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sábado, 18 de dezembro de 2010

Reportagem sobre Voo 777

Finalmente está on-line.

A reportagem sobre o Voo 777, abatido pela Força Aérea Alemã, em 1 de Junho de 1943 sobre a Baía da Biscaia, passou no dia 12 de Dezembro, na Antena 1.

Acrescentei umas imagens de vídeo para tornar a coisa um pouco mais interessante...

Ouvir as vozes de familiares e amigos que vinham dentro do aparelho já é interessante... ver quem e de quem se fala ainda mais...



Carlos Guerreiro
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Para ver outros filmes e vídeos clique AQUI.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Acidente “Brasileiro” no aeroporto de Lisboa

O acidente aconteceu exactamente neste dia, há 50 anos, por volta das 14.10 horas...

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) estava a fazer-se a pista quando bateu com demasiada força na pista. O trem de aterragem do lado direito entrou pela asa do C-54 e incendiou-a.


O aparelho afocinhou e o fogo espalhou-se. Os nove tripulantes, entre eles um general, conseguiram abandonar a fuselagem por uma escotilha superior envidraçada – utilizada normalmente pelos navegadores - mas o segundo piloto caiu no meio das chamas que lavravam na asa, ficando gravemente ferido.



O aparelho era um C-54G-5-DO com o registo FAB2401. Seguiam no seu interior o Major Aviador Oscar Ferreira de Souza (piloto), Major Aviador Antônio Dias Macedo (co-piloto), Capitão Hans Werner Dietzold (navegador) Sargento Fernando Batista, Sargento João L. De Oliveira (Mecânicos), Sargento António Alves Deus (radiotelegrafista), General Cordeiro Faria e Tenente-Coronel Eduardo da Costa Neves (Passageiros). 
 (Foto Eduardo Gageiro, com um obrigado ao blogue "Dias que Voam")

Entre os restantes oito elementos registaram-se queimaduras nos membros superiores e inferiores e algumas equimoses causadas pelo choque. Todos conseguiram escapar com vida, ajudados por militares portugueses que se encontravam no local para acompanhar os três aviões da FAB, que nessa manhã deveriam fazer escala em Lisboa, antes de seguir para o Rio de Janeiro.

Os oficiais portugueses terminaram a espera ajudando a retirar homens e carga dos aparelhos, quando vinham prestar homenagem e honras militares aos... 466 corpos de militares brasileiros caídos em Itália, durante a II Guerra Mundial, que vinham no compartimento de carga dos cargueiros.

Só a parte frontal do avião ardeu e a traseira – onde seguiam parte dos corpos – ficou intacta apesar de algumas das urnas terem ficado ligeiramente chamuscadas. Seria uma dessas urnas – a de um soldado desconhecido – que seguiria no dia seguinte para o Mosteiro dos Jerónimos onde lhe foram prestadas todas as honras militares por parte das autoridades portuguesas.

O Major Brigadeiro José R. Meira de Vasconcelos, da FAB, era então responsável pela operação no Brasil e foi apanhado de surpresa pelo acidente que ocorreu num sábado. Tentou o mais rapidamente possível encontrar um novo C-54 e respectiva tripulação para voar até Portugal e acondicionar carga e passageiros.


Monumento no Rio de Janeiro aos soldados brasileiros mortos na II Guerra Mundial
 (Foto cedida por Major Brigadeiro José de Vasconcelos )

A Força Aérea Portuguesa, antecipou-se, e colocou à disposição um outro C-54 que se encontrou a meio caminho – na Ilha do Sal – com o avião enviado do Brasil. Deste modo foi possível não atrasar as cerimónias de homenagem aos mortos no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, onde foi construído um monumento para acolher os corpos de todos os militares da Força Expedicionária Brasileira(FEB).

O Major Brigadeiro José R. Meira de Vasconcelos, também ele um veterano da II Guerra Mundial onde pilotou caças, ainda hoje considera que existe uma grande dívida por parte da FAB para com a congénere portuguesa.


A Cobra que Fuma

Os homens do FEB tinham sido sepultados no cemitério de Pistóia, em Itália, tendo caído em vários combates nos anos de 1944 e 1945. De um total que rondou os 25 mil homens – dos três ramos das forças armadas enviadas para o teatro de operações europeu - cerca de meio milhar nunca regressou a casa.


No Brasil ficaram conhecidos como os "pracinhas" e tinham como símbolo uma cobra que fumava. Um símbolo que só mesmo a boa disposição brasileira poderia criar...

O Brasil declarou guerra à Alemanha logo logo em 1942 depois de vários navios seus terem sido afundados por submarinos alemães. Getúlio Vargas, o presidente da República Brasileira, não era menos ditador que outros governantes fascistas europeus mas temia mais a Alemanha do que os aliados. Tinha também mais a ganhar com uma aliança com o vizinho do norte do que com um país do outro lado do oceano.

Quando fez a declaração de guerra prometeu enviar cem mil homens para a frente de combate, mas os anos passaram e nunca mais se verificou a esperada mobilização de forças. A população começou a dizer que só sairiam soldados brasileiros para a Europa “quando a cobra fumasse” – ou seja nunca.

Enganaram-se, a cobra fumou... mesmo.

Carlos Guerreiro

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Voo 777 contado pelas familias

A Antena 1 vai passar no próximo domingo, a partir das 12 horas, no programa "Visão Global" conduzido por Ricardo Alexandre, uma grande reportagem sobre o desaparecimento do Voo 777, em 1 de Junho de 1943. No aparelho, que levantou de Lisboa em direcção a Bristol, seguiam 13 passageiros e 4 tripulantes, mas nenhum chegou ao destino.

Poucas horas depois de terem levantado foram interceptados por caças alemães que o abateram causando a morte a todos os ocupantes.

O caso foi bastante comentado na época até porque a bordo seguia o actor Leslie Howard, que tinha estado em Portugal e Espanha realizando conferências sobre cinema, teatro e Shakespeare. Howard foi um dos protagonistas do célebre filme "E tudo o Vento Levou", desempenhando o papel de Ashley Wilkes.

Ao longo dos últimos setenta anos foram muitas as teorias que envolveram o abate do Voo 777. Churchill, na sua autobiografia, refere mesmo que o alvo seria ele e que a espionagem alemã teria confundido o empresário de Leslie Howard com a sua figura...

Nesta reportagem, realizada em Bristol, tive a oportunidade de falar com familiares de um passageiro e um tripulante, além de pessoas que conheciam o piloto.

Todos eles trazem histórias de um Portugal distante e de uma realidade há muito esquecida. Todos eles têm perspectivas diferentes sobre o que terá acontecido naquele dia.

Entrevistado foi também o advogado José António Barreiros, que há muito investiga a espionagem em território português nos anos da II Guerra Mundial.

Com ele conseguimos reconstruir uma Lisboa onde se cruzavam as mais misteriosas personagens da época e também as voltas que Leslie Howard deu pela capital portuguesa....

A sonorização é de António Henrique, a quem agradeço o empenhamento e as ideias...

Aqui ficam alguns dos protagonistas desta reportagem...

Ben Rosevink é filho de Engebertus Rosevink, o jovem holandês de 26 anos, que era navegador 
do voo 777. Há cerca de 20 anos Ben foi procurar os pilotos alemães que tinham 
abatido o aparelho onde seguia o pai.  Conseguiu encontrar três deles.


Jean Pratten e Roger Fallen, são irmãos. O piloto do voo 777, Quirinus Tepas (à direita na foto a P/B), era visita habitual em sua casa. Costumava trazer-lhes prendas de Portugal, especialmente fruta, um bem escasso numa Inglaterra em guerra.


