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segunda-feira, 31 de março de 2014

«Escaparate de Utilidades»
Urcapil, urtigas contra a queda do cabelo

Revista "Vida Mundial Ilustrada", 16 de Março de 1944

sexta-feira, 28 de março de 2014

Enfim...

Sinceramente, não me apetecia falar nisto. A sério. Começo, no entanto, a perder a paciência com o tipo de comentários que vão surgindo aqui e ali no blogue do “Aterrem em Portugal!”.

Sempre quis que o “Aterrem em Portugal!” fosse um espaço onde os temas fossem abordados e discutidos sem problemas, mas com o mínimo de civismo.

Por mais de uma vez pedi a pessoas para moderarem os comentários e terem cuidado com o tipo de linguagem que utilizam. Também chamei a atenção para o facto do "Aterrem em Portugal!" não ser um palco para dirimir questiúnculas contemporâneas da esquerda e da direita, do republicanismo, do fascismo, do comunismo, da democracia ou da monarquia.

Aqui fala-se sobre Portugal durante um período histórico limitado, alicerçando essas discussões -sempre que possível - em factos e/ou acontecimentos.

Por razões que se prendem com a liberdade de expressão – que eu prezo – tenho mantido a secção de comentários do blogue livres de qualquer moderação, mas se as pessoas são incapazes de compreender a diferença entre liberdade de expressão e má educação, terei de tomar outras opções. Confesso que que não me agrada, mas enfim…

Também defendo princípios políticos que guardo para mim e tento que não interfiram na linha editorial do “Aterrem em Portugal!”. É por essa razão que nestas páginas se encontram pessoas de todos os quadrantes políticos e partidários.

Todos me merecem o mesmo respeito e todos sabem que por aqui se contam histórias da nossa história ou se dão informações sobre acontecimentos relacionados com o tema de Portugal e a 2ª Guerra Mundial. Nada mais…

Se há gente incapaz de viver com estas opções agradeço que naveguem para outras águas ou voem para outros céus. Se tomarem o rumo certo verão que encontram afinidades diversas com muita facilidade e não precisam do “Aterrem em Portugal!” para serem felizes…

Muito Obrigado.

Carlos Guerreiro 

Encontrados portugueses "escravos" e mortos em campos e concentração nazis

À medida que os historiadores portugueses vão acedendo aos diversos arquivos que estão espalhados pelo mundo, vão-se ficando a conhecer cada vez mais histórias envolvendo portugueses durante a 2º Guerra Mundial.

A revista Visão traz esta semana a história de que cerca de 300 portugueses terão sido “escravos” na Alemanha Nazi durante o conflito. Tratava-se de mão-de-obra forçada que envolveu milhares de cidadãos não alemães e cujas fichas estão agora a ser reveladas por uma equipa liderada pelo historiador Fernando Rosas.







Passaporte de trabalho de um trabalhador forçado na Alemanha. O "P" refere-se a Polaco, tinha de ser cosido à roupa e servia para distinguir estes trabalhadores dos Alemães.
(Fotografia Wikipédia/ Wikimedia commons)








A notícia revelada pela Visão pode ser lida com mais pormenor AQUI.

Esta equipa trouxe, no entanto, mais novidades das suas pesquisas. Informações reveladas à Lusa apontam para a morte de cerca de 70 portugueses mortos em campos de concentração nazis. Deixo duas notícias publicadas pela Lusa durante o dia de ontem:

Lisboa, 27 mar (Lusa) – Pelo menos 70 portugueses estiveram nos campos de concentração e 300 foram sujeitos ao trabalho forçado durante a II Guerra Mundial, disse à Lusa o historiador Fernando Rosas, que lidera a investigação sobre um assunto inédito e desconhecido.

“Há portugueses que se encontram nos campos de concentração nazis, mas que estão nos campos por razões que se desconhecem. Pode ser por serem associais. Há certas categorias cuja punição era o campo de concentração”, referiu à agência Lusa Fernando Rosas, acrescentado que foram já detetados pelo menos 70 portugueses nos campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial.

