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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Para a Madeira, em nome do Rei

Em 1940 a Madeira foi “invadida” por cerca de 2000 gibraltinos que ocuparam a quase totalidade dos hotéis e pensões da ilha durante mais de cinco anos…

Gibraltar foi transformada em base militar e evacuada de todo o pessoal não essencial, por causa da guerra.

Cerca de 14 mil civis receberam ordem de despejo de suas casas e tomaram diversos rumos para, à guarda do Governo Britânico, esperarem pelo fim do conflito.

Os protagonistas da reportagem. 
Louis Pereira em Gibraltar e na Madeira, com amigos, no momento em que todos se alistavam no exército britânico em 1944. Louis, encontra-se atrás, à direita.
Muriel Lima, na Madeira e em Gibraltar. Na fotografia mais antiga é a criança que se encontra à frente.

 A maior parte seguiu para Inglaterra, alguns para a Jamaica e outros para a Madeira…

A Antena1 recorda amanhã esses acontecimentos e acompanha a memória de Louis Pereira e Muriel Lima, dois gibraltinos que integraram estes “refugiados” que passaram uma guerra em “ambiente de férias”…

Recorte de um jornal madeirense, pouco tempo depois da chegada dos Gibraltinos.

Trata-se, nesta fase da minha vida, da última reportagem que preparei para a Antena 1.

O trabalho, que se chama “Para a Madeira em nome do Rei” passa no programa “Este Sábado”, da jornalista Rosário Lira, que passa em antena entre as 12 e as 13 horas.

Pode ligar-se à Antena 1 AQUI.

Bom fim-de-semana
Carlos Guerreiro

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Divisão Azul na Antena 1

Cerca de centena e meia de portugueses integraram a Divisão Azul.

Os números finais ainda estão a ser apurados pelo investigador da Universidade Nova de Lisboa, Ricardo Silva, que mergulhou nos arquivos da Divisão para conhecer quem eram e o que levou estes portugueses a combater o comunismo na frente russa.

Ficam seis minutos de uma conversa com o investigador que passou esta manhã na Antena1. Para ler mais sobre a presença de portugueses na Divisão Azul clique AQUI.

Carlos Guerreiro

terça-feira, 27 de novembro de 2012

70 anos de “Casablanca“

Chama-se Casablanca, mas é Lisboa que aparece como destino e é com a rota para a capital portuguesa que o filme começa e termina. Trata-se de uma das mais míticas fitas de Hollywood, mas foi um sucesso inesperado. Começou logo por ter uma estreia apressada porque a ficção foi ultrapassada pela realidade.


A fita só deveria chegar aos cinemas na primavera de 1943, mas nos princípios de Novembro de 1942 a verdadeira Casablanca era invadida por tropas americanas.

Para aproveitar a publicidade gerada por este primeiro grande desembarque americano num teatro de operações próximo da Europa, a edição do filme foi acelerada e Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e Paul Henreid surgiram juntos no écran na noite de 26 de Novembro de 1942…

Para a generalidade das salas a fita só seria distribuída em Janeiro e não seria sequer um dos principais êxitos de bilheteira desse ano. Só que aos poucos o filme afirmou-se e na noite dos Óscares levaria para casa três estatuetas.

A Portugal a realização de Michael Curtiss só chegaria após o final da guerra. O Politeama anunciou a estreia exclusiva no dia 17 de Maio de 1945, mais de uma semana depois da assinatura da rendição Nazi…

Um dos anúncios da estreia de Casablanca em Portugal.
(Diário de Lisboa Online - Fundação Mário Soares)

Diz-se que por causa da censura os jornalistas nacionais escreviam a verdade nas entrelinhas. Olhando para a crítica que saiu no Diário de Lisboa no dia seguinte, fico com duvidas se o quadro descrito pelo jornalista não é aquele que ele conheceu na Lisboa dos anos da guerra… sem nunca o poder escrever.

Crítica ao filme ou um retrato de Portugal. Artigo publicado no "Diário de Lisboa" a 18 de Maio de 1945.
 (Diário de Lisboa Online - Fundação Mário Soares)

E numa altura em que muitos oposicionistas alimentavam a esperança de que as potências aliadas derrubassem também os fascismos Ibéricos, o autor deste texto parece também descrever o ambiente policial que se vivia pelo país, deixando, de forma quase fugaz, um apelo à liberdade quando salienta a forma como o publico aplaudiu “freneticamente” a cena em que é cantada a Marselhesa.

Deixo a abertura e o final desta fita… fica também uma das mais conhecidas tiradas do cinema dita por uma das maiores divas que passaram pelos écrans.

Também eu digo – obviamente, sem a mesma classe de Ingrid Bergman – “Play it, Sam”…

Cena de abertura do filme onde se desenha a rota percorrida pelos refugiados do centro da França até Lisboa. Na realidade a maioria dos que passaram por Portugal utilizaram uma rota mais directa, através de Espanha.

A mais conhecida tirada do filme "Play it again, Sam", nunca existiu. Ingrid Bergman nunca diz essa frase, mas a verdade é que ela se identifica automaticamente com o filme.


O avião parte para Lisboa e Bogart fica para trás e mata um oficial alemão. O comandante da policia francêsa, um oportunista  ao longo de todo do filme, fecha os olhos. É o princípio de uma bela amizade...

