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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Clichês Portugal 1939-1945
Maria sorridente no quintal dos avós

 


A Maria espreita sorridente do seu carrinho. 

Certamente alguém a incentivava, estimulando o riso... talvez um dos pais ou algum dos avôs. Talvez todos à vez.

O dia 3 de maio calhou, neste ano de 1942, a um domingo. 

Talvez a fotografia tenha sido tirada após a missa ou o almoço em família. Pode também ter sido tirada pela manhã. Não sabemos e na verdade isso interessa pouco...

A Maria foi, com toda a certeza, o centro das atenções... qualquer criança desta idade o é.

Se não foi um dia solarengo, foi pelo menos agradável. Tanto que a família passou o tempo no quintal da rua do Campo Lindo, nº 99, no Porto, a fotografar a Maria - muito bem disposta - de diferentes ângulos e em distintas poses. 

Para além do olhar traquina e feliz que mais sabemos da Maria?


C. G.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Inauguração do Museu do Holocausto no Porto

Está agendada para hoje, na zona do Campo Alegre, no Porto, a inauguração do primeiro Museu do Holocausto da Peninsula Ibérica, uma iniciativa da Comunidade Judaica daquela cidade do norte do país.


Nesta espaço poderá conhecer elementos da vida judaica antes do holocausto, a história do nazismo e da sua expansão, os guetos, os refugiados, a Solução Final, as marchas da morte, os campos de concentração, de trabalho e de extermínio. Há ainda informação sobre o que aconteceu no pós-guerra com a criação do Estado de Israel por exemplo. Pode encontrar AQUI a ligação ao site.

Este espaço museológico pretende desenvolver parcerias com espaços semelhantes, nomeadamente, museus do Holocausto em Hong Kong, Estado Unidos e Europa.



Entre o material existente no museu encontra-se ainda documentação relacionada com a presença no Porto de refugiados judeus durante a II Guerra Mundial. Expostos estarão dois rolos de Torá que chegaram à sinagoga da cidade trazidos por judeus em fuga do nazis.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Alemão descreve Portugal em 1940

O autor da carta, que hoje transcrevemos parcialmente, foi Max Arglebe, um cidadão alemão, que residia no Porto durante a II Guerra Mundial. A missiva escrita, a 10 de Março de 1940, faz um retrato de Portugal, dos portugueses e apresenta também algumas preocupações da comunidade alemã a residir no país.

A carta é escrita para a Franz Eher Nachfolger GMBH, uma editora berlinense responsável pela publicação de diversas obras nazis. A empresa era controlada directamente pelo partido e, entre outros livros e jornais, detinha os direitos do “Mein Kampf”, de Adolfo Hitler. Entre os periódicos que controlava estava o “Schwarzes Korps”, o jornal oficial das SS. Na carta Arglebe agradecia o envio gratuito desse semanário, expondo de seguida os seus pontos de vista.

A carta, que contém ainda um Post Scriptum (denominado Tinta Fresca) onde o autor fala da qualidade da recepção das estações de rádio alemãs, foi apanhada e traduzida pela PVDE – antecessora da PIDE – que depois a enviou para o Ministério do Interior, em cujos arquivos se encontra neste momento. A tradução nem sempre é feliz, mas consegue perceber-se a intenção do autor.

Depois das descrições do país feitas por um refugiado alemão e por um jornalista britânico, ficamos agora também com as impressões de um alemão, crente no nazismo, residente no nosso país.

Vista do Porto publicada na revista "A Esfera", de 5 de Dezembro de 1941.

Fica o essencial da carta de Arglebe:

(...)
“A Imprensa em Portugal das cidades maiores é bastante desfavorável para os alemães. Jornais pequenos e da província publicam notícias do DNB ou notícias directas da Alemanha e a tendência dos mesmos pode-se considerar mais germanófila. Os jornais da província publicam-se geralmente uma só vez por semana, as publicações são bastante reduzidas. Posso dizer que 80 por cento do país são contra nós”.

A Reserva dos portugueses contra o estrangeiro em geral dá pouca possibilidade de o conhecer. Ele é muito reservado e em certos pontos de vista admirador da tradição, também no ponto de vista político.(…)

Uma grande influência sobre o País é o antiquíssimo contrato (Aliança) com a Inglaterra e deixou no país uma posição inimiga contra a Espanha, que de vez em quando mostra-se por reportagens bastante amargas. Do ponto de vista comercial a Inglaterra tem uma posição muito forte e tem na sua mão uma grande parte dos valores do país. Primeiro ouve-se sempre o que a Inglaterra diz, em seguida a França, e mais ainda o Papa. Se a Inglaterra deseja, temos que combater contra a Alemanha. Isso é a opinião da maioria do povo. É com certa reserva, e não é com ânimo.

