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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Podcast Portugal 1939-1945
Quando se conta uma história

 

Em Faro vai ser inaugurado um memorial que recorda o salvamento de seis aviadores americanos por pescadores daquela cidade na noite de 30 de novembro de 1943.


Para conhecermos melhor esta história vamos ouvir o Ti' Jaime - um dos pescadores que fez o salvamento -, Michael Pease - que lutou durante anos para concretizar o memorial-, José Vieira - que descobriu os destroços submersos-, e também o autor deste podcast que fez pela primeira vez a divulgação pública desta história...



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terça-feira, 12 de junho de 2018

Votar para construir o monumento que recorda os salvamentos da II Guerra Mundial

Está aberta a votação do Orçamento Participativo Portugal relativo à construção do monumento que vai recordar as acções de salvamento protagonizadas por pescadores e outros marinheiros portugueses durante a II Guerra Mundial.



A participação é simples. Basta clicar AQUI e colocar o número do seu cartão do cidadão. Neste LINK pode também ler quais são os objectivos desta iniciativa que pretende reunir 120 mil euros para a construção da estrutura e apoiar acções paralelas.

Recordo que existem cinco milhões de euros para serem atribuídos desta forma aos projectos regionais e nacionais que forma eleitos pela população. Fico a aguardar a vossa colaboração...

Para saberem um pouco mais sobre o historial deste projecto que Michael Pease lidera há alguns pode clicar AQUI.

Sobre salvamentos feitos por navios portugueses encontra algumas histórias AQUI.

Sobre este tem escrevi um artigo com outros esclarecimentos que pode ser lido AQUI...

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Monumento aos pescadores que salvaram vidas na II Guerra Mundial

O monumento que homenageia os pescadores que salvaram os aviadores americanos frente a Faro durante a II Guerra Mundial poderá estar a alguns votos de distância.

Jaime Nunes, Manuel Mascarenhas e o filho que salvaram 
em 1943 seis aviadores americanos frente a Faro

Michael Pease, o promotor britânico que há anos tenta avançar com este projecto, candidatou a ideia ao programa de Orçamento Participativo de Portugal na área da cultura e viu as suas pretensões aprovadas. Entre outros iniciativas vai entrar na fase de votação ao público entre Junho e Setembro, e a sua conclusão passará a depender da vontade popular.

Michael Pease vem acarinhando este ideia há anos e já bateu a mil e uma portas para obter financiamento e outros apoios. Para a construção do monumento e outras iniciativas relacionadas está a solicitar um investimento de 120 mil euros.

Pontualmente este britânico residente no Algarve tem pedido a minha colaboração e, dentro das possibilidades tenho ajudado como posso, pouco para a magnitude da ideia. Simpaticamente solicitou também a minha cooperação nesta fase e, obviamente, disponibilizei-me para o efeito. Não entrámos em pormenores e quando - recentemente - acedi ao projecto verifiquei que este prevê, entre outras actividades, a publicação de uma segunda edição - revista e ampliada - do meu "Aterrem em Portuga!", o livro que revelou a história do bombardeiro que se despenhou em Faro e que o levou a acarinhar a ideia do monumento.

Agradeço, fico lisonjeado e disponível para fazer a parte que me compete, mas aconteça o que acontecer entendo que o principal é avançar com a construção do memorial. Não ficaria, no entanto, bem com a minha consciência se não clarificasse esta minha ligação ao projecto...

A partir de 11 de Junho voltarei a dar notícias para revelar como e onde se procederá à votação, algo que neste momento também não sei...

Pode aceder AQUI a todos os detalhes desta iniciativa de Michael Pease...

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"Correio da Manhã" recorda desastre com bombardeiro de Faro

70 anos…

No próximo sábado passam 70 anos sobre a aterragem acidentada do bombardeiro americano PB4Y-1 (versão da marinha do B-24) ao largo de Faro.

Quatro dos americanos que sobreviveram ao acidente. 
Lyle Van Hook é o primeiro da esquerda.
Os restantes são Richard L. Trum, John W. Eden e Julian Pierce.