Carlos Guerreiro

domingo, 25 de novembro de 2012

Fugitivos de Franco passaram por Lisboa


O diário espanhol “El País” consultou os arquivos da Embaixada Mexicana em Lisboa no período que se seguiu à 2ª Guerra Mundial e descobriu documentação relacionada com pelo menos meio milhar de refugiados espanhóis que escaparam através de Portugal para o México, com o apoio das autoridades daquele país.

Tratam-se de homens e mulheres que tinham lutado do lado republicano durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Gilberto Bosques, Embaixador do México em Lisboa
Muitos tinham sido presos após ou durante o conflito, foram condenados à morte e depois indultados, mas com pesadas penas de prisão para cumprir.

Na perspectiva de cumprirem 20 ou 30 anos de cárcere tinham decidido fugir e o México a oferecia solidariedade a estes combatentes da democracia.

Outros tinham recebido indultos totais mas continuaram alvo de perseguições por parte de vizinhos, exército ou policia.

O apertar do cerco e o crescendo de ameaças também os fez fugir para Portugal.

Os interrogatórios são quase na totalidade na primeira pessoa e contam casos de resistência, tortura, dor e medo.

Para sobreviverem uns fizeram passar-se por loucos, outros viveram escondidos durante anos e há também quem tenha integrado grupos de guerrilheiros que continuaram a combater Franco até bastante depois do fim da guerra civil.

Os casos consultados referem-se aos anos entre 1946 e 1948.

No centro desta actividade estão Gilberto Bosques, o Embaixador do México em Lisboa, e o Unitarian Service Comitte, uma organização americana de apoio a refugiados que se tinha instalado em Lisboa durante a II Guerra Mundial.

Gilberto Bosques é uma personalidade bem conhecida no México pelo seu apoio aos refugiados da guerra civil espanhola, mas também a outros que durante os anos da Guerra Mundial procuravam uma fuga aos fascismos que controlavam vários países europeus.

No México foi construído há poucos anos um museu em sua memória (ver AQUI).

O papel do Unitarian  Service Comitte no nosso país durante estes anos está ainda por escrever.

Sabe-se que ajudaram muitos refugiados respublicanos - existem relatórios da PVDE sobre a sua actividade - e também recolheram e ajudaram muitas pessoas que escapavam de Hitler.

Nas Caldas da Rainha geriram uma quinta por onde também passaram aviadores internados no nosso país.

O artigo do El País refere ainda as dificuldades que estes republicanos enfrentavam quando entravam em Portugal.

O governo de Salazar tinha grande proximidade com o de Franco e os refugiados capturados eram devolvidos às autoridades do outro lado da fronteira.

O artigo completo do “EL País”, onde pode encontrar ligações para informações complementares e cópias de alguns dos documentos, pode ser lido AQUI.

Um artigo em português sobre o mesmo tema pode ser encontrado AQUI.

Boas leituras
Carlos Guerreiro

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aeroporto de Santa Maria em documentário

A notícia é do jornal “Açoriano Oriental” e refere a apresentação, em antestreia de um documentário sobre o Aeroporto de Santa Maria que, recorde-se, foi construído pelos americanos durante a II Guerra Mundial…


Fica o essencial da Notícia.

Ante-estreia do documentário "Santa Maria Connection" 

Decorre este sábado, pelas 21h30, a antestreia do documentário "Santa Maria Connection" no Auditório da Biblioteca Municipal de Vila do Porto.

Este documentário de 55 minutos, produzido pela Horizonte Filmes e realizado por Eberhard Schedl, conta a história do passado recente do Aeroporto de Santa Maria, relatando o acordo celebrado entre Portugal e os Estados Unidos da América para a construção de um aeroporto nesta ilha dos Açores.

Recorde-se que, durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos persuadiram Salazar a conceder-lhes facilidades em Santa Maria.

As longas e difíceis negociações entre os EUA e Portugal levaram ao acordo celebrado entre os dois países, acabando por culminar na construção do aeroporto e na vinda dos militares norte-americanos para a ilha, onde instalaram eletricidade, infraestruturas e, como é referido na sinopse, oportunidades. (…)

Para ler o resto da notícia clique AQUI...

Bom fim de semana

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Livros...
Na Rota do Yankee Clipper

“Na Rota do Yankee Clipper" é uma obra de ficção baseada em factos reais onde o autor, José Correia Guedes, coloca no centro da acção um oficial português da Aviação Naval e um acidente aéreo, com um Clipper da PanAm, que chocou Lisboa em Fevereiro de 1943.

Os elegantes Clipper’s asseguraram as primeiras ligações aéreas regulares entre os vários continentes.

Em plena 2ª Guerra Mundial atracavam em Cabo Ruivo, no Tejo, dezenas de hidroaviões e entre eles os aparelhos da Pan Am que eram olhados como o símbolo máximo da elegância e do conforto. 

Um desses aviões – chamado "Yankee Clipper" – despenhou-se no Tejo durante a aterragem causando ferimentos e a morte a vários passageiros (ver AQUI).

O aparelho transportava, entre outras personalidades, jornalistas e artistas que vinham com o objectivo de actuar para as forças americanas deslocadas na Europa.


A notícia do desastre correu mundo até porque entre os artistas estava Jane Froman, uma das poucas personalidades que tem três estrelas no passeio da fama, uma pelo seu trabalho na rádio, outra como cantora e ainda uma última como actriz.

José Correia Guedes introduz entre os passageiros do Clipper um fictício oficial português e a história parte daí.