O Dr. Salazar é amigo dos alemães, mas os ingleses não gostam disso e procuram arranjar certas dificuldades internas. Pouco antes de começar a guerra encontraram-se diversos oficiais ingleses cá numa comissão oficial. Procuraram criar dificuldades internas e até conseguir que o Governo actual caísse em desgraça, mas os seus planos foram descobertos e eles tiveram que sair.

A posição verdadeira de Portugal no conflito actual é incerto e o futuro ainda escuro. A posição de Portugal é agradável tanto para a Inglaterra como para a França. Isto provam os fornecimentos para estes países. Se existisse a possibilidade de fornecer para a Alemanha também se fornecia, visto que se deseja ficar neutro.

A propaganda anti-alemã é bastante forte.

Lord Harlech (político inglês) e Jules Brevier (Político Francês) encontraram-se há pouco em Portugal tendo feito conferências nos meios mais elevados tanto em Lisboa, como em Coimbra e no Porto. Encontravam-se em contacto íntimo com o Governo. Havia festas e a imprensa escreveu coisas e loisas. A actuação dos dois políticos certamente não se limitava só aos discursos.

O presidente da Academia Italiana FEDERZONI pouco depois aparecia também. O Duce contrabalançou bem. Federzoni recebeu homenagens do Presidente da República. Também a sua personalidade foi muito indicada nos jornais, (…). Para a opinião geral a sua visita tinha mais influência do que do inglês e do francês. (...) A Itália com a cidade do Vaticano são aspectos que em Portugal com o catolicismo não se pode deixar de encarar.

O comércio da Alemanha depois da grande guerra aumentou constantemente e considerando que os preços sempre diminuíram, é muito mais importante. (…) Estes factos não foram bem vistos pelos ingleses.(…)

A câmara de comércio inglesa e os seus ajudantes só acordaram no mês de Setembro de 1939. Nas cidades mais importantes sentiam-se mais seguros e certamente na província não desejavam viajar porque representava mais trabalho. Seguiram naquela altura também viagem para a província para estudar a razão porque a Alemanha vendeu mais que a Inglaterra. Fizeram perguntas sobre perguntas e prometeram fazer ofertas de firmas inglesas, visto que os fornecimentos da Alemanha acabavam por completo.

No Interior ainda não se liga absolutamente com o fascismo. Também no exterior verifica-se bastante resistência. (….) Para evitar o comunismo concorda-se em parte com o Estado Autoritário. Os primeiros e justos melhoramentos sociais, assim como o esforço do Governo não encontram a ajuda que mereciam. Fala-se muito mas há muitos egoístas. A Legião (na Alemanha a SA) foi criada por decreto. Não nasceu da vontade do Povo. O Governo mostra-se geralmente só de distância. O culto dos doutores e outros titulares é muito resistente.(…)

O Governo procura a pouco e pouco regular o comércio em grémios. Isso no entanto deu como resultado muito desagrado. Os muitos Doutores sem pão receberam lugares e vencimentos. Nos produtos agrícolas o vendedor recebe menos do que recebia e o Grémio autorizado lucrou sem produzir, visto que os preços para o consumidor não baixaram.(…)

No ano passado criou-se o sistema de sindicatos de profissão. Existe como no nosso país, só uma direcção. Estas instituições são mais apreciadas. Com o tempo melhoram-se os conhecimentos de cada um dos grupos e o esmagamento, em certos casos sem fim, do trabalhador acaba. Tanto o empregado como o operário são pessimamente pagos. Certo é que a vida em geral é bastante inferior e o povo é muito mais exigente e o custo de vida é mais económico, também pessoas de bens vivem em muitos casos muito apertadas. O Governo procura o melhor. O povo em grande parte não reconhece este facto. Isso é a tragédia de Portugal.

O novo entendimento entre Espanha e Portugal (e o primeiro) parece ser de grande futuro. Ambos os povos tentam um entendimento comercial e cultural. Também fizeram um pacto de não-agressão. A Itália encontra-se ligada de perto com a Espanha. Pelo facto da guerra espanhola, a Itália-Espanha e Portugal estão mais ligadas do que antes, visto ajudarem-se mutuamente. A Inglaterra poderá partir esta ligação? A experiência não deve tardar. O Dr. Salazar deseja manter a Paz e procura melhoramentos em todos os sentidos. Será possível derrubar o seu governo? No desejo dos aliados de alastrar a guerra para outros países Portugal tem uma importância estratégica muito importante. Isso são perguntas que os Alemães do país fazem. Por ordens da nossa Pátria temos de ficar nos nossos lugares para manter as posições comerciais. As dificuldades criadas contra tudo o que é alemão podem ser grandes, mas fazemos todo o possível por manter as nossas posições. Tudo tem que ser estudado com muito cuidado e por isso mesmo tomo a liberdade de lhes participar a minha maneira de ver.(…)

De mostrar-se abertamente na Legião como sendo germanófilo não é muito aconselhável. Para este fim não só o entendimento Alemanha-Rússia influí, mas também a influência inglesa e mais ainda a igreja. Pessoas conhecidas, pertencendo à legião e à Mocidade chegaram a dizer coisas sobre o Fuhrer que prefiro não mencionar. A Legião não é segura, não nasceu de boa vontade, e portanto não se sabe exactamente o que se deseja.