“Nós detetamos, por exemplo, um português de Cascais que é preso em Marselha e enviado para Auschwitz. Porque é que está em Auschwitz? Não é por ser emigrante, porque, quando muito, era obrigado ao trabalho forçado, mas não estaria num campo de concentração. Ou era resistente ou fazia parte daquelas categorias de associais e que eram mandados para os campos”, explicou Fernando Rosas.

O historiador e ex-dirigente do Bloco de Esquerda lidera um projeto de investigação realizado no âmbito do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, que envolve vários investigadores especializados nas relações luso-alemãs durante a II Guerra Mundial.

 “Obtivemos a primeira notícia através das informações que existem nos campos de concentração de que há vários portugueses mortos e o nosso projeto começou por aqui. Depois surgiu-nos a possibilidade de concorrer a um financiamento de uma instituição alemã que está interessada em financiar as investigações sobre o trabalho forçado na Alemanha”, acrescentou Fernando Rosas.

O trabalho forçado pelo III Reich era feito por pessoas que se encontravam nos campos de concentração ou por contratados ou simplesmente enviados pelos países ocupados e, por isso, a equipa de historiadores alargou o âmbito da investigação.

 “Chegamos à conclusão de que há dois tipos de trabalhadores forçados: aqueles que se encontravam nos campos e que, portanto, são escravos, e temos a presunção de que há portugueses nesta situação. São os escravos que trabalhavam para empresas como a IG Faber, por exemplo, em Auschwitz e Birkenau, e vamos à procura deles”, afirmou Rosas, que vai concorrer a financiamento por parte de uma fundação alemã, visto não ter conseguido apoio por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia portuguesa.

Para o estudo do trabalho forçado, os historiadores investigam pelo menos duas vias, a primeira através da emigração, porque, segundo Fernando Rosas, “há muita gente emigrada (portugueses) já nessa altura, e muito mais do que se pensa, em França e na Bélgica”.

 Quando o governo de Vichy (governo colaboracionista francês durante a ocupação nazi, entre 1940 e 1944) é obrigado, a partir de 1942, a trocar prisioneiros de guerra franceses por trabalhadores usando sobretudo emigrantes como moeda de troca.

Segundo Fernando Rosas, há várias dezenas de trabalhadores portugueses emigrados que são enviados pelas autoridades colaboracionistas para solo alemão. Para o historiador, é preciso também estudar o eventual envolvimento do Estado português em todo o processo e tentar saber até que medida houve ou não recrutamento de trabalho forçado em solo de Portugal, tal como aconteceu em Espanha.

 “Na Alemanha estão dois tipos de circunstâncias. Uns foram parar aos campos de concentração porque já eram refugiados da Guerra Civil de Espanha e há também os emigrantes que são arrebanhados pelo nazis – quer por contratação direta, quer por troca efetuada pelo Governo francês sempre que se procedia ao regresso de prisioneiros”, explicou Fernando Rosas.

 Uma parte desses portugueses são republicanos que combateram na Guerra Civil de Espanha (1936-1939) e que se encontravam internados nos campos de refugiados no sul de França após a vitória das forças nacionalistas de Francisco Franco e levados para os campos de concentração nazis já durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

 Alguns escaparam dos campos de refugiados franceses e quando a França foi ocupada pelos nazis juntam-se à Resistência francesa e mais tarde foram “presos como resistentes vão para Auschwitz e Birkenau”, relatou Fernando Rosas.

 A existência de portugueses nos campos de extermínio nazis é um assunto até ao momento inédito e nunca estudado, assim como a presença de trabalhadores portugueses como escravos em fábricas na Alemanha, tendo sido referido hoje pela primeira vez pela revista Visão.

“Há uma série de organismos que se dedicaram à estatística dos presos dos vários países e ao trabalho forçado e nós já temos um número sobre esta situação e descobrimos há pouco tempo uma fonte que nos revelou, através de uma instituição na Alemanha que indemniza aqueles que foram obrigados a trabalhar no país, e detetamos que há mais de trinta pedidos de indemnização de portugueses e vamos agora investigar junto dos familiares”, concluiu.