Ele próprio é um piloto apaixonado pelos Clippers e mantém um blogue (ver AQUI) onde reuniu muita informação sobre os aviões e as suas operações.

Tem também uma interminável colecção de fotografias destes aparelhos em Lisboa e nos Açores…

O lançamento do livro está marcado para o dia 5 de Dezembro, às 18 horas, no Museu da Marinha. O preço no lançamento é de 10 Euros, depois poderá encontrá-lo na Fnac por 14.

Bons voos nesta história de ficção
Carlos Guerreiro 
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Livros...
Lisboa - Uma Cidade em Tempo de Guerra

A Casa da Moeda lançou no dia 4 de Outubro o livro “Lisboa - Uma Cidade em Tempo de Guerra” de Margarida Magalhães Ramalho, uma obra que pode ser adquirida em Português, Espanhol e Inglês por cerca de 25 Euros.


Fica a sinopse oficial deste trabalho:

Lisboa. Uma Cidade em Tempo de Guerra: histórias verídicas sobre o impacto da Segunda Guerra Mundial

A Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) lançou, no dia 4 de outubro, a obra Lisboa. Uma Cidade em Tempo de Guerra, da historiadora Margarida de Magalhães Ramalho. Este é um livro de histórias verídicas sobre um período ímpar da história em Lisboa, a Segunda Guerra Mundial.

Em Lisboa. Uma Cidade em Tempo de Guerra, a autora aborda temas como os refugiados, as alterações que a presença destes provocou na capital lisboeta, as guerras da propaganda e as teias tecidas pela espionagem internacional.

Portugal desempenhou um papel importante nesta época, por se ter mantido neutro durante todo o conflito, recebendo milhares de refugiados, e Lisboa foi um dos raros portos livres da Europa. Por aqui passaram, em trânsito para os Estados Unidos, casas reais no exílio, membros do governo de países ocupados, militares, artistas famosos, cientistas e muitos intelectuais.

Esta circunstância extraordinária conferiu à capital portuguesa uma atividade a que os lisboetas não estavam acostumados, exercendo influência sobre a vida da cidade e alterando as vivências e o ambiente de uma Lisboa pacata, que quase se torna num cenário cinematográfico — a Lisboa dos espiões e dos refugiados de guerra.

“Este livro não é um livro de História, mas sim de histórias”, refere Margarida de Magalhães Ramalho. Lisboa. Uma Cidade em Tempo de Guerra é uma obra que transporta o leitor para a Lisboa do final da década de trinta e início da década de quarenta do século passado, através de testemunhos, muitas vezes na primeira pessoa, dos refugiados que procuraram Portugal como o último reduto europeu para quem já não encontrava segurança numa Europa em guerra.

Escrito como se fosse um roteiro, com cinco capítulos independentes que podem ser lidos ao sabor da vontade de cada um, os temas abordados apoiam-se em documentação de arquivo, registos de imprensa, citações bibliográficas e alguns testemunhos pessoais.

A pensar nos leitores que gostam de partir à descoberta da cidade, o livro é acompanhado de um guia desdobrável, típico dos anos de 1940, onde, num mapa da cidade, estão assinalados alguns percursos relacionados com o tema da obra.

Boas viagens pela Lisboa de outros tempos
Carlos Guerreiro 
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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Aljezur no dia da memória

Elementos da comunidade alemã e da população de Aljezur reuniram-se no último domingo no cemitério, junto das campas de sete aviadores da Luftwaffe, mortos em 1943 (ver AQUI) na sequência das cerimónias do Dia da Memória.

Presentes estiveram também autoridades locais e elementos da Associação de Defesa do Património Histórico de Aljezur (ADPAHA), que tem procurado manter vida a história do período da II Guerra Mundial naquele concelho, tendo inclusive recolhido vários destroços do avião no local onde se despenhou e patrocinado um livro onde se conta a história do combate (ver AQUI).

Durante a cerimónia, que contou ainda com a presença de militares alemães em representação a embaixada, actuou o Coro Internacional de Aljezur e foi depositada um coroa de flores junto de uma das campas.

O Dia da Memória realiza-se desde 1952 e a comunidade alemã recorda os milhões de soldados caídos durante as duas guerras mundiais, mas também outras vítimas da guerra e da violência.



As campas dos sete aviadores alemães abatidos em 1943 num combate aéreo ao largo de Aljezur. 
(Foto ADPHA)



O Coro Internacional de Aljezur actua durante as cerimónias. 
(Foto ADPHA)



O tenente-coronel Kai Samulovitz discursa em representação das autoridades alemãs. 
(Foto ADPHA)


Colocação de uma coroa de flores nas campas dos aviadores alemães. 
(Foto ADPHA)



A coroa de flores colocada pela comunidade e pelas autoridades alemãs. 
(Foto ADPHA)

Livros...
U-Boats nos mares dos Açores

O livro “U-Boats nos mares dos Açores”, de Manuel Paulino Costa, foi apresentado no dia 27 de Setembro na presença de Wolfgang Pohl um dos oficiais do submarino alemão U-581, afundado perto da ilha do Pico, no dia 2 de Fevereiro de 1942, e um dos protagonistas desta obra.

Trata-se de um trabalho que aborda a história da luta dos aliados com os submarinos alemães ao largo daquele arquipélago português e destaca dois casos, nomeadamente, o que levou ao afundamento do U-581 pelo HMS Westcott e o combate entre o U-402 e uma outra unidade britânica.