Pessoas que são germanófilas pelo mínimo em parte e que não podem ver a Inglaterra assustaram-se pelo contracto Russo-Alemão. Também para este facto tenho a minha defesa mas eles não querem crer. Para muitos democráticos é água sobre o Moinho:

1- Perseguição dos católicos da Polónia e da Alemanha.

2- Entendimento com o ateísmo Russo.

Esquecem-se no entanto que a democracia só tem um deus – O DINHEIRO.

Nós Nazis alemães estamos constantemente vigiados e considerados como espiões. Somos, no entanto, muito cuidadosos e respeitamos o País amigo, como aliás é costume dos alemães. Não misturamos os nossos interesses com os interesses interiores do país. No Porto o trabalho do cônsul Francês é especialmente activo contra nós.

Sem ser arrogante como por exemplo o inglês, muitos partidários ainda não pensam como deviam, têm medo e são acanhados. Isto é uma herança antiga da história do nosso povo quando longe da terra e sozinho. Os alemães desta época deviam compreender que não existe o antigo cuidado da Pátria pelos seus compatriotas que vivem no estrangeiro.

Se não existisse o Rádio Alemão só podíamos ler as poucas notícias dos jornais e ficávamos certamente bastante nervosos e sem coragem. Como o nosso Governo evitou que a Alemanha passe novamente fome como na última guerra também evitou que os alemães fiquem sem notícias da sua Pátria. Nas mentiras judaicas nenhuma pessoa de inteligência pode acreditar, visto que não têm lógica. É mentira criminosa que somos obrigados a ler diariamente nos jornais. Mesmo o público daqui começa a duvidar. Começou com as derrotas dos alemães na Polónia e acabou imediatamente, depois de 18 dias com uma vitória absoluta da Alemanha e não da Polónia. Na guerra Russo-Finlandesa acontece exactamente o mesmo.

Durante os 20 anos que resido no estrangeiro, 13 anos em Espanha (Madrid) e 7 anos em Portugal, já notei muita perseguição contra os alemães. Desde 1939 (Setembro) parece que todos os elementos sem escrúpulo a favor dos aliados fazem uma perseguição nunca vista. Não passa um único dia em que os ingleses não sobrevoam Berlim, Viena, Praga, etc. Agora Também já voam sobre a Polónia. Isto ninguém pode compreender e pergunta-se onde estavam estes aviões ingleses quando a Polónia se encontrava em guerra connosco.

Subescrevo-me

Heil Hitler

Assinatura Max Arglebe


Tinta Fresca: Hoje segunda-feira a imprensa portuense traz pela primeira vez o discurso de Hitler completo e isto na primeira página. No que se refere ao Rádio tenho ainda o seguinte a dizer:

A recepção nas ondas médias (estações alemãs) é possível desde as 18 horas alemãs. A recepção infelizmente é muito fraca mas depois das 22 horas é regular. Não seria possível aumentar a força em 20/ 30 por cento? As estações holandesas, francesas e inglesas nas ondas médias são geralmente mais fortes, e muitas vezes não se ouve Bremen, Hamburgo, Koln, Munchen, Frankfurt; em geral outras estações são mais fortes. Na estação de Koln existe um posto francês muito forte que em geral evita qualquer recepção, o que já não se verifica na estação de Frankfurt.

A estação para África não tem uma distinção absoluta das 18 ás 21 horas, a música não é muito clara. Discursos podem-se ouvir melhor. Uma estação russa e outra inglesa devem estar perto demais. A estação da Ásia é muito boa desde às 6 até às 17 horas locais. Heil Hitler

Assinatura M. Arglebe”

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Lisboa, cruzamento da vida dos Gerassi

Há cerca de 70 anos, mais precisamente no dia 11 de Novembro de 1943, casavam em Lisboa Helen e Alfred, um casal nascido das coincidências que as guerras sempre encontram para  - além de histórias de morte e de sofrimento - também poder contar histórias de vida.

Tanto um como outro trabalharam para a espionagem britânica ao longo da guerra. Ela fugiu de França em 1940, com rumo incerto, para acabar a trabalhar na Embaixada Britânica em Lisboa.

O casal Gerassi em finais dos anos 40.
(Foto: Patrick Gerassi)
Ele começou por fazer o caminho inverso. Cidadão francês ofereceu-se aos ingleses em Lisboa e partiu para França onde colaborou na organização de uma linha de fuga que terminava em Portugal transportando refugiados, agentes e pilotos aliados abatidos. Foi preso pelos nazis e pela PVDE (antecessora da PIDE), mas saiu sempre ileso.

