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quarta-feira, 29 de março de 2017

Guerra em Timor e Macau são temas para filme e livro

O livro “O Diário de Tenente Pires”, que relata a ocupação japonesa de Timor, vai servir de inspiração ao realizador português Francisco Manso quer fazer uma longa-metragem de ficção sobre o tema.

Tenente Manuel Pires
À Agência Lusa o realizador disse que pretende relatar "aquela barbaridade terrível. Os japoneses mataram milhares de timorenses, criaram campos de concentração para os poucos portugueses que ali viviam na altura, sem defesa nenhuma, porque quando pediram armas ao Salazar, ele ficou caladinho, porque não queria ali levantar problemas".

A resistência foi garantida por cerca de 300 australianos que "conduziram uma luta de guerrilha contra milhares de japoneses". 

Os australianos contaram com o apoio de timorenses e também de portugueses, "que foram considerados lesa-pátria em Portugal e foram exilados em Timor, mas esses é que eram verdadeiros patriotas porque tentaram defender Timor contra uma ocupação estrangeira", explica Francisco Manso.

O tenente Pires, português, "morre lá", depois de aprisionado pelos japoneses e de ter estado num campo de concentração.

A obra, acrescentou, "mostra o que aquele pequeno território sofreu ao longo de tempo, com estas sucessivas ocupações de gente musculada e bruta e de potências regionais". 

Para Francisco Manso, é "um prodígio como é que conseguiram resistir a tudo isto".

O argumento está escrito e os custos elevados do projeto deverão levar ao envolvimento da Austrália na produção. No próximo ano deverão ser realizadas as primeiras abordagens e levantamentos.


Rodrigues dos Santos escreve sobre Macau

“A Porta do Cerco” é o nome do romance que o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos está a escrever que tem como cenário Macau durante o período da II Guerra Mundial.

A ideia surgiu quando participou na primeira edição do festival literário Rota das Letras, em Macau, onde este ano é novamente convidado: "Há cinco anos estive em Macau e tive a ideia de fazer um romance que tocasse em Macau durante a II Guerra Mundial", disse o autor à Lusa.

Tal como todos os seus romances, "A Porta do Cerco" -- inspirado no nome da principal fronteira terrestre entre Macau e a China, chamada Portas do Cerco -- será alicerçado em factos históricos e centrado num século que o jornalista considera "muito interessante" por ser "de conflitos de ideologias". 

segunda-feira, 27 de março de 2017

«Escaparate de Utilidades»
Casa das Malas

Diário de Lisboa, 27 de Março de 1941

quarta-feira, 22 de março de 2017

Macau durante a II Guerra em Seminário

Realiza-se amanhã (23 de Março) na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa, um Seminário dedicado ao tema "Imperialismo(s) e anti-imperialismo na Ásia durante a Segunda Guerra Mundial: O caso de Macau". Este é o sexto seminário integrado no ciclo 'Marcas do Império'.


Síntese:

A Segunda Guerra Mundial marcou o pico e o princípio do fim do imperialismo estrangeiro na China no período contemporâneo.

Diferentes cidades chinesas assistiram a uma interacção complexa de pessoas, ideias e acções imperialistas e anti-imperialistas durante a guerra na Ásia. Uma dessas cidades foi Macau, então sob administração portuguesa.

Tendo em conta o contexto da história de imperialismo(s) na China desde meados do século XIX, a que será feita uma introdução, esta apresentação irá explorar a experiência de Macau como espaço de coexistência de diferentes dinâmicas imperialistas e anti-imperialistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Através de uma abordagem transnacional, esta sessão irá reflectir sobre a relevância de se procurar superar análises eurocêntricas daquele conflito, assim como a sua importância para compreender acontecimentos recentes na região da Ásia-Pacífico.

Este Seminário conta com a presença de Helena F. S. Lopes, licenciada em História pela FCSH/NOVA, doutoranda em História no St. Antony's College, University of Oxford, , mestre em Estudos Chineses e em Métodos de Investigação

quarta-feira, 15 de março de 2017

Livros...
Na Toca do Lobo

Larry Loftis faz o retrato biográfico de Dusko Popov, um dos mais importantes espiões da II Guerra Mundial, que passou diversas vezes por Lisboa e aqui contactou com amigos e agentes de ambos os lados.

Popov foi um espião duplo que, por exemplo, avisou os americanos do ataque a Pearl Harbour e foi peça central no esquema que enganou os alemães no Dia D em 1944. Foi um mulherengo e jogador inveterado que apontando como tendo servido de base ao mais conhecido espião do mundo ficcional: James Bond, o agente 007.