Wolfgang Pohl foi um dos 41 alemães aprisionados pelo navio inglês após o afundamento do U-581, mas esta história é um pouco mais rocambolesca pois o segundo oficial – o tenente Sitek - conseguiu nadar até ao Pico e regressaria à Alemanha, sobrevivendo à guerra como comandante de submarinos.

Quatro tripulantes perderam a vida quando o submarino se afundou atingido por cargas de profundidade.

Do texto lido durante a apresentação do trabalho ficam alguns excertos onde se refere o conteúdo da obra:

“ (…) Manuel Paulino Costa introduz-nos, neste seu livro - “U-Boats nos Mares dos Açores - Batalha do Atlântico (1939-1945)” - em um dos aspetos dolorosos do segundo grande conflito, especificamente na luta pelo controlo dos mares perpetrada pelas flotilhas de submarinos alemães (…)


Wolfgang Pohl ao lado de Manuel Paulino Costa enquanto este assina livros. 
(Foto Maneul Paulino Costa)

O “Empire Garden”, navio tanque inglês, reabasteceu cerca de 2.000 navios de guerra e de transporte que, sulcando o Atlântico desde as Américas, participaram na luta pela vitória.

A esta unidade, construída em Kiel no ano de 1919, foi atribuído o nome de “Gedania”, de 8.922 toneladas, foi utilizada, pelos nazis, no apoio de vasos de guerra no Atlântico, transportando combustíveis e torpedos.

Capturado pelo HMS “Marsdale” a 4 de Junho de 1941, próximo da Islândia e rebatizado de “Empire Garden”, aportou à Horta a 8 de Outubro de 1943, iniciando, de imediato, a sua ação de reabastecedor acolhendo, no espaço de 30 minutos, a bombordo e a estibordo, três contratorpedeiros e um patrulha ingleses.

De entre os demais vasos de grande porte que na Horta se basearam para ações de vigilância, destaca-se o cruzador “Glasgow”.

Os U-Boats, fustigando os nossos mares, atacaram, afundaram ou danificaram inúmeros navios, como descreve, pormenorizadamente, o autor, ou foram rechaçados - U402 (canal Pico/S. Jorge), ou afundados, como foi o caso do “U-581”, junto à costa da Candelária do Pico (2 de Fevereiro de 1942). Estas batalhas, resultantes de anterior torpedeamento do “Llangibby Castle”, constituem-se no fulcro de todo o livro.

De terra, os submarinos receberam até à instalação da base, apoio informativo, através de comunicações na rádio ou por sinais luminosos (caso dos moinhos da Lomba/ Espalamaca) e obtiveram, ainda, apoio em mantimentos, contratualizados com pescadores e acolhidos pela calada da noite. (…)”


Trata-se de uma edição reduzida e foram impressos apenas 300 exemplares. O preço é de 12.50 Euros e pode ser adquirido directamente na livraria “O Telegrapho” , na Rua Conselheiro Medeiros nº30, na Horta, ou através do e-mail: telegrapho@hotmail.com . O contacto telefónico é 292 292 245.

A aquisição pode ainda ser feita na CULTURPICO EEM, Rua do Castelo, nas Lajes do Pico, que tem o telefone 292 679 331.

Boas Leituras
Carlos Guerreiro 
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dia da memória em Aljezur

O piloto Karl-Gunther Nicolaus (foto ADPHA)

O cemitério de Aljezur, onde se encontram sepultados sete aviadores alemães que morreram durante a II Guerra Mundial, recebe este fim-de-semana a comunidade e as autoridades daquele país no âmbito das cerimónias do Dia da Memória, que os alemães realizam todos os anos, por todo o mundo, a meio de Novembro.

O Volkstrauertag, criado em 1952, pretende lembrar os soldados caídos nas várias guerras, mas também as vítimas da violência.

Em Aljezur a realização desta cerimónia já faz parte das tradições do concelho. Há muitos anos elementos da Força Aérea Alemã (então baseados em Beja) deslocavam-se neste dia ao cemitério para colocar flores.

Após a saída desta força foi a comunidade alemã da zona, em colaboração com a Embaixada, que assumiu a organização das cerimónias deste dia.

A cerimónia junto das campas terá lugar por volta das 11 horas de domingo e contará também com a presença das autoridades portuguesas.

Os sete aviadores morreram na sequência de um combate aéreo com aparelhos britânicos baseados em Gibraltar.

Integrado numa esquadrilha de quatro aviões FW200 Condor, os alemães estavam a realizar uma patrulha de combate junto da nossa costa, quando foram surpreendidos pela presença de caças bombardeiros ingleses.

Os britânicos tentaram vários ataques, mas a formação cerrada dos alemães, impediu que qualquer dos Condores sofresse estragos de maior. Um dos “caçadores” virou, no entanto, para terra e aproveitando o relevo conseguiu aproximar-se de um dos extremos do grupo alemão, que nesta altura já tinha virado para norte, depois de terem descido a costa portuguesa, pelo menos desde Sines.

Condecoração alemã dada a um morador de Aljezur (Foto ADAPHA)

Os disparos atingiram o quadrimotor do sargento-aviador Karl-Gunther Nicolaus incendiando pelo menos um dos quatro motores.

