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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Recordar a "batalha de Aljezur"


Proposta de capa para a nova edição da "Batalha de Aljezur"
Em Aljezur, no Algarve, Julho é o mês para recordar a II Guerra Mundial que deixou ali um testemunho inesperado.

No dia 9 de Julho passam exactamente 70 anos sobre uma escaramuça entre aviões alemães e britânicos que ditou a destruição de um Condor da Luftwaffe e a morte dos seus sete tripulantes.

Os homens foram sepultados no cemitério local e alguns habitantes da vila receberam mesmo condecorações de Hitler.

Desde essa altura, que as campas mereceram o respeito da população local e também da vasta comunidade alemã que reside no concelho.

“Relembrar, por eles e por nós” é o mote de um conjunto de cerimónias que se preparam para o dia 13 (sábado) e que vão também trazer responsáveis alemães da força aérea e outros que têm acompanhado e investigado o incidente.

Será também lançada a versão revista e actualizada do livro “A batalha de Aljezur”, de José Augusto Rodrigues, que entre as novidades apresenta um novo conjunto de fotografias sobre as cerimónias fúnebres que ali tiveram lugar em 1943.

As iniciativas deverão acontecer ao longo de todo o dia.

 Às 11 horas da manhã há uma deposição de flores nas campas dos aviadores e o programa continua depois pela tarde. Às 15 está anunciada a inauguração de uma exposição documental sobre o combate.

Entre os vários painéis podem encontrar-se novas imagens, documentação, mas também um levamento de outros casos envolvendo aviões da II Guerra Mundial que mataram pelo menos uma centena de homens em território português.

A exposição tem lugar no “Espaço +” onde também será possível ver – ou rever – algumas das reportagens que foram feitas ao longo dos últimos anos sobre este acontecimento.
Segue-se a actuação do coro Internacional de Aljezur e, finalmente, a apresentação do novo livro…

Razões suficientes para uma viagem até ao Algarve, com o sol a convidar ainda para um passeio pelas praias da região…

Espero estar por lá...

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Algumas perguntas a Domingos Amaral


Domingos Amaral publicou recentemente “O Retrato da Mãe de Hitler” (Ver Aqui), um livro de ficção que continua a seguir as pisadas de Jack Deane, uma personagem já apresentada num outro livro do mesmo autor: “Enquanto Salazar Dormia”.

Agora a acção passa-se numa Lisboa do pós-guerra, uma cidade onde se continuam a cruzar homens que lutaram tanto do lado do Eixo como do lado dos Aliados.

Para sabermos um pouco mais sobre este "Retrato" que o novo livro traz, pedimos a Domingos Amaral para nos responder a algumas questões…


Aterrem em Portugal - Que retrato é este que surge no centro deste novo livro?

Domingos Amaral - Em 1945, desapareceu de Munique um pequeno baú com objectos pessoais de Adolf Hitler, que só viria a ser descoberto nos anos 60, já nos Estados Unidos da América.

Esse "tesouro" está hoje no museu da Academia de West Point e pode ser visto por quem visite o museu.

Entre os vários objectos pessoais do ditador alemão, encontra-se um retrato da mãe de Hitler, Klara Hitler, assinado pela própria e dedicado ao filho.

Foi com base nesta situação verídica que imaginei a história do meu livro, onde um coronel das SS se apodera deste pequeno "tesouro" e atravessa a Europa, fugindo, até chegar a Lisboa, onde tenta vender o "tesouro" aos coleccionadores deste tipo de relíquias, um dos quais é o pai do protagonista do meu livro.


Aterrem em Portugal - Neste novo livro, e apesar da guerra ter terminado, Lisboa continua misteriosa e centro de uma grande actividade onde se continuam a cruzar homens do eixo e dos aliados. Isto é apenas ficção ou esta é uma imagem verdadeira da Lisboa daqueles tempos?

Domingos Amaral - É uma imagem verdadeira. Já com a guerra terminada na Europa, continuavam a passar por Lisboa não só alguns nazis em fuga para a América Latina, como muitos homens importantes dos aliados, americanos ou ingleses.

É nesse ambiente fluido e bastante misterioso que se passa a história do meu livro. Jack Gil, o protagonista, é um ex-espião inglês, mas continua a conhecer as redes alemãs que ainda existiam em Portugal, e isso permite-lhe tentar "caçar" os nazis que por aqui fugiam.