Avô e neto têm o mesmo nome: Ivan Sharp. O primeiro foi engenheiro de minas e esteve envolvido no tráfico do volfrâmio em Portugal. O segundo dinamizou a colocação de placas nos aeroportos de Lisboa e Bristol e suspeita que parte importante da história do voo 777, onde o avô era passageiro, ainda não está contada.




Espero que gostem...

Carlos Guerreiro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma noite em Lisboa (Livro)

Há livros assim... e escritas assim.
Passam por gerações sem perder actualidade, frescura ou importância...
Os trabalhos de Erich Maria Remarque têm essa vitalidade.
Muito conhecido pela obra “A leste nada de Novo”, que relata as experiências dos soldados alemães na guerra das trincheiras entre 1914 e 1918, este “Uma noite em Lisboa” foi o seu último trabalho publicado em vida.
Relata de forma muito clara e crua as experiências dos refugiados que durante a II Guerra mundial aportavam a Lisboa...
Ficamos a conhecer os seus medos e receios, o sofrimento, as esperanças e as desilusões. Poucos conseguem descrever estes sentimentos como Erich Maria Remarque. Nada parece inventado ou escrito em “segunda mão”. Tudo soa a verdadeiro e sentido. Muito sentido.
Ele próprio foi refugiado e sentiu na pele o que é ter medo e ser obrigado a abandonar o seu país. Quando Hitler tomou o poder, foi acusado de ser um “artista degenerado”, descendente de judeus franceses. Abandonou a Alemanha em 1933 e refugiou-se nos Estados Unidos da América...
Não tenho informações de que tenha passado por Lisboa ou, se esteve, que tenha ficado na cidade muito tempo.
A acção do livro passa-se, no entanto, numa noite lisboeta de 1942, uma altura em que a esta fervilhava com a presença de refugiados da Europa ocupada...
Todos, ou pelo menos a maioria, tinha um sonho: embarcar na direcção dos Estados Unidos, a terra prometida, onde podiam ter a certeza que Hitler não chegaria. Temos de lembrar que até 1943 existiu o receio de que os Nazis invadissem Portugal – a planeada “Operação Félix” que nunca aconteceu.
Para cumprir esse sonho fazia-se de tudo... e por isso parece estranho que um homem esteja disposto a abdicar desse sonho, pedindo apenas em troca, para ser ouvido durante uma noite.
Que terá para contar?
Porque está disposto a entregar os bilhetes para América?
Ao longo da noite, para descobrir o que move este estranho personagem,  percorremos bares e casas de má reputação de Lisboa, cheiramos o ar com um travo a alho, calcorreamos as ruas estreitas e olhamos o Tejo... a porta de saída de uma Europa que ameaçava mergulhar na escuridão.
Fica um extracto desta obra que não poderia recomendar mais. Os que gostam de ficção também já têm uma oferta de Natal. O livro foi recentemente reeditado pela “Camões&Companhia”...


 Erich Maria Remarque  viu 
os seus livros queimados pelos Nazis. 
Acusado de ser um artista 
degenerado e descendente
de Judeus, refugiou-se
nos Estados Unidos. 
Depois da Guerra estabeleceu-se
na Suíça e foi apontado
como candidato ao
Prémio Nobel da Literatura.
Quando morreu em 1970 estava casado
com a actriz Paulette Goddard.


As palavras de Remarque

“À saída deparámo-nos com uma noite gloriosa.As estrelas luziam, mas na linha do horizonte, o mar e a madrugada encontravam-se num primeiro abraço azulado. O céu parecia mais alto do que dantes, e o cheiro a flores e a maresia aumentava de intensidade. Amanhã o céu estaria limpo. De dia Lisboa tem uma qualidade ingénua e teatral que encanta e cativa, mas à noite é uma cidade de conto de fadas, descendo em terraços iluminados até ao mar, como uma senhora de vestes festivas a ir ao encontro do seu misterioso amante. Demorámo-nos durante algum tempo sem palavras.
- Não era assim que antigamente imaginávamos a vida? – acabou Schwarz por perguntar – como mil e uma luzes e caminhos com destino ao infinito...
Não respondi. Para mim, a vida era o navio que se encontrava lá em baixo, no Tejo, e não rumava ao infinito... levar-me-ia à América”

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O império dos espiões (Livro)


Sabia que Cândido Oliveira- o homem que dá nome à taça que junta os vencedores da Liga de Futebol e da Taça de Portugal – foi um agente ao serviço da Inglaterra durante a II Guerra Mundial?

Sabia que ele tinha sido  levado para o Tarrafal - preso - e que os britânicos chegaram a preparar um plano para o libertar?

Sabia ainda que as forças especiais britânicas afundaram navios alemães e italianos no porto de Mormugão, Goa, em 1943?

Sabia que os britânicos raptaram um agente italiano em Lourenço Marques, Moçambique, em 1943?

Se não sabia tem agora oportunidade de conhecer estas histórias em cerca de 380 páginas, que encerram muito mais detalhes sobre vários outros acontecimentos “secretos” em Portugal e nas colónias durante a II Guerra Mundial.

“O Império dos espiões” de Rui Araújo é mais uma incursão deste jornalista por estes temas. Já em tempos tínhamos falado neste blogue do “Diário secreto que Salazar não Leu”.

Nesta nova obra Rui Araújo recupera algumas das histórias que havia referido no primeiro trabalho e completa-as com mais informação. Consultados foram vários arquivos dos quatro cantos do mundo e também da própria PIDE.

Para quem gosta da temática está aqui uma excelente oferta de Natal.

Ficamos com a certeza de que afinal a II Guerra Mundial também passou por aqui…

Veja aqui o outro livro do autor "O Diário Secreto que Salazar não leu"

Carlos Guerreiro

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Lisboa… posto de correio internacional

Há muito que se diz que Portugal foi, durante a II Guerra Mundial, a porta de entrada e de saída para a Europa. Apontam-se normalmente os casos relacionados com os refugiados ou os espiões, mas a verdade é que Lisboa foi uma porta ou uma placa giratória utilizada pelos dois blocos em conflito para as mais diversas coisas.


O Dornier DO 18, utilizado pela Luftwaffe. Foram construídas cerca de 170 unidades deste aparelho.

É sabido que, por exemplo, muitas das chamadas “parcelas” da cruz vermelha que eram entregues aos prisioneiros de guerra aliados passaram por Lisboa. Vinham embarcadas de Londres ou dos EUA e eram aqui entregues à Cruz Vermelha Internacional (CVI), que depois as encaminhava, de comboio, para os respectivos destinos. Estas “parcelas” eram normalmente caixas que continham comida, doces e cigarros entre outras coisas. Também a correspondência dos prisioneiros com os familiares utilizava canais que passavam por Portugal entre outros países neutros.
Não é por isso novidade o facto de Lisboa ter servido como uma enorme caixa de correio para o aliados…
A revista sobre aviação em língua alemã “Flieger Revue”, de Março deste ano, acrescenta agora mais uns detalhes à história de Lisboa e de Portugal desse período: afinal os alemães quiseram também instalar por aqui o seu “posto de correio” para ligar os seus prisioneiros e internados – muitos deslocados para o EUA - ao país natal.
Segundo o artigo, assinado por Hans-Heiri Stapfer, já existiam indícios de que a CVI, com sede em Genebra, explorara essa possibilidade. Novidade é o facto de a recente consulta de documentação nos arquivos Suíços revelar uma história um pouco diferente.
Afinal foram os alemães que fizeram a aproximação à CVI e não o contrário. E foi uma aproximação muito concreta, já que as autoridades germânicas se colocaram à disposição, para ceder de forma gratuita, dois hidroaviões DO 18 para garantir a travessia do Atlântico.
O contacto foi feito na Primavera de 1943 e tinha como objectivo fazer chegar aos EUA correspondência e víveres a cerca de 250 mil soldados alemães prisioneiros e também a vários milhares de civis internados.
Nos finais de 1942 os alemães tinham sofrido as primeiras derrotas às mãos das potências ocidentais. Primeiro o General Montegomery tinha sustido e repelido os Africa Corps do general Rommel, em El Alemein. Pouco depois, em Novembro, britânicos e americanos desembarcaram nas costas da Argélia e de Marrocos.



