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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mais documentação on-line

É um trabalho meritório - apesar de existirem algumas dificuldades no acesso que, espero, sejam passageiras. No mesmo site há também links para outros documentos que não só o "L’Osservatore Romano". É mais uma fonte para quem investiga estes tempos...



















Edições do L’Osservatore Romano da II Guerra Mundial publicados na net


A iniciativa parte de uma ONG que trabalha na área do diálogo inter-religioso e pretende clarificar a questão do papel da Igreja durante a guerra.

A Pave the Way Foundation, uma organização dedicada ao diálogo inter-religioso e chefiada pelo judeu Elliot Hershberg, obteve autorização do L’Osservatore Romano, visto como sendo o jornal oficial do Vaticano, para publicar na internet as suas edições do período da Segunda Guerra Mundial.

“É um grande passo no sentido de educar os historiadores legítimos em todo o mundo. Têm sido feitas muitas referências a artigos do L’Osservatore Romano ao longo dos anos, tanto negativas como positivas, e agora estas poderão ser verificadas on-line”.

A Pave the Way Foundation tem feito muitos esforços nos últimos anos para ajudar a clarificar o papel da Igreja Católica, e em particular de Pio XII, durante a guerra, e tem publicado documentação, por vezes inédita, que desmente a ideia de que o Papa nada terá feito para ajudar os judeus.

A organização já reuniu dezenas de milhares de páginas de documentação no seu site: "www.ptwf.org". Esse acervo ficará significativamente maior com a adição dos jornais em formato digital.

Talvez conspiração...

A II Guerra mundial e as suas personalidades sempre foram alvo das mais diversas teorias e conspirações. Confesso que esta não me convence muito e acho que estamos a entrar num campo "minado". Mas como toda a gente - jornais etc... - pegou, achei que este blogue deveria pelo menos ter uma referência à notícia... que atiro para a secção das conspirações...

Historiador diz que avô de Hitler poderá ter sido também pai do ditador
O avô do ditador nazi Adolf Hitler poderá ter sido também o seu pai, de acordo com o historiador alemão Gerhard Roth. A questão levantada pelo professor e historiador, em declarações ao jornal alemão 'Bild am Sonntag', como o próprio reconhece, é relativamente nova e deriva em grande parte do desconhecimento que ainda subsiste sobre o avô paterno do homem que desencadeou a Segunda Guerra Mundial.

"O seu avô biológico foi possivelmente também seu pai", disse ao 'Bild am Sonntag', o historiador Gerhard Roth.

"Sempre houve indícios de incesto na família de Hitler. Hitler teve uma relação traumática com as suas origens e sempre fez por a ocultar. Isso formou parte da sua psicose", considerou o historiador.

O biógrafo de Adolf Hitler, Ian Kershaw, diz que toda esta teoria é absurda e que não tem qualquer base histórica.

"Essa suposição é completamente nova e bastante grotesca. Não conheço uma sequer fonte que a sustente", assegurou Ian Kershaw ao mesmo jornal.

No entanto, o biógrafo do ditador adianta que "é conhecido que existe um mistério acerca do avô paterno de Hitler".

"As duas pessoas que o poderiam ter sido, Johann Georg Hiedler e Johann Nepomuk Hiedler, faleceram antes do nascimento de Hitler", explicou.

As muitas biografias escritas do ditador nazi coincidem pelo menos no pai de Hitler, apontando que este terá sido um funcionário de uma alfândega chamado Alois Hitler (1837-1903), que nasceu com o nome de Alois Schickelgruber.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A TSF acompanhou jovens portugueses a Auschwitz

A reportagem é da TSF...
Mais palavras do que as ditas pelos próprios são supérfluas...

Pretérito mais que presente

Quinze alunos da Escola Secundária de Valpaços recuaram no tempo para compreender o que era viver em Oswiecim (Auschwitz), durante a II Guerra Mundial. Criaram uma parceria com uma escola polaca, e com a ajuda dos alunos escreveram um diário. O projecto termina com a viagem a Auschwitz, para conhecer o campo de concentração onde morreram um milhão e cem mil pessoas.
«Pretérito mais que presente» é uma reportagem de Joana de Sousa Dias, com sonorização de Herlander Rui.

Fica o link para reportagem...são 36 minutos que valem a pena.

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1580032

As bombas adormecidas...

O facto de terem encontrado mais uma bomba adormecida da II Guerra Mundial em Berlim não é novidade. Já não é a primeira vez que reproduzimos notícias que referem estas descobertas, quase 70 anos depois do fim do conflito. Outras surgiram pelo meio - ainda em Março uma criança descobriu um bomba incendiária nas florestas que rodeiam a cidade - que não me mereceram referência especial, mas esta pelos números que apresenta, nos últimos parágrafos, merece ficar registada.

Ficam também umas fotos da operação....









Berlim
Bomba da II Guerra obriga evacuação 9 mil pessoas

Uma bomba da Segunda Guerra Mundial foi encontrada na noite de quarta-feira na região de Berlim, obrigando á evacuação de cerca de nove mil pessoas que estavam em edifícios próximos.

O artefacto, que pesa cerca de 500 quilos, é de fabrico norte-americano, e foi encontrado por funcionários de obras de canalização no distrito de Zehlendorf.

Durante mais de seis horas, as forças de segurança evacuaram todos os edifícios num raio de 500 metros. A maior parte dos moradores abrigou-se em casas de familiares e amigos, mas cerca de mil deles foram recebidos numa estrutura provisória.

A polícia de Berlim recolhe e desativa todos os anos entre 25 e 40 toneladas de bombas, granadas e outros tipos de munições e armamento da Segunda Guerra que ficaram enterrados no subsolo da cidade.

