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sábado, 30 de abril de 2011

Museu do Ar procura Major Alvega


Quando me perguntam  porque me interessei pela aviação da II Guerra Mundial, costumo dizer que li demasiadas histórias do "MAJOR ALVEGA"...

Como eu, muitos outros também se perdiam - durante minutos ou horas - naqueles pequenos livros d'  "O FALCÃO" que, se não me engano, saiam todas as semanas.

O "MAJOR ALVEGA" era uma das principais personagens e hérois. Na altura não sabia - e muitos outros também não  - que o homem se chamava na realidade "BATTLER BRITTON", mas como a legislação portuguesa dos anos 60 proibia a publicação de histórias aos quadradinhos com heróis estrangeiros, o rapaz foi rebaptizado, na fronteira.

Na sua caderneta de voo passou a constar o nome de Jaime Eduardo de Cook e Alveja, tendo-lhe sido também dada uma costela Lusitana...

Pois reconhecendo a importância do "MAJOR ALVEGA" - que apaixonou muitos pela aviação - o Museu do ar pretende recolher o máximo de livros para organizar uma exposição  - temporária ou permanente - com os livrinhos deste personagem.

O Museu do ar apela assim a quem tiver estes livrinhos e que esteja disposto a cede-los - de forma permanente ou apenas por empréstimo - que entre em contacto com o Tenente-Coronel Gonçalves, que tem andando a cultivar esta ideia há bastantes semanas.

Fica o contacto:

Museu do Ar, 
A/c TCOR Gonçalves
Granja do Marquês, 
2715-021 Pêro Pinheiro

Toca a revirar as arcas e o caixotes com antigas leituras. Já consegui descobrir dois dos meus livrinhos - os números 1139 e 1070 (não muito bem tratados, mas enfim) - num velho caixote e estou a preparar-me para os enviar.

Ainda não seguiram porque quero rele-los mais uma vez...


Carlos Guerreiro

sábado, 16 de abril de 2011

Troca de prisioneiros em Lisboa


Um sargento da Real Força Aérea a desembarcar do comboio.  
(Foto Século Ilustrado/ Arquivo Histórico de Portimão)

Os transportes traziam mais de 800 prisioneiros de guerra italianos e britânicos obrigando a grande actividade logo às 9 da manhã, na Estação de Marítima de Alcântara, no Tejo,quando acostou o navio hospital “Newfoundland”. Tinha partido do Reino Unido e há dois dias que se encontrava ao largo esperando notícias de dois comboios, vindos de Itália, que ali também deveriam chegar.

No navio esperavam 409 prisioneiros italianos enquanto nos comboios viajavam 448 britânicos. Lisboa, sob tutela da Cruz Vermelha, era, naquele dia de 18 de Abril de 1943, palco da troca de 857 prisioneiros, a maioria doentes ou vítimas de ferimentos incapacitantes.


O navio hospital “Newfoundland” que trouxe os prisioneiros italianos atrás de um dos comboios com prisioneiros britânicos. 
(Foto Século Ilustrado/ Arquivo Histórico de Portimão)

As descrições dos jornais não escondem, aliás, o estado em muitos destes homens chegaram a terras lusas. Entre os italianos - 33 oficiais (dois deles capelões) e 376 sargentos e soldados - havia, segundo o Diário de Lisboa, “11 loucos, 84 doentes mentais e nervosos, alguns tuberculosos e numerosos mutilados”. Razão mais que suficiente para a comitiva ser acompanhada por uma equipa de 135 médicos, enfermeiros e maqueiros.

Em Alcântara encontrava-se também pessoal médico português pronto para qualquer eventualidade.

Nos comboios, entre os prisioneiros britânicos, encontravam-se “289 impossibilitados de marchar, 3 cegos, 2 loucos e dois feridos em estado grave”, esclarece por sua vez o Século Ilustrado. Entre os oficiais aprisionados encontrava-se o general Willis, capturado pelos italianos no Norte de África.