As histórias de Helen Girvin Balfour e Alfred Gerassi e do seu encontro em Lisboa têm ocupado desde há muito o filho, Patrick, que conseguiu ao longo dos anos reconstituir a vida dos pais durante a 2ª guerra.


Preso duas vezes

O francês Alfred Gerassi ofereceu-se, em Lisboa, para trabalhar com os ingleses em Março de 1941.

Natural de Paris foi enviado para a sua cidade natal com o objectivo de estabelecer uma rota de fuga que permitisse retirar da França ocupada não só refugiados importantes, mas também agentes secretos e pilotos aliados cujos aparelhos tivessem sido abatidos.

As suas actividades tornaram-no suspeito aos olhos dos alemães e a Gestapo deteve-o em Março do ano seguinte. Não teriam muitas provas contra ele e, mantendo o sangue-frio, não conseguiram que fizesse qualquer confissão.

Em Maio foi libertado pelos alemães e voltou às suas actividades, mas agora em Lyon. Regressou a Lisboa em Novembro, mas não ficou parado.

Os serviços secretos britânicos encarregaram-no de organizar uma nova rota de fuga. Esta estendia-se desde a França, passava por Bilbao, em Espanha, e terminava em Lisboa.

Alfred e Helen Gerassi em Lisboa em 1944.
(Foto Patrick Gerassi)
As suas movimentações alertaram a PVDE que também o deteve. Durante nove semanas, em 1944, esteve preso e foi interrogado.

Segundo a nota de recomendação da Medalha de Coragem ao Serviço da Paz, que lhe foi entregue no final da Guerra pelo Rei de Inglaterra, Gerassi voltou a não fazer qualquer denúncia ou confissão.

A documentação recolhida pelo filho assegura que as rotas de fuga criadas por Alfred serviram para fazer sair de França diversos agentes importantes e pessoal da RAF.

Mesmo enquanto esteve detido pela PVDE a rede não cessou a sua actividade até porque da embaixada chegava, como visitante, Helen Girvin Balfour que também era sua mulher…


Uma mulher decidida

Helen foi apanhada em França, onde vivia desde 1929, pela guerra e pela chegada inesperada das forças alemãs em 1940.

Como milhares de outras pessoas rumou primeiro à fronteira franco-espanhola e, sozinha, conseguiu atravessar o país vizinho de comboio, na esperança de chegar a Lisboa e dali partir para o seu país natal, o Reino Unido.

Na fronteira com Portugal um Guardia-Civil ficou-lhe com as economias em troca do direito de passagem para terras lusas. Conseguiu, mesmo assim, chegar ao Porto onde, sem dinheiro, bateu à porta do consulado britânico.

Ficou primeiro espantada e depois desesperada quando o cônsul não lhe oferece qualquer ajuda ou solução para o seu futuro imediato.

Em lágrimas percorre sem rumo algumas ruas do Porto. Não tem dinheiro e não sabe o que fazer a seguir. Para sua surpresa depara-se com dois homens que leem, na rua, o jornal inglês “The Daily Telegraph”.

Aborda-os e conta-lhes as suas últimas desventuras.

Boletim de lactente do filho mais velho do casal Gerassi.
(Foto: Patrick Gerassi)


Os leitores do jornal eram espanhóis, de Jeres, e trabalhavam em Vila Nova de Gaia, nas Caves de Gonzáles Byas. Num inglês quase perfeito prometem ajudar Helen e colocam-na rapidamente num comboio com destino a Lisboa.

Na capital portuguesa consegue reorganizar a vida e começa até a trabalhar na Embaixada Britânica…

Meses mais tarde o consul de Porto deslocou-se a Lisboa e ficou surpreendido por a ver a trabalhar na Embaixada. Preocupado disse-lhe que o deveria ter "avisado" que era conhecida do Embaixador...

Em Maio de 1943 Helen foi uma das últimas pessoas a encontrar-se em Portugal com o actor Leslie Howard, quando este esteve no nosso país para um conjunto de conferências.

Helen era ainda prima do actor que foi um dos protagonista do filme "E tudo o Vento Levou".

No dia 1 de Junho de 1943 Leslie levantou voo do Aeroporto da Portela no Voo777 com destino ao Reino Unido. Treze passageiros e quatro tripulantes desapareceram quando o avião foi abatido pela força Aérea Alemã sobre a Baía da Biscaia.

Foi também em Lisboa que casou com Alfred, em Novembro de 1943, e foi também ali que lhes nasceu o primeiro filho, Jean-Michel ou Juan Miguel, em Fevereiro do ano seguinte.


À procura de respostas

Desde há muito que outro filho do casal, Patrick Gerassi, tenta reconstituir os passos dos pais durante o conturbado período da 2ª guerra Mundial.

Jornalista da BBC foi desenhando, entre documentos, fotografias e memórias, uma imagem cada vez mais clara do que aconteceu no mundo de intrigas onde estes se movimentaram.