O Senado de Berlim acredita que o subsolo da capital alemã tem ainda cerca de três mil bombas aéreas de 250 quilos cada.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Em tempo de futebol...

O jornal Público recorda o mundial que antecedeu a II Guerra Mundial. O artigo é pequeno mas interessante, e fala de forma leve sobre o caso da selecção Austríaca comandada por um dos jogadores que ainda hoje é tido como um dos melhores do mundo... Infelizmente não jogou. Fica a notícia do público e também um apontamento sobre o "homem de papel".



Histórias de Outros Mundiais
A vitória de Mussolini na prova dos boicotes

O Campeonato do Mundo de 1938, disputado em França, foi um dos mais conturbados de sempre e foram várias as selecções que não marcaram presença devido ao clima bélico que assolava a Europa, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial.


No final, a Itália de Mussolini, equipada de negro, acabou por vencer, apesar da enorme hostilidade demonstrada pelo público francês contra os transalpinos durante toda a competição.

A 12 de Março de 1938, sensivelmente a três meses do arranque do Mundial, Adolf Hitler deu início à sua campanha expansionista com a anexação da Áustria. Os austríacos viram a sua selecção, uma das melhores de sempre, desmantelada – os jogadores foram “transferidos” para a Alemanha – e afastaram-se da prova. Apesar da condenação da França e da Inglaterra à invasão nazi – ficaram-se por protestos diplomáticos –, Jules Rimet, presidente da Federação Francesa de Futebol e impulsionador, oito anos antes, do primeiro Campeonato do Mundo de selecções, recusou todos os apelos para que a competição fosse adiada.

Tal como a Áustria, também a Espanha (devido à guerra civil espanhola) e a China e Japão (envolvidos na segunda Guerra Sino-Japonesa) foram impedidos de participar.

Mas não foi apenas o clima de guerra que fez estragos entre os participantes. A decisão de realizar a prova em França, contrariando a política original de organizar o Mundial de forma alternada na Europa e na América, motivou a auto-exclusão de sete países: Argentina, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guiana Holandesa, México e Uruguai. O Brasil, que tinha a intenção de sedear o torneio em 1942 (não foi disputado devido à II Guerra Mundial), e Cuba acabaram por ser as únicas selecções americanas a não aderir ao boicote.


E agora a história de Sindelar copiado de uma página brasileira. A foto é da Wikipédia




Matthias Sindelar
O maior jogador de futebol dos anos 30, símbolo da resistência à ideologia nazista.

Único filho homem de uma família judaica proletária de imigrantes tchecos, nasceu nasceu em 10 de fevereiro de 1903 na vila de Kozlau, na Morávia, hoje República Tcheca. Ainda garoto mudou-se com a mãe e as três irmãs para Viena, na época capital do Império Austro-Húngaro.

Dono de um estilo apurado e clássico, elegante, inteligente e simplificador. Rápido, centroavante difícil de marcar, alto e magro, a exatidão e a leveza com que driblava ou executava os passes levaram o torcedor a apelidá-lo de “Der Papierene”(feito de papel). Com jogadas imprevisíveis e gols de rara beleza, tornou-se chefe de família aos 14 anos, após o falecimento de seu pai, na Primeira Guerra Mundial. Enquanto trabalhava como mecânico, aprimorava seu futebol no time do Hertha de Viena, onde permaneceu por seis anos.

Sindelar tornou-se o mais celebrado jogador dos 125 anos do futebol austríaco (para os historiadores franceses Jean-Philippe Réthacker e Jacques Thibert, o mais completo número 9 europeu de todos os tempos).

Nos anos seguintes, o time continuou a dominar o futebol europeu, com jogadas inteligentes e passes curtos.

Em 1934, as dificuldades econômicas que atingiam o país não impediram a seleção austríaca de chegar às quartas-de-final da Copa do Mundo. Na ocasião o Wunderteam perdeu de 1 a 0 para a Itália, que mais tarde ficou com a taça. Em 1924 foi para o Áustria Viena, clube associado à classe média judaica. Em seu primeiro jogo pela seleção austríaca em 1926, marcou dois gols na vitória de 7 a 1 sobre a Suíça. Este foi o início de uma era de partidas memoráveis onde Sindelar era a estrela da melhor seleção que a Áustria já teve, apelidada de Wunderteam (time-maravilha).

Em 1934, um golpe militar instalou a ditadura fascista católica na Áustria, mergulhando o país no caos.
Apesar da classificação para a Copa seguinte, o seleção da Áustria não disputou o Mundial de 1938. Motivo: com o avanço do nazismo, seus jogadores haviam se integrado à seleção da "Grande Alemanha".

Foi numa partida entre Áustria e Alemanha, para celebrar a unificação dos dois países, que Sindelar protagonizou a última grande façanha.

O time austríaco, liderado pelo "homem de papel", havia cedido seus melhores jogadores para a Alemanha. A intenção era transformar a partida em uma propaganda nazista. E as instruções eram claras: os austríacos não deviam marcar gols e, muito menos, ganhar o jogo. A partida, porém, não ocorreu conforme o previsto.

Mesmo com 35 anos, Der Papierene foi o melhor jogador em campo e fez o gol que desafiou o nazismo. Não é à toa que a seleção alemã tentou recrutá-lo. Mas sem sucesso. O jogador rejeitou o convite com a desculpa de estar contundido e velho demais. Sindelar, um bastião do nacionalismo austríaco, manteve-se fiel às suas convicções políticas, às relações com os judeus egado-se a defender o time de Adolf Hitler. Marcado como opositor do regime, foi perseguido pelas tropas nazistas, até se suicidar em 23 de janeiro de 1939, dias antes de completar 36 anos.