Prisioneiros de Guerra alemães em 1944
(Foto NARA)

Em princípios de 1943 cerca de 130 mil alemães eram prisioneiros dos aliados ocidentais. Na primavera, e com a derrota total dos exércitos do Eixo naquele teatro de operações, esse número subiu para um quarto de milhão de homens.
Os aliados já tinham decidido que os prisioneiros teriam de ser levados para um local onde fosse fácil mantê-los e tivessem poucas condições para causar problemas. Razões que levaram à decisão de os transportar para os EUA. Segundo o artigo da “Flieger Revue” existiram durante a guerra naquele país 155 campos principais e 511 campos satélite para prisioneiros, distribuídos por 44 estados americanos.
Sem condições para fazer chegar correspondência e outros materiais a estes homens pelos seus próprios meios – os aliados nunca aceitariam negociar directamente com os alemães – o regime nazi procurou outra solução. Foi nesse sentido que a Luftwaffe colocou a disposição da CVI os dois hidroaviões DO18.
Tratavam-se dos aparelhos com os números de série (Werknummer) 866 e 869. Seriam pintados com as cores da CVI e ficariam baseados no Tejo, em Lisboa. Prevista estava uma escala nos Açores para reabastecimento, como faziam aliás os Clippers que ligavam Lisboa a Nova Iorque.
Hans Stapfer revela, no entanto, alguns aspectos curiosos. Mesmo com a escala a meio do Atlântico seria difícil completar a viagem, caso surgisse o mais pequeno contratempo, pois o combustível que transportava chegava mesmo à justa para ligar as duas costas. Bastaria um vento contra um pouco mais forte para colocar em risco os três tripulantes que guarneciam a aeronave.
A colocação de um tanque suplementar iria reduzir drasticamente a capacidade de transporte do aparelho. Além da dimensão dos depósitos, que seriam montados no interior da fuselagem, tinha também de se contar com o peso desse combustível extra. Calcula-se que cerca de 50 mil cartas teriam de ser retiradas para poder acomodar estes extras.
Eram muitas dificuldades que nunca chegaram, no entanto, a ser equacionadas. Por razões que o autor do artigo desconhece o processo para a cedência das aeronaves nunca avançou e o mesmo aconteceu com a possibilidade de criar uma base de correio em Lisboa.
Os Dornier DO18 foram reintegrados na Luftwaffe e não se sabe qual o seu destino no final da Guerra.
Certo é que em Maio de 1945, quando foi assinado o armistício existiam no EUA cerca de meio milhão de alemães prisioneiros de guerra…

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Produto estratégico… a cortiça

Já se sabia que o volfrâmio foi um produto estratégico – e de elevado valor – durante a II Guerra Mundial. As guerras do Volfrâmio chegaram a ser assunto central em várias reuniões que juntaram Salazar com aliados ou com alemães.

Esta notícia, que saiu no jornal “Sauk Centre Herald” no dia 29 de Novembro de 1942, revela que afinal saia de Portugal outro “produto estratégico”: É a cortiça…

Segundo a notícia a cortiça “está desaparecida de vários produtos onde era habitualmente utilizada”. E este “habitualmente” refere-se a brinquedos ou tacos de golfe entre outros.

O problema, segundo a mesma notícia, é que as comissões de munições da Marinha e do Exército consideram a cortiça “material crítico” e o abastecimento – “totalmente assegurado por Portugal” – não chega para tudo.

Uma pequena notícia sobre um produto muito português…

domingo, 7 de novembro de 2010

Pequenos momentos a não perder...

Sobre Portugal nos anos 40 é um dos mais interessantes espólios de imagens que alguma vez vi on-line.
No total são quase 50 minutos de filmagens, divididos entre sete películas, abordando diversas temáticas. São imagens que em termos técnicos designamos com “brutos”, ou seja não foram montadas. Em várias das películas é possível perceber que foram feitos diversos,“takes”de cada momento com as câmaras em posições diferentes.

Podemos ver um mercado de gado, refugiados na Caldas da Rainha, refugiados a embarcar a caminho da América e outros destinos, diplomatas, recepções diversas, desfiles militares, a chegada de um Clipper ao Tejo – com magníficas imagens dos barcos de pesca pelo meio – e também a forma como a imprensa portuguesa - ou estrangeira em Portugal - realizava a cobertura dos eventos. Cada película vem
acompanhada de uma ficha técnica – em inglês – que não só explica o que se vaio vendo como também identifica algumas das personalidades que vão surgindo.

Todos são interessantes à sua maneira e vale a pena acompanhar os vários filmes que pertencem aos Arquivos Nacionais Americanos e foram realizados em Portugal entre os finais de 1942 e princípios de 1943.
A responsabilidade de colocar as imagens on-line é da Steven Spielberg Film and Video Archive do United States Holocaust Memorial Museum.

Sentem-se de forma confortável, cliquem nas legendas e divirtam-se...




























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Para ver outros filmes e vídeos clique AQUI.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Obras de arte roubadas na II Guerra Mundial estão on-line

A notícia veio no "Público". São cerca de 20 mil as obras de arte, roubadas pelos nazis entre os anos de 1933 e 1945, que já se encontram on-line. Encontra-se um pouco de tudo - de quadros a esculturas, peças de joalharia ou móveis. Entre eles estão também pelo menos quatro peças com origem em Portugal.

Três delas, incluindo um tapete de Arraiolos, pertenceram a David David-Weil, um judeu Francês.

O Link para dar um volta por este arquivo está aqui...

Fica também a notícia do Público e algumas imagens das peças de origem portuguesa...


Base de dados online com obras de arte roubadas a judeus no Holocausto

Cerca de 20 mil obras de arte roubadas pelo III Reich durante a Segunda Guerra Mundial podem desde ontem ser pesquisadas numa base de dados online. O projecto, iniciado em 2005, é uma iniciativa da organização de apoio aos judeus vítimas da perseguição nazi Claims Conference em conjunto com o United States Holocaust Memorial Museum, um museu americano em memória das vítimas.

É uma oportunidade que surge para as vítimas do Holocausto e as suas famílias reaverem os seus bens roubados entre 1940 e 1944 na França e na Bélgica, na altura ocupados pelos nazis, naquele que foi considerado um dos piores ataques da história cultural. Em comunicado, a Claims Conference afirmou que esta nova lista "deve ser consultada por museus, galerias de arte e casas de leilões, para perceberem se têm em sua posse arte roubada pelos nazis, e por famílias que procuram há muito tempo a herança perdida". O site foi construído com base em registos nazis que foram digitalizados, mostrando o que foi apreendido e a quem, juntamente com os dados sobre a restituição ou repatriação e fotografias tiradas aos objectos apreendidos. 




A maior parte das peças, incluindo obras de mestres como Picasso, Monet, Chagall e Klimt, nunca foi entregue aos verdadeiros proprietários. Não se sabe exactamente quantos objectos foram roubados pelos nazis e quantos ainda podem estar desaparecidos. A Claims Conference diz que foram apreendidas cerca de 650 mil peças de arte e que milhares continuam perdidos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os refugiados do SS Quanza

Com a chegada de Hitler ao poder milhares de Judeus tornaram-se refugiados no seu próprio país. Os que perceberam o perigo e os que puderam escaparam para o mais longe que puderam. Muitos chegaram a Portugal e, um grande número, continuaram viagem até ao outro lado do Atlântico.

