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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O Postalinho...
O rendez-vous


Postal de propaganda britânico com a versão portuguesa de um cartoon do ilustrador britânico David Low, publicado no jornal "Evening Standard" de 20 de Setembro de 1939, poucos dias após a junção das tropas alemãs e russas na Polónia e onde se mostra o hipotético encontro entre os dois ditadores - Hitler e Estaline - sobre o cadáver do país que tinham acabado de dividir entre si. 

Ambos mantêm uma pose amistosa e cortês, mas o cumprimento entre os representantes de dois extremos políticos que não se toleravam espelha talvez o que sentiam na verdade:

- A escória da Humanidade, creio eu? – cumprimenta Hitler.

- O sangrento assassino do proletariado, não é verdade? – responde Estaline…

Passam agora 80 anos...

quinta-feira, 18 de julho de 2019

O Postalinho...
Nenhum inimigo poderá levar a guerra aérea ao interior da Alemanha


Postal de propaganda britânico lançado no segundo semestre de 1941, na tentativa de dar mostras que a Força Aérea Britânica (RAF) estava activa e a intervir no coração do território inimigo. Um ano antes lutavam pela sobrevivência na Batalha de Inglaterra e agora desferiam golpes dentro da Alemanha.

De facto os ataques aéreos até meio de 1942, quando a RAF passou a dispor de bombardeiros de grande porte, os ataques tinham uma eficácia militar duvidosa, apesar de terem impacto em termos morais.

No postal surgem como personagens as três figuras mais conhecidas do regime Nazi, nomeadamente, Goebels (de pé), Goering e Hitler. O primeiro foi Ministro da Propaganda e surge bastas vezes neste tipo de postais em situações semelhantes, fazendo intervenções que depois são contrariadas pelos ingleses.

Carlos Guerreiro


sexta-feira, 12 de maio de 2017

O Postalinho...
Churchill não pode ser bem sucedido na Síria


Postal de propaganda britânico de 1941 lançado possivelmente no segundo semestre de 1941 logo após a ocupação do Iraque e da Síria, entre Maio e Julho de 1941, com o objectivo de manter afastados do Egipto os aviões alemães.

Em Abril de 1941 registou-se uma mudança de poder no Iraque após um golpe de estado conduzido por um grupo nacionalista liderado por Rashid Ali que solicitou o apoio da Alemanha. Também se somavam a esta ameaça às fronteiras do Egipto as facilidades de aterragem concedidas pelos franceses de Vichy aos alemães na Síria e no Líbano.

Entre 2 e 31 de Maio os britânicos invadiram o Iraque e depuseram os nacionalistas, colocando no poder um governo fantoche. A presença constante de aviões alemães nos aeródromos sírios e o reforço das forças francesas no local preocuparam os ingleses que já estavam envolvidos em combates com as forças do Eixo no deserto ocidental. Para evitar que a ameaça crescesse invadiram o país e também o Líbano em Junho/ Julho durante Operação “Exporter”, derrotando as forças francesas e Vichy que defendiam aqueles territórios.

Não se tratou de uma vitória sobre os alemães, mas como se tratava de um país sobre protectorado de Vichy a vitória foi razão de festejos, numa altura em que não existiam muitas razões para festejos do lado da Commonwealth.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O Postalinho...
A balança da Vitória


Postal de propaganda britânico de 1942 ou data posterior que é, simultaneamente, uma mostra de força perante a Alemanha e uma denúncia contra o nazismo.

Este postal deverá integrar uma vasto conjunto de materiais elaborado pelo "Central Office of Information", um organismo que funcionou com agência de propaganda para as forças aliadas, produzindo filmes, postais, brochuras e outros materiais que era distribuídos por Inglaterra, colónias, e países de Commonwealth, ocupados ou neutrais.

Veja outros postais AQUI...