Quarenta mil pessoas compareceram ao seu funeral, sob os olhares das tropas nazistas. O Áustria Viena recebeu 15 mil telegramas de condolências. ‘Sindelar é para os austríacos o mesmo que Pelé épara os brasileiros; algo mais do que um jogador’, definiu o historiador Wolfgang Maderthaner.

De fato, a importância de Sindelar transcende os gramados. Sua atitude de permanecer fiel aos seus princípios, e sua resistência ao nazismo e às tropas de Hitler fazem dele um símbolo, não só para o povo austríaco, mas para o mundo todo. Nem mesmo morto, Der Papierene perdeu a popularidade.
Em dezembro de 1998, 60 anos depois de sua morte precoce, foi eleito o atleta austríaco do século 20.

O que aconteceu à Áustria de Matthias Sindelar durante a II Guerra Mundial?

A não ser por 1945, o ano do armistício, o campeonato nacional transcorreu normalmente, só que com jogadores alemães atuando pelo Áustria, pelo Viena, pelo Sportkclub, e craques austríacos vestindo a camisa do Shalke 04, do Hanover 87, do Dresden, quando não da própria seleção alemã. Uma interação de tal ordem que, em 1941, a tradicional equipe do Rapid de Viena disputou os dois campeonatos, ganhando ambos.

Mas Sindelar não viveu para ver tudo aquilo. Para ele, naquele derradeiro janeiro, a guerra já estava perdida. A Áustria já não era dos austríacos e o célebre “Wunderteam” se fora para sempre.

“Mozart do futebol”, como os jornalistas o chamavam, ou Motzl, para os companheiros de equipe, Matthias Sindelar permanece como a mais cintilante estrela internacional que a II Guerra Mundial roubou ao futebol.

Como sempre ficam os Links:
http://www.publico.pt/mundial2010/Show/a-vitoria-de-mussolini-na-prova-dos-boicotes_1439003
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/matthias/home.html

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O submarino afundado na Nazaré

A história não é nova, mas é sempre interessante recorda-la. Fica o apontamento do jornal "Região de Leiria" e também uma reportagem que reúne, entre outras coisas, material recolhido pela SIC há alguns anos.


Submarino alemão afundou-se na Nazaré há 65 anos

Publicado em 20 Maio 2010 às 4:32 pm.

Assinala-se hoje o 65.º aniversário do afundamento de um submarino de guerra alemão – U-963 – ao largo da costa nazarena, um acontecimento no rescaldo da 2ª Guerra Mundial, que marcou a vivência da população local, tornando-se parte do imaginário nazareno, quase com contornos de lenda.


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De acordo com os registos da Capitania da Nazaré, na madrugada do domingo, 20 de Maio de 1945, um bote de borracha com três marinheiros alemães atingiu a praia. Contactadas as autoridades locais, foi transmitido que estaria ao largo um submarino em afundamento e solicitava-se o resgate da restante tripulação, realça a autarquia nazarena em comunicado.

A barca salva-vidas da Capitania foi accionada e recolheu os 45 tripulantes ainda a bordo, mas o Comandante do U-963 não permitiu aos representantes das autoridades portuguesas que assistissem ao afundamento, acrescenta.

O submarino partira da Noruega em Abril de 45, quando ainda decorria o conflito que opunha a Alemanha de Hitler aos Aliados, com a missão de largar mísseis no Canal da Mancha, mas, na viagem, a tripulação foi informada da rendição da Alemanha e, ao invés de aceitar a capitulação, optou pela fuga e pelo auto-afundamento, ao largo da costa de Portugal.


- Funny home videos are a click away

Segundo os registos da Capitania da Nazaré, citados pela autarquia local, o U-963 submergiu a aproximadamente 500 metros a sul/sudoeste do Forte de S. Miguel, a cerca de 100 braças de profundidade.

“O afundamento do submarino alemão foi testemunhado por muitos habitantes locais, alguns que ainda são hoje memória viva de um episódio de grande interesse histórico”, destaca a autarquia nazarena.

Refira-se que, em 2004, uma equipa de reportagem da SIC tentou desvendar o mistério da auto-destruição do submarino de guerra alemão na Nazaré, acompanhando uma expedição da Universidade Autónoma de Lisboa, da Universidade do Connecticut (EUA) e do Instituto Hidrográfico. A equipa efectuou mergulhos no submersível Delta até cerca de 120 metros de profundidade, na zona da cabeceira do Canhão da Nazaré, tendo sido confirmada a localização do U-963. Mas não foi possível recolher mais informação devido à elevada turbulência de correntes, ao nível de sedimentos e à fraca visibilidade, que não permitiam um mergulho de reconhecimento em segurança.
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terça-feira, 18 de maio de 2010

E se... ficções e conspirações

Nos últimos dias apareceram notícias relacionadas com a II Guerra Mundial vindas do mundo da ficção e da conspiração.

Comecemos pela última - a conspiração - que defende que Hitler sobreviveu à guerra... O livro saiu agora e foi escrito por um jornalista que, garante, ter tido acesso a testemunhos a e documentos que provam esta teoria. Fica a notícia da IOL...



Hitler pode ter conseguido fugir
Livro divulga documento que defende a tese segundo a qual o líder nazi não se suicidou, mas fugiu para a Argentina

O livro «O exílio de Hitler», do jornalista Abel Basti, divulgou um documento que defende a tese segundo a qual o líder nazi não se suicidou, mas antes terá conseguido fugir para Espanha e depois para a Argentina, refere a EFE.

O documento secreto alemão mostra que o nome do Führer consta da lista de passageiros evacuados num avião que viajou da Áustria para Barcelona, no dia 26 de Abril de 1945. Adolf Hitler pode ter-se escondido, então, em Espanha, durante vários dias, tendo depois viajado para a Argentina.