Lisboa, 27 mar (Lusa) – Historiadores portugueses viram rejeitado apoio do Estado na investigação que já detetou 70 portugueses mortos em campos de concentração nazis na II Guerra Mundial, disse hojeà Lusa o historiador Fernando Rosas.

Para conseguir o financiamento, o historiador Fernando Rosas, que lidera a equipa do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa que está a fazer a investigação sobre a morte dos portugueses, foi obrigado a ampliar o âmbito da investigação à temática do trabalho forçado na Alemanha nazi durante a II Guarra Mundial (1939-1945) onde já descobriram pelo menos 300 portugueses.

“Nós vamos agora entregar a documentação para um concurso porque precisamos de financiamento para investigarmos. A Fundação para a Ciência e Tecnologia não financiou este projeto e, portanto, estamos a concorrer junto de uma instituição alemã que nos pediu que concorrêssemos.

Uma fundação especializada sobre a investigação acerca do trabalho forçado na Alemanha (durante a II Guerra Mundial), que quando soube do nosso trabalho sobre os portugueses - assunto que eles também desconhecem - pediu para nós concorrermos”, relatou à agência Lusa o historiador Fernando Rosas.

Para o historiador, a descoberta inédita sobre a presença de prisioneiros portugueses nos campos de extermínio nazis deve fazer com que o Estado português assinale a circunstância, tal como os restantes países.

“Em todos os campos há pequenos monumentos de Estado aos seus nacionais que foram lá mortos e na contabilidade que já fizemos sobre portugueses há pelo menos uns 70 portugueses que morrem nos campos de concentração e nem se sabe que eles lá morreram e mesmo essa justiça memorial devia fazer-se”, sublinhou Fernando Rosas.

 PSP // ARA 
 Lusa/Fim

quinta-feira, 27 de março de 2014

Procuram-se histórias de refugiados

O realizador Nicholas Oulman procura histórias de refugiados judeus que passaram por Portugal durante a 2ª Guerra Mundial com o objectivo de os incluir num documentário que deverá estar pronto no próximo ano.

A equipa de pesquisa está neste momento a localizar refugiados e também portugueses que tenham histórias para contar.

O realizador Nicholas Oulman quer contar algumas das histórias dos milhares de refugiados que passaram por Portugal durante a 2ª Guerra Mundial. Também se procuram portugueses que tenham histórias para contar.

A preferência vai para testemunhos pessoais, mas quaisquer informações são bem-vindas.

Oulman, que conta com a produção da Ukbar Filmes, pretende recolher o maior número de relatos possível para poder transmitir a imagem do que aconteceu em Portugal durante o final dos anos 30 e princípios de 40.

Toda a colaboração é bem-vinda e agradece-se a partilha desta mensagem.

Caso tenha alguma história ou facto que possa ajudar na produção do documentário pode contactar o e-mail:

ww2.refugees.portugal@gmail.com

ou a

Ukbar Filmes
A/C Documentário Refugiados
Av.Duque de Loulé, 79 R/C Dto.A
1050-088 Lisboa
Portugal

Vamos ajudar a reconstruir a nossa história…

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 21 de março de 2014

O Postalinho...
A RAF cresceu desde a Batalha de Inglaterra


Há imagens que tão completas que as palavras são quase desnecessárias. É isso que acontece com este postal de propaganda inglês, de 1941, onde a RAF é a figura central.

Ao longo de toda a guerra, e mesmo de pois, o mito em redor da Royal Air Force foi sempre sendo reforçado e, de um certo ponto de vista, não era para menos: a primeira grande derrota sofrida pelos alemães aconteceu nos céus britânicos.

Obviamente foram muito mais que pilotos aqueles que bateram a Luftwaffe em 1940 pois por detrás de tudo encontrava-se uma estrutura complexa que incluía vários serviços civis e militares, mas isso é uma outra história.