O aparelho foi visto a perder altitude e a dirigir-se para terra, mas não conseguiu realizar a aterragem de emergência e esmagou-se contra uma zona de Arriba que dá para o mar.

Uma das asas ficou suspensa no topo da ravina e o resto desfez-se numa praia algumas dezenas de metros mais abaixo.

Os sete tripulantes morreram e foram sepultados em Aljezur, numa cerimónia que contou com a presença das autoridades portuguesas e alemãs (para saber mais clique AQUI).

A Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur (ADPHA) tem estado a recolher tudo o que pode sobre este aparelho, sobre a sua história e sobre os homens que morreram.

Livro "A Batalha de Aljezur"
Existe uma pequena vitrine-museu com alguns objectos que foram recolhidos junto ao local do acidente.

Têm ainda diversa documentação relacionada com o caso e até uma das condecorações que o Governo Alemão atribuiu a alguns residentes pelos esforços realizados na tentativa de salvar os tripulantes.


Há alguns anos publicaram também um pequeno livro que conta com vários testemunhos sobre o que aconteceu na Batalha de Aljezur e que pode adquirir directamente na ADPHA por 7.50 Euros mais os portes de envio (ver AQUI).

Se for a Aljezur vale a pena dar uma volta pela sede da Associação e fazer umas perguntas (Pode encontrar a ligação para o seu site AQUI).

Estes não são, no entanto, os únicos aviadores alemães sepultados  no nosso país.

Também na Amareleja, no Alentejo, os habitantes foram supreendidos por uma forte explosão que desfez, no ar, um outro Condor em Junho de 1941 (ver AQUI).

Terá sido atingido durante o combate com um comboio marítimo aliado ao largo do Algarve. Provavelmente queria chegar a Espanha, mas a avaria acabou por ser fatal, e os seis tripulantes ficaram sepultados naquela localidade.

Bom dia da memória
Carlos Guerreiro 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Soldados Portugueses na Divisão Azul

Pelo menos 147 portugueses vestiram a farda da Divisão Azul, a unidade de voluntários constituída em Espanha, para combater ao lado dos alemães na frente russa entre 1941 e 1944.




Jaime Graça, um dos divisionários portugueses, deu uma entrevista ao Jornal "Independente" em 1992, e contou a sua história enquanto combatente na Guerra Civil Espanhola e da Divisão Azul.









As informações foram avançadas durante a Conferência Portugal e o Holocausto, por Ricardo Silva, investigador da Universidade Nova de Lisboa, que tem estado a consultar os cerca de 47 mil processos individuais de divisionários e outra documentação nos arquivos em Alcalá de Henares, nos arredores de Madrid onde se encontra a maior parte da documentação referente à Divisão Azul, assim como no Centro de Documentação para a Memória História, em Salamanca, e registos em Portugal.

Pelo menos meia centena destes homens fizeram parte do primeiro contingente que partiu de Madrid e que entrou em combate na frente oriental no Outono/Inverno de 1941.

No final do conflito cerca de uma vintena de portugueses tinha perdido a vida a lutar pela divisão e dois tinham sido feitos prisioneiros pelos russos. Destes apenas um regressaria a Espanha em 1954, quando pouco mais de 200 sobreviventes dos cerca de 500 prisioneiros espanhóis foram repatriados.

A Divisão Azul foi formada pelo ditador Francisco Franco após a Guerra Civil Espanhola e pelas suas fileiras passaram cerca 47 mil voluntários, entre os quais 500 estrangeiros.

Os portugueses são o grosso deste último número esclareceu Ricardo Silva que pretende publicar os resultados da sua investigação em 2013, num livro que deverá trazer as biografias de cada um dos combatentes portugueses.

Os alemãos não tinham uma impressão muito positiva destes homens. Eram olhados como mulherengos incorrigiveis e uma espécie de horda indisciplinda sempre envolvida em roubos de galinhas e comida.

Mas depressa os divisionários foram obrigados a provar o seu valor na União Soviética, combatento nomeadamente, em Leninegrado. No final da guerra a Divisão Azul tinha sofrido cerca de 5000 baixas.

"Cerca de dois terços dos portugueses alistados na Divisão Azul já tinham combatido ao lado das forças franquistas durante a Guerra Civil Espanhola", disse Ricardo Silva, acrescentando que os portugueses se alistaram por "um misto de ideologia, catolicismo, anticomunismo e aventura".

Na fase final também houve vários alistamentos por razões económicas.

"A maior parte nem sabia muito bem o que era o regime nazi e só se aperceberam do que se estava a passar, nomeamdamente, com os judeus quando chegaram à frente", esclareceu ainda o investigador que tem a certeza de que os portugueses tomaram consciência muito cedo dos crimes que estavam a ser cometidos.

A investigação está próxima de ficar concluída. Confirmados estão, como já foi referido, 147 portugueses entre as hostes da divisão azul, mas esse número poderá crescer, tanto porque ainda existem processos por abrir, como também existem dúvidas em relação a alguns dos nomes que já foram recolhidos.

Ricardo Silva não coloca também de parte a possibilidade outros portuguese terem lutado noutras formações ao lado das forças alemãs e tem quase a certeza que entre as SS também houve elementos lusos.

Carlos Guerreiro (com Lusa) 

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Para ler mais sobre a Conferência Portugal e o Holocausto clique AQUI.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Arsitides de Sousa Mendes nos cinemas

A estreia é hoje nos cinemas portugueses...