Quando a Alemanha Nazi começou a sua expansão territorial o número de refugiados ainda cresceu mais. Em 1940 Portugal representava a fuga para liberdade e foram às dezenas de milhar os que atravessaram a fronteira em busca de, especialmente, de um visto que lhes permitisse seguir viagem para criar o máximo de espaço ente as suas pessoas e Hitler.

Este Vídeo conta uma das muitas histórias envolvendo refugiados que tiveram em Lisboa o seu ponto de partida.

O "guia" é Greg Hansard da "Virginia Historical Society". Ele explica, em poucas palavras, o drama vivido pelos refugiados do SS Quanza, que saiu do Porto de Lisboa a 8 de Agosto de 1940, tendo como destino o continente americano.

Cerca de 200, dos 317 refugiados judeus que se encontravam a bordo, foram autorizados a sair do barco em Nova Iorque. Os restantes esperavam conseguir o mesmo no México, mas apenas 36 foram autorizados a entrar no país.



Aos restantes 81 foi dito que teriam de voltar para Lisboa. Talvez até voltar a cair nas mãos dos nazis. Nas palavras de um dos refugiados "o regresso ao inferno".

Para conseguir regressar à Europa o navio teria, no entanto, de se abastecer de carvão na Virginia e os refugiados aproveitaram essa paragem para mobilizar a justiça e a opinião pública americana para conseguir ficar na América...

O vídeo é em inglês. Para aqueles que não compreendem a língua, fica aqui um resumo desta aventura - uma das muitas que aconteceram naquele período. Para os restantes vale a pena ver este apontamento com um pouco mais de pormenor...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Actualização do site (1)

Chega a primeira actualização do site "Aterrem em Portugal".


Durante o último mês chegaram mais informações sobre novos aparelhos. Por agora são fortes hipóteses, mas estou ainda a recolher elementos.

Chegaram também algumas fotografias que espero poder publicar na próxima actualização.

Em cerca de um mês o site recebeu mais de 1500 visitantes que percorreram mais de 15.000 páginas. A maioria - cerca de metade - são portugueses. Os restantes, liderados por britânicos e americanos, são oriundos de mais de 40 países...

Agora a actualização. Trata-se de um C-47 que se despenhou ao largo da costa em Novembro de 1942. Novos documentos permitiram identificar os pára-quedistas que se encontravam a bordo. Um novo relatório - que se soma ao Evade&Escape Report - também trouxe novos elementos.


Fica o Link:

http://www.landinportugal.org/air_pages/a01_copy(132).htm

Um abraço a todos e muito obrigado pelo apoio.
Carlos Guerreiro

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ainda na rota dos Açores

Por sugestão de Gonçalo Mendes ficam aqui mais dois apontamento relacionados com a base das Lajes, nos Açores.
Tratam-se de um livro e também de um site, ambos em inglês e com pontos de vista americanos.





O Livro: o autor chegou às Lajes com as divisas de Cabo, integrado nas Forças Americanas do Regimento 928 de Engenharia Aérea.
Uma pesquisa rápida por vários sites dedicados à venda de livros apontam para preços que variam entre os 15 e os 27 Euros.
Talvez uma proposta de leitura interessante para quem gosta do tema. Fica o "Link" indicado pelo Gonçalo. Não é onde o local mais barato, mas tem um texto de apoio muito completo.



No caso do site - bastante interessante - trata-se de uma homenagem a Robert Hawks que integrou a o Batalhão 801 de Engenharia Aérea. 




 São várias páginas, ilustradas com muitas fotografias e que contam de forma clara o trabalho e as dificuldades  porque passaram as forças americanas quando chegaram a meio de Janeiro de 1944. Fica o Link para lá chegar: 



Vamos continuar na rota dos Açores, com mais um vídeo que descobri no "Youtube". 
Desta vez em português. Existem imagens que já vimos no vídeo anterior, mas existe muito mais material e bastante interessante. 

Conta-se, em 9 minutos o envolvimento político e também a história da instalação das forças aliadas nas Lajes. Existem mais imagens sobre a chegada das forças, da construção da pista e muito material- e bom - com aviões a chegar e a partir, além de gerais sobre a infraestrutura. 
Também existem imagens posteriores à chegada americana, onde já se vêem os hangares... 






Ainda em Português, destaco um livro e um trabalho académico.




O livro foi lançado em 1995 e contém material muito interessante. Lembro-me que, na época, o livro foi parar também aos quiosques e não só às livrarias. Talvez integrasse uma colecção ou algo do género. 
Não sei se alguma livraria ainda terá exemplares novos, mas numa volta rápida pela "Net" encontrei várias exemplares em alfarrabistas. O mais barato a 11 Euros.
É um livro interessante e aborda o tema de forma aprofundada dando a perspectiva dos vários lados envolvidos nas negociações...


O trabalho académico é de José Augusto Grave e pode ser encontrado aqui:


Tratam-se de 17 páginas que fazem parte de uma obra muito maior  - integrada no repositório da Universidade dos Açores - sobre a história daquele território e que tem a particularidade de referir os problemas locais - políticos e sociais - que a instalação da base e a chegada dos estrangeiros causou. Uma leitura interessante para "descer à terra" e ficar com uma perspectiva completa sobre o que aconteceu...

De resto fica também o link oficial da base, nos nossos dias...


Agradeço mais uma vez ao Gonçalo as sugestões e desafio outros a fazerem o mesmo.
O "Aterrem..." existe também para isto.

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domingo, 3 de outubro de 2010

Primeiros tempos dos britânicos nas Lages, Açores

Depois de um livro que aborda a presença dos B-17 nos Açores, nada melhor que mostrar uma ciné-reportagem da época feita pela "British Pathé". Vê-se a construção da infraestrutura, as tendas que serviam de habitação e alguns dos aviões que utilizaram a pista - entre eles um B-17 Fortress (nem de propósito). Um sugestão enviada por um dos muitos interessados nestes temas...

AZORES - FIRST PICTURES



Para ver outras preciosidades da época pode consultar o site da "British Pathé"
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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Algumas perguntas a Robert M. Stitt

Por Carlos Guerreiro

Robert Stitt lançou recentemente o seu primeiro livro “Boeing B-17 Fortress in RAF Coastal Command Service” (Boeing B-17 Fortress no Comando Costeiro da RAF), que já foi apresentado neste blogue.
O “Aterrem em Portugal” contactou o autor e enviou-lhe algumas questões sobre esta obra que explora a história da Fortress ao serviço da RAF e a sua missão em terras portuguesas, mais especificamente, nos Açores.
As primeiras esquadrilhas utilizando este bombardeiro chegaram pouco depois da assinatura do acordo com a Inglaterra em 1943 envolvidas no esforço de combater a actividade dos submarinos no Atlântico Norte.

Aterrem em Portugal: Porque razão escreveu um livro sobre as “Fortress” no Comando Costeiro da RAF (RAF Coastal Command)?
Robert Stitt: Escrevi em tempos um artigo sobre um Boeing B-17 “Fortress”, da USAAF, que realizou uma aterragem de emergência na Papua Nova Guiné em Janeiro de 1943. Visitei o local em 1977. Este avião deveria ter seguido para a Grã-Bretanha para integrar a campanha contra os submarinos. Documentar o historial deste tipo de aparelho no Comando Costeiro da RAF surgiu como uma forma natural de dar seguimento a esse primeiro trabalho.
AP: Quanto tempo e onde pesquisou para realizar este trabalho?
RS: O projecto “Fortress no Comando Costeiro” levou seis anos a completar. Visitei os Arquivos Nacionais no Reino Unido (National Archives, Kew) por duas vezes para começar. Ao mesmo tempo cresceu de forma rápida uma grande rede de ajudantes e tive a felicidade de contactar muitos investigadores de todo mundo. Contactei também com veteranos que serviram neste tipo de avião e com as famílias de vários outros.


