaline, para que este restaurasse o Patriarcado de Moscovo da Igreja Ortodoxa.

O postal dá também relevância ao ateísmo militante dos russos, que tinha influências perniciosas fomentando o surgimento das chamadas quintas colunas, estruturas secretas, preparadas para derrubar os governos dos seus países em nome de ideologias estrangeiras.

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O Postalinho...
Caminhos de tráfego livre para a Alemanha


Postal de propaganda alemã com data indefinida.

A questão do comércio foi dominante na propaganda alemã ao longo do conflito, nomeadamente, a questão das imposições britânicas à circulação de mercadorias, que colocavam, por exemplo, dificuldades ao tráfego entre Lisboa e as suas colónias.

A posição da Alemanha no centro da Europa, com rotas comerciais que se estendiam a países ocupados, aliados e neutros transformavam o país num importante parceiro a ter em conta. Por alguma razão tanto a Espanha como Portugal também surgem como fornecedores de matérias-primas.

Segundo este postal o país fornecia terbentina, cortiça, resinosos e azeite. Curiosamente não há referências às conservas de peixe e, ainda mais importante, ao volfrâmio, um componente essencial para endurecer o aço, e que foi o mais importante produto de exportação de Portugal entre 1940 e 1944.

A Alemanha teve em Portugal o seu principal fornecedor durante grande parte do conflito, ao ponto dos aliados tornarem a sua exportação um tema central das negociações. Pressionado, Salazar acabaria por anunciar o fim da exploração e venda de volfrâmio, para todos os países beligerantes, no dia 5 de Junho de 1944. Um dia antes do desembarque na Normandia…

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O Postalinho...
Pequenos brindes fomentam a amizade


Postal alemão de propaganda, possivelmente de 1942 ou 1943.

As relações dos britânicos com a União Soviética foram um tema recorrente da propaganda alemã publicada em Portugal, quer em postais quer noutro tipo de publicações.

Portugal tinha uma longa aliança com os britânicos e a comunidade residente em Portugal era extensa e estava implantada há séculos. Vinte anos antes, portugueses e ingleses tinham combatido nas mesmas trincheiras.

Estas relações tinham criado um forte sentimento pró-britânico e importantes fatias da população, razão porque a propaganda alemã tratava o tema com algum cuidado. Uma atenção que não existirá com os americanos e, muito menos, com os russos.

O comunismo era o grande inimigo do Estado Novo e a relação entre soviéticos e britânicos fornecia o “combustível” necessário para alimentar a desconfiança portuguesa.

O cartoon não deixa, no entanto, de realçar a incomodidade britânica em relação à crescente influência do “urso” russo na guerra e no próprio país.

O Maisky, referido pela rainha, é Ivan Maisky, embaixador soviético no Reino Unido entre 1932 e 1943, um elemento crucial na implantação da aliança entre os dois países após o rompimento do pacto Molotov-Ribbentrop, que em 1939 uniu Estaline e Hitler na invasão e divisão da Polónia.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Postalinho...
A Grande Ofensiva

Postal de propaganda alemão, provavelmente, de 1942, anterior à invasão do Norte de África, numa altura em que os americanos eram fornecedores de grande quantidade de armamento e outras equipamentos e matérias-primas, mas não tinham ainda forças militares no terreno.

A pouca “prepsença humana” dos Estados Unidos na guerra é tema recorrente na propaganda alemã durante o período que se segue à sua entrada na guerra.

O país “arsenal da liberdade” demorou algum tempo a mostrar as suas garras e a sua força. Os alemães não demoraram a explorar essa lacuna americana, um país capaz de produzir de tudo e em quantidade, mas incapaz de fornecer material humano.

Os ingleses surgem muitas vezes como os “moços de recados” dos americanos que não tinham problemas em fornecer bens materiais, mas preferiam não morrer na guerra.

Esta imagem mudaria em Novembro de 1942, com a invasão do Norte de África e, mais tarde, com a invasão da Sicília e da Itália.