Recorde-se que, oficialmente, o líder nazi recusou fugir de Berlim a 30 de Abril de 1945 e suicidou-se, tal como a sua amante, Eva Braun. No entanto, os seus corpos nunca foram descobertos.

Para o jornalista argentino, esta versão é uma «farsa» que foi «fabricada» para ajudar Hitler, que era, na altura, considerado uma «peça-chave» para combater o comunismo depois da guerra.

«Não tenho dúvidas de que, quando a Segunda Guerra Mundial estava a acabar, Hitler fugiu da Alemanha debaixo de um escudo protector de sectores do poder ingleses e norte-americanos, os mesmos que o financiaram para que, de um humilde pintor, pudesse chegar a chanceler da Alemanha», disse Basti.

Segundo o jornalista, o «grande segredo» residiu na chegada de um duplo de Adolf Hitler ao local onde este se terá suicidado, no dia 22 de Abril de 1945. «Nesse dia, o verdadeiro Hitler voou para o aeroporto austríaco de Hörsching, com mais oito pessoas, entre elas Eva Braun», acrescentou.

O autor do livro garante que recolheu testemunhos que contam alguns episódios da estadia do chefe nazi em Espanha. Depois, um documento dos serviços secretos britânicos revela que uma caravana de «submarinos nazis partiu dias mais tarde de Espanha e, depois de uma escala técnica nas Canárias, continuou o ser périplo até ao Sul da Argentina», com o aval dos EUA.

«Num desses submarinos viajavam Hitler e Eva Braun», assegurou.


Ficou a notícia da conspiração. Segue-se a ficção. E se os nazis tivessem fugido para a lua e se preparassem agora para voltar à terra... ou melhor para invadir a terra. É este o argumento de um novo filme e... não é americano, nem é de Hollywod.

Fica a informação e o "trailer" que é interessante...


Nazis voam até à lua no filme finlandês «Iron Sky»

«Em 1945 os Nazis foram à Lua. Em 2018 eles vão voltar»: esta é a frase promocional do filme finlandês «Iron Sky», cuja espectacularidade do primeiro «teaser» está a dar mesmo muito que falar na internet.



No ano de 1945, os Nazis montaram uma base secreta na Lua antes do final da Segunda Guerra Mundial, onde se têm escondido a planear o seu regresso ao poder, planeado para 2018. Esta é a premissa de «Iron Sky», um filme finlandês que está a ser muito comentado na internet, inicialmente pela originalidade da sua ideia de base e agora pelas sofisticação das suas primeiras imagens, acabadas de divulgar.

O filme é uma produção independente finlandesa, com financiamento de fontes tão diversas como a Finnish Film Foundation ou a Walt Disney Finland. O realizador é Timo Vuorensola, que também é vocalista da banda de «black metal» Älymystö, e que aqui se estreia na realização de longas-metragens. O filme tem estreia prevista para 2011.


Como se vê a II Guerra mundial continua a dar que falar...

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sábado, 15 de maio de 2010

Festejos em Portugal do fim da II Guerra




Não são necessárias muitas palavras. A reportagem chega com uns dias de atraso, mas com Futebol, Fátima e o eterno Fado dos impostos pelo meio... é preciso dar um desconto. Saiu no Diário de Notícias e, no final, (como sempre) tem o "link" de acesso...






Fim da Guerra
irrompiam palmas e 'vivas' em lisboa

por FERNANDO MADAÍL


Apalavra regozijo, usada para descrever as reacções populares ao fim da guerra na Europa, repetia-se nas notícias enviadas pelos correspondentes do DN em Castelo Branco e na Marinha Grande, na Régua e em Pena-macor, em Vila Franca de Xira e em Vila Nova da Barquinha.

A primeira página de 9 de Maio de 1945 rasgava com a foto de Salazar e duas das frases que o ditador proferira na "histórica sessão de ontem da Assembleia Nacional": "Bendigamos a paz! Bendigamos a vitória!" E, como se, anos antes, não tivesse na sua secretária o retrato de Mussolini, o chefe do Governo vangloriava--se: "Atravessámos incólumes a guerra sem sacrificar nem a dignidade da nação nem os seus interesses e amizades."

Outro título, menos destacado, noticiava que "o dia da vitória na Europa foi festejado em Lisboa com grandes manifestações populares". "Durante a manhã, tarde e noite de ontem, o povo de Lisboa prosseguiu nas suas entusiásticas demonstrações de alegria, organizando grandes e pequenas manifestações às embaixadas e legações das Nações Unidas [ainda não era a ONU, mas as nações aliadas], nomeadamente às embaixadas da Inglaterra, do Brasil e dos Estados Unidos da América do Norte e à legação da França."

"Até ao meio-dia tinham chegado às legações nada menos de cinco manifestações, constituídas na sua maioria por estudantes do ensino superior, secundário e industrial e comercial", descrevia o jornal. Um dos alunos da Faculdade de Letras, que também mobilizou os estudantes do secundário, chamava-se Mário Soares e recordaria esse "dia tão ansiosamente esperado" no seu livro Portugal Amordaçado. "Havíamos arranjado bandeirinhas dos países aliados e descemos o Chiado em grande algazarra, atravessando o Rossio. A zona dos cafés da Baixa regurgitava de gente que, manifestamente, 'esperava que qualquer coisa se passasse'", descreveria Mário Soares. O DN não destoava deste tom. "E durante toda a tarde e começo da noite não cessaram as manifestações - barulhentas, vibrantes e ordeiras."