Fortress IIA FL459 - Este aparelho esteve envolvido no afundamento do U-707 em 9 de Novembro de 1943. Este é um dos 14 perfis a cores, feitos por Juanita Franzi, para este livro
AP: Que opinião tinham os tripulantes sobre o avião?
RS: Todos parecem amar e confiar na Fortress. Era estável, de confiança e confortável (bem, relativamente) e fiquei com a impressão que, apesar do Liberator (B-24 na RAF) ter um maior alcance e uma maior capacidade para carregar bombas, as tripulações preferiam as “Fortress”.
AP: Qual foi, para si, a importância dos Açores na fase final da guerra?
RS: Foram muito importantes por duas razões. Primeiro as perdas de navios aliados no Atlântico central estavam a ficar insustentáveis, até a base nos Açores ficar operacional. Depois transformou-se também num importante ponto de passagem para os aviões que eram entregues no Reino Unido, no Médio Oriente e no Oriente.






Uma página do livro onde se podem ver duas fotografias. A primeira pode ver como o moderno e o antigo conviviam e, na outra, uma imagem aérea onde se pode ver parte da pista e da base. Consegue perceber-se, pelo enorme número de tendas, as difíceis condições em que as tripulações viviam.






AP: Como é que as tripulações olhavam para os Açores e para os Açorianos?
RS: Julgo que eles tinham muito orgulho no papel que desempenharam na guerra e se deram muito bem com os locais, excepto quando se transformavam em alvos dos muito zelosos artilheiros anti-aéreos portugueses, que tinham sido recentemente equipados com armas inglesas, uma das contrapartidas pela utilização da base! Sei também que o comandante de uma das Fortress casou com a filha do Governador!
AP: Quais foram as maiores dificuldades que encontraram na ilha?
RS: Só existiam tendas para acomodar as tripulações que foram chegando, razão porque viveram praticamente na rua durante muito tempo. A água era escassa e existia uma colónia de ratos bastante grandes. A pista, construída com placas metálicas, estava coberta de pó vulcânico vermelho. O ambiente era poeirento e muito barulhento, sempre que os aviões aterravam ou levantavam, tanto de dia como de noite. O pó também contribuiu para um surto mortal de poliomielite.
A única pista encontrava-se muitas vezes desalinhada com os fortes ventos que varriam a ilha e a visibilidade era reduzida, obrigando os pilotos a escolher entre uma aproximação às cegas, entre dois cumes, ou a divergir para Santana (Aeródromo de Santana, em Rabo de Peixe, ilha de S. Miguel) onde a pista era mole e o mau tempo muito semelhante.
Do lado positivo havia muita fruta, vegetais, cigarros e bebidas alcoólicas, uma cidade para visitar que não estava em “Blackout” e onde não existiam aviões inimigos.
AP: O que mais o impressionou enquanto pesquisava para este livro?
RS: A ajuda recebida por outros pesquisadores e a confiança que recebi das famílias dos veteranos que me cederam preciosos documentos, fotografias e memórias.

AP: O que gostaria de dizer ao seu leitor?
RS: Os jovens que voaram as Fortress e outros aviões no Comando Costeiro da RAF – as tripulações tinham normalmente uma média de idades inferior aos 21 anos – fizeram coisas extraordinárias para assegurar a sobrevivência da Grã-Bretanha e dos aliados. Eles merecem ser recordados e tenho esperança que o meu livro possa ajudar, de alguma forma, a manter essa memória viva.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O B-17 nos Açores

Este Verão foi lançado um novo livro sobre o B-17 ao serviço do Comando Costeiro da RAF, chamado “Boeing B-17 Fortress in RAF Coastal Command Service”.

Entre os britânicos o bombardeiro foi baptizado de “Fortress” e equipou inicialmente o Comando Costeiro (Coastal Command ), já que os modelos iniciais do aparelho tiveram um comportamento muito fraco ao serviço do esquadrão 90, e os modelos seguintes apenas se encontravam em número reduzido. O avião teve também um comportamento sofrível no bombardeamento nocturno.

O Bomber Command acabou por utilizar o Lancaster, o Halifax e o Stirling para as suas operações de bombardeamento. Tanto o Fortress como o Liberator (B-24), ambos de construção americana, foram remetidos, neste comando, para missões secundárias (contra-medidas electrónicas, patrulha, transporte e outros).



O grosso dos aparelhos, enviados pelos americanos, seria entregue ao Comando Costeiro. Um bónus que este comando muito agradeceu, pois um grande número dos seus aviões – especialmente no período inicial do conflito – era constituído pelas sobras dos outros comandos da RAF (Bomber e Fighter commands).

Não é por acaso que o “Coastal Command” ficou conhecido como “The Cinderela Service”.


Este livro tem a particularidade de abordar os B-17’s que integraram o Coastal Command e de dedicar quase um quinto das suas páginas (43 em 248) à presença destes aviões na base das Lajes, nos Açores.

Apresenta listagens de tripulantes, referências a missões, muitas fotografias e vários perfis mostrando as modificações que o avião foi recebendo.

Fica o índice referente aos capítulos onde se fala da presença nos Açores. Está em inglês, mas também não há versão da obra em português…


The Azores......................79
Obvious Choice..................82
Operation Alacrity .............85
Building a Base.................88
Day-and-Night Team..............89
Life at Lagens………...............94
Typical Mission.................95
Precious Petrol……..............102
Attacking a U-boat ............105
Desired Effect…................107
Transit Point….................108
The Americans Arrive...........111
Action and Departure...........112
Maintaining the Guard..........116
Engine Failures…...............118
Withdrawal……...................119

Para a aquisição do livro poderá “clicar” no link…
http://www.mmpbooks.biz/mmp/books.php?book_id=123

Clique aqui para ler entrevista com o autor sobre a presença britânica nos Açores....

(Este texto foi alterado em 28 de Setembro de 2010 depois de um contacto com o autor do livro que esclareceu certos aspectos e carácter histórico. Um contacto que agradeço)

Regresso ao Blogue... depois da instalação do site

Começo por pedir desculpa por tão longa ausência do blogue, mas o site tem-me absorvido o pouco tempo disponível.
Tem, no entanto, valido a pena. Desde a última quinta feira o site já recebeu visitas de quase duas dezenas de países e cerca de 25 por cento delas são repetidas. Os “regressos” não são apenas portugueses.
Um obrigado a todos pelas palavras de apoio e também pela divulgação que foram fazendo junto de outros. Espero que no futuro o “Aterrem em Portugal” possa ser olhado como um site de todos os interessados neste tema.
O mesmo acontece com este blogue. Se existir alguém com algo de interessante para dizer ou para divulgar, agradeço o contacto.

Para já fica um abraço e a promessa de regressar ao blogue com mais frequência.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Levantámos voo... com alguns problemas

OK.
Já estamos a voar na net.
A voar, mas baixinho... muito baixinho.
Há problemas com o motor de busca. Em termos gráficos a coisa parece um caos e até existe uma misturada de tipos e tamanhos de letra que não entendo...
Segundo os "ases" nesta coisa dos sites "não é anormal" surgirem este tipo de problemas nas "páginas amadoras". Aparentemente o site está muito pesado e é de construção muito complexa.

Para complicar ainda mais cada "browser" tem uma forma diferente de leitura o que ainda ajuda mais aos caos instalado.

Em poucas palavras o que vão ver não é exactamente aquilo que preparei.

