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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O Postalinho...
Pequenos brindes fomentam a amizade

 


Um postal alemão de propaganda que ridiculariza a relação entre ingleses - representados pelo rei Jorge VI e Isabel - e russos - o urso - durante o período da II Guerra Mundial.

A caricatura tem um duplo sentido. Por um lado os alemães querem demonstrar que o poder do urso russo - o comunismo - está a crescer dentro da própria Inglaterra e, por outro, que a sua presença está a condicionar a acção dos britânicos... 

O (Ivan) Maisky a  que se referem foi o embaixador soviético no Reino Unido durante o conflito...

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O Postalinho...
O rendez-vous


Postal de propaganda britânico com a versão portuguesa de um cartoon do ilustrador britânico David Low, publicado no jornal "Evening Standard" de 20 de Setembro de 1939, poucos dias após a junção das tropas alemãs e russas na Polónia e onde se mostra o hipotético encontro entre os dois ditadores - Hitler e Estaline - sobre o cadáver do país que tinham acabado de dividir entre si. 

Ambos mantêm uma pose amistosa e cortês, mas o cumprimento entre os representantes de dois extremos políticos que não se toleravam espelha talvez o que sentiam na verdade:

- A escória da Humanidade, creio eu? – cumprimenta Hitler.

- O sangrento assassino do proletariado, não é verdade? – responde Estaline…

Passam agora 80 anos...

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Postalinho...
Quanto nos pode dar por isto?


Postal de propaganda britânico assinado por David Low, publicado originalmente no jornal "Evening Standard" no dia 2 de Outubro 1939, e que faz referência ao pacto assinado entre nazis e soviéticos em Agosto do mesmo ano.

Pacto Molotov-Ribbentrop era no essencial um pacto de não-agressão, com uma cláusula secreta que previa a divisão da Polónia entre os dois estados, algo que só se viria a saber em Setembro do mesmo ano. A assinatura do documento permitiu também a Hitler o acesso às matérias-primas da vasta União Soviética.

Apesar de uma importante capacidade industrial a Alemanha carecia de muitas matérias-primas importantes para a indústria de guerra moderna. O volfrâmio – com o qual Portugal viria a lucrar muito nos anos seguintes - era apenas uma delas.

Este cartoon de Low satiriza não só esta relação de dependência dos alemães em relação a Estaline, como também o facto dos primeiros terem penhorado ideias essenciais do nazismo ao assinarem o acordo.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O Postalinho...
As estrelas lembram-me os americanos


Postal de propaganda alemão onde é caricaturada a espera de Estaline pelos abastecimentos americanos que chegavam ao país através de esforçados comboios de navios, obrigados a subir até ao árctico.

Muito do material fornecido entre 1941 e 1945 foi de origem americana, mas a maior parte do esforço destes comboios recaiu sobre a marinha – mercante e de guerra – do império britânico. Após a invasão da União Soviética, Churchill percebeu que caso Estaline fosse derrotado os alemães voltariam todo o seu poderio contra ele e que o apoio, através do fornecimento de matérias-primas, equipamentos e alimentos seria essencial para assegurar a vitória final dos aliados.

O primeiro comboio para a União Soviética partiu em Agosto de 1941 e transportava – entre outras coisas - toneladas de borracha, minas marítimas, explosivos diversos e também dezena e meia de caças Hurricane. Nos anos seguintes os americanos iriam reforçar estas cargas com camiões, tanques, aviões e tudo o que era necessário para equipar um exército.

Como parte importante da União Soviética estava ocupada pelos alemães, os navios tinham de subir até aos portos de Murmansk e Arcângel, no ártico, para entregar as suas cargas. As viagens tornaram-se lendárias até porque, no Inverno, caso o navio fosse afundado as hipóteses de sobrevivência eram praticamente nulas devido às temperaturas da água.

Os “Comboios do Árctico” eram alvo de uma atenção especial por parte dos submarinos e aviões alemães que tentavam evitar os fornecimentos. Mais de 3500 marinheiros aliados morreram enquanto duraram estes transportes, mas Churchill teve visão quando os autorizou e os aliados beneficiaram bastante com estas viagens.

Apesar do que este postal sugere o material americano não estava assim tão longe e não foram poucos os alemães que ficaram admirados quando, em 1945, viram unidades inteiras do exército russo entrarem em Berlim a bordo de camiões novos, da marca Ford.