A fita sofreu vários adiamentos por razões financeiras e outras.

A última data anunciada foi a de 19 de Julho, mas só agora se confirma a chegada às salas.

Trata-se de uma co-produção de José Mezeda, AIte/Ariane (Espanha) e do compositor de música clássica belga Henri Seroka, também responsável pela banda sonora.


O guião é de João Correia, a realização de Francisco Manso enquanto Victor Norte e Laura Soveral interpretam os papéis principais.

O filme conta a história do cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, que salvou das mãos dos nazis milhares de judeus durante a Segunda Grande Guerra.

O diplomata concedeu vistos em massa a judeus e a outros refugiados sem autorização de Lisboa, permitindo-lhes a fuga através de Espanha e Portugal.

Esse acto acabria por lhe custar a carreira diplomática e ele seria, depois de um julgamento, afastado quaisquer funções terminando a vida na miséria.

Bom filme
Carlos Guerreiro

«Conferência Portugal e o Holocausto»
Que sabia Salazar do Holocausto

A questão de se saber quando e o que conhecia Salazar sobre o holocausto e os massacres que ocorriam nos territórios ocupados pelos alemães, foi um dos temas que concentrou parte importantes das atenções dos participantes do Congresso Portugal e o Holocausto que decorreu na Fundação Gulbenkian na última semana.

O tema acabaria por se tornar central depois da apresentação de um estudo de João Campos Neves do ISCTE, que abordou a questão das missões de observadores militares do Estado-Maior Português à Alemanha e às frentes de batalha no Leste da Europa durante a II Guerra Mundial.

Oficiais portugueses que em 1942 estiveram na frente russa, com tropas alemãs, para realizar um visita técnica. Aqui estão rodeados por mulheres de uma aldeia Ucraniana. 
Foto publicada numa reportagem da revista "Sinal" de Dezembro de 1942.

Em 1941 e 1942 pelo menos três missões militares portuguesas realizaram visitas técnicas e de estudo à frente oriental, um assunto que também já foi abordado aqui no “Aterrem em Portugal” (ver "Oficiais Portugueses na Frente Russa")

Avrahm Milgram mostrou-se surpreendido com este estudo pois as visitas realizaram-se às zona do Báltico e da Ucrânia, em locais onde tiveram lugar massacres de milhares de judeus na mesma altura.

Os relatórios que se encontram nos arquivos militares não incluem referências à perseguição dos judeus, mas a historiadora Irene Pimental – que estuda este tema há muito - garantiu que existem referências aos massacres, recolhidos durante aquela visita, pelos observadores militares portugueses.

Os testemunhos não integram o relatório de âmbito técnico-militar, mas poderão ser encontrados nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros para onde estas informações terão sido encaminhadas.

Recorde-se que a pasta dos Negócios Estrangeiros – tal com a do Ministério da Guerra – também estava nas mãos do presidente do Conselho, Oliveira Salazar.

"Não está no relatório, mas Portugal começou a saber de tudo durante missão de 1941. Encontram-se informações sobre os massacres de judeus nos países bálticos e sobre as perseguições na Alemanha. Há também informações que chegaram através de elementos da Divisão Azul espanhola (contingente espanhol na frente Leste junto do Exército alemão e onde se encontravam portugueses) e que também assistiram aos crimes", assegurou Irene Pimentel.

Carlos Guerreiro (com Lusa) 
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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

«Conferência Portugal e o Holocausto»
Antissemitismo no Estado Novo

A Time de 1946 e que levou à sua suspensão em Portugal

A tese de que o Estado Novo teve não só um discurso como também uma acção antissemita, transformando Salazar num cúmplice involuntário do genocídio, avançada pelo historiador Manuel Loff, foi um dos momentos que causou maior discussão e debate durante a Conferência Portugal e o Holocausto, que decorreu entre 29 e 30 de Outubro na Fundação Gulbenkian.

"Tendemos a aceitar que a política de Salazar não era racista e que foi solidário para com as vítimas dos nazis, eu não aceito", afirmou Manuel Loff, da Universidade do Porto.

Nesse sentido o historiador salientou circulares publicadas pelo Governo em 1938 e 1939 que proibiam a atribuição de passaportes a indivíduos com nacionalidade indefinida, a russos e a judeus "expulsos das suas nações".

"Salazar não atuava na ignorância das questões do Holocausto", assegurou Loff dizendo ainda que, no limite, as indicações de Lisboa durante a guerra foram a de "proteger" judeus nos locais onde se encontravam.

No caso de Budapeste, explicou Loff, referindo-se aos diplomatas Carlos Garrido e Sampaio Branquinho - que emitiram passaportes portugueses a judeus húngaros em 1944, já depois do desembarque Aliado na Normandia -, "há um carácter excepcional em que a representação portuguesa dá protecção diplomática", mas consciente de que seria "tecnicamente impossível" a viagem da Hungria para Portugal.

"A norma era sempre impedir que os judeus chegassem a Portugal. Protege-los noutros países. Torna esta atitude Portugal cúmplice no Holocausto? De forma involuntária é evidente que sim", acredita Manuel Loff.

Para este historiador, os acontecimentos que envolveram o cônsul português Aristides Sousa Mendes, que emitiu milhares de passaportes a judeus em França durante a II Guerra Mundial, levaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a "fabricar" a possibilidade de ações nazis contra Lisboa.