Por todos os pequenos inconvenientes do site peço desculpa e prometo ir corrigindo as coisas conforme puder...

Julgo, no entanto, que estava na hora de deixar as "belezuras" de parte e avançar com o conteúdo...

Fico à espera de colaborações para o site e, obviamente, dos comentários...

Agora podem saltar para http://www.landinportugal.org/

Bons voos.

Um abraço
Carlos Guerreiro

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O mar no "Século Ilustrado..."

No dia 2 de Setembro saía a edição 87 do "Século Ilustrado".

Apostando muito na utilização de fotografia e de imagens este jornal/revista semanal já adivinhava uma guerra que se iria prolongar pelos anos seguintes.

















(Capa do "Século Ilustrado" de 2 de Setembro 1939 - Centro de Documentação/ Arquivo Histórico de Portimão)






Só não adivinhou que seria uma guerra total, que se decidiria em todos os cenários e não apenas no mar...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As notícias da guerra...

No dia 1 de Setembro 1939 saíram algumas edições especiais dos vários diários portugueses relatando o ataque à Polónia.
No dia seguinte fazia-se eco do ultimato Britânico e Francês. Antecipava-se também a possibilidade de uma guerra envolvendo as principais potências europeias.
A notícia oficial do início da guerra sairia apenas no dia 3 de Setembro...

















Há 71 anos começava a II Guerra Mundial....

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Adiamento da apresentação do site...

Por razões técnicas não é possível colocar on-line o site do "Aterrem em Portugal". Só a partir do dia 6 de Setembro será possível resolver essas questões técnicas.

Espero que entre o dia 6 e o dia 10 seja possível colocar as quase duzentas páginas na rede para que todos possam aceder às informações e actualizar os livros que compraram ou, simplesmente, ler um pouco sobre a história de Portugal durante um curto período de tempo, no século passado.

O site está pronto. Só não tem fotos que prometo ir colocando nos próximos meses.

Existem dezenas de actualizações - pequenas e grandes. Numa deslocação que realizei o ano passado ao Reino Unido consegui localizar centenas de páginas com informação relevante dos Arquivos Nacionais em Kew, perto de Londres.




Há também mais de uma dezena de novos aviões identificados. Aviões que não vêm referidos no livro publicado em 2008.

De uma forma simplificada posso dizer que o site vai reproduzir e completar as fichas contidas nos anexos do livro, em Português e em Inglês... e nesta última língua podem existir algumas incorrecções.Faz-se o que se pode.

Ampliado - e muito - foi também o anexo dos aviões perdidos em trânsito. Nos diversos arquivos e documentos consegui identificar quase meia centena de aparelhos de várias nacionalidades.

Peço desculpa por ter prometido colocar tudo on-line no dia 1 de Setembro, sem contar com questões técnicas que me ultrapassam. Ainda não está nada na rede mas posso acrescentar que o domínio se chama www.landinportugal.org

Fica também o "banner" do site...

Logo que existam novidades colocarei nova mensagem...

Um abraço
Carlos Guerreiro

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Justificação de ausência

Por razões que se prendem com alguns acertos que estão a ser feitos no site do livro "Aterrem em Portugal", não tenho "postado" com nas últimas semanas. São acertos em pequenos pormenores mas que roubam muito tempo a quem, como eu, não é profissional destas coisas da net.

Acredito que a 1 de Setembro, quando se passam 71 anos sobre o início da II Guerra Mundial, será possivel "inaugurar o site". O nome e o domínio já foram "comprados" mas ainda não se encontra nada por lá...

Por esta razão o mês de Agosto será de "férias" para o Blog. Prometo logo em Setembro arrancar com novas histórias, muitas completamente inéditas, que tenho vindo a "coleccionar" nos últimos anos....


Um abraço a todos
Carlos Guerreiro

domingo, 11 de julho de 2010

A madeira na rota do nazismo... e outras histórias

Aos poucos ficamos a conhecer o Portugal da II Guerra Mundial. A notícia vem no Diário de Notícias da Madeira. Trata-se de ficção, baseada em factos reais… afinal o nazismo e a sua ideologia tinha braços longos, que se estendia para lá do continente.

Já agora fica mais uma informação. Talvez poucos saibam que em Olhão, no Algarve, chegou a existir um clube de camisas castanhas italianos. A PVDE (antecessora da PIDE) seguia as suas actividades com atenção. Não podemos esquecer que em Olhão existia uma forte comunidade italiana, empresários da indústria conserveira, e artífices na fundação do Sporting Clube Olhanense – aquele que voltou ao primeiro escalão do futebol português no ano passado.

Quem sabe destas coisas da bola já deve ter reparado que o equipamento do clube – listas verticais negras e rubras – é idêntico ao do Milão. Não é por acaso…

Fica a notícia do lançamento do livro que se chama o “Bazar Alemão”, e não faço classificações sobre a sua qualidade, pois não o li ainda...

Nazis na ilha inspiram ficção



A forma insidiosa e perversa como a ideologia nazista se propagou aos quatro cantos do mundo, não poupando sequer a 'Pérola do Atlântico' em vésperas da Segunda Guerra Mundial, é a temática de 'O Bazar Alemão', novo livro da escritora madeirense Helena Marques, a autora de obras aplaudidas como 'O Último Cais', 'A Deusa Sentada' ou 'Os Íbis Vermelhos da Guiana', entre várias outras.

De facto, e por incrível que pareça, houve mesmo tentativas de perseguição e de causar prejuízos pessoais e profissionais a judeus alemães residentes no Funchal, na época, por parte dos simpatizantes do nazismo, que incluíam não só alemães como também madeirenses.

'O Bazar Alemão', que vai para as livrarias a 18 de Julho, e cujo lançamento oficial só deverá ser realizado em Setembro (mas que já tivemos oportunidade de ler) é um livro interessante, não só pela capacidade narrativa da autora, que consegue interessar o leitor até à última página, como pela singularidade de basear-se em factos reais, ocorridos na Madeira, que, na época, era verdadeiramente paradisíaca para muitos cidadãos estrangeiros e até para locais e, num certo sentido, mesmo cosmopolita. Essa capacidade de retratar um Funchal romântico e entretanto já quase totalmente desaparecido, com as suas quintas, as suas 'garden parties' e 'cocktail parties', a sua vida social, a época em que as telefonias eram o último grito tecnológico para nos mantermos a par do que se passava no mundo (inclusive ouvindo a BBC), a descrição convincente do quotidiano numa cidade que reconhecemos geograficamente pela toponímia de muitas ruas e espaços que ainda hoje subsistem, abona em favor da capacidade evocativa e descritiva de Helena Marques.

Investigação universitária inspirou

Mas o que verdadeiramente inspirou este livro foi, explicou-nos a autora, a leitura de um trabalho de investigação de Anne Martina Emonts, docente do Departamento de Estudos Alemães da Universidade da Madeira, que, debruçando-se sobre o espólio do Consulado Alemão no Funchal entre os anos de 1938 e 1939 (hoje no Arquivo Político alemão, em Berlim) descobriu cartas de denúncia anti-semita enviadas à Gestapo em Berlim, com repercussões, no Funchal, sobre o Consulado Alemão e sobre as vidas dos denunciados. Era uma consequência da 'Lei da Protecção do Sangue Alemão e da Honra Alemã', promulgada pelo III Reich em Setembro de 1935, e que, como diz Helena Marques, "por mais extraordinário que pareça", despertou "zelos persecutórios" em núcleos alemães no estrangeiro. E mesmo no nosso meio!

Curiosamente, estas informações não transpiraram para a opinião pública e os perseguidos e denunciados calaram, em termos gerais, a sua revolta. Pelo que estes factos só foram descobertos muito mais tarde.

