O Postalinho... Quanto nos pode dar por isto?

Postal de propaganda britânico assinado por David Low, publicado originalmente no jornal "Evening Standard" no dia 2 de Outubro 1939, e que faz referência ao pacto assinado entre nazis e soviéticos em Agosto do mesmo ano.

Pacto Molotov-Ribbentrop era no essencial um pacto de não-agressão, com uma cláusula secreta que previa a divisão da Polónia entre os dois estados, algo que só se viria a saber em Setembro do mesmo ano. A assinatura do documento permitiu também a Hitler o acesso às matérias-primas da vasta União Soviética.

Apesar de uma importante capacidade industrial a Alemanha carecia de muitas matérias-primas importantes para a indústria de guerra moderna. O volfrâmio – com o qual Portugal viria a lucrar muito nos anos seguintes - era apenas uma delas.

Este cartoon de Low satiriza não só esta relação de dependência dos alemães em relação a Estaline, como também o facto dos primeiros terem penhorado ideias essenciais do nazismo ao assinarem o acordo.

Carlos Guerreiro

70 anos da morte de Hitler em Berlim

Com a guerra a chegar ao fim Adolfo Hitler terá dado veneno a Eva Braun, sua amante de longa data recém-desposada, e ao seu cão. Depois sentou-se no sofá e deu um tiro na cabeça. O Fuhrer, que queria conduzir a Alemanha ao seu Terceiro Império, morria deixando um rastro de milhões de mortos e um país arrasado, mas a guerra continuaria durante mais alguns dias.

Os corpos terão sido cremados no exterior do bunker ocupado pela liderança nazi e os restos enterrados e escondidos.

Estávamos a 30 de Abril de 1945 e Berlim, já muito arruinada, cedia finalmente perante o avanço soviético. Velhos, novos e crianças ensaiavam uma última – e inútil – resistência. Noutros pontos da Alemanha a oposição aos aliados não era muito melhor.

A notícia da morte do líder alemão só chegaria ao resto do mundo no dia 2 de Maio, e de forma pouco clara. A Portugal foi também nesse dia que se tornou pública a morte do ditador alemão. Nesse mesmo dia António Oliveira Salazar ordenou que se colocassem as bandeiras a meia haste, uma decisão que daria aso a intermináveis críticas por parte dos aliados – um tema que iremos desenvolver por aqui no “Aterrem em Portugal!” durante a próxima semana.

Até lá...

“Mein Kampf” na Biblioteca de Oeiras

O livro “Mein Kampf” ( A Minha Luta), de Adolf Hitler, será tema de conversa, esta noite, na Biblioteca Municipal de Oeiras, em mais uma sessão de “livros proibidos”, que terá como moderador Ricardo Costa e como convidada Esther Mucznic.

A sessão está marcada para as 21.30 horas, no auditório da biblioteca. O primeiro volume deste livro foi escrito na prisão e editado em 1925, o segundo foi publicado no ano seguinte, já Hitler tinha sido libertado. Constitui o retrato de um dos homens mais poderosos de sempre e um guião ideológico perturbador, que continua a alimentar o neonazismo, entre outros movimentos.

Nas últimas sete décadas sobre o fim da II Guerra Mundial, o “Mein Kampf” foi proibido na Alemanha. Este ano fazem 70 anos da morte de Hitler e os direitos de autor - até agora na posse da Biblioteca Pública do Estado da Baviera, em Munique - vão cair no domínio público, uma situação que está a causar grande controvérsia por todo o mundo.

Para Dezembro está prevista a publicação de uma edição crítica com 2 000 páginas da responsabilidade do Instituto de História Contemporânea da Alemanha.