Cinco tripulantes desapareceram no mar e seis foram salvos por três pescadores que se encontravam numa pequena embarcação. O incidente aconteceu de noite, uma noite fria, e não fosse a presença dos portugueses ter-se-iam perdido, possivelmente, mais algumas vidas.

Há mais de uma década consegui juntar – através de videoconferência – o Ti Jaime e Lyle Van Hook. Em Faro estava um dos pescadores e no Arcansas um dos sobreviventes. Traduzi as palavras que um e outro disseram mais de meio século depois dos acontecimentos.

Quando finalmente editei o livro já nenhum estava vivo. É, no entanto, a história deles que abre o livro e foi a busca da história deles que me levou a procurar também outros testemunhos e acontecimentos.

No próximo domingo a revista “Domingo” do Correio da Manhã vai recuperar a história. Sei que para além de mim, também procuraram o contacto com o José Vieira, que encontrou os destroços no mar, e com Michael Pease, que quer construir um monumento para recordar este acto e outros que aconteceram pelo país durante aquele período.

Passaram 70 anos… fica um abraço ao Ti Jaime e ao Lyle.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 22 de março de 2013

Memorial aos Marinheiros portugueses

Está já a decorrer a recolha de fundos para construir o monumento que vai recordar os marinheiros portugueses que salvaram centenas de vidas durante a II Guerra Mundial.

O assunto já tinha já tinha sido referido aqui no “Aterrem em Portugal” (ver AQUI), mas nos últimos dias o promotor da iniciativa, Michael Pease, avançou com o site e começou a fazer contactos com diversas entidades tendo em vista a construção do memorial.

O Site está em Português e Inglês e pode ser consultado AQUI.

Entre embarcações de pesca, da marinha mercante e da marinha de guerra portugueses foram salvas para cima de 1700 pessoas nos oceanos Atlântico e Indico.

A ideia começou a ganhar forma quando Pease conheceu a história do avião americano B-24 que se afundou perto de Faro, em Novembro de 1943, e onde seis dos seus onze tripulantes foram salvos por três pescadores daquela cidade (ver AQUI).

A ideia cresceu quando percebeu que o número de salvamentos era muito superior e incluía pessoas de diversas nacionalidades. Desde o princípio desta semana, que é possível obter mais informações através de um site onde se pode também acompanhar a progressão dos donativos.

Michael, que já pediu orçamentos a vários escultores, diz que serão necessários cerca de 60 mil Euros para concretizar o memorial, que será instalado numa zona central da capital algarvia.

Carlos Guerreiro


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Para ler mais histórias sobre:
                                     Aviação clique AQUI.
                                     Náufragos clique AQUI.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um dólar procura a sua história portuguesa

Esta nota é o que os americanos chamam uma “Short Snorter” e junta as assinaturas dos membros da equipa que em 1943/44 vieram a Portugal para ensinar os aviadores portugueses a voar os P-38, P-39 e B-24 que ao longo do ano anterior tinham aterrado um pouco por todo o país. Entre as assinaturas está também a de um português que foi possível identificar como (…) Lima Costa.

Frente e verso da nota de dólar "Short Snorter" com os nomes da equipa americana e do português.

Esta preciosidade pertence a Mike Allard que tem tentado reconstituir a história da nota e desta missão. Encontrei-o num dos vários fóruns que frequento e resolveu-se avançar também com um apelo em Portugal, onde sei que muita gente acompanha estes assuntos.

Assinatura do elemento português. Parece conseguir perceber-se (...) Lima Costa.

Os nomes que surgem nas duas faces da nota e que foram identificados pelo Mike como:

Edward T. Gwarek
Richard R. Heddens
Gurden B. Swain
Luis C. dePineros
? ? Costa (Piloto Português)
Willard W. Wilson
William A. Thompson
Eugene S. Brown
Lawrence Magliano
John E. Scott
Sherwood Fritzshall
John W. Carroll
John A. Stubs Jr. (assinatura na frente)

No livro “Aterrem em Portugal”, publiquei o extrato de uma investigação realizada por José Manuel Correia e que meses antes tinha sido publicada na revista mais alto:

“A 19 de Dezembro de 1943, chega a Lisboa uma missão comandada pelo major Willard Wilson acompanhado de quatro pilotos e oito mecânicos com o objectivo pôr a voar meia dúzia de B-24 e duas dezenas de caças que se encontravam internados.