O Newfoundland foi recebido por uma vasta comitiva constituída por autoridades portuguesas, elementos da Cruz Vermelha e representantes italianos e alemães. O Embaixador de Mussolini em Lisboa fez um discurso de boas vindas e o mesmo fez um representante alemão, durante um almoço no Edifício da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau.

O Século Ilustrado chamou ao artigo, publicado a 24 de Abril de 1943, “Portugal, oásis da Europa”. 
(Século Ilustrado/ Arquivo Histórico de Portimão)


O primeiro comboio com britânicos chegou pouco antes do meio-dia e o outro uma hora depois. Os casos mais graves foram embarcados de imediato no navio britânico e “os que tinham relativa saúde e podiam andar estiveram em diversos organismos britânicos”, explica o Século Ilustrado. O Diário de Lisboa especifica que “seguiram em autocarros da Carris para o Club Inglês, o Seamen’s Institute e o British Repatriation Office, onde almoçaram”.

Ao fim da tarde os italianos foram metidos nos comboios levando um pacote com “conhaque, vermute, chocolate, tabaco, sabonetes” entre outros produtos, oferecidos pela colónia italiana em Portugal.



Italianos a desembarcar do Newfoundland
(Foto Século Ilustrado/ Arquivo Histórico de Portimão)




Um militar britânico a abandonar o comboio numa maca.
(Foto Século Ilustrado/ Arquivo Histórico de Portimão)




Os ex-prisioneiros britânicos, agraciados com “doces e tabaco”, levantaram ferro no “Newfoundland” às 22 horas, encerrando – segundo o Diário de Lisboa – “mais um admirável capítulo da acção Humanitária de Portugal e da Cruz Vermelha nesta guerra”.

Carlos Guerreiro

sábado, 9 de abril de 2011

Sagres homenageia combatentes e aviadores da RAF

Em Sagres o Dia dos Combatentes contou com uma romagem ao cemitério local para prestar homenagem a cinco homens do concelho que caíram nas duas guerras “portuguesas” – a Primeira e a do ultramar – e também a dois sargentos da RAF que pereceram em 1943.

Desde o final da I Guerra Mundial que o 9 de Abril ficou convencionado como o Dia do Combatente em memória dos soldados portugueses que caíram na batalha de La Lys, na Flandres, naquele dia em 1918.

As tropas do Corpo Expedicionário Português sofreram as mais pesadas baixas da sua campanha frente a uma ofensiva em grande escala das forças alemãs.

Recordaram os soldados portugueses Carlos Sequeira e José Joaquim Abelum que faleceram na sequência da ofensiva de La Lys, respectivamente a 9 e a 12 de Abril de 1918. Durante o conflito nas ex-colónias africanas o concelho de Vila do Bispo perdeu ainda Henrique José de Freitas (1962), Joaquim Pereira Dias Leite e Joaquim António Conceição (ambos em 1966).

Os dois sargentos da RAF, Gilbert Orton e George Gibson, faziam parte da tripulação de um hidroavião Catalina que explodiu sobre a Baía do Tonel em 1943. Apenas os corpos destes dois homens foram encontrados. (para saber mais sobre este acontecimento clique aqui).

A cerimónia, a que assistiram cerca de um centena pessoas, entre familiares e ex-combatentes, contou com a presença de um pelotão do Regimento de Infantaria 1, de Tavira, que assegurou as honras militares.

O Cônsul Britânico em Portimão, Clive Jewell, e o Major Oliveira prestam homenagem aos soldados portugueses caídos nas duas guerras.


Membros da Associação de Ex-combatentes de Vila Bispo colocam coroa de flores na campa dos aviadores britânicos. O Sargento-Chefe Correia e presidente do núcleo local de ex-combatentes Bernardino Martins (atrás) preparam homenagem.
Major Oliveira (Regimento de Infantaria 1) compõe uma coroa de flores junto às campas dos sargentos da RAF.


O Cônsul Britânico em Portimão presta homenagem aos aviadores da RAF. De pé estão presidente da câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares.


Salvas de honra em memória dos militares.


As campas dos dois aviadores da RAF.