"Penso que esse fenómeno era desconhecido da esmagadora maioria dos madeirenses. Não me recordo de história semelhante. Na minha família, tinha o caso de uma tia-avó casada com um alemão, e lembro-me que o meu avô, anglófilo e que 'torcia' pelos Aliados, dizia que quando os tios-avôs viessem a casa, não se falava da Guerra. Mas nunca suspeitei que uma história como a que conto no meu livro fosse possível. Tanto quanto sei, estava condenada a desaparecer, se a Anne Martina Emonts não tivesse feito uma investigação sobre a Escola Alemã do Funchal, que a conduziu a este assunto, que achei perfeitamente espantoso".
No romance, Helena Marques narra, entre outras tramas, a história de Elizabeth e Eugen, estes sim personagens reais, cujos nomes próprios não foram alterados (os apelidos, sim), e que viram a sua felicidade enquanto casal ameaçada por denúncias e perseguições anti-semitas de péssimo gosto.

"Eu recordo-me desse casal, que conheci quando eles já tinham 50 e tal anos... E continuavam a ser pessoas felizes, muito bem dispostas... O amor deles não foi efémero, foi realmente para a vida toda, e isso, do meu ponto de vista, torna ainda mais interessante este encontro dos dois na ilha, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial. Não tiveram filhos, mas eram muito simpáticos, luminosos... Não sei quando casaram, quando conseguiram romper aquele círculo vicioso e maléfico. Mas a verdade é que conseguiram". O facto de a autora os ter conhecido 20 anos mais tarde, felizes, é que a deixou estupefacta quanto à "tragédia que, de facto, ia destruindo as vidas deles".

'O Bazar Alemão' reflecte as relações cordiais entre madeirenses e estrangeiros, a privilegiada situação dos ingleses na Madeira, mas também a vivência de cidadãos oriundos de outras nacionalidades, incluindo uma colónia alemã, e a forma como as relações entre uns e outros decorriam com cordialidade mas num clima de alguma tensão contida, face ao conflito armado que se avizinhava. E tudo isto numa ilha agradável e de clima ameno, longe dos futuros cenários de batalha, num Portugal fascista cuja lealdade tenderia naturalmente para a associação com Hitler, Mussolini e Franco, mas que cultivava, com a Grã-Bretanha, a mais antiga aliança europeia. Um equilíbrio estranho e algo precário, portanto.

Helena Marques tomou liberdades e criou personagens que nunca existiram (afinal, este é um romance) mas recuperou a memória de algumas pessoas que existiram de facto, como a de uma alemã que dirigia o restaurante do Terreiro da Luta, e sobre a qual, no entanto, muito pouco conseguiu saber. Na história figuram tipos humanos interessantes como o médico judeu Franz Schönberg [inventado] que ajudam a compor o ambiente.

"Nós estamos tão habituados ao lado anglo-saxónico da Madeira, que esquecemos que houve uma colónia alemã também grande, influente. Eu era uma miúda na altura da Segunda Guerra Mundial, nasci em 1935, mas lembro-me muito bem do pós-Guerra, e dessa presença germânica. Não tinha, porém, a noção de que tivesse havido uma colónia alemã tão numerosa, capaz de criar, ao fim e ao cabo, esses nichos de influência".

Madeirenses germanófilos

Simpatizantes madeirenses da doutrina nacional-socialista, como o Visconde do Porto da Cruz [que surge, no livro, 'disfarçado' com o nome de Barão da Penha de Águia], e que era conhecido também de Helena Marques e da sua família, também ajudam a completar o 'ramalhete'. "Ele era, de facto, um germanófilo entusiasta, com uma posição francamente pró-nazi. Achei que era uma personagem que daria também o outro lado da história, ou seja, que nem todos os madeirenses eram anglófilos. Nunca imaginei que a Alemanha estivesse tão empenhada em disputar a influência britânica sobre a Madeira"... A ilha era mesmo vista, então, como um potencial destino futuro de férias para as élites nazis, uma vez vencida, pela Alemanha, a 2ª Guerra...

Para escrever este livro, Helena Marques socorreu-se não só da sua memória, mas também de muita investigação. Cria uma reconstituição muito convincente do Funchal da época, com o seu Hotel Reid's, o seu Golden Gate, a movimentação marítima e toda a vivência social da altura... "Conversava-se muito, sabe?", diz a escritora.

E a descrição das visitas de trabalhadores alemães nacional-socialistas ao Funchal, desembarcando cada qual com a bandeirinha da cruz suástica na mão, em excursões dirigidas pela organização 'A Força pela Alegria', reflecte a originalidade de uma cidade cosmopolita no Atlântico, flutuando entre influências e tensões internacionais, à beira de uma Guerra devastadora... Este é um livro que entretém, educa e lança um olhar esclarecedor sobre o nosso passado.

O misterioso caso do 'doutor morte'

O Diário de Notícias continua a desenvolver a história de mais esta busca... a reportagem é da jornalista CATARINA REIS DA FONSECA...




Médico nazi matou centenas de pessoas em campos de concentração. Usava o crânio de uma das suas vítimas como pisa- -papéis, operava sem anestesia e cronometrava o tempo que os prisioneiros demoravam a morrer. Autoridades continuam à procura de provas oficiais da sua morte

Todos os dias caminhava mais de 20 quilómetros por entre as movimentadas ruas do Cairo. A máquina fotográfica era a sua companhia enquanto deambulava pela capital egípcia. E a fotografia era um dos seus passatempos preferidos.

Apesar da idade avançada, Tarek Hussein Farid conservava vestígios do jogador de hóquei de porte atlético da sua juventude. Passava horas a jogar ténis com os filhos do dono do hotel onde vivia. Para as crianças era o tio Tarek, o austríaco que aos 49 anos, em 1963, decidiu mudar-se para o Egipto.

A mudança do nome que recebeu à nascença foi justificada pela conversão ao islão e o trabalho como médico da polícia secreta egípcia fazia parte de um quotidiano insuspeito.

Mas a inocente história da sua vida no Cairo não permitia adivinhar o passado negro que carregava. Nascido em Bad Radkersburg, em 1914, Farid era, afinal, Aribert Heim, o médico nazi que durante a II Guerra Mundial assassinou centenas de pessoas nos campos de concentração de Mauthausen, Buchenwald e Sachsenhausen.

É um dos mais perseguidos criminosos nazis de todos os tempos. É ou era? Ainda não existe uma resposta definitiva para esta questão. No ano passado, uma investigação levada a cabo pelo New York Times concluiu que Heim morrera em 1992, mas o óbito nunca foi oficialmente comprovado. Isto porque as autoridades egípcias recusam fornecer provas concretas do falecimento do homem que ficou conhecido como 'Doutor Morte'.

As razões para a atribuição da alcunha não são difíceis de perceber. Heim submetia os prisioneiros judeus a todo o tipo de experiências macabras, que invariavelmente conduziam à morte. Realizava cirurgias sem anestesia para testar a resistência à dor e removia órgãos de jovens saudáveis, deixando-os morrer na mesa de operações. Com a ajuda do farmacêutico Eric Wasicky injectava líquidos como gasolina, fenol ou água envenenada no coração das vítimas e cronometrava o tempo que demoravam a morrer.

Heim, que iniciou os estudos de Medicina em Graz, terminou a licenciatura em Viena em 1940. A sua ligação ao Partido Nacional Socialista começou em 1935, até que cinco anos mais tarde decidiu alistar-se como voluntário nas Waffen-SS. No ano seguinte foi destacado para trabalhar no campo de Mauthausen. A sua estada durou menos de dois meses, mas ao que tudo indica terá assassinado cerca de 300 pessoas.