Havia "satisfação" em Elvas, "grande entusiasmo" em Viseu, festejos na Covilhã, um "indiscritível contentamento" no Espinhal, festa em Benavente, tinham sido "queimados muitos morteiros" em Vila Nova da Barquinha e, em Ansião, "o povo lançou girândolas de foguetes". Em Vila Franca de Xira, "desde a noite de ontem e até à hora a que estamos a telefonar, ainda a população não parou de deitar foguetes e mostrar o seu grande entusiasmo".

"À meia-noite, os cafés [da Baixa de Lisboa] encontravam-se repletos e ostentavam as mesas cheias de pequenas bandeiras das nações aliadas. Num ponto ou noutro irrompiam palmas e 'vivas' ao mais ligeiro pretexto." O que o jornal não referia era a que se referiam os "vivas". Mas escrevia Mário Soares: "Era então um mar de gente, milhares e milhares de pessoas que clamavam: 'Vitória! Vitória! Liberdade! Liberdade! De-mo-cra-cia!' Um ou outro grito isolado: 'Morra o fascismo!', 'Abaixo o Tarrafal!'." Não se suspeitava da traição das democracias ocidentais à oposição portuguesa.


Link: http://dn.sapo.pt/gente/Interior.aspx?content_id=1570338

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O voo 777 "aterra" em Bristol 67 anos depois

No próximo dia 1 de Junho vão ser recordados, no Aeroporto de Bristol, os passageiros e tripulantes (17 no total) que pereceram no dia 1 de Junho de 1943 a bordo do Voo777. O avião tinha saído de Lisboa em direcção a Whitchurch, mas sobre a Baía da Biscaia foi atacado por aparelhos alemães. Já no ano passado tinha sido descerrada uma placa no Aeroporto de Lisboa para recordar este acontecimento que continua envolto em algum mistério. Tratou-se de um abate acidental ou propositado? Esta é uma questão que continua a ser colocada.

O programa em Bristol começa por volta das 10 horas da manhã e, além da colocação da placa, incluí ainda uma visita ao velho aeroporto de Whitchurch, há muito desactivado, e que se encontra mesmo ao lado de Bristol. Entre os presentes vão estar alguns descendentes de pessoas que seguiam no Voo777.

Se alguém estiver interessado pode contactar-me que passarei as informações a quem de direito. Segundo sei a organização está a tentar encontrar hotéis mais baratos entre outras facilidades.

Para quem não sabe durante toda a II Guerra Mundial, Portugal continuou a receber aviões civis oriundos de todos os países beligerantes.




A foto foi-me cedida por Patrick Gerassi. À esquerda está a mãe dele – Helen Gerassi - seguem-se Leslie Howard, Alexander Gulbekian e Chenalls.

A descrição do abate do Voo 777, que se segue, foi retirada do livro que dá nome a este blogue: “Aterrem em Portugal”, entre as páginas 39 a 45.

(…) O incidente ocorreu no primeiro dia de Junho de 1943. Entre os passageiros que nessa manhã entraram para o voo 777, encontrava-se Leslie Howard, um actor no pico da fama, depois da participação em clássicos como a “Pempinela Escarlate” e “Tudo o vento Levou”.

Acompanhavam-no mais 12 passageiros e três tripulantes, de origem holandesa, que haviam fugido com o avião para Inglaterra depois dos alemães invadirem o seu país. O ataque deu-se já sobre a baía da Biscaia e foi realizado por oito JU-88´s da V esquadrilha do Grupo de Combate (Kampfgeschwader – KG) 40, com sede em Bordéus -Mérignac.

Segundo o livro “Bloody Biscay” de Chriss Goss, que aborda a história da esquadrilha alemã, o ataque foi acidental. Nas entrevistas que realizou, seis pilotos envolvidos na acção, asseguram que o ataque só aconteceu porque confundiram o aparelho com um avião militar.

O objectivo da missão era proteger dois submarinos alemães, que se encontravam naquela zona. Devido ao mau tempo não foi possível localizá-los, mas a patrulha continuou e, perto das 12.45 horas, avistaram a silhueta de um avião com o perfil de um aparelho inimigo.

Os aviadores afirmaram não ter conhecimento de que aquela rota era utilizada por voos civis. O avião da BOAC foi atacado de duas direcções diferentes. Um dos motores e uma asa incendiaram-se. Só nessa altura o comandante, Herbert Hintze, se terá apercebido que estavam perante um avião civil e mandou suspender o ataque, mas já era tarde demais.

“Estou a ser seguido por aviões desconhecidos. Estou a acelerar.... estamos a ser atacados.
Tiros de canhão e balas tracejantes estão a atravessar a fuselagem. Estamos a rezar e a fazer o nosso melhor”. Estas foram as últimas palavras emitidas, através do rádio, por Quirinus Tepas, o comandante do voo 777. Em seguida despenhou-se no mar matando as 17 pessoas que seguiam no seu interior.

Poderia ser apenas mais um incidente numa guerra onde se repetiam, quase diariamente, os combates aéreos sobre a Baía da Biscaia, mas logo depois dos acontecimentos avolumaram-se as suspeitas que apontavam para um ataque deliberado. Uma teoria, que o próprio Winston Churchil sustentou na sua autobiografia, até porque acreditava que poderia ser ele o alvo da operação.

No aeroporto da Portela concentravam-se espiões de todas as nacionalidades para acompanhar, de forma bastante atenta, os embarques e desembarques que ocorriam. O que alguns defendem é que nesse dia terá existido um engano na identificação dos passageiros.

Sabia-se que Churchil estava em viagem. Deslocara-se ao Norte de África, para se encontrar com o General Eisenhower, e o regresso à Grã-Bretanha poderia ser uma oportunidade única para o eliminar. Desde o mês anterior que circulavam rumores apontando para a possibilidade do regresso se fazer através de Lisboa. Na Portela, embarcou, nesse dia, um homem que correspondia à descrição do fleumático primeiro-ministro Inglês.