"Na toca do Lobo", de Larry Loftis.
Saiba mais AQUI.

Sinopse Oficial:

CASINO ESTORIL - MAIO DE 1941

O ambiente no casino estava ao rubro. Um misterioso jogador sérvio não dava qualquer hipótese aos seus adversários. Tratava-se de um agente duplo britânico, Dusko Popov, e o dinheiro que apostava pertencia aos súbditos de Sua Majestade. Ian Fleming, que alcançaria a fama enquanto escritor das aventuras do famoso agente secreto 007, assistia com interesse ao desenlace de tamanha proeza.

Desde muito cedo, Popov destaca-se como um rebelde playboy.
É expulso da escola preparatória de Londres e, mais tarde, preso e banido da Alemanha por fazer declarações desfavoráveis ao Terceiro Reich. Começa então a verdadeira aventura da sua vida ao transformar-se no mais charmoso e bem-sucedido dos espiões, servindo três poderosos mestres de guerra: Abwehr, MI5 e MI6 e FBI.

A 10 de agosto de 1941, os alemães enviaram Popov aos EUA para construir uma rede de espionagem e reunir informações sobre Pearl Harbor. Desiludido com J. Edgar Hoover, que ignorou os seus avisos sobre o interesse dos japoneses em Pearl Harbor, regressou à sede dos serviços alemães em Lisboa. Mantendo o jogo duplo, conseguiu ajudar o MI5 a lograr a Abwehr sobre a invasão do Dia D.

Sob a máscara de diplomata jugoslavo, viveu intensamente as mais perigosas aventuras e saiu ileso de todos os conflitos.
Na Toca do Lobo é um relato incrível de espionagem, mentiras e altos riscos. É uma história de subterfúgios e sedução, patriotismo e coragem. 

É a história de Dusko Popov - a inspiração para James Bond.

Carlos Guerreiro

terça-feira, 7 de março de 2017

Sete anos e 250 mil visualizações


Foi quase sem dar por isso que o "Aterrem em Portugal!" ultrapassou as 250 mil visualizações...

A primeira mensagem foi colocada em Março de 2010 e, sete anos depois, existem cerca de 770 textos com um quarto de milhão de leituras. Pode não parecer muito, mas dá algum gozo ver uma brincadeira chegar aqui...

Obrigado a todos por sete anos de apoio e incentivo.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 2 de março de 2017

Duas notas sobre uma bomba

Recebi nos últimos dias alguns e-mails sobre a bomba que foi pescada pelo arrastão "Mar Salgado" na zona da Nazaré. O facto de vários órgãos de informação terem referido que se poderia tratar de uma bomba da II Guerra Mundial resultou nalguns contactos que fui respondendo como pude, pois encontrava-me longe de casa e com acesso condicionado à Internet e às fontes de informação.


Passados alguns dias sobre o acontecimento e depois de aceder a diversas notícias gostava de deixar duas notas sobre o tema:

1 - Não se pode excluir a possibilidade de serem encontradas nas nossas águas bombas, munições ou outro material pertencente a aviões da II Guerra Mundial. Entre 1939 e 1945 foram diversos os aviões alemães ou aliados que realizaram ataques a navios ou submarinos ao longo da nossa costa. Como exemplo deixo três artigos onde o tema é referido, nomeadamente, "O Junho Quente de 1943", "Pescadores Debaixo de Fogo" e "Quando o São Vicente se Afundou".

A possibilidade de um dos explosivos utilizados não ter deflagrado é maior do que se possa pensar. Segundo alguns especialistas podem não ter explodido até 10 por cento de todas as bombas lançadas durante o conflito. De resto pode existir material deste tipo que foi perdido, largado em resultado de uma avaria ou parte do arsenal de um aparelho que desapareceu. Há vários, tanto alemães como aliados, que se esfumaram sobre mar o português sem deixar rastro.

2 – Em várias notícias que surgiram a bomba era referida como sendo uma MK-82. Mesmo não sendo um especialista neste tipo de equipamento militar foi fácil encontrar informação sobre a série Mk-80. O modelo foi desenvolvido depois da II Guerra Mundial e teve ampla utilização na Coreia e no Vietname, sendo uma unidade de uso comum em vários países NATO...

Baseando-me nestes elementos, e se de facto se trata de uma Mk-82, é difícil - senão impossível - que pertença ao período da II Guerra Mundial.

Carlos Guerreiro