Aterrem em Portugal - Não é o primeiro livro que escreve que tem como pano de fundo a II Guerra Mundial. Porquê este regresso?

Domingos Amaral - Porque é um período muito rico da história de Portugal, onde devido à neutralidade do país durante o conflito militar, se podem movimentar com muito à vontade os protagonistas da guerra na Europa, sejam eles dos Aliados ou do Eixo.

Além disso, Portugal encheu-se de refugiados da guerra e isso alterou bastante os hábitos dos portugueses, e esse choque de "culturas" é muito interessante. A sociedade portuguesa é obrigada a adaptar-se à guerra mesmo não participando nela.

Por fim, as divisões políticas que existiam em Portugal são exacerbadas devido à guerra, e o regime Salazar tem dificuldade em enfrentar as novas questões que o conflito europeu e mundial lhe coloca.


Aterrem em Portugal - O seu livro “Enquanto Salazar Dormia” continua a ser reeditado com frequência. Porque acha que isto acontece?

Domingos Amaral - Sinceramente, acho que é uma história bonita e bem contada, e por isso os leitores gostam muito do livro e continuam a procura-lo.


Aterrem em Portugal - Nos últimos anos foram surgindo diversos livros de ficção e não-ficção sobre Portugal e a II Guerra Mundial. Acha que estamos a redescobrir a nossa história?

Domingos Amaral - Sim e ainda bem. A maior parte dos portugueses tem uma ideia muito distante da Segunda Guerra Mundial, pensam que foi uma coisa que não nos afectou só porque não entrámos no conflito militar.

No entanto, os efeitos da guerra em Portugal foram enormes e as divisões existentes em Portugal, entre os pró-germânicos e os pró-aliados também foram muito fortes.

É bom que se conheça e estude melhor toda essa época.


Carlos Guerreiro

segunda-feira, 24 de junho de 2013

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Relembrar Sousa Mendes na Casa do Passal

Mais de setenta anos depois dos acontecimentos a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, recebeu mais de meia centena de pessoas - entre ex-refugiados da II guerra Mundial e seus descendentes – para prestar homenagem ao ex-consul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes.

Familiares e refugiados recordam Aristides Sousa Mendes 
(Foto: Agência Lusa)

Para os receber estava também um pequeno Museu planeado pelo neto de uma das pessoas a quele ele atribuiu o visto…

Fica a reportagem publicado no site da TVI24 - "Aristides Sousa Mendes: familiares e refugiados visitam casa em ruínas" -, que também traz uma galeria com várias fotos sobre o acontecimento…

Um bom fim-de-semana
Carlos Guerreiro

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Saídas para os próximos dias

Amanhã, dia 20, a Casa do Passal, em Cabanas e Viriato, vai receber cerca de meia centena de pessoas que devem a sua vida a Aristides de Sousa Mendes.

São sobreviventes ou descendentes de sobreviventes que integram a Sousa Mendes Foundation nos EUA e que estão a realizar um périplo pela Europa seguindo os passos do Cônsul de Bordéus.

A História foi revelada pela Visão desta semana e promete ser um momento interessante para todos os que se interessam por este momento histórico. A reportagem da revista pode ser encontrada on-line em “A Lista de Sousa Mendes”.

Ainda hoje, durante a tarde, e numa organização da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos, Irene Pimentel, vai falar sobre “Portugal e o Holocausto”.

A conferência está marcada para as 21 horas, no Hotel Real Parque, em Lisboa.


No dia 21, mais uma conversa informal no Museu da Marinha, para falar sobre “Um Clipper no Mar da Palha”.

A apresentação está a cargo de José Correia Guedes, autor do romance “Na Rota do Yankee Clipper” e acontece às 11 da manhã…

Com o tempo a melhorar tem aqui boas razões para sair de casa…

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Livros...
Um Rei na Manga de Hitler

É mais um título para juntar à bibliografia portuguesa de ficção sobre a II Guerra Mundial.

É mais um livro de um jornalista, José Goulão, que mergulha nas actividades dos espiões alemães e britânicos nos princípios da II Guerra Mundial no nosso país.


Em 1940 passou por Portugal o homem que tinha trocado a coroa inglesa pelo amor de uma actriz americana divorciada.