Helen com Manuel González Díez, um dos irmãos que a ajudou a chegar a Lisboa depois de muitos contratempos.
(Foto: Patrick Gerassi)
Em Fevereiro deste ano conseguiu dar mais um passo. Tinha a foto de um dos homens que ajudara a mãe quando ela chegara desamparada ao Porto. Como sabia que eles eram de Jerez, enviou a imagem para um jornal dessa cidade andaluza na esperança de que alguém o conseguisse identificar.

Os arquivos da casa Byas trouxeram a resposta.

Tratava-se de Manuel González Díez, filho de um marquês andaluz, que durante duas décadas geriu as caves Byas no Porto.

Apesar de ter falecido em 1991, a esposa ainda é viva. Razão suficiente para Patrick – que neste momento vive na Galiza – se meter à estrada com a esperança de descobrir um pouco mais da sua história…

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Vitória na festa do “Reviralho”

“Viseu acaba de assistir a uma manifestação demo-comunista, em que se verificaram aspectos de tal forma graves que a cidade ficou e anda justamente alarmada”. As primeiras linhas do relatório do comando da Legião daquela cidade nortenha não deixam dúvidas sobre as preocupações deixadas pelos festejos da vitória aliada.

Festejos em Lisboa frente à Embaixada Inglesa.
(Revista "Mundo Gráfico", 15 de Maio de 1945 /Hemeroteca de Lisboa)
A vitória das democracias e da Rússia comunista na guerra fazem os homens da “situação” temer o pior tanto ali, com o noutras cidades portuguesas. Receia-se um golpe de estado, apoiado por britânicos ou americanos, e forma como as multidões acorreram aos festejos não descansam ninguém.

Mal a notícia da rendição se torna pública, na tarde do dia 7 de Maio, as ruas foram ocupadas nas cidades, vilas e aldeias de todo o país.

Há foguetes e “morteiradas”. Bandas e fanfarras saíram à rua por conta própria ou solicitadas por comissões formadas para liderar os festejos, algumas destas últimas sob forte suspeita do regime.

Não existe uma política comum a todo o país para controlar as diferentes manifestações. Em alguns concelhos tudo se autoriza, enquanto noutros, são colocados limites.

Em Portalegre, por exemplo, o presidente da câmara não autorizou saída da banda “por haver fundado receio de que o facto fosse aproveitado para exteriorização de ideias subversivas ou contrárias à actual situação política”.

De um modo geral, no dia 7, as festas são mais espontâneas, tem um carácter mais popular e prolongam-se pela noite com muitos “vivas” e “atrás dos vivas, começaram de notar-se as bebedeiras que se prolongaram pela noite fora.” Para o dia seguinte marca-se nova festa e manifestação, especialmente, nas localidades de maior dimensão e, neste caso, já se nota uma certa organização tanto por parte dos que celebravam como por parte das autoridades.


O medo da vitória aliada 

O medo das consequências de uma derrota das forças fascistas da Europa são notórios em vários relatórios que foram chegando ao Ministério do Interior, especialmente, durante os anos de 1944 e 1945.

Festejos no Porto
("Jornal de Notícias", 8 de Maio de 1945 /Hemeroteca de Lisboa)

“Depois dos últimos acontecimentos da guerra (a morte afrontosa de Mussolini e a tomada de Berlim pelas tropas Russas) notava-se em certos sectores, uma excessiva alegria, onde afloravam ódios mal contidos, rancores pessoais e esperanças de uma subversão política em Portugal”, explica o já mencionado relatório de Viseu e não é caso único.

“Os conhecidos agitadores do Entroncamento (…) andam de orelhas levantadas e bastante animados. Juntam-se em grupos discutindo os acontecimentos. (…) Os homens da Situação andam amedrontados e rendem finezas aos adversários. Diz-se que finda a guerra há modificação do Governo. Que os aliados impõem aos outros povos a forma de Governo (democracia)”, resume um outro relatório da PSP de Setembro de 1944.

No mesmo documento pode ainda ler-se que muitos responsáveis locais “estão aterrorizados, o que demonstra bem claramente, porque contando talvez com qualquer revês, pactuam com pessoas reconhecidamente adversárias da situação".

Com o aproximar do fim surgem cada dados cada vez mais alarmantes sobre uma potencial ameaça ao Estado Novo.

“Silvino Diogo (…) disse a alguém que possuía em sua casa uma “lista negra”, que lhe fora fornecida pelos americanos, na qual constam os nomes de pessoas da Situação e Legionários que haviam de ser abatidos”, revela um dos muitos relatórios dos Serviços de Vigilância da Legião Portuguesa de Lisboa, datado do dia 7 de Maio.