Em vésperas da evocação dos 70 anos do Dia D – em 6 de Junho 1944 – um olhar alemão sobre outras ofensivas…

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O Postalinho...
Quem nos poderá comprar mais?

Postal de propaganda alemão, desenhado especificamente para Portugal, onde se evidência a política britânica de impedir o tráfico comercial entre Portugal e a Alemanha, que em última estância impedia o normal comércio entre o país e as suas colónias.


Portugal estava muito dependente das matérias-primas que chegavam especialmente de África, e os britânicos tinham imposto um duro sistema de certificados navais (Navicerts), que impedia a normal circulação de mercadorias.

Deste modo pretendiam impedir o contrabando de produtos para Alemanha, e a poderosa frota que a Royal Navy fiscalizava, com mão de ferro, os navios que se tornassem suspeitos.

Era necessários declarar o que era transportado e qual o destino. Qualquer produto que fosse considerado estratégico poderia ficar retido. O mesmo acontecia quando os britânicos não consideravam os comerciantes de confiança ou estes tinham ligações conhecidas aos alemães.

A situação criou um grande mal-estar diplomático, ao ponto do Embaixador Britânico em Lisboa ter alertado para a necessidade de aliviar e facilitar a passagem dos Navicerts, sob pena de Portugal pender claramente – por necessidade – para o lado alemão.

A situação foi aproveitada de forma constante pela máquina de propaganda alemã. Este postal é apenas mais um exemplo disso.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Postalinho...
É exquisito... Não vem nenhum atrás

Postal alemão de propaganda com data incerta, talvez produzido entre 1940 e 1942, que retrata Churchill e Roosevelt sozinhos no mar, a bordo de um bote com o nome "Prince of Wales", sob um clima pouco auspicioso, à espera de alguém que os siga, de um amigo ou de ajuda.

O "Prince of Wales" foi o navio que transportou Churchill, através do Atlântico, para a sua primeira conferência com Roosevelt em Agosto de 1941. Nessa conferência seria assinado o documento que ficou conhecido como a "Carta do Atlântico" onde se definiam as regras para o mundo do pós-guerra, criando as bases para fundação da ONU.

A "Carta do Atlântico" serviria mais tarde para dar algumas garantias a novos aliados e a países neutrais ou ocupados pelos alemães.

De um modo geral a falta de apoios foi um problema sentido pelos britânicos durante um largo período da guerra. Para além da Commonwealth, que desde o princípio se reuniu em redor da Inglaterra, apenas os americanos se mostraram dispostos a dar uma ajuda.

Tratou-se, inicialmente, de um apoio quase envergonhado e muito graças à vontade de Roosevelt, porque as forças isolacionistas nos EUA eram muito fortes. Primeiro a pronto pagamento, e depois encapotado sob um programa de empréstimos, começaram a atravessar o atlântico navios, comida e equipamento militar diverso.

Poucos outros países mostraram vontade de quebrar o isolamento dos britânicos, especialmente até fins de 1942 quando se efectivou a entrada em força dos americanos nos teatros de operações europeu e asiático.

O "Prince of Wales" seria afundado pelo Japoneses em Outubro de 1941.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Postalinho...
Roosevelt: Maravilha na nossa Bandeira


É um postal de propaganda alemão que deverá ter sido publicado em 1942 ou 1943, altura em que houve um grande investimento em propaganda no nosso país. 

O perigo comunista é um tema recorrente na iconografia da propaganda alemã ao longo de todo o conflito. Os símbolos comunistas e o próprio Estaline surgem de forma repetitiva em cartoons, desenhos ou gravuras como encarnações do mal ou do perigo que espreitam a Europa. 

Muitas vezes surgem associados a Churchill (ingleses) ou a Roosevelt (americanos) como forma de os desacreditar.Este postal alemão integra-se neste espírito. A velha aliança com Inglaterra e a promessa de uma vida farta na América, alimentadas por muitos portugueses, não eram fáceis de contrariar. 

Relembrar a aliança com “o diabo vermelho” e acenar com o medo da influência comunista eram uma forma fácil de fazer passar uma mensagem de que os aliados não seriam de confiança… 

Carlos Guerreiro