O homem que deveria ter sido Eduardo VIII de Inglaterra esteve pelo Estoril e à sua volta criaram-se uma série de intrigas que contaram a presença de agentes alemães encarregados de o raptar e outros, britânicos, de o proteger.

Sabia-se que Eduardo tinha alguma admiração por Hitler e os britânicos temiam que ele pudesse ser utilizado pelos Nazis…

Fica a Sinopse da obra:

Verão de 1940. A Inglaterra resistia ao fogo cerrado da aviação nazi. Portugal vivia a chamada neutralidade salazarista, através da qual a elite da ditadura tirava proveito da tragédia alheia.

Na vivenda de um banqueiro português, em Cascais, Hitler tinha debaixo de olho o seu «Pétain inglês», o ex-rei Eduardo VIII de Inglaterra, então Duque de Windsor.

Este debatia-se num dilema: seguir o caminho da traição, que o faria regressar ao trono ao serviço dos nazis; ou tomar o paquete rumo às Bahamas para assumir o lugar de governador, que o irmão e sucessor, o rei Jorge VI, lhe atribuíra.

Um manuscrito saído de uma gaveta onde esteve sepultado durante meio século, num casarão da Avenida Elias Garcia, em Lisboa, revela os segredos desta intriga internacional vivida entre Lisboa, Peniche e o Tejo fronteiriço.

Uma intriga cujo desfecho foi decisivo na Segunda Guerra Mundial e nas intenções do ditador Franco para atacar Portugal.

Uma narrativa inspirada em factos reais, interpretada por heroínas e heróis de carne e osso que arriscaram a vida para desatar as tramas tecidas entre os chefes nazis e regimes colaboracionistas.

Uma acção passada sob o flagelo de guerra, de contrastes entre um amor de conveniência e amores genuínos, tão fortes que sobreviveram aos desencontros da vida, e à própria morte.

O retrato escondido de uma época dramática, num país vigiado e subjugado, mas em que muita gente lutou inconformada e corajosamente pela liberdade.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sousa Mendes Foundation vem a Portugal

No próximo dia 20 de Junho cerca de meia centena de pessoas que receberam ou são familiares daqueles que receberam vistos de Aristides de Sousa Mendes vão reunir-se em Cabanas de Viriato, junto à casa em ruínas do ex-cônsul de Bordéus.


 Esta notícia e a história de vários dos que vão estar presentes no norte do país e, neste momento, estão já em digressão pela Europa seguindo os passos que a guerra os fez percorrer estão contadas na edição desta semana da revista "Visão".

Um conjunto de histórias que são documentos de uma época e que reflectem o trabalhos que a Sousa Mendes Foundation, e a sua fundadora Olivia Mattis, têm desenvolvido para localizar as pessoas que receberam os vistos de Sousa Mendes para escapar de França…


Boas leituras
Carlos Guerreiro 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dirigíveis americanos nos Açores

Entre 31 de Maio e 1 de Julho de 1944 a base das Lajes assistiu à passagem de aeronaves que pareciam vir da guerra combatida 20 anos antes. Seis dirigíveis americanos passaram pela base no seu longo percurso de cerca de 3000 mil milhas náuticas (mais de 5400 quilómetros) entre os Estados Unidos e o Norte de África.

A foto refere apenas que se trata de um dirigível americano nos Açores em 1944. Não é possível ver qualquer matrícula o que torna difícil identificar a aeronave. 
A imagem foi-me enviada pelo Manuel Oliveira.

Este tipo de aeronaves foram utilizadas por toda a costa americana, tanto no Atlântico como no Pacífico, especialmente no patrulhamento anti-submarino.

Os primeiros dois dirigíveis, com as matrículas K-123 e K-130, chegaram à base das Lajes a 31 de Maio entre as 12.30 e as 13 horas, depois de uma viagem que tinha começado no dia 27 na base de Lakehurst, nos EUA.

Partiriam pouco depois das 15 horas do mesmo dia para aterrar em Port Lyautey (hoje Kenitra), em Marrocos.

Outros dois aparelhos (K-109 e K-134) começaram a sua travessia do Atlântico no dia 12 de Junho mas veriam a sua viagem atrasada devido a ventos fortes que se registam durante todo o percurso. A passagem pelos Açores deverá ter acontecido a 14 e a chegada a Marrocos no dia seguinte.

Segundo os relatórios da Marinha Americana, a que pertenciam estas unidades, os ventos contrários levaram a que a viagem se prolongasse por mais 25 horas em relação à primeira aventura.