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O Postalinho...
Uma Fanfarronada Alemã


Postal de propaganda britânico possivelmente dos finais de 1941, numa altura em que os EUA ainda não estavam oficialmente em guerra, mas já forneciam material bélico ao Reino Unido e aos seus aliados.

Até ao ataque a Pearl Harbour, em Dezembro de 1941, os EUA não eram oficialmente beligerantes, mas forneciam toneladas de material tanto à Comonwealth como à União Soviética, todos envolvidos na guerra contra o Eixo Berlim-Roma.

Esta política de fornecimento de material - num sistema de leasing - teve no presidente Roosevelt o principal defensor e permitiu que a indústria americana - cedo baptizada como arsenal da democracia - se adaptasse ao ritmo de guerra permitindo uma rápida conversão quando os EUA foram mesmo obrigados a entrar em combate. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Postalinho...
A Alemanha é senhora dos mares


Postal de propaganda britânico de 1941 ou 1942 – altura em que ocuparam Tobruk – e que utiliza um grafismo simples para mostrar não só a resiliência frente aos alemães, mas também a extensão das operações militares naquela altura do conflito.

A vitória aérea na Batalha de Inglaterra em 1940 tinha dado aos britânicos uma confiança renovada, mas era na Marinha Real que residia a crença numa vitória desde 1939 e, para além dos submarinos, a presença de navios alemães no mar depressa se restringiu às zonas costeiras. 

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O Postalinho...
RAF contra a Luftwaffe



Postal de propaganda britânico que exalta a vitória aérea na Batalha de Inglaterra e aproveita para realçar a dimensão das capacidades da sua força aérea (RAF ou em português Real Força Aérea RFA) e a presença desta no mundo, nomeadamente, através da Commonwealth.

O Canadá, por exemplo, recebeu desde cedo os campos de treinos das tripulações aéreas das forças áreas que depois eram enviadas para o Reino Unido e para outros teatros de operações. Doutros pontos do mundo chegava uma imensidão de recursos que os alemães não tinham, e isso acontecia muito antes dos EUA entrarem no conflito.

Este postal integra uma longa lista de produtos propagandísticos – produzidos tanto pelos aliados como pelo eixo - onde eram estabelecidas comparações de diversos tipos.

Neste caso os britânicos tentam contrariar os alemães, que já antes da guerra davam grande destaque aos feitos do nazismo, mostrando as vantagens RAF. No fundo do postal Hitler e Goebbels – chefe do Ministério da Propaganda do Reich – discutem a forma de contrariar os “factos” apresentados pelos ingleses…

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 24 de junho de 2016

O Postalinho...
A aviação alemã esmagou as fábricas de aeroplanos britânicas



Postal de propaganda britânico, certamente de 1941, e onde os serviços ingleses aproveitam mais uma vez a vitória da sua aviação na Batalha de Inglaterra para promover a sua suposta prioridade perante o inimigo.

Este tipo de postal - utilizando figuras de fácil leitura numa altura em que grande número de pessoas era analfabeta ou pouco letrada – era usual tanto na propaganda dos Aliados como do Eixo e existem vários exemplos entre os nossos “Postalinhos…”.

A verdade é que, neste caso, não se trata apenas de propaganda pois foi verdade que, a partir da entrada de Churchill para a liderança do país a Inglaterra foi capaz, em pouco tempo, de aumentar de forma exponencial a produção industrial de produtos necessários para a guerra.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O Postalinho...
Nova Ordem Alemã, eu e só eu


Postal britânico com cartoon, não assinado, que retrata de forma simples uma mensagem que é recorrente na propaganda dos aliados: para os alemães a ordem era importante, mas com regras impostas por eles.

São vários os desenhos, textos e imagens de propaganda saídos dos gabinetes britânicos e americanos que repisam o tema da nova ordem, muito propalada pelos nazis, especialmente durante o processo de ascensão e consolidação do poder.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Postalinho...
Quanto nos pode dar por isto?


