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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Algumas perguntas a Joel Neto

"Meridiano 28" é o mais recente livro de Joel Neto, um romance de espionagem e mistério que tem os Açores como principal palco da intriga.

O livro vai revela ainda o ambiente de paz entre britânicos e alemães que se viveu no arquipélago durante grande parte do conflito. Para conhecer melhor esta obra que recupera memórias reais daquele período colocámos algumas perguntas ao autor.

Aterrem em Portugal: O seu livro tem por cenário os Açores durante a II Guerra Mundial. Porque escolheu este ambiente?
Joel Neto: Os Açores têm sido quase sempre o principal cenário dos meus romances. Talvez eu ainda não tenha esgotado o trabalho da identidade do povo das minhas ilhas, no que esta tem de próprio e, ao mesmo tempo, no que tem de exultantemente português.

Por outro lado, havia aquela história em concreto: a dos ingleses e alemães que haviam continuado em paz durante a II Guerra Mundial. Pareceu-me uma metáfora extraordinária, tanto para a guerra como para a paz. E um pressuposto poderoso: poderia a guerra ter sido evitada, afinal?


AP: Quando percebeu que havia assunto para um romance?
JN: Creio que os meus romances nascem de padrões. Têm nascido, pelo menos. Eu tinha a história dessas duas comunidades – entre outras mais pequenas – que estavam na Horta a desenvolver a telegrafia submarina e viviam em paz.

Depois apareceram-me os Clippers da Pan American, amarando em frente à cidade carregados de estrelas de cinema e campeões de boxe, estadistas e milionários. E depois começaram a despontar também no mar combates da Batalha do Atlântico a que os faialenses chegavam a assistir a partir de terra, alinhados na doca como num anfiteatro. De repente, havia um cosmo.

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AP: Descreve momentos de convívio entre britânicos e alemães em plena guerra. Trata-se de ficção ou realidade?
JN: Eles viveram de facto em paz no Faial até à evacuação dos alemães, em 1943. E os alemães só foram evacuados porque, percebendo para que lado a guerra ia tombar, Salazar cedeu instalações nas ilhas aos Aliados.

De resto, aquelas famílias eram visitas de casa umas das outras. Dançavam o foxtrot e o quick step nas sociedades recreativas (orquestras proliferavam). E havia ténis, e croquet, e piqueniques, e expedições... Era uma elite extraordinária.

Ao pé da Horta dos anos 1940, o resto do país – mesmo Lisboa – era sombrio, triste e profundamente tacanho.


AP: E a espionagem também é central no enredo?
JN:  A história que move a personagem principal é a da possível presença no Faial, depois da guerra, de um operacional nazi. Eles esconderam-se por todo o lado, não foi? Porque não nos Açores também? Portanto, apesar de todas as linhas narrativas, creio que se pode dizer que a espionagem é a principal força motriz do romance. E Mr. Flavell gosta do gin do Peter Café...


AP: Sendo dos Açores, as histórias do tempo da guerra não lhe devem ser estranhas...
JN: Desde criança que ouço estas histórias, mas realmente nunca me tinha preocupado em determinar-lhes os contornos exactos. No fundo, a verdade ultrapassava em muito aquilo que eu imaginava. Não são só  os portugueses em geral que não conhecem o papel da ilha do Faial naqueles tempos tumultuosos e extraordinários: são os próprios açorianos.

Portanto, o material era excepcional, mas restava o desafio de escrever um romance que transcendesse esse material e, ao mesmo tempo, o respeitasse. Tive a felicidade de encontrar os beta-readers e o fact-checkers perfeitos. Nunca poderei agradecer-lhes o suficiente.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

«Escaparate de Utilidades»
Fortificante Vitacola

Jornal "Os Sports", 7 de Junho 1943

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Morreu Rheinhard Hardegen, comandante do U-boat que afundou o Ganda

Com 105 anos faleceu no sábado, em Bremen, Rheinhard Hardegen o comandante de U-boats que foi responsável pelo afundamento do navio português Ganda em 20 de Junho de 1941, um ataque que causou cinco mortos.





Tratava-se certamente de um dos poucos comandantes de U-boats da II Guerra Mundial ainda vivos. No pós-1945 assumiu diversos cargos políticos no partido democrata cristão da Alemanha, o CDU, que suporta neste momento a  Chanceler Merkel.


Para ler a história do afundamento do Ganda clique AQUI.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Votar para construir o monumento que recorda os salvamentos da II Guerra Mundial

Está aberta a votação do Orçamento Participativo Portugal relativo à construção do monumento que vai recordar as acções de salvamento protagonizadas por pescadores e outros marinheiros portugueses durante a II Guerra Mundial.