Portugal vibrou de emoção, diz a legenda desta fotografia.
(Revista "Vida Mundial Ilustrada", 17 de Maio de 1945 /Hemeroteca de Lisboa)

Noutra informação da Legião, com data de 5, é destacada a confiança de um certo Medeiros, que em pleno Salão Brasil, na Rua Augusta, em Lisboa, se permitiu “fazer várias afirmações vexatórias (…) comentando o facto da Bandeira Nacional estar a meia haste em sinal de luto pela morte de Hitler. Assim, em voz alta, dizendo não ter receio daquilo que lhe fizessem, insultou o senhor Presidente do Conselho, tratando-o de «filho da puta», bem como todos os componentes do exército e Legião”.

Somam-se os actos de desafio.

“Em Coimbra, na noite de 3 do corrente, foram deitados mais de 500 morteiros, com o fim de festejar a queda de Berlim. Supõem-se que tenham sido anti-situacionistas, os autores desta manifestação”, salienta um relatório da Legião enquanto outro dá nota da colocação da bandeira “vermelha com a foice e o martelo, no poste da 3ª secção da Junta de Autónoma de Estradas” de Queluz, na noite de 6 para 7, enquanto três dias depois o mesmo acontecia na Ponte de Rio Tinto, no Porto.


O "reviralho" sai à rua

É assim num país em clima de tensão que se chega à assinatura da rendição dos exércitos alemães. E se no dia 7 a maioria das manifestações teve, como já foi referido, um carácter mais popular e espontâneo, as iniciativas marcadas para o dia 8 assumem um outro nível de organização.

Não se vão registar problemas de maior, mas à frente das multidões que se juntam para ouvir discursos e para vitoriar os aliados surgem várias pesonalidades que o regime identifica como elementos do “reviralho”, “comunistas”, “democratas” ou de “ideias avançadas”.

Mesmo entre a população há medo … Em algumas zonas onde estavam marcadas concentrações para o fim do dia o comércio já não abriu as portas durante a tarde.

O olhos e os ouvidos das gentes da “situação” aguçam-se e de vários pontos do país chegam notícias. Nomeiam-se os cabecilhas, repisam-se os seus discursos, apontam-se os suspeitos mais perigosos.

“Alfredo Mendes da Silva, ex-aluno da faculdade de direito, foi quem chefiou a manifestação dos universitários, à Embaixadas Inglesa e Americana. Era este cavalheiro quem gritava «DEMOCRACIA» e «LIBERDADE», e pediu em frente da Embaixada Americana que fosse ajudada a academia para se obter em Portugal Liberdade e democracia. Este nojento individuo, sempre manifestou o seu ódio ao Estado Novo, e principalmente a Salazar. (…) Hoje, diz alto e bom som, que é russófilo”, assegura uma nota dos Serviços de Informações da Legião.

Numa outra pode ler-se que “o conhecido maestro comunista LOPES GRAÇA, e outros elementos desconhecidos foram vistos orientando várias manifestações de carácter subversivo, entre elas uma que pretendeu assaltar o Café Martinho”. Na Régua “salientaram-se, dando vivas à União Soviética e «morras» à Gestapo Portuguesa, o cauteleiro SOTERO, que apesar de analfabeto, sempre se tem mostrado hostil à situação; CLAUDINO CLEMENTE, empregado de armazém da Casa do Douro; MANUEL PAIXÃO, taberneiro; ANGELO MONTEIRO, mestre-de-obras”.

Festa em Lisboa .
(Revista "Mundo Gráfico", 15 de Maio de 1945 /Hemeroteca de Lisboa)

Para além de se apontarem nomes também se enumeram os desafios ao regime, mesmo quando não possível apontar culpados. No Crato não houve desordens, mas ouviram-se frequentemente, “vivas à Rússia e à Liberdade, percebendo-se o espírito tendencioso da parte das pessoas que os soltavam (…). É certo que concorreu para tanto, a generosidades de dois proprietários de estabelecimentos de bebidas que, na boa intenção de comemorarem o fausto acontecimento, ofereceram vinho ao povo”.

Em Campo Maior foi possível “ouvir vivas às nações vitoriosas, aos aliados, a Carmona e Salazar, Estados Unidos, Inglaterra e Brasil e, ainda um único viva à Rússia em voz débil que não foi possível identificar”.

Mas houve quem pagasse com a prisão o excesso de entusiasmo. Em Ponte de Sôr, o secretário da Câmara Municipal deteve um jovem de 19 anos, carpinteiro, por ter dado um viva à Rússia . Conduzido ao posto da GNR “esteve dois dias detido, e depois de repreendido, foi entregue ao pai e à mãe, sem qualquer procedimento, em virtude de se tratar de um menor”.

As manifestações do dia 8 foram ricas em discursos e outras iniciativas que se estenderam pelos principais espaços públicos do país. Pelos relatos percebe-se que na maior parte dos casos existe uma estrutura organizativa que nem sempre afronta de forma aberta a situação, mas deixa recados nas entrelinhas.

