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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Livros…
“Lisboa, A cidade Vista de fora 1933-1974”, de Neill Lochery

Este livro é muito mais que o olhar dos estrangeiros sobre a capital portuguesa entre os anos de 1933 e 1974, é também um olhar sobre o regime que governou o país durante cerca de cinco décadas.

Ficamos a conhecer melhor a Lisboa, cidade porto, saída de uma Europa em guerra e a Lisboa – e arredores – refúgio de ex-cabeças coroadas ou VIP’s à procura de descanso num clima ameno.

Mais de metade do livro passa-se no período entre 1933 e o final da 2ª Guerra Mundial, com o seu  desfile de refugiados, espiões e diplomatas.

Acompanhamos ainda o crescimento do Estoril e de Cascais, especialmente, no pós-guerra. O aparecimento dos seus hotéis e das suas vivendas. As festas faustosas que atraiam gente dos quatro cantos do mundo, dos jornalistas e dos fotógrafos que aqui vinham à procura do “very tipical”.

Sonhamos ainda com uma Lisboa que, nos primórdios da aviação comercial, assegurava com os seus aeroportos a orgulhosa ligação entre os continentes Europeu e Americano.

Saint Exupéry, os Gulbenkian (pai e filho), Stanley Kubrick, Maria Callas, Ed Sullivan, Eisenhower, Montgomery, Laurence Olivier ou Evita Perón, entre muitos outros, passaram pela capital portuguesa e deixaram testemunho das suas impressões.

Mas Neill Lochery - que editou o ano passado "Lisboa, a Guerra das Sombras na cidade da Luz 1949-1945" -  vai, como já referi, um pouco mais longe neste novo livro fazendo também a cronologia da forma como os de fora olharam o regime do Estado Novo, desde os tempos da sua afirmação internacional nos anos 30 a 50, até ao isolamento crescente nas décadas seguintes.

Através de depoimentos de diplomatas e governantes, documentos e relatórios estrangeiros percebemos a forma como Salazar passou por estatutos diversos ao longo dos anos. Primeiro um governante “raposa”, respeitado no mundo apesar de governar um pequeno estado Europeu. Depois um dos últimos governos fascistas e colonialistas da Europa, tolerado por possuir os Açores e porque era preciso combater o comunismo. Há um isolamento crescente do país nos palcos internacionais e Salazar começa a ser olhado quase como uma relíquia, um governante fossilizado no tempo.

Todas estas histórias e acontecimentos correm em paralelo ao longo das cerca de 250 páginas do livro, que é lançado agora em Portugal e só mais tarde terá uma edição inglesa.

Apesar de conter muita informação a obra tem uma estrutura simples e é de leitura fácil…

Ao longo das páginas ficamos muitas vezes com a impressão que houve gente que nos “soube tirar a pinta”. É um livro para quem gosta “de nos conhecer”.

O lançamento é no dia 5, no Auditório Lusitânia, em Lisboa.

Recomendo…

Carlos Guerreiro


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Pode adquirir o livro AQUI.

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