Durante anos, desde o seu desaparecimento, em 1962, a polícia alemã analisou mais de 240 pistas sobre o seu paradeiro, mas nenhuma delas conduziu a Heim. De acordo com informações avançadas pelo filho do médico, assim que soube que ia ser julgado Heim apressou-se a deixar Baden Baden, a cidade alemã onde tinha um consultório. Espanha, Argentina ou Chile são alguns dos países que foram apontados como possíveis refúgios do homem que muitos recusam chamar médico. Até que, no ano passado, o seu filho, Rudiger Heim, revelou numa emissão de TV que o pai esteve sempre escondido no Cairo. "Atravessou de carro França e Espanha e depois entrou no Egipto, através de Marrocos, com um visto de turista", garantiu.

Disse que estava ao lado do pai quando este morreu em 1992, vítima de cancro no cólon. Mas restam dúvidas sobre a veracidade da história.

Efraim Zuroff, conhecido como "o último caçador de nazis" e director do Centro Simon Wiesenthal, recusa aceitar a teoria do falecimento do Doutor Morte até que as autoridades egípcias apresentem provas concretas. "Não há corpo, não há ADN, não há campa", afirmou Zuroff.

Caso esteja vivo, Aribert Heim terá chegado aos 96 anos. Escapou sem nunca responder por nenhum dos seus crimes.

terça-feira, 6 de julho de 2010

II Guerra: Acordo permite expor livro de registos de Aristides de Sousa Mendes em Nova Iorque

Finalmente uma solução

Nova Iorque, 05 jul (Lusa) -- O livro de registos de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus durante a segunda guerra mundial, será exposto em Nova Iorque a partir de 19 de julho, depois de o Instituto Diplomático português ter recuado nas exigências feitas.

Nova Iorque, 05 jul (Lusa) -- O livro de registos de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus durante a segunda guerra mundial, será exposto em Nova Iorque a partir de 19 de julho, depois de o Instituto Diplomático português ter recuado nas exigências feitas.

João Crisóstomo, vice-presidente do projeto "Dia da Consciência", que procura divulgar o papel de Sousa Mendes no salvamento de milhares de judeus perseguidos pela Alemanha Nazi, disse à Lusa que o livro será oficialmente apresentado no Museu da Herança Judaica a 19 de julho, data que marca os 125 anos do nascimento do diplomata.

Inicialmente previsto para estar em Nova Iorque no dia 17 de junho, o "Dia da Consciência", a exposição chegou a estar em risco por causa das exigências do Instituto Diplomático, segundo aquela fonte.

"O Instituto Diplomático, que detém a guarda do livro, exigia que o mesmo fosse transportado por uma companhia especializada no transporte de peças de arte e segurado em 150 mil dólares (119 mil euros), o que era incomportável para o Museu", disse João Crisóstomo.

O livro de registos já esteve exposto no Museu há cinco anos, também por iniciativa de ativistas de Sousa Mendes na comunidade luso-americana.

As condições acordadas, segundo João Crisóstomo, são as mesmas de então: transporte por mala diplomática e um seguro de 25 mil dólares (20 mil euros).

Foi graças à intervenção direta do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que foi possível a vinda do livro nos mesmos moldes de há cinco anos, disse.

O livro deverá chegar à Missão de Portugal junto da ONU, em Nova Iorque, para ser entregue ao Museu, em princípio na próxima quarta feira.

Deverá ficar depois em exposição durante um ano numa vitrina no Museu da Herança Judaica especialmente criada para o efeito e ao lado do passaporte da senhora Kostman, a quem Aristides de Sousa Mendes concedeu um visto, permitindo, assim, a sua fuga para o Brasil.

Há cinco anos, também por iniciativa de João Crisóstomo, em colaboração com a International Raoul Wallenberg Foundation, o documento e a caneta com que Aristides de Sousa Mendes assinou alguns dos vistos, estiveram em exposição no mesmo museu durante cerca de dois anos.

O Museu da Herança Judaica fica no Batery Park City, no sul de Manhattan, virado para a baía de Nova Iorque com a estátua da Liberdade em fundo.

O seu objetivo é perpetuar a memória do Holocausto lembrando os milhões de vítimas que morreram às mãos dos nazis na Segunda Grande Guerra.

A Lusa contatou o Instituto Diplomático para pedir um comentário, mas ninguém se manifestou disponível para falar sobre o assunto.

O "Dia da Consciência" marca a data em que o então cônsul de Portugal em Bordéus começou a conceder vistos em massa a judeus e a outros refugiados sem autorização de Lisboa, permitindo-lhes a fuga para os Estados Unidos, América do Sul, entre outros destinos.

Esse dia foi marcado por várias iniciativas a nível mundial de homenagem ao cônsul de Portugal em Bordéus, que salvou milhares de judeus e outros refugiados das mãos dos nazis na Segunda Grande Guerra.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

À procura dos últimos...

A história vem no Diário de Notícas. Procuram-se as últimas pontas soltas de um regime brutal...
Fic a notícia porque já vi, por diversas vezes utilizarem a expressão "Dr. Morte", mesmo em filmes, e é importante perceber que nem tudo é ficção.


Caso de desaparecimento do 'Doutor Morte' por desvendar



Usava o crânio de uma das suas vítimas como pisa-papéis. Injectava líquidos como gasolina, fenol ou água envenenada directamente no coração de prisioneiros e cronometrava o tempo que demoravam a morrer.
Aribert Heim, o médico austríaco que o mundo conhece como "Doutor Morte", assassinou centenas de pessoas no campo de concentração nazi de Mauthausen, um dos locais onde exerceu funções durante a II Guerra Mundial.
Na certidão de óbito de Heim, um dos mais procurados criminosos nazis de sempre, consta que terá morrido há 18 anos no Cairo, onde se encontraria escondido desde 1963. Mas, até hoje, as autoridades alemãs ainda não conseguiram ter acesso a dados que comprovem o seu falecimento.
"Está provado que Heim viveu no Egipto durante anos, mas não há uma prova de ADN ou forense de que morreu ali em 1992." Quem o garante, em declarações ao El País de ontem, é Efraim Zuroff, chefe da Operação Última Oportunidade, levada a cabo pelo Centro Simon Wiesenthal para localizar os últimos criminosos nazis vivos. Mas também a polícia alemã se tem esforçado para apurar a verdade. Em Maio do ano passado, foram enviados ao Cairo dois agentes de Estugarda, que tentaram ter acesso às declarações do médico que, supostamente, presenciou a morte de Heim. Mas, segundo informações avançadas pelo mesmo diário espanhol, tudo o que receberam foi um "silêncio ensurdecedor".
O filho do "Doutor Morte" assegura que o pai - que, se ainda estiver vivo, terá 96 anos - "sofria de cancro no cólon e morreu a 10 de Agosto de 1992". Rüdiger Heim afirma que o pai abandonou as consultas de pediatria que dava na Alemanha em 1962, pouco depois de ter sido emitida uma ordem de detenção. "Atravessou de carro França e Espanha e depois entrou no Egipto, através de Marrocos, com um visto de turista", garante.
Foi no Cairo que, durante 30 anos, trabalhou como médico ao serviço da polícia secreta egípcia.
Heim foi preso pelos Aliados em 1945, mas libertado dois anos depois, sem nunca ter respondido pelos seus crimes.

Link para a notícia

terça-feira, 29 de junho de 2010

Voar num B-17

Esta é uma sensação que os amantes europeus deste tipo de aviões dificilmente terão. Neste momento existem apenas quatro B-17’s em condições de voar e estão quase todos nos EUA. Estas imagens foram recolhidas durante uma reportagem para o PITTSBURGH TRIBUNE-REVIEW.




Mais informações e o artigo podem ser encontrados aqui
PITTSBURGH TRIBUNE-REVIEW

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