Marca-se nova concentração para o dia 9. Anunciam-se, nomeadamente, novas manifestações de agradecimento frente às embaixadas Americana e Inglesa em Lisboa. As estruturas da oposição passam este apelo para fora da capital, mas entretanto Salazar coloca um travão na animação e proíbe novas concentrações.

Isso não impede, no entanto, que de Almada parta um enorme grupo de pessoas com o objectivo de atravessar o rio. A GNR local mobiliza todos os efectivos disponíveis e dirige-se para Cacilhas de modo a evitar a travessia para Lisboa. Apesar da multidão, não se registam incidentes e as pessoas desmobilizam…

A força da rua continua, no entanto, a sentir-se e a União Nacional aproveita-a, marcando para o dia 19 de Maio, um Sábado, uma grande manifestação de agradecimento a Salazar por este ter conseguido manter Portugal fora da Guerra… Milhares de pessoas de todo o país chegam à capital para esta demonstração de unidade nacional, mas essa é outra história.

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Familia de aviador sepultado no Porto procura informações

 Na tarde de 13 de Julho 1941 o sargento-aviador da Real Força Aérea, William Bernard Oakes, de 21 anos, morreu aos comandos de um bombardeiro Wellington da RAF quando este se despenhou, no mar frente a Fão, perto de Esposende.

Setenta anos depois, e após consultar diversos arquivos, a família continua a procurar respostas na tentativa de reconstruir o que aconteceu naquele dia.

Com William, co-piloto do aparelho, mergulharam no mar cinco camaradas de armas (ver AQUI)…

Os seus corpos mutilados foram reunidos num único caixão que descansa no cemitério de St. James, no Porto.

Relatórios contraditórios das autoridades britânicas tão depressa referem o incêndio num dos motores ou a instabilidade do clima como responsáveis pelo que aconteceu.

Quando me chegou o apelo de Ian Garth, o cunhado de William, confesso que tinha muito poucos dados sobre este desastre.

Uma leitura dos jornais da época trouxe novos dados, mas não esclareceu as contradições. Antes pelo contrário…

Nos diários lisboetas “República”, “Diário de Lisboa”, “Diário de Notícias” e nos portuenses “Jornal de Notícias”, “Comércio do Porto”, “Primeiro de Janeiro” não encontramos unanimidade nos relatos publicados sobre o desastre.

Todos concordam que o acidente aconteceu às 14.30 horas e que o tempo estava nebulado e chuvoso. O mar encontrava-se agitado.

Um desastre, várias versões 

Alguns periódicos garantem que os populares apenas ouviram um avião a sobrevoar a zona – como se procurasse um sítio para aterrar – seguida de uma explosão quando este bateu no mar.

Outros asseguram que testemunhas ouviram o aparelho a circular, mas que também viram como a certa altura ele levantou o nariz e picou para o mar, explodindo com o impacto…

O “Diário de Notícias” – e refiro o nome porque é o único que descreve assim o acidente - conta de forma detalhada como se ouviu uma explosão antes do avião, em chamas, se precipitar para o mar. Deixava atrás um espesso rastro negro de fumo…








Notícias publicadas nos jornais 
de Lisboa e Porto 
nos dias 14 e 15 de Julho de 1941, 
com relatos do acidente.
Apesar da maior parte dos relatos 
serem muito semelhantes 
sobre o que aconteceu 
depois do desastre, 
existem, pelo menos, 
três versões diferentes
 do momento do acidente.













O aparelho despedaçou-se no mar, muito próximo da praia. O combustível e alguns destroços ficaram a arder libertando uma intensa coluna negra.

 “Imediatamente um grupo de pescadores, apesar da fúria do mar, se prontificou a seguir para o local da tragédia. E assim largou da praia uma pequena embarcação, tripulada pelos marítimos Júlio da Silva Vilela, António Herdeiro e Joaquim Soares, seguindo na mesma o primeiro patrão dos voluntários de Fão, Sr. Gonçalves Figueira”, conta o Jornal De Noticias secundado por outras publicações.

Não foi encontrado nenhum dos tripulantes, mas a embarcação recolheu dois paraquedas, um bote de borracha e um impermeável.

Numa saída posterior seria encontrado uma roda e parte de um trem de aterragem…

Logo nesse dia chegaram à praia uma carta, com destino a Malta, e distintivos canadianos…

È pedida a vinda do rebocador “Teixeira de Queiroz” e de um salva vidas do Instituto de Socorros a Náufragos, para colaborar nos trabalhos de resgate do avião e na tentativa de localizar os corpos.

Na manhã do dia seguinte é descoberto o primeiro sinal de humanidade. Dá à costa o tronco mutilado de um homem, com parte da farda vestida… ostenta as divisas de sargento.

Transportado para o quartel dos bombeiros de Esposende será identificado como pertencente ao telegrafista do avião. Nas notícias os aparelho já aparece identificado como um bombardeiro britânico Wellington.

