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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Algumas perguntas a Dejan Stankovic

Dejan Tiago Stankovic publicou recentemente, na revista on-line brasileira Galileu, um conjunto de artigos sobre a espionagem em Portugal durante a II Guerra Mundial. Os artigos foram posteriormente reunidos numa única edição de e-book que pode ser descarregada diretamente da Amazon.


A tentativa de rapto pelos alemães de Eduardo VII, o monarca britânico que havia abdicado por amor, é um dos episódios relatados. Os Nazis pretendiam utilizá-lo como uma marionete após a ocupação do país e, quando se soube que ele estaria em Lisboa, os serviços secretos delinearam planos com o objectivo de o convencer a viver na Alemanha ou, caso isso não fosse possível, raptá-lo. Nada disso aconteceu, mas a história mereceria ampla divulgação após o conflito, contada pelo agente alemão que foi encarregada de vir até Portugal.

Entre os vários personagens que são analisados encontramos Garbo, Popov e Fleming, todos com papéis diferentes, mas que tiveram Lisboa como ponto de passagem ou contacto.

Garbo, um espião duplo ao serviço dos britânicos, enganou os alemães durante cerca de um ano. Este espanhol, depois de ser recusado pelos serviços secretos britânicos, instalou-se em Lisboa e criou uma rede fictícia que supostamente a actuava em Inglaterra. Apesar das mentiras as suas comunicações eram tidas como credíveis pelos alemães e os britânicos acabaram por usá-lo. Teria papel fundamental no sucesso do desembarque do Dia D, fornecendo informações falsas sobre as verdadeiras intenções dos aliados.

Dusko Popov tornou-se um dos espiões mais populares depois da guerra e é olhado como o protótipo da personagem James Bond ou 007. Mulherengo, truculento e um incansável gastador de dinheiro, este espião sérvio também fez jogo duplo ao longo de toda a guerra e também integrou o restrito grupo de agentes envolvidos na operação que enganou os alemães em relação ao desembarque do Dia D.

O último dos personagens descritos por Stankovic é Ian Fleming, o autor das histórias de 007, e que passou pela capital portuguesa duas vezes durante a Guerra. Numa dessas viagens esteve no Casino Estoril, uma experiência que transformaria na ficção “Casino Royal”, o primeiro dos muitos livros de James Bons.

O melhor mesmo é ouvir Dejan Stankovic falar sobre o seu trabalho…

Carlos Guerreiro

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