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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Lisboa e o Holocausto em Conferência

Cerca de 50 especialistas vão reunir-se nos dias 29 e 30 de Outubro, em Lisboa, para falar sobre o tema do Holocausto e do papel de Portugal durante o período da segunda Guerra Mundial.

No programa, durante o primeiro dia, anunciam-se vários workshops que decorrem em simultâneo e que abordam temas como relações políticas e diplomáticas, o Futuro da investigação em Portugal sobre o Holocausto entre outros temas.

Para ver progrma progrma completo pode clicar AQUI.

Mais de uma vintena de especialistas portugueses, austríacos, americanos e outros. No dia seguinte realizam—se os painéis de discussão.

Entre os especialistas presentes contam-se nomes como Allan Katz (Embaixador dos EUA em Portugal), António José Telo, Clara Ferreira Alves, Douglas Wheeler, Eduardo Lourenço, Eduardo Marçal Grilo, Esther Mucznik, Irene Pimentel, Isabel Alçada, João Paulo Avelãs Nunes, José Pedro Castanheira ou Maria de Lurdes Rodrigues.

A iniciativa conta com a organização da embaixada Americana, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e vai ter lugar na Fundação Calouste Gulbenkian.
 
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até ao dia 23 deste mês AQUI.

Pode encontrar a página oficial da iniciativa AQUI.

Bom fim de semana
Carlos Guerreiro

domingo, 13 de maio de 2012

Lembrar Sousa Mendes

Há uns meses tinha publicado a história sobre a busca da Fundação Aristides Sousa Mendes - nos Estados Unidos - que procurava pessoas e familiares de pessoas que deviam a sua vida ao cônsul português de Bordéus. (ver  "Procuram-se "fugitivos" de Sousa Mendes" )

 Aristides de Sousa Mendes e a mulher Angelina.

O projecto seguiu caminho e já há resultados. A Agência Lusa trouxe novas informações sobre esse trabalho. Pena que a casa continue em ruínas, envolta em polémicas à portuguesa...

Deixo a noticia... 

Família quer recordar Aristides de Sousa Mendes 

Della, Gaia e Eric são de gerações diferentes, vivem em pontos distintos dos Estados Unidos, mas partilham a descoberta recente de que devem a sua vida e a dos seus familiares a um desconhecido chamado Aristides Sousa Mendes. 


Os três descendentes de refugiados do Holocausto fazem parte de um grupo de 100 pessoas contactadas recentemente pela Sousa Mendes Foundation norte-americana, dedicada a divulgar nos Estados Unidos a história do ex-cônsul de Portugal em Bordéus durante a II Guerra Mundial, que emitiu milhares de vistos que permitiram a fuga da Europa.

"Sei com toda a certeza que não estaria vivo se não fosse ele", afirma Eric Moed, jovem de 24 anos residente no bairro nova-iorquino de Brooklyn.

O jovem falou à Lusa uma semana depois de ter entregado a sua tese de licenciatura em arquitetura - um estudo e projeto de reabilitação da Casa do Passal, a degradada casa da família Sousa Mendes em Cabanas de Viriato, Viseu.

 A casa em ruínas de Aristides de Sousa Mendes.

"Tornou-se uma questão pessoal para mim. E, quando li sobre a Casa, aí imediatamente soube que a minha tarefa era fazer isto", diz o jovem norte-americano, neto do arquiteto Leon Moed, que recebeu um visto de Sousa Mendes enquanto criança, que lhe permitiu viajar de Antuérpia para os Estados Unidos, através de Portugal.

Para o projeto, o jovem esteve recentemente em Portugal, onde conheceu a "bela e muito triste" casa, um "monumento de reflexão" sobre a história do próprio Sousa Mendes, cujos descendentes também conheceu.

A localização de pessoas como Eric tem sido tarefa de Olívia Mattis, da Sousa Mendes Foundation, que há cerca de seis meses vem cruzando a lista original dos 2.000 vistos com as de passageiros de navios de Portugal para os Estados Unidos ou Brasil, e ainda com informação atual na internet.

Este trabalho permitiu contactar 100 "famílias Sousa Mendes", na América do Norte, Europa, Israel e até na Austrália, mas Mattis acredita que ainda há muito trabalho a fazer, porque não há registo dos vistos emitidos por Sousa Mendes depois da saída de Bordéus, em Bayonne e Hendaye, porque as crianças viajavam sem visto e porque faltam muitas listas de passageiros.

"Sabendo o nome e a idade aproximada é fácil. Sobretudo se for um nome invulgar", disse à Lusa Mattis, que tem feito muitos destes telefonemas e emails.

"A vasta maioria nunca tinha ouvido o nome de Sousa Mendes. Quando conhecem a história, as pessoas perguntam porque morreu na pobreza, porque ninguém o ajudou. Envolvem-se, querem participar", adianta.

Para comemorar o Dia de Lembrança do Holocausto, a 19 de abril, a Fundação juntou 15 famílias em Huntington, Nova Iorque, além de descendentes de Sousa Mendes e querem tornar estes encontros regulares, planeando dois para junho de 2013 em Portugal e França.