Postal de propaganda britânico assinado por David Low, publicado originalmente no jornal "Evening Standard" no dia 2 de Outubro 1939, e que faz referência ao pacto assinado entre nazis e soviéticos em Agosto do mesmo ano.

Pacto Molotov-Ribbentrop era no essencial um pacto de não-agressão, com uma cláusula secreta que previa a divisão da Polónia entre os dois estados, algo que só se viria a saber em Setembro do mesmo ano. A assinatura do documento permitiu também a Hitler o acesso às matérias-primas da vasta União Soviética.

Apesar de uma importante capacidade industrial a Alemanha carecia de muitas matérias-primas importantes para a indústria de guerra moderna. O volfrâmio – com o qual Portugal viria a lucrar muito nos anos seguintes - era apenas uma delas.

Este cartoon de Low satiriza não só esta relação de dependência dos alemães em relação a Estaline, como também o facto dos primeiros terem penhorado ideias essenciais do nazismo ao assinarem o acordo.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O Postalinho...
Qual é a Nova Ordem da Europa?


Cartoon de propaganda britânico publicado a 3 de Setembro de 1940 no Daily Mail, com uma legenda ligeiramente diferente do postal com a versão portuguesa. No cartoon original Hitler pergunta: “O que querem dizer com: quando irei criar uma Nova Ordem na Europa? Esta é a Nova Ordem”.

A Nova Ordem para a Europa foi anunciada por Hitler após a invasão de França no Verão de 1940. Tratava-se de uma nova visão social, económica e política do mundo que foi caricaturada por Leslie Illingworth neste desenho.

Illingworth foi um dos vários cartoonistas britânicos cujo trabalho ficou associado ao período da II Guerra Mundial tanto em jornais, como também no departamento de propaganda de guerra montado pelo Governo no princípio da guerra.

Curiosamente um dos seus cartoons, publicado num jornal em 1944, foi encontrado entre as ruínas da Chancelaria de Hitler em Berlim no final da guerra.

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O Postalinho...
Uma Fanfarronada Alemã


Cartoon britânico típico da propaganda da II Guerra Mundial, e que pretende utilizar a máquina alemã de propaganda contra si própria. A rádio e os jornais de parte a parte foram veículos privilegiados na divulgação das mensagens dos respectivos governos – e autoridades militares – sendo normal aproveitar as informações dadas pelo inimigo com o objectivo de a deturpar ou contradizer.

Neste caso, e muito antes de entrar oficialmente no conflito, era sabido que os EUA forneciam armamento e outros abastecimentos à Inglaterra através de um sistema de crédito que ficou conhecido como “Lend-Lease”. Este tipo de crédito seria depois estendido também à União Soviética.

Os alemães nunca esconderam o incómodo com a situação, mas começaram por minimizar os efeitos práticos dos fornecimentos americanos. Rapidamente, no entanto, foram confrontados com o surgimento de material americano em terra, no mar e no ar.

O efeito dos fornecimentos através do “Lend-Lease” teve ainda outras repercussões. Quando os EUA entraram na guerra em Dezembro de 1941, após o ataque a Pearl Harbour, a sua indústria já se encontrava em conversão com o objectivo de responder às necessidades da guerra. O fornecimento em grande escala, tanto à Inglaterra como à União Soviética, terá – segundo vários especialistas – encurtado a guerra em um ou dois anos, pois parte importante da indústria já estava a trabalhar nesse sentido.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O Postalinho...
Hitler, a sua melhor estaca


Postal de propaganda inglês possivelmente de 1941 ou 1942.

O cartoon tem um duplo sentido. Por um lado mostra a Itália como um apoio de Hitler, um aliado, mas por outro o país é representado como um membro artificial aliança, um membro rígido, pouco versátil, na verdade um empecilho. A legenda, por seu lado, não deixa dúvidas sobre a intenção do autor pois uma estaca é uma peça que, normalmente, serve para prender alguma coisa ou alguém.