Carlos Guerreiro

sábado, 1 de setembro de 2012

Ministério das propagandas
PACTO MOLOTOV / RIBENTROP EM POSTAIS


“- A escória da Humanidade, creio eu?” – Cumprimenta Hitler.

“- O sangrento assassino do proletariado, não é verdade? “ – responde Estaline…

A imagem representa um hipotético “Rendez-Vouz” entre os dois ditadores sobre uma Polónia arrasada.

Ambos mantêm uma pose cortês, mas as palavras não escondem o que terá passado pela cabeça dos dois líderes em 1939 quando dividiram, entre si, a Polónia.

A versão original deste cartoon de David Low foi publicado no jornal "Evening Standard", de 20 de Setembro de 1939, pouco depois da junção das tropas alemãs e russas na Polónia.

Para além de uma conquista territorial, os russos ficaram com um tampão que impedia o fascismo de se encostar às sua fronteiras e para os alemães um adiar do que anos antes Hitler tinha pronunciado no seu Mein Kampf – o aniquilar do Bolchevismo e a expansão para do espaço vital da Alemanha para Leste.

As tropas do 3º Reich já tinham ocupado e anexado a Áustria e a Checoslováquia, mas é a invasão da Polónia, no dia de 1 de Setembro de 1939, que lança verdadeiramente a Europa na Guerra Mundial.

Britânicos e Franceses tinham garantido aos polacos que defenderiam o país em caso de agressão. Hitler não acreditou numa reacção das outras potências europeias e avançou… e no dia 3 de Setembro eram oficialmente entregues as declarações de guerra britânica e francesa.


Mais duas criações de David Low que tiveram as suas versões originais publicadas no "Evening Standard". 

O de cima foi impresso a 2 de Outubro de 1939 e o de baixo em 25 de Janeiro de 1940. Ambos escarnecem das expectativas alemãs em relação ao fornecimento de meios e matérias primas da Rússia de que a economia germânica tinha necessidade imperiosa. 

Parte traseira desta série de postais (em baixo) com um erro de impressão. Surge "Postale" em vez de "Postal".



Se a invasão alemã foi uma surpresa parcial a divisão do país com a Rússia foi um choque.

O acordo Molotov/Ribentrop assinado meses antes, em Agosto, tinha sido anunciado como um acordo de comercial e de defesa mútuo mas encerrava também um cláusula secreta que iria permitir a divisão da Polónia.

A assinatura de um acordo entre dois regimes antagónicos em todos os sentidos tinha surpreendido o mundo. No final a Alemanha sedenta de matérias primas passava a ter um fornecedor de tudo o que precisava e a Rússia beneficiava de grandes conquistas territoriais.

Para além da Polónia, que invadiu a 17 de Setembro de 1939, os russos anexaram nos meses seguintes a Letónia, a Lituânia, a Bessarabia (hoje parte da Moldávia), a Bokovina (hoje parte da Ucrânia) e também uma parte da Finlândia. Tudo sob o olhar benevolente de Hitler.

Obviamente fascismo e comunismo são mais que apenas regimes políticos distintos. Eles são antagónicos.

Logo depois da invasão a máquina de propaganda inglesa não perde tempo e trata de caricaturar os acontecimentos e escarnecer dos protagonistas.

A utilização de postais com caricaturas – muitos com origem em jornais britânicos e reproduzidas como veículo de propaganda pelo governo – vai ser uma constante ao longo de todo o conflito.

Um postal era um objecto de fácil transporte e produção.

Vão ser utilizados tanto pelos aliados como pelo eixo com caricaturas, desenhos ou fotografias. Mostram aviões, tanques , diversos tipos de armas e engrandecem ou diminuem personalidades.

Estes três postais britânicos são alusivos ao acordo russo-alemão e ao momento em que Polónia é dividida.

As imagens são todas do mesmo autor, David Low (1891-1963), e fazem parte de uma série mais vasta onde se escarnece não só do acordo Russo-Germânico mas também de outros anúncios e atitudes alemãs.

No conjunto aqui apresentado, para além do hipotético rendez-vouz entre os dois ditadores, brinca-se também com a dependência alemã das matérias primas e da economia russa.

Carlos Guerreiro