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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Monumento aos pescadores que salvaram vidas na II Guerra Mundial

O monumento que homenageia os pescadores que salvaram os aviadores americanos frente a Faro durante a II Guerra Mundial poderá estar a alguns votos de distância.

Jaime Nunes, Manuel Mascarenhas e o filho que salvaram 
em 1943 seis aviadores americanos frente a Faro

Michael Pease, o promotor britânico que há anos tenta avançar com este projecto, candidatou a ideia ao programa de Orçamento Participativo de Portugal na área da cultura e viu as suas pretensões aprovadas. Entre outros iniciativas vai entrar na fase de votação ao público entre Junho e Setembro, e a sua conclusão passará a depender da vontade popular.

Michael Pease vem acarinhando este ideia há anos e já bateu a mil e uma portas para obter financiamento e outros apoios. Para a construção do monumento e outras iniciativas relacionadas está a solicitar um investimento de 120 mil euros.

Pontualmente este britânico residente no Algarve tem pedido a minha colaboração e, dentro das possibilidades tenho ajudado como posso, pouco para a magnitude da ideia. Simpaticamente solicitou também a minha cooperação nesta fase e, obviamente, disponibilizei-me para o efeito. Não entrámos em pormenores e quando - recentemente - acedi ao projecto verifiquei que este prevê, entre outras actividades, a publicação de uma segunda edição - revista e ampliada - do meu "Aterrem em Portuga!", o livro que revelou a história do bombardeiro que se despenhou em Faro e que o levou a acarinhar a ideia do monumento.

Agradeço, fico lisonjeado e disponível para fazer a parte que me compete, mas aconteça o que acontecer entendo que o principal é avançar com a construção do memorial. Não ficaria, no entanto, bem com a minha consciência se não clarificasse esta minha ligação ao projecto...

A partir de 11 de Junho voltarei a dar notícias para revelar como e onde se procederá à votação, algo que neste momento também não sei...

Pode aceder AQUI a todos os detalhes desta iniciativa de Michael Pease...

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 28 de maio de 2018

«Escaparate de Utilidades»
Casa Krafix

Programa Cinema Trindade, 19 de Maio de 1942

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Formação sobre Figueira da Foz durante a II Guerra Mundial


O auditório municipal da Figueira a Foz acolhe amanhã, sábado 26 de maio, entre as 10h00 e as 17h30, uma acção de formação de curta duração que tem como tema «A Figueira da Foz durante a 2.ª Guerra Mundial: refugiados e "turistas acidentais"».

Entre os tópicos a discutir vão estar a paisagem social da Figueira da Foz balnear, dramaticamente marcada pela presença durante a 2.ª Guerra Mundial, dos refugiados que escapavam aos nazis. O legado da presença de refugiados na Figueira da Foz é parte integrante do Património Material e Imaterial da cidade e o elo de ligação com um dos mais importantes períodos da história mundial e com as vastas redes de conhecimento que sobre ela se vêm produzindo.

Esta acção de formação, que se insere na programação do Ano Europeu do Património Europeu, tem a duração de 6 horas, é dirigida a docentes de todos os graus de ensino e não docentes e tem como formadoras Irene Vaquinhas (professora catedrática do departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) e Cláudia Ninhos (investigadora integrada do CHAM – Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa).

As sessões são de entrada livre, abertas a toda a população e garantem certificação a professores mediante inscrição obrigatória AQUI.

Fica o essencial do programa:
 - 10h00 – 13h00: Irene Vaquinhas - A Figueira da Foz na rota da fuga das guerras: de praia peninsular a residência fixa (1936-1945) (sessão com visita guiada)

- 14h30 – 17h30: Cláudia Ninhos - Promoção da educação sobre o Holocausto na sala de aula: disciplinas, fontes, ferramentas e metodologias (sessão teórico-prática).

Para mais informações clique AQUI.

Hotel Netto em Sintra


O António Fragoeiro, que acompanha o Aterrem em Portugal!, há vários anos, chamou-me a atenção para o facto da fotografia publicada ontem no artigo "Repatriamento de Americanos através de Lisboa", mostrar o Hotel Netto, de Sintra, um edifício que apesar de ainda existir esteve abandonado durante décadas.

Segundo o blogue "Restos de Colecção" esta unidade hoteleira abriu portas em 28 de maio de 1879, funcionando até aos anos 70, quando encerrou, tendo depois ficado ao abandono. Em 2016 terá sido vendido a uma sociedade que ali pretende abrir um hotel de charme...


Fica a iamgem quase 80 anos depois e o obrigado aos leitores atentos...

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Repatriamento de americanos através de Lisboa


Uma das muitas fotografias tiradas em Lisboa nos anos de 1940 e 1941 mostrando refugiados que procuravam escapar de Hitler. Neste caso a imagem não mostra judeus, minorias étnicas ou opositores do regime nazi, mas sim americanos que residiam em França e que optaram por procurar refúgio no seu país.