Os italianos foram sempre olhados como os parentes "pobres" do eixo. A incompetência de alguns dos seus generais, a má qualidade dos equipamentos e as derrotas dos seus exércitos frente aos ingleses, obrigaram os alemães a empenhar recursos para os salvar em diversos teatros de operações.

Na Grécia, na Jugoslávia ou no Norte de África apenas a rápida intervenção dos alemães impediu a derrota das aspirações de Mussolini, que passou a depender cada vez mais das vontades de Hitler. O Fuhrer, por seu lado, teria agradecido não ser envolvido em algumas destas aventuras, para onde foi obrigado a desviar recursos que precisava urgentemente para garantir o sucesso da invasão da União Soviética.

A Itália era tanto um aliado como um estorvo...

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O Postalinho...
Estados Unidos da Europa, por Hitler


Postal de propaganda de origem britânica com a imagem de uma Europa unida, escravizada pelo poder militar do nazismo.

A retórica de Hitler utilizou de forma constante a imagem de que ele e o povo alemão representavam a Europa na luta contra o comunismo e a influência judaica. Esta imagem de união teve como espelho as próprias SS que incorporaram milhares de não alemães nas suas fileiras ao longo de toda a guerra.

Para os britânicos e aliados, mais do que uma união entre povos, assistia-se a uma subjugação destes pelos nazis, e essa imagem que deixaram neste cartoon/postal .

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O Postalinho...
O Glorioso ditador da Itália vai a passeio


O ditador italiano, Benito Mussolini, foi ao longo da guerra um dos principais alvos do sarcasmo dos cartoonistas e propagandistas dos aliados. A invasão tardia da França, quando os alemães já eram donos do país, os desaires da frota no mediterrâneo e do exército, na Grécia e no Norte de África, obrigando à intervenção do aliado alemão, tornaram-no numa personagem apetecida sendo muitas vezes desenhado como um falhado ou um subordinado menor de Hitler, situação em que surge representado neste postal . 

O autor foi líder de um grupo de propagandistas especializado do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico. KEM eram as iniciais de Kimon Evan Marengo, um britânico nascido no Egipto, sobre o qual já falámos quando apresentámos um outro cartoon.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 26 de março de 2015

O Postalinho...
O progresso do Homem


Postal britânico de propaganda de data desconhecida, mas que deve ter sido desenhado no princípio da batalha de Inglaterra, quando os aviões alemães iniciaram os bombardeamentos das cidades.

Hermann Goering foi um dos dirigentes nazis mais caricaturados ao longo do conflito, desenhado a maior parte das vezes como uma personagem boçal. Neste caso é identificado com um homem-macaco, um exemplo de retrocesso na evolução humana.

O autor, Clive Uptton, trabalhou em várias revistas como cartoonista políticos e durante os anos da guerra colaborou em diversas publicações e para o Ministério da Informação britânico, responsável pelas campanhas de propaganda no país e no estrangeiro.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Postalinho...
Já cá temos a Nova Ordem


Postal de propaganda britânico desenhado por John Groth (1908-1988), um cartoonista e ilustrador americano, que elaborou diversas imagens publicações e também para a máquina de propaganda dos aliados.

O seu trabalho durante a II Guerra Mundial inclui ilustrações feitas entre forças combatentes pois esteve presente em zonas de combate. O mesmo aconteceria mais tarde nas guerras da Coreia e do Vietname.

Neste cartoon o artista compara as acções do regime Nazi à selvajaria de algumas tribos africanas. Representadas surgem formas de tortura, morte e também campos de concentração.

A Nova Ordem parecia, afinal, nada ter de novo…

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Postalinho...
Napoleão: Até aqui também cheguei, Adolfo

Postal de propaganda britânico, provavelmente de 1942, onde o fantasma de Napoleão surge ao lado de Hitler, dando a entender que as conquistas do líder alemão estão longe de serem execpcionais, até porque ele próprio havia chegado bastante longe quando invadiu a Rússia.