A participação é simples. Basta clicar AQUI e colocar o número do seu cartão do cidadão. Neste LINK pode também ler quais são os objectivos desta iniciativa que pretende reunir 120 mil euros para a construção da estrutura e apoiar acções paralelas.

Recordo que existem cinco milhões de euros para serem atribuídos desta forma aos projectos regionais e nacionais que forma eleitos pela população. Fico a aguardar a vossa colaboração...

Para saberem um pouco mais sobre o historial deste projecto que Michael Pease lidera há alguns pode clicar AQUI.

Sobre salvamentos feitos por navios portugueses encontra algumas histórias AQUI.

Sobre este tem escrevi um artigo com outros esclarecimentos que pode ser lido AQUI...

Carlos Guerreiro

terça-feira, 5 de junho de 2018

Autora de livro sobre família salva por Sousa Mendes está em Portugal

Joan Halperin, autora do livro "My Sister's Eyes” A Family Chronicle of Rescue and Loss During World War II", publicado o ano passado, e que conta a história do salvamento da sua família durante a II Guerra Mundial graças a vistos passados por Aristides de Sousa Mendes, vai estar em Portugal nos próximos dias.


Amanhã pode-se encontrá-la no Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, onde uma turma do nono ano está a realizar um trabalho relacionado com a obra publicada pela autora, envolvendo as disciplinas de Inglês e Educação Visual. No dia seguinte Halperin estará em Cabanas de Viriato.

As iniciativas, que contam com organização da Sousa Mendes Foundation, prosseguem dia 13 no auditório municipal da Figueira da Foz, cidade onde a família da autora esperou pelos vistos de saída de Portugal durante a guerra.

No dia seguinte estará entre as 14.30 horas e as 16.30 no Estoril, no espaço Memória dos Exílios, e depois das 17.30 na Biblioteca Museu República e Resistência, em Lisboa.

Joan Halperin é filha e neta de refugiados que receberam vistos de Aristides de Sousa Mendes e é responsável pelo serviço educativo da Sousa Mendes Foundation nos EUA.

O livro conta a história do salvamento de parte da sua família que partiu da Polónia, passou por Portugal e continuou até aos Estados Unidos.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Familiares de tripulante de bombardeiro inglês visitam Portugal

Na última semana têm estado em Portugal os familiares de Edward Deschaine, um dos tripulantes do bombardeiro Lancaster, que realizou uma aterragem de emergência em Vila Chã, perto de Vila do Conde.


O grupo familiar organizou a viagem de modo  a passar pelos locais onde Edward, que faleceu o ano passado, também percorreu durante a curta estadia no país em 1943, nomeadamente, em Vila Chã, em Elvas - onde esteve internado à espera de ser repatriado - e Lisboa, a cidade de onde saiu de volta para a Guerra...


Ficam algumas fotografias de Vila Chã onde o Bruno Costa e o presidente da Junta de Freguesia, Benjamim Moreira, têm dinamizado um pequeno museu que recorda a história local e entre esta também este episódio... Recordo que em 2015 foi inaugurado um pequeno memorial junto ao sítio onde o aparelho aterrou.

Deixo também o texto que o Bruno Costa publicou ontem e que me autorizou a "roubar"...

"Ontem, 30.05.2018, tive o enorme privilégio de conhecer pessoalmente alguém com quem comunicava há algum tempo.

Familiares - duas filhas, uma neta e um genro - do tripulante Edward Deschaine do Bombardeiro Avro Lancaster, fizeram uma visita ao memorial da queda do bombardeiro e ao Museu “Memórias de uma Terra.”

De visita a Portugal, esta família Canadiana teve oportunidade de visitar os diferentes locais onde o seu pai passou após a queda e antes de voltar a Inglaterra.

Sabe-se que após a queda a tripulação esteve no Porto e em Elvas.

Sabe-se que Edward, Canadiano, estava ao serviço da Royal Air Force, no esquadrão 619.

Edward faleceu o ano passado com 95 anos.

Edward era responsável pela largada das bombas e ajuda na navegação.

Foi de facto um momento de enorme felicidade e emoção. Esta família teve também a oportunidade de conhecer algumas pessoas que testemunharam a queda do avião, “Tia Maria do Chiné” e “Tia Lourença” e ainda com a “Tia Alice Parruca”.

Agradeço imenso ao Sr. Nia a fantástica ajuda na tradução e ao Sr. Benjamim pela companhia nesta odisseia começada em 2015 com a criação de um vídeo sobre o acontecimento."


















Se quiser saber mais sobre este caso clique AQUI...

Carlos Guerreiro