Segundo José Manuel Correia, que desenvolveu o tema na revista da Força Aérea, Mais Alto, no princípio de Fevereiro de 1944, Portugal passava a contar com cinco Liberators, prontos a operar, na sua frota. Apesar de não existirem sobressalentes, a canibalização de pelo menos um dos aviões estacionados na Portela permitiu que os restantes ficassem a funcionar.

O primeiro voo com uma tripulação totalmente portuguesa terá acontecido logo a 5 de Fevereiro entre a Portela e a ilha Terceira. Como passageiro seguia o major Humberto Delgado, que tinha como missão preparar a expansão da pista das Lages, para que esta respondesse aos requisitos dos Aliados.

Os aviões recebem as matrículas nacionais L1 a L5 e em Maio, na grande parada militar, são apresentados ao Presidente da República e ao Presidente do Conselho.

Apesar de toda a pompa e circunstância, a vida útil dos B-24 em Portugal parece ter sido curta. Realizaram-se algumas viagens, nomeadamente a Cabo Verde, mas um acidente com um destes aparelhos, com resultados mortais para cinco tripulantes e dois passageiros, em 27 de Julho de 1944, parece ter esfriado o interesse. A falta de sobressalentes também poderá ser apontada como razão para o facto de, a partir do Verão de 1944, poucos meses depois da sua aquisição, a frota ter ficado parada na Portela.

Quando em finais desse ano é criado o Secretariado da Aviação Civil, liderado pelo major Humberto Delgado, os Liberators, tal como os Hudsons e os C-47 internados ao longo do conflito, são apontados como possíveis candidatos a integrar a frota de uma embrionária TAP.

Em relação aos B-24 isso nunca aconteceria. Os custos da sua transformação para voos civis e os seus consumos de combustível não viabilizavam a sua exploração comercial. Ficaram esquecidos na Portela, onde seriam desmantelados em finais de 1946 e princípios de 1947.”

(in Aterrem em Portugal, Parte 4/ Capitulo 9)

O e-mail de Mike é mallard103@comcast.net

Ele agradece qualquer informação tanto sobre a missão como sobre o piloto português que é referido nesta “Short Snorter”. Já agora trata-se de um termo que define uma nota que reúne as assinaturas de um conjunto de pessoas que realizaram juntas uma viagem, normalmente, de avião. É uma tradição americana que começou nos anos 20…

Esta “Short Snorter” é uma cápsula do tempo que conta também parte da história da nossa aviação…

Obrigado Mike por a teres tornado pública.

Carlos Guerreiro

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Monumento para imortalizar salvamento

Um residente estrangeiro no Algarve quer construir uma estátua que imortalize o momento em que três pescadores de Faro salvaram seis tripulantes do B-24, que se despenhou ao largo de Faro em 1943 (ver AQUI).

Esta possibilidade foi-me avançada há algumas semanas, através de um telefonema de Michael Pease, com o qual me tinha encontrado uma vez há muitos anos, por causa do velho bombardeiro.

Confesso que fiquei surpreendido com a ideia.

 Os três pescadores no barco que salvou os seis aviadores americanos.

Articulei o meu apoio, troquei uns poucos e-mails, mas com o decorrer do tempo não tinha voltado a reflectir sobre o caso.

Há umas duas semanas recebi novo telefonema… agora era o Bruno Filipe Pires do Jornal 123. Queria saber a minha opinião sobre esta ideia.

Pease continua empenhado em concretizar o projecto.

Iniciou uma campanha para reunir financiamentos e donativos. Envolveu a comunidade estrangeira residente na região e até já se encontrou com escultores.