"Não há qualquer documento alemão que aponte para a possibilidade de eventuais represálias, por causa dos actos de Aristides Sousa Mendes que sustentem uma razão de Estado. Há, por isso, um significado de natureza politica e ideológica que é impedir a reconstituição de uma comunidade judaica em Portugal", explicou Loff.

O investigador não tem dúvidas de que o antissemitismo está presente na direita integralista e nos círculos ultra-católicos do país, mas que depois da guerra se construíram memórias positivas para eliminar aspetos incómodos do passado.

"A hegemonia ideológica do mito do não-racismo é perdura até hoje. Portugal era um país colonizador e havia racismo, dizer o contrário pode ser o comum, mas não é científico. O discurso auto-elogioso do papel de Portugal durante a II Guerra Mundial foi feito pelo próprio regime e sobreviveu incólume à sua passagem" disse ainda Manuel Loff.

Referindo-se à imprensa da época, Loff cita títulos e artigos publicados no Diário de Notícias e no Diário da Manhã onde se pode ler que “em Portugal não há problema judaico porque este foi resolvido no século XVI" ou ainda que as "características odiosas dos judeus constituem três ameaças: maçónica, bolchevista e judaica".

Outros especialistas presentes contestaram de forma veemente esta tese de Manuel Loff. Irene Pimentel e Avraham Milgram dizem não reconhecer no regime um cunho antissemita.

Tanto um como outro salientam a existência de uma comunidade judaica no país que, mesmo sendo reduzida, convivia de forma próxima com o poder instituído.

Aceitam a existência de um sentimento antissemita – ou racista – em alguma população, mas asseguram que isso nunca teve um reflexo claro a nível de política oficial por parte de Salazar.

Sobre a existência de legislação discriminatória em relação aos refugiados judeus que procuravam entrar em Portugal, Irene Pimentel, salientou que esta não é muito diferente da que existiu noutros países neutros do centro da Europa.

Portugal, assegura Pimentel, tentava desta forma evitar a entrada de milhares de pessoas que claramente não queria no eu território.

Irene Pimentel disse ainda que, face a documentação que consultou e aos testemunhos que reuniu, que era mais difícil ser refugiado político do que refugiado judeu em Portugal, durante aquele período.

Carlos Guerreiro (com Lusa)
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Para ler mais sobre a Conferência Portugal e o Holocausto clique AQUI.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

«Conferência Portugal e o Holocausto»
Judeus Portugueses abandonados na Europa

Milhares de refugiados estrangeiros encontraram em Portugal um refúgio, enquanto esperavam por um navio ou qualquer outro meio que lhes permitisse escapar da Europa.

Este aspecto, muitas vezes salientado ao longo dos últimos anos, não deixa de ser ensombrado pela decisão do Estado Novo de virar costas aos judeus de origem portuguesa que se encontravam em vários pontos do mundo e sob alçada do regime nazi.


Na maior parte dos casos tratavam-se de comunidades há muito afastadas do país – desde expulsão dos judeus no final do século XV – mas que continuavam a falar e a considerar-se portugueses.

O caso não é, de facto novo, mas mereceu novamente destaque durante a conferência "Portugal e o Holocausto" que decorreu em Lisboa na última semana.

Avraham Milgram, Investigador israelita do Yad Vashem de Jerusalém e autor do livro editado em 2010 “Portugal, Salazar e os Judeus”, referiu, nomeadamente, o caso dos judeus portugueses na Holanda e na Grécia que o Estado novo decidiu não ajudar, apesar dos apelos, transformando Salazar num cúmplice do aconteceu depois.

"O caso mais conhecido foi quando Salazar não reconheceu os quatro mil judeus de origem portuguesa, na Holanda, mas sem vínculo formal a Portugal.Este episódio faz de Salazar um cúmplice involuntário", disse Milgram, referindo também casos semelhantes de judeus portugueses da origem turca ou grega.

Há vários anos que diferentes pessoas chamam a atenção para este tema, nomeadamente, os jornalistas Nair Alexandra e António Melo, e também pela historiadora Irene Pimentel no seu livro "Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial".

Ainda recentemente estes casos merecerem de novo atenção no livro de Esther Mucznik, "Portugal no Holocausto", editado este ano e onde a  autora conta a história dos 4 mil judeus portugueses deportados da holanda, mas também de outros de Salónica e ainda de vários pontos da Europa (ver AQUI).

Avrahm Milgram disse durante a conferência que se criou – no final da guerra - uma memória positiva do regime, mas parcial, pois não abrange toda a história daquele período.

Carlos Guerreiro (com Lusa)
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Resultados da Conferência "Portugal e o Holocausto"

A questãos do holocausto, dos refugiados e da sua passagem por Lisboa reuniu, a 29 e 30 de Outubro, vários especialistas portugueses e estrangeiros na Fundação Gulbenkian.

A Conferência “Portugal e o Holocausto” foi um mais importantes encontros deste tipo que alguma vez aconteceu no nosso país.


Durante a iniciativa, que teve como principal dinamizador, o embaixador americano Alan Katz, acabaram por ser abordados diversos temas e questões que assumem especial importância para o estudo do período da II Guerra Mundial no nosso país.

