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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Obrigado duas vezes…

Nestas últimas semanas tenho muitos agradecimentos a fazer. Deveria tê-lo feito mais cedo, mas peço a vossa compreensão pois fui desviado por outros afazeres de âmbito pessoal.

Revista "A Esfera", 20 Novembro de 1942. 
Esta publicação e todo o seu noticiário era pró-germânico. Devido à Operação "Torch" - a invasão do Norte de África pelos americanos - Portugal foi sobrevoado durante semanas por esquadrilhas de aviões,  razão para o Governo Português ter feito vários protestos diplomáticos.

Quero começar por agradecer a todas as pessoas que me “aturaram” durante a apresentação que realizei no Estoril, no sábado, no Espaço Memória dos Exílios.

As histórias prolongaram-se um pouco mais do que previa, mas todos aguentaram de forma estoica que pusesse fim ao meu monólogo.

Um obrigado especial ao senhor Gert Habedank por se ter prontificado a contar a história da família. Tinha-o convidado para a sessão, mas não lhe tinha dito que iria falar da pequena aventura vivida pelos pais...

Acabámos por falar de outros aspectos relacionados com o período em causa e haverá certamente mais oportunidades para colocarmos a escrita em dia.

Aproveito também para agradecer a todos os votaram no “Aterrem em Portugal” durante as duas fases Concurso Nacional de Blogues.

O “Aterrem em Portugal” ficou na quarta posição.

Quando se concorre a qualquer coisa, o objectivo é ganhar.

Eu também o fiz, mas não foi possível… Os outros concorrentes ficaram longe em termos de votos.

Gostei de sentir a mobilização das pessoas para com o meu projecto e agradeço a todos os que votaram, divulgaram e me contactaram ao longo destas semanas…

O trabalho que vinha fazendo nada tem a ver concursos e, obviamente, vai continuar…

Mais uma vez obrigado a todos.

Um abraço...

Carlos Guerreiro

sábado, 26 de janeiro de 2013

Lembrar o Holocausto em Lisboa


Numa inicitiva da Fundação Aristides de Sousa Mendes (FASM), e com o objectivo de recordar o dia 27 de Janeiro de 1945, dia da libertação de Auschwitz, realiza-se em Lisboa uma sessão integrada no Dia do Holocausto.

Sessão tem lugar na segunda-feira, 28 de Janeiro, pelas 18.00 horas, no Centro de Estudos Judiciários (CEJ), e conta com a presença do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, e intervenções da historiadora Irene Pimentel, do Presidente da FASM, José Leitão, do Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, José Bensaude Oulman Carp, e do Director do CEJ, António Pedro Barbas Homem.

A entrada é Livre.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A conversa está marcada para sábado

Já faltam poucos dias...

Sábado, por volta das 15.30 horas, está marcada a nossa conversa no Espaço Memória dos Exílios...

Até lá deixo uma amostra do que vai acontecer.

A equipa da Câmara de Cascais fez-me uma entrevista  - que já está on-line - onde falo de algumas das histórias que vão ser desenvolvidas no sábado...


Obrigado à Ana Laura e à Laís Castro...



Para mais informações pode clicar AQUI.

Até daqui as uns dias, frente a frente...

Carlos Guerreiro 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O afundamento do "Empire Warrior"

Lembro-me de ver este documentário há alguns anos na RTP2.

Conta a história do afundamento do navio britânico Empire Warrior, bombardeado por aviões alemães em 1941…


EMPIRE WARRIOR - UM NAUFRÁGIO DA II GUERRA MUNDIAL AO LARGO DA FOZ DO RIO GUADIANA from joão sá pinto on Vimeo.

O cargueiro foi alvo de um ataque por parte de três aparelhos FW200 enquanto esperava a manhã para subir o Rio Guadiana em direcção ao Pomarão.

Não se registaram vítimas mortais, apenas feridos entre os tripulantes.

Este filme-documentário conta a história do afundamento e também mostra algumas interessantes imagens submarinas dos destroços que se encontram algumas milhas a sul da Foz do Guadiana.