Acredita que o monumento pode estar pronto dentro de um ano…

Inclino-me perante esta vontade… e fica o essencial da notícia do jornal 123:

Michael Pease recorda Jaime Nunes 

Residente inglês quer monumento aos heróis esquecidos 

Michael Pease, 82 anos, talvez um dos mais antigos residentes britânicos no Algarve, é um homem com uma missão: quer construir de raiz, um monumento à memória de Jaime Nunes e aos pescadores que na madrugada de 1 de Dezembro de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, salvaram 6 aviadores norte-americanos.

Faziam parte da tripulação de um PB4Y-1 “Liberator” da US Navy que se perdeu e acabou por amarar a poucas milhas ao largo de Faro, onde ainda hoje repousa. Pease ficou impressionado com este episódio, resgatado do esquecimento pelo jornalista Carlos Guerreiro. Apesar de Jaime Nunes ter sido homenageado em vida, em 1999, Peace acredita que é preciso deixar uma marca permanente deste salvamento.

Quando questionado se não é já demasiado tarde para um novo monumento, já que todos os protagonistas há muito que faleceram, Michael Pease responde com determinação. “Absolutamente, não! Para mim, que sou um hóspede neste país, penso que esta é uma história de heroísmo que não deve ser esquecida. E não apenas isso, penso que se for devidamente concebido e promovido, o monumento será mais uma atracção turística a somar na cidade de Faro. Isso é um factor importante nestes dias de recessão”, considera.

Foi há quase 70 anos que tudo aconteceu. Jaime Nunes pescava numa noite fria de inverno quando ouviu um grande estrondo no mar. Dirigiu-se para o local o mais depressa que conseguiu e puxou seis homens feridos da água gelada para o seu pequeno barco. Cinco outros aviadores não tiveram a mesma sorte e foram engrossar a lista de desaparecidos de uma guerra que deixou milhares sem sepultura conhecida.

O jornalista Carlos Guerreiro, autor do livro «Land in Portugal» e do blogue homónimo, ouviu esta história da boca do próprio Nunes, há mais de 20 anos.

Com o advento da Internet, publicou o episódio numa página de veteranos da II Guerra Mundial e houve alguém que revirou os arquivos americanos do exército e depois da marinha para descobrir o historial deste azarado voo.

Mais tarde recebeu uma cópia do relatório oficial do desastre e começou a procurar o paradeiro dos sobreviventes. Depois de muitas cartas enviadas para o outro lado do Atlântico, Guerreiro conseguiu localizar Lyle Van Hook em 1998.

Contou-lhe como se tinham perdido e, sem combustível, tentaram aterrar - noite cerrada - naquilo que pensavam ser uma praia...

Em Junho de 1999, com o apoio da Embaixada dos EUA, Van Hook e Ti Jaime encontraram-se pela primeira vez através de video conferência (de notar que ambos eram à data pessoas de idade e com problemas de saúde, o que tornaria praticamente impossível um encontro físico entre ambos).

O pescador de Faro recebeu uma placa de agradecimento da US Navy. E a história fica por aqui. Ou talvez não…

“A cada dia que passa, parece que a minha ideia atrai mais pessoas, mais respostas positivas e entusiasmo pelo que estou a tentar fazer. Mas não sou mais que o promotor do projecto. Se tenho um prazo? Sim. Tenho 82 anos de idade e espero acabar isto antes que o meu tempo acabe. Mas, brincadeiras à parte, e ao ritmo que as coisas avançam, penso que a escultura poderá estar pronta dentro de um ano”, diz Michael Pease, residente em Odiáxere.

Pease contactou três escultores para apresentarem ideias. Idealmente, o bronze seria o melhor material, embora outros materiais alternativos não estejam postos de parte, se permitirem poupar custos.

A escultura seria eventualmente em Faro, perto da doca, onde Jaime Nunes desembarcou com a tripulação caída.

(Para ler o resto do artigo clique AQUI)

Carlos Guerreiro

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Roteiro B-24 na Antena 1

Reportagem da Cristina Pinto, na Antena1, sobre a instalação de um roteiro submarino no Bombardeiro b-24, que se encontra afundado ao largo de Faro.


Para saber mais sobre esta história leia AQUI.