O Aterrem em Portugal deixa-lhe um resumo das principais discussões e abordagens feitas ao longo dos dois dias. Para isso junta algum do material recolhido durante as conferências e elementos retirados do noticiário da Agência Lusa…

Nos próximos dias serão colocados neste blog artigos com os seguintes títulos:

- Judeus Portugueses abandonados na europa 

- Antissemitismo no Estado Novo 

- Que sabia Salazar do Holocausto

- Portugueses na Divisão Azul

Tratou-se de uma conferência longa, onde vários temas mereceram nota atenta de alguma comunicação social, razão porque alguns dos assuntos não serão desenvolvidos em textos próprios, mas em material publicado na comunicação social portuguesa.

Muitas destas notícias tiveram como base o trabalho do jornalista Pedro Khron da Agência Lusa, que acompanhou a maior parte dos trabalhos… Para ler as notícias clique sobre os títulos.

Do “Diário de Notícias” fica o relato da sessão de abertura que teve como principal orador e o ex-presidente da República Jorge Sampaio:

- "O genocídio não foi um acidente da História"

Do Público ficam duas notícias. Uma sobre parta da exposição de que já falámos neste blogue (ver AQUI::::) e outra sobre um encontro entre Embaixadores ( Alemanha, EUA, Áustria e Israel) que teve como protagonista inesperado o representante israelita.

- “Alunos portugueses ajudaram a resgatar a memória de vítimas do nazismo”

- “Embaixador de Israel diz que Portugal tem uma nódoa que os judeus não esquecem” 

Para além das questões levantadas pelo representante de Israel em Portugal, este encontro entre os embaixadores serviu, essencialmente, para se ficar a conhecer a forma como o passar dos anos mudou a perspectiva dos seus cidadãos em relação à questão do holocausto e dos crimes de guerra.

Novidade foi também a informação avançada pelo Embaixador Austríaco. Bernhard Wrabetz anunciou que em 2013 vai começar um trabalho de recolha junto dos arquivos portugueses que tem como principal objectivo identificar os refugiados de origem austríaca que passaram por Portugal durante a II Guerra Mundial.

Ainda é preciso definir formas de financiamento e o alcance que um trabalho deste género deverá ter. Wrabetz esclareceu que no princípio do próximo ano vão acontecer um conjunto de reuniões com uma historiadora austríaca no sentido de acertar mais pormenores…

Carlos Guerreiro
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Para ler mais sobre a Conferência Portugal e o Holocausto clique AQUI.

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Diário de Notícias, 14 de Novembro de 1941

domingo, 4 de novembro de 2012

TVI na rota dos refugiados e dos espiões

A TVI foi à procura da Lisboa que durante a II Guerra Mundial se transformou num centro de passagem para refugiados e de espiões...

Visitou espaços e falou com gente querevelou algumas das histórias desses dias...

A reportagem é da jornalista Maria Marujo, as imagens de Rui Pereira e Bernardo Magalhães e a edição de Sofia Rebola.

Para ver a reportagem clique AQUI.


Um resto de bom fim-de-semana
Carlos Guerreiro

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Exposições para avivar memórias

Por Lisboa encontra neste momento três exposições que têm como tema central a II Guerra Mundial. Duas olham para Portugal desse período e a última é dedicada a uma personalidade polaca, judaica, que encontrou a morte no campo de concentração de Treblinka.

Até 9 de Novembro, no Edifício da Câmara de Lisboa, está patente a exposição fotográfica que resultou das pesquizas do autor Neil Lochery para a preparação do livro “Lisboa, a Guerra das Sombras na Cidade da Luz”, e que já mereceu referência neste blogue (ver AQUI).

Até ao dia 4 de Novembro a Fundação Gulbenkian apresenta “Os Refugiados do Holocausto e Portugal”, uma exposição fotográfica e documental que lança um olhar sobre a temática dos refugiados que passaram pelo país entre 1933 e 1945.

Ao longo de 14 painéis podem encontrar-se duas cronologias, uma referente a Portugal entre os anos de 1926 e 1945 e outra de acontecimentos internacionais ocorridos entre 1931 e 1945. 

Completam esta mostra vários documentos oficiais como passaportes passados a refugiados por embaixadas ou consulados portugueses na Europa e cartas e circulares de várias origens onde a questão dos refugiados é discutida.


Diversas notícias, publicadas em periódicos nacionais, onde se fala da presença dos milhares de deslocados também está presente. Esta exposição foi preparada para ser deslocada para outros espaços e existe também uma versão digital para utilização nas escolas.


A complementar estes painéis e documentos encontramos também uma outra exposição chamada “À Procura de 6 em 6 milhões”.

Trata-se de um projecto da Escola Secundária de Vilela, onde cerca de uma dezena de alunos, do 12º ano, tentou recuperar a memória de várias pessoas, adultos e crianças, que morreram durante o holocausto.


A exposição apresenta a biografia de cada um deles - concebida com a colaboração de familiares dos desparecidos - para além de fotografias e cópias de documentos.


Reformador do Mundo 

No Espaço Memória dos Exílios, em Cascais, encontra a Exposição «Reformador do Mundo» dedicada a Janusz Korczak, médico e pedagogo judeu nascido em Varsóvia, assassinado no campo de extermínio de Treblinka durante a Segunda Guerra Mundial.


Esta exposição, elaborada em colaboração com a embaixada da Polónia, retrata a história de um pedagogo inovador e autor de obras no campo da teoria e prática educacional, com destaque para as suas iniciativas pioneiras em prol dos direitos da criança.

Bom feriado e bom fim-de-semana
Carlos Guerreiro