A praia fica juncada de todo o tipo de destroços “tais como paraquedas, rodas do trem de aterragem, e muitos maços de correspondência que se destinava a Malta”, explica mais uma vez o “Jornal de Notícias”.

 Nos dias seguintes – por opção ou por imposição da censura - os jornais silenciam as notícias sobre as operações de resgate.

Só a 19 regressam ao assunto para informar que os corpos tinham sido recuperados e que, nessa tarde, se realizariam os funerais.


A urna aos ombros de veteranos britânicos da I Guerra Mundial. Sargentos portugueses acompanham o funeral (em cima).
Soldados de Infantaria 6 ladeiam os caminhos por onde passa a multidão que acompanha a cerimónia (em baixo).


A comunidade inglesa do Porto encerra lojas e serviços e apresenta-se em massa no funeral. São centenas as pessoas que marcam presença nas cerimónias.

Os restos mutilados dos sargentos da RAF William Bernard Oakes, Henry Gerald Peel, Colin James Dixon, Trevor Vaughan Davies, Derek Cecil Haynes e Stephen Thomas Mcneil foram reunidos apenas num caixão, ao qual um pelotão de Metralhadoras 3, assegura a guarda de honra.

Finda a missa, conduzida pelo reverendo Johnson, seguem para o cemitério inglês.

São os ombros de veteranos britânicos da I guerra que carregam a urna entre os vários percursos, mas há também uma delegação de sargentos portugueses, militares de diversas graduações e autoridades civis portuguesas no topo do cortejo.


Militares portugueses e britânicos prestam homenagem aos aviadores. O mais alto é o adido aeronáutico da Embaixada Inglesa, o coronel Schreiber (em cima).
Soldados de Metralhadoras 3 disparam três salvas em honra dos mortos (em baixo)


No cemitério é uma unidade de Infantaria 6 que marca a o percurso para a passagem da multidão.

Junto à campa, enquanto a urna desce à terra, “os soldados de Metralhadoras 3, armados de carabinas, fazem três descargas sucessivas, sob o comando vibrante da imperativa voz de: - Fogo”, relata o “Primeiro de Janeiro”.


A colónia Inglesa submergiu com flores a campa dos aviadores.


“As autoridades inglesas e portuguesas desfilam ainda mais uma última vez perante a grande cova, onde caem já, cavamente, as primeiras pazadas de terra; e toda a gente desfila depois, sem um gesto, uma palavra”, concluí o JN.

Mais dramático, no sentido teatral da palavra, é a conclusão do “Primeiro de Janeiro”: “A nosso lado, uma senhora inglesa - de perfil austero e nobre (...) – é tomada de viva e profunda comoção. Os olhos inundam-se-lhe de lágrimas, mas logo se reanima e, erguendo solenemente a mão direita, desenha no espaço a figura geométrica dum V – a simbólica inicial da palavra Vitória…”

Um apelo público

Face à soma de contradições foi decidido realizar uma apelo público, para tentar encontrar outros relatos e, especialmente, memórias sobre deste incidente…

Talvez seja possível encontrar alguém que tenha sido testemunha do desastre ou seja “herdeiro” desses testemunhos …

Será que alguém conhece ou conheceu os pescadores que não hesitaram em lançar-se ao mar, apesar do mar revolto?

Poderão existir fotografias das operações de resgate? Notícias em jornais locais?

Museu de Cosforth, Inglaterra. Em fundo um Wellington a ser restaurado. 
Na foto Michael Garth, Ian Garth, Ian Oakes e Fred Oakes, irmão de William.

Ian Garth gostaria de ter acesso a todas as informações sobre este momento que marcou a história da família da mulher, irmã de William.

Para preservar alguma privacidade e evitar ser bombardeado com mensagens que nada tenham a ver com o assunto, Ian pediu-me para que as mensagens fossem reencaminhadas através do e-mail do Aterrem em Portugal (clique AQUI).

Comprometo-me a reenviar tudo para o Ian.

Para facilitar esse trabalho agradecia – sempre que possível – que me enviassem as mensagens em inglês…

A família de William Oakes agradece antecipadamente todos os esforços relacionados com o esclarecimento deste assunto.

Carlos Guerreiro 
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Nota: Todas as fotos foram cedidas por Ian Garth.

Para ler mais sobre AVIAÇÃO clique AQUI.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

"Traição a Salazar" no Porto

José António Barreiros vai estar no Porto, dia 10, na Livraria Leya, na Latina para apresentar o seu mais recente livro "Traição a Salazar".

A apresentação no Porto acontecerá por volta das 19 horas...


"Traição a Salazar" foi reeditado em Julho deste ano (ver AQUI).

Já antes o "Aterrem em Portugal" tinha conversado com o autor sobre este trabalho (ver AQUI).

Boa Leituras
Carlos Guerreiro 

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