Bons sons...
Carlos Guerreiro
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Bombardeiro vai ter roteiro submarino

Nem acreditam como estou orgulhoso… e não é por mim.

É por duas pessoas e por uma ideia que fizeram crescer ao longo de anos e que agora vai ter um importante reconhecimento.

Diga-se que o trabalho está praticamente feito – por eles e por amigos… mas o envolvimento da Universidade do Algarve dá um novo estatuto ao que foi realizado.

O velho bombardeiro americano da 2ª Guerra Mundial, que repousa frente a Faro desde Novembro de 1943, vai ver nascer à sua volta um roteiro subaquático nos próximos dias.

Quatro dos seis sobreviventes do PB4Y-1, versão da marinha do B-24. A fotografia foi tirada em Lisboa, pouco depois de saírem de Faro em 1943. 
Da esquerda para a direita temos Lyle Van Hook, Richard L. Trum, John W. Eden e Julian O. Pierce. 
Na fotografia mais pequena está Lyle Van Hook em 1999.

Os destroços do "nosso" bombardeiro – as asas, invertidas estão a cerca de 20 metros de profundidade – vão ter um conjunto de guias montadas em seu redor e cinco placas explicativas.

Há muito que o Vieira e a Fátima realizam mergulhos no bombardeiro… há muito que contam a história daquela noite de Inverno em que três pescadores portugueses salvaram seis americanos das águas geladas do Algarve.

Cinco outros companheiros não tiveram a mesma sorte e foram engrossar a lista de desaparecidos de uma guerra que deixou milhares sem sepultura conhecida.

Há uns 20 anos conheci um dos três pescadores que esteve envolvido no salvamento dos aviadores.

Jaime Nunes foi-me apresentado pelos netos.

Ele repetia a história do salvamento dos americanos a quem a quisesse ouvir… era um espécie de mito, longínquo.

Ti Jaime descrevia a noite fria. A queda do aparelho e a recolha dos feridos.

Chegados a terra foi necessário reactivar a central eléctrica da cidade para que os médicos – arrancados à cama – pudessem ter uma luz decente enquanto verificavam o estado dos feridos.

Contava também alguns episódios mais rocambolescos que aconteceram nos dias seguintes.

Depois os americanos foram-se embora de autocarro… e ficou a apenas a história.



Jaime Nunes a receber a placa de homenagem das mãos do Tenente Coronel Kelly, em 1999.














Descobri a data do desastre e os nomes “aportuguesados” dos tripulantes salvos, numa ficha dos bombeiros daquele período.

Essas informações e a versão do salvador dos americanos foram publicadas numa “Gazeta do Cenjor”, que saiu juntamente com o desaparecido semanário “Algarve Região” – em 1993.

Faltava o outro lado. Como seria interessante saber o que contariam os resgatados. Escrevi umas cartas desgarradas para os Estados Unidos sem grandes resultados…

A internet veio mudar tudo. Publiquei a história numa página de veteranos da II Guerra Mundial e houve uma alma caridosa que revirou primeiro os arquivos americanos do exército e depois da marinha para descobrir a História deste voo.

Um envelope triunfante de Gordon Brant chegou-me às mãos com uma cópia do relatório oficial do desastre. Continuava - com mais dados - a busca pelos sobreviventes.

Enviei cartas para aqui e para ali e finalmente consegui localizar Lyle Van Hook em 1998.

Respondeu via internet a uma carta… fê-lo no dia dos meus anos. Que prenda.

Van Hook contou como se tinham perdido e, sem combustível, tentaram aterrar - noite cerrada - naquilo que pensavam ser uma praia...

Tornei-me no canal de ligação entre Van Hook e Ti Jaime e em Junho de 1999 consegui colocá-los frente a frente, com as despesas a sair do bolso da embaixada americana.

Foi apenas uma videoconferência, mas seria difícil um encontro pessoal entre duas pessoas de idade avançada e com diversos problemas de saúde…

Van Hook agradeceu comovido ao seu salvador e o Ti jaime, recebeu uma plca de agradecimento da Marinha Americana...