De facto o general francês conseguiu entrar em Moscovo, antes de ser obrigado a abandonar o país devido à inexistência de abastecimentos que assegurassem a sobrevivência do exército durante o Inverno. Hitler ficou a cerca de 50 quilómetros da capital da União Soviética.

Carlos Guerreiro 

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O Postalinho...
Aquele safado do Chamberlain


O cartoon impresso neste postal de propaganda britânico foi originalmente publicado em 11 de Janeiro de 1940, no jornal "Evening Standart", num momento em que se vivia a chamada "Drôle de Guerre", ou guerra sentada, com a França e a Inglaterra esperavam pelo ataque alemão.

Durante este período a Finlândia, que se declarara neutral, estava sob ataque da União Soviética - aliada da Alemanha - e sabia-se que existiam importantes movimentações de tropas germânicas junto das fronteiras belga e holandesa, apesar de tanto um com outro se terem declarados no conflito que se desenrolava.

Curiosamente, no dia 10 de Janeiro, tinha-se despenhado um avião em território francês com dois oficiais alemães que transportavam planos de invasão da França, que incluíam a conquista da Bélgica, delineados pelo Estado Maior da Wehrmacht. O cartoon seria republicado em 1941 numa colectânea de David Low, um dos grandes nomes do desenho britânico.

Em 1940 Chamberlain era ainda primeiro-ministro do Reino Unido.

Na obra, chamada "A Europa em Guerra" o desenho vinha acompanhado de um texto legenda:

"Depois de a Finlândia, a posição dos pequenos neutros tinha-se tornado cada vez mais perigosa. Temiam a colaborar na segurança mútua para não comprometerem a sua própria neutralidade. A Bélgica, em particular, tinha, de forma rígida, evitado qualquer situação que pudessem causar problemas. No entanto chegavam inquietantes relatórios sobre a actividade alemã junto das fronteiras belga e holandesa. Hitler pensou que a sua neutralidade não era suficientemente pró-nazista . Como bons neutros eles deveriam lutar contra o bloqueio britânico . Ele suspeita de uma conspiração de Chamberlain ."

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O Postalinho...
Pena de Morte para quem ouvir a BBC


Postal britânico de propaganda que salienta as medidas de censura adoptadas pelo regime Nazi, com o objectivo de tentar evitar que estes ouvissem a propaganda emitida pela BBC.

A guerra da propaganda contou com a aparição do rádio, uma novíssima e versátil tecnologia, que permitia atravessar fronteiras de forma impune e chegar à casa dos inimigos.

Tanto os aliados como o eixo tiveram emissões de propaganda com o objectivo de passar mensagens ao inimigo. O lado britânico contou nas fileiras da BBC com refugiados alemães, judeus ou antinazis, enquanto do lado alemão havia britânicos que acreditavam na mensagem do nazismo. Entre estes últimos destacou-se Lord Haw-Haw, aliás William Joyce, um britânico que seria capturado no final da guerra e julgado como traidor.Foi enforcado...

Portugal também foi alvo desta guerra de frequências. Alemães e Italianos de um lado, britânicos e americanos do outro, emitiam boletins noticiosos, programas culturais e musicais em diversos horários.

Também por aqui de tentou limitar o impacto das mensagens emitidas pelos estrangeiros. Não houve uma proibição de ouvir as emissões, e estas eram amplamente publicitadas em jornais e revistas, mas tentou-se impedir que as audições se transformassem em eventos sociais.

A BBC, A Voz da América, a Rádio Berlim ou o Centro Rádio Imperiale entraram pelas casas dos portugueses adentro, mas deviam ser ouvidas na intimidade com legislação a proibir a audição em sessões públicas ou grupos alargados. Obviamente muitos portugueses – incluindo certas forças locais - fizeram vista grossa à legislação obrigando as autoridades a intervir e em certos casos, a apreender os aparelhos.

Carlos Guerreiro