A imagem dos jovens garbosos de uniforme azul passou para o exterior e foram eles os “poucos” que mereceram os louros da primeira vitória e, mais tarde, foram também dos primeiros a levar a guerra até à Alemanha.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Histórias sobre Portugal e a arte pilhada pelos nazis chegaram ao Brasil

Os artigos sobre o papel de Portugal no contexto da arte pilhada pelos nazis, publicados no blogue “Aterrem em Portugal!” em Fevereiro e Março já chegaram ao Brasil, através de um artigo no “Opera Mundi”, um dos maiores jornais on-line daquele país.


A jornalista Marana Borges, correspondente em Lisboa daquela publicação, pegou nos artigos e depois de uma conversa comigo e com a historiadora Irene Pimentel fez uma história com o tema.

É bom saber que vamos sendo lidos… cá dentro e lá fora.

Pode ler o artigo da jornalista Marana Borges AQUI.

Boas Leituras
Carlos Guerreiro

quarta-feira, 19 de março de 2014

Diplomatas portugueses na II Guerra

As acções dos Cônsules portugueses Veiga Simões, em 1939, Sousa Mendes, em 1940, e Teixeira Branquinho e Sampaio Garrido, em 1944, são o tema central de um seminário que reúne vários especialistas portugueses e estrangeiros em Coimbra na próxima sexta-feira.


Na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra vão encontrar-se especialistas como João Paulo Avelãs Nunes, Irene Pimentel, Cláudia Ninhos ou Avraham Milgram entre outros.

A forma como estes diplomatas tentaram salvar judeus e outros perseguidos políticos do nazismo é tema central deste seminário que começa pela manhã e se estende pela tarde.

Pode ver o programa completo desta iniciativa, cuja entrada é gratuita, na nossa AGENDA.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Quatro anos de "Aterrem em Portugal!"

Neste dia de Março, há quatro anos, o blogue “Aterrem em Portugal!” publicava o seu primeiro texto… A medo e sem saber muito bem que rumo percorrer ele foi crescendo.

No primeiro ano e meio exploraram-se caminhos e possibilidades… Definir o rumo levou tempo demais. Não aconselho ninguém a começar um blogue assim…



De forma lenta definiu-se rota e com ela surgiu também gente mais atenta, mais crítica, mais exigente…

O número de leitores foi crescendo e transformaram-se num incentivo para procurar novas histórias e temas mais interessantes…

Há poucos dias o “Aterrem em Portugal!” também ultrapassou as 100 mil visualizações…

Sei que alguns blogues, mesmo em Portugal, alcançam este número em poucos meses ou semanas, mas estou mais que satisfeito porque o importante são as pessoas por detrás destes números…

É gente que me lê de forma atenta, me envia mensagens de incentivo, me indica caminhos e, por vezes, também me corrige.

Por tudo isto o número de pessoas que me acompanha nesta caminhada chega-me. Não são poucos, nem muitos, mas os que fazem falta.

Sem eles o “Aterrem em Portugal!” seria certamente outra coisa muito diferente… Certamente quase nada.

Este aniversário é também muito vosso.

Um obrigado a todos e parabéns para nós.

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 12 de março de 2014

Exposição no Museu Militar quase pronta

A exposição que reúne fardas da 2ª Guerra Mundial e material bélico daquele período, pertencentes à colecção particular de António Fragoeiro e do Museu Militar de Lisboa está nas últimas fases da montagem, numa altura em quê se entrou em fase de contagem final para a inauguração.




A reunião do espólio resultou numa exposição bastante equilibrada que conta ainda com algum material inesperado que faz parte dos depósitos do Museu Militar, nomeadamente, algumas fotografias que Aliados e Eixo distribuíram à imprensa portuguesa durante os anos da guerra e também outro material de propaganda.

O “Aterrem em Portugal!” também dá uma modesta contribuição com alguns dos poatais humorísticos que têm surgido aqui na rubrica “O Postalinho”…

A inauguração é Quinta-feira, às 18.30 horas…

Até lá.

Carlos Guerreiro