Poderia o livro nunca sair, que este momento teria valido todos os esforços…

Infelizmente nenhum dos protagonistas viveu o suficiente para ver as sus histórias impressas nas páginas do meu livro. Ti Jaime Nunes faleceu em 2007 e Lyle Van Hook poucas semanas antes do lançamento do trabalho, em 2008.





José Vieira e Fátima Noronha, no seu ambiente. Depois de anos de buscas, encontraram o bombardeiro B-24.
 Hoje realizam mergulhos nos seus destroços.



Finalmente em 2001 tocou-me o telemóvel. Anunciavam-me a descoberta dos restos de um avião no mar, em frente a Faro. Julgavam que era o mesmo que eu tinha investigado.

Era o José Vieira.

Voei para me encontrar com ele na Hidropespaço, a escola de mergulho que, mais do que um negócio, é o projecto de sonho dele e da Fátima.

Tinham enviado mensagens para os Estados Unidos e foram surpreendidos quando receberam como resposta que as informações que queriam estavam, praticamente, à porta.

Ambos procurávamos há anos a mesma história - sob ângulos diferentes - e nunca nos tínhamos cruzado.

Tendo em conta que Faro não é assim tão grande, foi obra.

Os desenhos e as fotografias que me trouxeram confirmavam que se tratava do “nosso” B-24, ou melhor o PB4Y-1, aversão do B-24, utilizada pela Marinha Americana…





Imagem de um PB4Y-1 e um "croqui" onde se podem ver como se encontram dispostos os destroços do aparelho no fundo do mar.









Sem saber o que fariam as autoridades, resolveram cumprir todas as formalidades, como mandava a lei. Declararam o achado e passaram pela selva burocrática no sentido de obter uma autorização que permitisse o mergulho.

 Foram os primeiros – e talvez ainda dos únicos no país – a assinar um protocolo com o Instituto Português de Arqueologia que lhe permite legalmente mergulhar num destroço, tornando-se também seus guardiões.

Já trouxeram mergulhadores dos quatro cantos do mundo para visitar o “Bombardeiro”. Muitos mais portugueses também o fizeram…

Fotografia de um dos hélices do avião.

Agora vai ser musealizado com a colaboração da Universidade do Algarve. Mais um passo…

Esta história, com todos os seus pormenores, abre o livro do “Aterrem em Portugal”.

Dediquei-lhe os primeiros três capítulos do livro e um deles está disponível para leitura no site.

São quatro páginas que se encontram logo depois do Index e do Prefácio. Clique sobre elas para as aumentar.

As páginas podem ser encontradas AQUI.

A Lista dos tripulantes está AQUI.

Para "mergulhar" nesta história deixo também a ligação da Hidroespaço AQUI.

Por fim reproduzo também o essencial da história que a Agência Lusa publicou:

Bombardeiro submerso na II Guerra Mundial vai constar num roteiro subaquático
6 de Agosto, 2012

Uma escola de mergulho vai montar na quarta e na quinta-feira, ao largo de Faro, um roteiro subaquático que permitirá aos turistas mergulhadores navegar junto dos destroços de um bombardeiro afundado durante a Segunda Guerra Mundial.

A acção, que conta com a parceria do Centro de Ciências do Mar (CCMar) da Universidade do Algarve, consiste na colocação de cabos guia e cinco placas identificativas nos destroços do bombardeiro “Liberator” PB4Y, versão da Marinha dos Estados Unidos da América do famoso B-24.

As placas vão possibilitar a navegação dos mergulhadores entre as diferentes partes deste local e a identificação da respectiva fauna, num percurso total de cerca de 250 metros.

O projecto da escola de mergulho Hidroespaço, designado ECOSUB, tem como objectivo proporcionar aos turistas mergulhadores nacionais e estrangeiros um atractivo extra num local com uma envolvência histórica única.

O local de mergulho corresponde ao que resta de um bombardeiro americano que em plena Segunda Guerra Mundial (1943), se perdeu, acabando por se despenhar no mar ao largo de Faro.
(...)
Lusa


Um bom mergulho
Carlos Guerreiro  

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