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quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Notas sobre “Fury”
O novo filme protagonizado por Brad Pitt é um retrato cru dos últimos dias da II Guerra Mundial.
O filme retrata o avanço pela Alemanha da tripulação de um tanque americano Sherman nos últimos dias do Terceiro Reich. Em Abril de 1945 seguimos durante 24 horas de cinco homens e do seu tanque – Fury – pelas estradas e caminhos lamacentos de um país em desagregação.
A tripulação é liderada por Brad Pitt, no papel de um sargento que “mata alemães” desde 1942, quando as forças americanas invadiram o Norte de África. Não se trata, no entanto, de um herói, tantas vezes personagem central dos filmes de guerra americanos. Umas vezes é um destroço, que mostra as suas fragilidades, outras, um assassino a sangue frio. Deixa claro que é matar ou ser morto e não tem dúvidas de que lado quer estar.
O realismo de algumas cenas não recomenda “Fury” para todos os públicos. A lama e o sangue estão coladas ao ecrã em quase todas as cenas. Até os poucos momentos de descontracção têm uma tensão própria.
As cenas finais trazem um rasgo das antigas fitas de Hollywood (será sempre uma ficção), mas até aí as reconstituições estão muito próximas do que aconteceu em cenários reais, um aspecto reforçado pela utilização de tanques verdadeiros, e não de simulações por computador.
Carlos Guerreiro
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