Alfred Chenhall tinha o mesmo perfil que Winston e também gostava de fumar charutos. Era contabilista particular de Leslie Howard que, por outro lado, correspondia à descrição de um dos guarda-costas mais conhecidos do primeiro ministro. Tudo pormenores que, segundo os defensores da teoria do abate intencional, poderão ter causado a confusão de que resultou a destruição do voo 777.

Existem ainda outras teorias que tentam justificar o incidente e apontam para a suspeita de que Howard era um espião. Durante a sua digressão por Espanha e Portugal, para promover a carreira, teria recolhido informações importantes, que os alemães não queriam ver chegar a Inglaterra. Outros passageiros são também apontados como potenciais espiões ao serviço da causa aliada.

Estava também a bordo Wilfrid Israel, um judeu e activista anti-nazi, com ligações muito próximas ao governo britânico e que há muito denunciava a existência dos campos de concentração. A sua presença é para muitos uma das possíveis razões para este acontecimento. O principal objectivo seria o de afastar uma voz incómoda para Hitler.

A morte de Howard e dos restantes passageiros teve repercussões em Portugal. A teoria de uma conspiração parece ter-se enraizado entre alguns responsáveis do Governo de Salazar que, logo em Outubro de 1943, trataram de expulsar uma das figuras chave da espionagem alemã no país.

Kuno Weltzein é apontado como o homem que terá enviado a informação relatando a suposta presença de Churchil no aparelho.
(…)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Exposição sobre Aristides Sousa Mendes em Berlim

É uma exposição em Berlim sobre o homem a quem não sabemos conservar a casa. Um homem sobre o qual existe um blogue fantástico que não tem o apoio do Ministério da Cultura - apesar das promessas nesse sentido. Fica a notícia da exposição dada pela agência Lusa... é pouco, mas é qualquer coisinha.

Berlim: Cravinho abre mostra sobre Aristides Sousa Mendes

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, inaugura na quarta-feira, na Câmara dos Deputados de Berlim, uma exposição sobre a vida e obra de Aristides de Sousa Mendes, promovida por uma associação antifascista luso-alemã.

A mostra intutula-se «Wer ein Leben rettet, rettet die ganze Welt: Aristides de Sousa Mendes - Ein Beispiel für Zivilcourage» (Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro: Aristides de Sousa Mendes, um exemplo de coragem cívica), e destina-se a lembrar que o cônsul de Portugal em Bordéus salvou cerca de 30 mil judeus fugidos ao regime nazi, em junho de 1940, dando-lhes vistos de entrada em Portugal, à revelia do governo em Lisboa.

A iniciativa é da Associação luso-alemã ViVer, abreviatura alemã de Vision und Verantwortung (Visão e Responsabilidade), que já apresentou a exposição anteriormente em autarquias e escolas berlinenses, e também em algumas solenidades antifascitas.

Num folheto de apresentação da mostra, os promotores sublinham que o malogrado diplomata «agiu por motivos humanitários e altruístas, emitindo dezenas de milhares de vistos para pessoas vítimas de perseguição, em poucos dias, contra as instruções do seu governo».

Sublinham ainda que Sousa Mendes não retirou vantagens pessoais do seu ato, pelo contrário, «teve desvantagens, foi afastado do serviço diplomático por ter ido contra a vontade do regime de Salazar, e morreu pobre».

Depois de inaugurar a exposição, João Gomes Cravinho fará uma visita de cortesia ao novo ministro alemão da Cooperação e do Desenvolvimento, Dirk Niebel, na quarta-feira, anunciou a Embaixada de Portugal em Berlim.

Diário Digital / Lusa

sábado, 8 de maio de 2010

Crianças austríacas em Portugal

Deu-me bastante gozo trabalhar nisto durante alguns dias... e aqui fica.

A reportagem passou esta manhã no programa "Este Sábado" da Antena 1. resume a história de duas crianças austríacas que no pós-guerra vieram para Portugal através da Cáritas para fugir à miséria.

São memórias de gente a quem os portugueses deram tanto que acabaram por ficar com os corações divididos...
 

O fim da guerra na Europa - 8 de Maio de 1945


Por estes dias já não se combatia na Europa ocidental em 1945. Os alemães já se tinham rendido a americanos e ingleses. A rendição aos soviéticos só aconteceria no dia seguinte (a 9), já que os altos comandos alemães tinham esperança de resgatar o máximo de homens da frente oriental, para que estes não caíssem nas mãos das forças Russas. E tinham razão das centenas de milhar de milhar de prisioneiros das forças de Hitler apenas algumas dezenas de milhar de regressariam e, muitos, já nos anos 50.

A brutalidade de uns não deixava nada a dever à dos outros...

De qualquer forma foi o dia 8 o escolhido pelas autoridades britânicas e americanas para oficialmente declarar o fim da guerra na Europa. A chamada II Guerra mundial ainda se prolongaria no pacífico até Agosto... altura em que a bomba atómica entrou para a história da humanidade.

Na foto o momento em que o Marechal Keitel - ao centro, rodeado pelos representantes da marinha e da Luftwaffe - se prepara para assinar a capitulação...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Anne Frank... no Algarve


A exposição é em Albufeira e vai até meio de Maio. Segue a notícia publicada no Jornal "Região Sul".

Albufeira: Autarquia acolhe exposição sobre Anne Frank


Anne Frank, menina judia, viveu 25 meses num anexo em Amesterdão durante da II Grande Guerra. Ali escondida, escreveu Kitty, o seu diário. Publicado em 1947, é um dos livros mais traduzidos no Mundo. Anne Frank morreu aos 15 anos num campo de concentração.