No final de Junho outros dois dirigíveis (K-101 e K-112) repetiriam percurso sobre o Atlânico tocando também a base das Lajes. A chegada ao norte de África aconteceu no primeiro dia de Julho.

Estes seis aparelhos constituíram a Esquadrilha de Dirigíveis Catorze (Blimp Squadron Fourteen) e tiveram como principal missão, durante os meses que se seguiram, o patrulhamento antissubmarino, especialmente na zona do estreito de Gibraltar.

Para isso utilizavam um arco magnético em redor da cabina, que detectava actividade submarina. Esse arco era muito semelhante ao que era utilizado por aviões.

A pouca actividade de aviões inimigos naquela zona, numa altura em que o Norte de África e parte importante do sul de França já estava em mãos aliadas, permitiram a utilização deste tipo de aparelhos ao longo de vários meses.

Sempre que era detectada actividade aérea os dirigíveis recebiam imediatamente ordens para retirar. Frente a um avião, por mais desactualizado que este fosse, as suas hipóteses seriam relativamente diminutas.

Mais tarde parte destes aparelhos seriam transferidos para o sul de França e participariam numa outra importante actividade.

A possibilidade pairar e a manobralidade tornavam-nos num importante recurso para a desminagem dos portos mediterrânicos. A sua importância nesta acção foi destacada por vários altos responsáveis da marinha americana e, pelo menos num dos casos, evitaram que um navio draga-minas chocasse com um desses dispositivos salvando várias vidas.

Os Açores voltariam a ver dirigíveis pelo menos mais uma vez. Em Abril de 1945 quatro aeronaves (K-93, K-100, K-126 e K-127) voltaram a atravessar o atlântico, mas agora em direcção ao Reino Unido para formarem a Esquadrilha Quarenta e Dois.

Os serviços prestados no Mediterrâneo tinham mostrado que, afinal, os “velhos balões” ainda tinham utilidade para os militares…

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Inauguração do Estádio Nacional em 1944

No dia 10 de Junho de 1944 era inaugurado o Estádio Nacional.

Uma vasta cerimónia desportiva recebeu os milhares de pessoas que se deslocaram até ao Jamor.

O “Aterrem em Portugal” deixa-lhe as principais páginas do catálogo que foi distribuído durante a cerimónia “do acto inaugural”.

 Um longo texto, acompanhado de várias fotografias e ilustrações, exalta as características daquilo que a máquina de propaganda do Estado Novo chama a “Cidade do Ar Livre”, em contraste com as cidades de pedra que tinham sobre o homem uma “acção perturbante e devastadora”.



















Bom feriado e boas leituras
Carlos Guerreiro 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Livros...
O Retrato da Mãe de Hitler

No seu mais recente romance Domingos Amaral regressa ao tema da II Guerra Mundial.

O novo romance de Domingos Amaral custa cerca de 17 Euros e pode ser adquirido AQUI.

“O Retrato da Mãe de Hitler” traz um olhar para o período que se seguiu ao conflito com Portugal ainda no centro das atenções.

Por aqui terão passado nazis Criminosos de Guerra procurando caminhos de fuga, especialmente, a caminho da América do Sul, mas também muitas riquezas e obras de arte roubadas pelos homens de Hitler.

Ficam algumas páginas desta obra e também a sinopse oficial…

Lisboa 1945.

Jack Gil Mascarenhas Deane já não trabalha para os serviços secretos ingleses, pois a guerra acabou, mas a chegada do seu pai a Lisboa vai alterar a sua vida. O pai é um colecionador de tesouros nazis e vai obrigar Jack Gil a ajudá-lo na sua demanda pelos valiosos artefactos, que muitos nazis, como Manfred, tentam vender em Lisboa, antes de fugirem para a América do Sul.

Dividido entre o desejo de ajudar o pai e o desejo de partir de Lisboa, Jack Gil está também dividido nos seus amores, pois embora esteja apaixonado por Luisinha, uma portuguesa que adora cinema e acredita na democracia, fica perturbado pelo regresso de Alice, o seu amor antigo, uma mulher duvidosa, misteriosa mas entusiasmante, que fora a sua paixão de uns anos antes, e que desaparecera certa noite da sua vida.

Boas leituras
Carlos Guerreiro 
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Lei aqui mais sobre outros LIVROS.