Calcula-se que só nos arredores de Paris viviam em 1939 cerca de 30 mil americanos, muitos deles tinham feito parte dos contingentes da I Guerra Mundial ou chegado no princípio dos anos 20 quando o dólar valia muito mais que o franco e a capital francesa – a cidade luz – era uma importante atracção para escritores, pintores e outros artistas. Após a invasão alemã muitos procuraram regressar aos EUA com as famílias.

Esta fotografia foi tirada em maio de 1941 em Lisboa e enviado para a imprensa internacional com a seguinte legenda:

"Parte dos cerca de mil cidadãos americanos que estão a ser repatriados de França, pela Cruz Vermelha, acenam felizes do balcão do seu hotel perto de Lisboa, onde esperam pelo regresso aos EUA num navio da American Export Line. Muitos pertencem a familiares de soldados da I Guerra Mundial que ficaram em França."

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Jornadas em Lisboa sobre o holocausto

A partir e amanhã o Instituto de História Contemporânea (IHC – NOVA FCSH) organiza umas jornadas abertas sobre a shoá e outros genocídios e crimes de massa nas instalações da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. A inciativa conta com a co-organização e apoio do Mémorial de la Shoah (Musée et Centre de Documentation, Paris), da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto e do Instituto de Relações Internacionais (IPRI-NOVA).



É uma das primeiras iniciativas, em Portugal, a abordar as memórias do holocausto e de outros crimes de massa, contribuindo para uma análise crítica, transnacional e inter-geracional destas temáticas, razão porque o público-alvo desta iniciativa são os estudantes de História e de Ciência Política, bem como de outras Ciências Sociais ou Humanas.

As jornadas contarão com a intervenção de historiadores e investigadores em Ciência Política de Portugal e França, que abordarão, entre outros temas: a questão da memória e do esquecimento; os refugiados na Europa nos anos 30 e 40; os perpetradores nazis; a visão do mundo nacional-socialista e a ideologia salazarista; a atitude de Portugal face à Shoá; as atrocidades em massa e outros genocídios, entre os quais Timor Leste, Ruanda e ex-Jugoslávia; a violência em massa do estalinismo e a violência colonial.

A coordenação dos trabalhos está a cargo de Irene Pimentel (IHC – NOVA FCSH), Esther Mucznik (Memoshoá) e Bruno Boyer (Mémorial de la Shoah).

A inscrição é gratuita está aberta a todos e todas as interessadas, até ao limite dos lugares disponíveis. As inscrições devem ser feitas para o email jornadashoah@fcsh.unl.pt e o programa pode ser consultado AQUI.

Haverá tradução simultânea.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Volfrâmio durante a II Guerra em revista

A revista "História" do Jornal e Notícias traz na edição de abril cerca de 30 páginas, divididas por dois artigos, dedicados à questão do volfrâmio, especialmente durante o período da II Guerra Mundial.

O primeiro faz um retrato da atividade mineira e comercial em diferentes períodos do século XX, enquanto o segundo é uma reportagem dedicada à "convivência dos inimigos" alemães e britânicos em Arouca, uma das zonas onde a exploração de volfrâmio foi mais intensa durante o período da guerra.

O primeiro destes trabalhos é da autoria do professor João Paulo Avelãs Nunes enquanto o segundo é da autoria da jornalista Sara Dias Oliveira, com fotos de Maria João Gala.

O preço desta revista bimestral é de 3,90 Euros...

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Filme: "Debaixo do Céu"

É um filme que nos incomoda, porque nos envolve e não digo isto no mau sentido, antes pelos contrário. A forma como as histórias e as imagens interagem deixa-nos primeiro surpresos e depois faz-nos emergir na película. A história que estamos a acompanhar poderia ser a nossa ou a de alguém que conhecemos muito bem.


Antes de continuar esclareço que sou parte interessada neste filme. Há alguns anos colaborei com o realizador e a produção de "Debaixo do Céu" na procura de "protagonistas" para a película. Fui um das pessoas envolvidas na busca de refugiados judeus que passaram por Portugal durante o período da II Guerra Mundial, cujas experiências são o foco deste filme.

Dito isto, não tenho qualquer problema em dizer que muitas vezes colaboramos em projectos interessantes e dos quais gostamos, enquanto noutras - e isso acontece mais raramente - sentimos que estivemos envolvidos em qualquer coisa que não só foi bom, como valeu a pena. Para mim foi este o caso...

O realizador Nicholas Oulman pegou num interessante conjunto de depoimentos e misturou-os com imagens da II Guerra Mundial. Apenas ouvimos as histórias que se encadeiam, sem nunca ver o rostos de quem fala... Aos poucos somos também a história.

O documentário é poderoso e tem muito bom gosto. Também surpreende o que nos dias que correm é cada vez mais raro...

Este domingo no Indy Lisboa, no Cinema de São Jorge, por volta das 15 horas poderá assistir ao filme, numa sessão que conta também com a presença do realizador...

Até lá...