Numa organização conjunta entre o município de Albufeira, a escola EB 2,3 Francisco Cabrita e consulado do Reino dos Países Baixos no Algarve, está patente nos Paços do Concelho, desde 5 e até 17 de Maio, uma exposição baseada no diário de Anne Frank.

Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, juntamente com mais quatro pessoas, viveu 25 meses num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela, em Amesterdão, denominado Anexo Secreto. Ali escrevia no seu diário, a que deu o nome de Kitty.

Os longos meses de silêncio e de medo aterrorizante acabaram quando foi denunciada aos nazis e deportada para os campos de concentração, onde viria a falecer. Tinha 15 anos. O Anexo Secreto tornou-se num famoso museu após a publicação do diário.

A exposição agora patente em Albufeira oferece um conteúdo para ser reflectido. A história é contada através da perspectiva da família Frank e é relacionada com a história do Holocausto a partir do relato de sobreviventes. Contém ainda diversos elementos que desafiam a pensar sobre as semelhanças e diferenças entre aqueles eventos do passado e acontecimentos do nosso mundo actual, com o objectivo de estimular a reflexão sobre a importância de conceitos como a tolerância, respeito mútuo, direitos humanos e democracia.

Na abertura desta exposição, o presidente da Autarquia, Desidério Silva, alertou para a necessidade de se continuar a lutar pelos direitos fundamentais das crianças, e salientou que tem vindo a ser esse o trabalho da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Albufeira, uma instituição com autonomia funcional, que visa promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptíveis de afectar a sua segurança, saúde, formação, educação e desenvolvimento social.

A exposição agora patente na Câmara, posteriormente ficará patente na Biblioteca da Escola EB 2,3 Francisco Cabrita entre 18 e 27 de Maio.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Médico português... no centro do nazismo.





O livro saiu agora e a história é impressionante. Fica a reportagem escrita e as imagens da SIC. Numa altura em que há feira do livro em Lisboa e outras feiras vão aparecer nos próximos meses, está aqui mais uma escolha para quem se interessa por estes temas.




Publicação: 05-05-2010 17:59

Publicado relato de médico português que colaborou em investigações nazis

Um médico português envolvido nas investigações nazis sobre o aperfeiçoamento da espécie é o fio condutor de uma reportagem agora transformada em livro, o primeiro a relatar a história verídica de José Ayres de Azevedo.


"Um cientista português no coração da Alemanha nazi"


Mais do que um livro, a obra "Um cientista português no coração da Alemanha nazi" relata a presença de um médico português na Alemanha da Segunda Guerra Mundial, altura em que Ayres de Azevedo foi para Berlim trabalhar num dos mais reputados centros científicos do mundo, conhecido pelas investigações sobre higiene racial, biologia de hereditariedade, paternidade dos judeus, entre outros.

A trabalhar e a estudar debaixo do mesmo teto que os cientistas que deram suporte à política racial do "pai do nazismo", Adolf Hitler, e tendo como mestre inspirador Otmar von Verschuer, José Ayres de Azevedo "participou num dos mais importantes acontecimentos" da História Mundial, segundo o autor da obra, José Pedro Castanheira.

"Não tenho conhecimento de mais nenhum outro português que tenha trabalhado nesta área, durante a guerra e nazismo. Só por isso, estou absolutamente seguro de que este livro é um elemento para a História", considerou o autor.

Em declarações à Lusa, o escritor (e jornalista) explicou que tinha acabado de escrever um livro, quando recebeu na caixa de e-mail a indicação de um leitor para aprofundar a história deste médico, já falecido e sobre o qual nunca tinha ouvido falar.




"Agarrei na história, averiguei, desenvolvia-a e publiquei uma reportagem no Expresso, em 2007. Depois, fiquei com tanto material nas mãos, com tantos pormenores para contar, que decidi publicá-la em livro", explicou o autor, sublinhando ter tido acesso a "inúmeros documentos e informação", além de ter contactado com um dos filhos do médico-cientista.

Durante o período em que permaneceu na Alemanha, José Ayres de Azevedo especializou-se na análise dos grupos sanguíneos dos gémeos, tentando aferir os sinais de hereditariedade, colaborou na principal revista científica de eugenia (ciência de aperfeiçoamento da espécie por via da seleção genética) e participou na elaboração de inúmeros pareceres solicitados pelos tribunais nazis, os quais se relacionavam com a determinação da paternidade de judeus ou com a esterilização, sobretudo de deficientes.

Já em 1943, o português trabalhou no mesmo instituto, com o mesmo mestre e sobre a mesma área científica, que o famoso médico Josef Mengele, apelidado de "anjo da morte" no campo de extermínio de Auschwitz.

"Ayres de Azevedo certamente que se cruzou ou conversou com um dos principais símbolos do terror do campo de concentração. Trata-se de uma coincidência trágica e fantástica", considerou José Pedro Castanheira, sublinhando que este é um elemento que "confere interesse acrescido a esta história".

Mais tarde, com a cidade de Berlim a ser bombardeada diariamente pela aviação aliada, o português foi obrigado a regressar ao Porto, onde ultimou a tese de doutoramento.

A dissertação, no entanto, não chegou a ser discutida, embora a data e o júri estivessem já marcados, pois o Conselho Escolar, órgão máximo da faculdade, acabou por expulsar Ayres de Azevedo da docência.

Suspenso pela Ordem dos Médicos, desiludido e amargurado, José Ayres de Azevedo abandonou em definitivo a investigação e a medicina.

"Um cientista português no coração da Alemanha Nazi" será apresentada por João Lobo Antunes, autor do prefácio, na próxima quarta feira às 18h30, no Instituto Goethe, em Lisboa.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

Lusa

Sousa Mendes... em BD


De facto estamos a falar do homem com alguma frequência. Agora é uma exposição em banda desenhada. A notícia é retirada do site da Rádio Condestável... enquanto o cartaz é da mesma exposição que está de saída da Sertã...