Della Peretti, professora universitária reformada cujo filho é um dos cofundadores do popular jornal on-line Huffington Post, ficou a saber num email de Olivia Mattis que a sua avó, Adina Cherkin, e a sua mãe também fugiram com um visto de Sousa Mendes.

"Nunca tinha ouvido falar dele. Temos de pô-lo na História", disse à Lusa a ex-professora da Universidade de Berkeley, na Califórnia.

Além de fazer um donativo para a reabilitação da Casa do Passal, Peretti está também a dar algum do seu tempo para apoiar os esforços da Fundação e quer "aprender mais português" e "passar algum tempo em Portugal", que visitou quando tinha 21 anos.

A mãe de Gaia Starr, que viajou de Bruxelas para Baltimore em 1940 com visto emitido em Bayonne, nunca lhe falou de Sousa Mendes, apenas de uma travessia tranquila no Atlântico, e hoje sofre de Alzheimer.

"Nunca saberei o que ela conhecia, lembrava ou suspeitava [sobre Sousa Mendes]. Estas histórias estão encerradas para sempre. O que sei é que os meus avós suportaram o fardo do stresse naquela altura e que a minha mãe e o meu tio puderam sentir-se como crianças numas férias de verão", disse à Lusa a professora, residente no Novo México.

"Sinto gratidão pela minha vida, que foi uma dádiva indireta de um homem que fez aquilo que todos nós esperaríamos conseguir fazer, se estivéssemos perante essa escolha", adiantou.  

Agência Lusa 

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Encontra outras histórias relacionadas com 
                                         Aristides de Sousa Mendes AQUI.
                                         Refugiados AQUI.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Procuram-se "fugitivos" de Sousa Mendes

A Fundação Sousa Mendes, com sede em Seattle, começou uma busca pelos milhares de anónimos que foram salvos por Aristides de Sousa Mendes. A campanha começou no dia 9 deste mês, e foi lançada no site da instituição.

Aparecem também os nomes de algumas pessoas ou famílias que foram salvas pela acção do Cônsul português de Bordéus, que em 1940 passou, contra as ordens do Governo,  milhares de vistos a refugiados que queriam chegar a Portugal.

 Aristides de Sousa Mendes e a família. 
(Foto Sousa Mendes Foundation)

O "link" para a página da "SOUSA MENDES FOUNDATION" está AQUI.


Fica também a notícia publicada pelo "Diário Digital" ...


terça-feira, 17 de Janeiro de 2012 | 15:34

Iniciada busca global por milhares salvos por Sousa Mendes


O mérito do diplomata português Aristides Sousa Mendes, que durante a Segunda Guerra Mundial salvou do Holocausto mais de 10 mil judeus e outros refugiados que fugiam de França, está finalmente a ser reconhecido a nível internacional. Assim, foi lançada uma busca global para encontrar pessoas salvas por «um dos grandes heróis anónimos» daquele tempo, como é descrito pelo escritor canadiano Peter C. Newman, segundo o jornal National Post.
Newman, que várias vezes enalteceu o «herói» e «dissidente» Sousa Mendes, afirma que este ajudou a sua própria família a fugir às câmaras da morte nazis.

Sousa Mendes, que na época era cônsul em França, nunca recebeu o tipo de atenção dada a Oskar Schindler, o industrial alemão que salvou mais de mil judeus do Holocausto dando-lhes emprego nas suas fábricas.

Enquanto o filme «A lista de Schindler» - que ganhou um Oscar em 1993 apontou os focos de Hollywood para aquela história, as «corajosas» ações de Sousa Mendes para ajudar 10 mil judeus e outros refugiados a fugir de França em 1940 – o número pode ser o dobro, ou mais – permanecem desconhecidas, disse Harry Oesterreicher, porta-voz da Fundação Sousa Mendes, sedeada em Seattle.

Enquanto alguns dos que receberam os «vistos salva-vidas» estão identificados – como figuras notáveis como o pintor espanhol Salvador Dali e os autores de «Curious George», Hans e Margret Rey — milhares de outros refugiados nunca souberam quem lhe abriu caminho para a liberdade e os seus descendentes continuam «no escuro», disse Oesterreicher.

Por essa razão, a organização anunciou o que designa como «uma busca sem precedentes por refugiados» que receberam vistos de Sousa Mendes em Junho de 1940, apesar de ter ordens estritas do governo português para não o fazer.

A «desobediência» valeu-lhe um julgamento em Portugal, tendo sido «severamente punido», salientou.
Aristides de Sousa Mendes morreu em 1954 «na pobreza e oficialmente em desgraça, praticamente apagado da história», disse ainda.

Newman, nascido na Áustria, tinha 11 anos quando fez, juntamente com a sua família, uma dramática tentativa para emigrar para o Canadá, fugindo aos horrores da guerra. Na sua auto-biografia «Here Be Dragons», publicada em 2004, contou como o «esquecido santo» Sousa Mendes foi a chave para a sua bem sucedida fuga de França, no início da invasão alemã, acabando por conseguir chegar ao Canadá.

«Lisboa não aceitava judeus», escreveu Newman, «mas esta ordem foi ignorada por (. . .) Sousa Mendes, um católico devoto com uma atitude iluminada que decidiu ajudar os apavorados refugiados com um gesto humanitário».


Uma boa busca...

Carlos Guerreiro