CERNACHE DO BONJARDIM – Exposição de Banda Desenhada
A partir do dia 11 de Maio no Atelier Tullio Victorino
De 11 de Maio a 6 de Junho, o atelier Túllio Victorino recebe a exposição “Aristides de Sousa Mendes em BD”. Composta
de 23 painéis de banda desenhada, esta exposição, da autoria de José Ruy, um dos mais reputados especialistas em
BD, mostra a importância de Lisboa como abrigo e farol dos refugiados de toda a Europa em plena II Guerra Mundial.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A casa de Sousa Mendes


Neste país que trata mal a sua memória, as notícias são muitas vezes recorrentes. É mais uma vez o caso. Trata-se da Casa de Aristides de Sousa Mendes. Lembrava-me de ter lido algures que ia ser recuperada e parece - por uma pesquisa rápida - que isso foi anunciado em 2008. Afinal a passagem dos anos só serviu para arruinar ainda mais o que já não estava bem. Neste país temos o mau hábito de "endeusar ou esquecer". Aristides de Sousa Mendes não merece nem uma coisa, nem outra. Merece, no entanto, ser recordado pela atitude corajosa que teve. E se os portugueses o querem meter num panteão de "memoráveis" devem, ao menos, assumir as "despesas mínimas obrigatórias".

Fica a notícia do "Diário de Viseu" e a foto é do jornal "Público" de... 2008.

Especialista alertou para a necessidade "urgente" de restaurar a casa de Aristides de Sousa Mendes

O Agrupamento de Escolas de Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, comemorou ontem o 10.º aniversário e o Dia do Patrono - Aristides de Sousa Mendes. Algumas entidades aproveitaram a ocasião para chamar a atenção dos presentes para a necessidade "urgente" da recuperação da Casa do Passal.
Vítor Cóias e Silva, presidente do Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, sublinhou que é "urgente" o restauro da habitação do cônsul, pois acredita que "não aguenta outro Inverno", dado o estado avançado de degradação em que se encontra.
"É uma pena vermos a casa de um herói da terra e de um herói nacional naquele estado", lamentou Maria Emília Nave, professora do Agrupamento e uma das organizadoras das comemorações. Por isso, defende que se devia tentar investir na reconstrução da casa, porque "é um cartão de visita da terra e vai trazer muitos benefícios".
A professora lembrou que o projecto tem andado "muito empatado": "Se perdermos muito tempo corremos o risco de ficar sem nada". Assim, os intervenientes aproveitaram a presença das entidades estatais - governador civil de Viseu, Miguel Ginestal, presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, Atílio Nunes, e o director adjunto da Direcção Regional de Educação do Centro, Rui Costa - para manifestar o desejo de ver as ruínas transformadas num espaço cultural.
José Cympron, coordenador informal das Actividades Culturais da Fundação Aristides de Sousa Mendes, também esteve presente e falou sobre os trabalhos que tem feito com grupos norte-americanos sobre a herança judaica em Portugal.
Na sessão da tarde foi ainda possível visualizar excertos do filme 'O Cônsul de Bordéus', uma obra do realizador Francisco Manso que fala sobre alguns aspectos da vida de Aristides de Sousa Mendes misturados com uma história ficcionada.
Neste projecto, estiveram envolvidos os netos do cônsul, que fizeram questão de marcar presença na homenagem de ontem. Os dois falaram sobre a vida do avô, as dificuldades que teve de enfrentar e os "valores básicos" de vida transmitidos pelo homem que salvou milhares de judeus dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Para que os alunos interviessem neste data tão importante, realizaram-se concursos de literatura e de desenho subordinados ao tema 'Aristides de Sousa Mendes', cujos prémios foram entregues ontem à tarde.
A par desta celebração, estão a decorrer três exposições na Escola Básica Aristides de Sousa Mendes (do Agrupamento de Escolas): uma delas é constituída por cópias dos documentos arquivados do cônsul, a qual foi cedida pelo Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros; a segunda exposição intitula-se 'Aristides de Sousa Mendes BD' e está patente na biblioteca da escola (cortesia do Museu da Resistência da Câmara Municipal de Lisboa); e a última é constituída por trabalhos dos alunos da escola sobre o seu patrono.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Diário Secreto aque Salazar não leu (Livro)



Diário secreto que Salazar não leu
Factos e revelações inéditos
de Rui Araújo
A história oculta da espionagem em Portugal durante a II Grande Guerra Mundial
Edição/reimpressão: 2008
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895553433

Fica aqui mais um em tempo de Feira do Livro pela capital - a que se seguem outras por todo o país. É muito interessante e remete para os diários de Guy Lydel, que já referi neste blog antes. O trabalho de pesquisa está bem feito e é possível perceber as voltas tortuosas que a espionagem dava no nosso país durante este período. Fica a sinopse:

Lisboa foi um dos grandes centros de espionagem durante a Segunda Grande Guerra: a cidade serviu para contactos, missões clandestinas, campanhas de contra-informação, contratação, rapto e trânsito de agentes, intrigas, subversão, conspirações, negócios e vigarices.
A dimensão da espionagem nazi não tinha comparação com a das outras capitais neutrais. Lisboa era, por isso mesmo, uma preocupação para os serviços britânicos.
Muitos portugueses participaram nessa guerra secreta, sobretudo ao lado das forças do Eixo. É a história desses homens e dessa mulheres que se moviam, essencialmente, por razões pecuniárias que Rui Araújo narra neste livro, baseado nos 12 volumes do diário secreto de Guy Lidell, um documento considerado essencial para a compreensão do conflito e do país que fomos.

Boas leituras...