Um bom filme
Carlos Guerreiro

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O "Aterrem em Portugal" no Concurso de Blogues




O Aterrem em Portugal está na segunda fase do concurso nacional de blogues do Aventar. 

Chegámos ao final da primeira fase em terceiro lugar.

Peço-vos mais um esforço até ao próximo sábado…  

Vão até à página abaixo procurem a secção HISTÓRIA, votem no “ATERREM EM PORTUGAL!” e por fim cliquem em VOTE. Pode-se votar a cada 24 Horas… 
 

Muito obrigado por todo o apoio até ao momento.

Carlos Guerreiro

«Escaparate de Utilidades»
A CRIAÇÃO DE COELHOS

Diário de Lisboa, 19 de Janeiro de 1942

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sábado para ler no fim-de-semana


Já aqui deixámos sugestões para sair de casa nos próximos dias (ver AQUI), mas se a distância, a falta de paciência, de condições ou de vontade vencerem fica uma sugestão para desfrutar no sofá.

A revista Sábado desta semana dedica a capa e parte da edição às "damas" que espiaram os nazis pelo país durante a 2ª Guerra Mundial...

Boas leituras
Carlos Guerreiro

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Agenda cheia em Janeiro

Para os interessados em temas relacionados com a 2ª Guerra Mundial há muito por onde escolher até ao final deste mês, especialmente na zona de Lisboa, mas não só.

Imagem da Brochura “Exilados, políticos e diplomatas em tempos difíceis".

Já no próximo sábado o Espaço Memória dos Exílios, no Estoril, recebe o lançamento da brochura “Exilados, políticos e diplomatas em tempos difíceis", que reúne a informação contida numa exposição que esteve no local sobre o mesmo tema.

No mesmo dia e no mesmo local será apresentado, em conjunto com a Embaixada da República da Polónia, o documentário de 1993, “Varsóvia não esquecerá”, da realizadora Maria Kwiatkowska. A iniciativa arranca por volta das 15.30 horas (ver AQUI).

No domingo, dia 20, vamos conhecer a Lisboa do tempo da guerra com o seu mundo de sombras. Como guias terá José António Barreiros e Natércia Caneira que durante todo o dia irão conduzi-lo pelas vielas, ruas e avenidas da cidade para conhecer algumas das suas histórias.

A visita começa às 9.30 horas e durará todo o dia. O ponto de encontro é em Entrecampos, frente à Câmara Municipal e os sócios do Centro Nacional de Cultura pagarão 55 euros para realizar a visita. O preço inclui almoço e o grupo não poderá ter mais de 45 pessoas.

Fica a nota do comunicado para adoçar a vontade de passear:

“Anos 40... No meio do “glamour” do Casino e do Hotel Palácio, rodopiavam mulheres bonitas e sensuais, homens aprumados e vistosos, espiões, refugiadas com os seus cabelos e formas de estar tão próprias que fizeram moda, homens e mulheres que procuravam passar despercebidos com as suas vestes cinzentas e apagadas. Por todo o Mundo se ouvia o troar das armas de fogo enquanto no Estoril a guerra era outra; era feita em surdina, era a guerra da espionagem e contraespionagem, das conspirações e das intrigas políticas. Por aqui passaram Reis, Arquiduques, Condes e um sem número de personagens que, vindas de toda a Europa, aqui encontravam refúgio e abrigo permanente ou temporário.”


Dia 25 é a biblioteca Muncipal José Régio, em Vila do Conde, que vai ser palco para a apresentação, mais a norte, do livro de José Correia Guedes, "Na Rota do Yankee Clipper. A sessão está marcada para as 21.30 horas.



No dia 26, também no Espaço Memória dos Exílios, será tempo para me encontrar com aqueles que conhecem o “Aterrem em Portugal”, mas também com novos leitores e interessados nestes temas.

Para tentar agradar a uns e a outros – o que nem sempre é fácil – irei falar do projecto de que resultou o livro em 2008, mas também do muito que aconteceu depois. Para saber mais sobre o que vai acontecer nessa tarde de sábado no Estoril, clique AQUI.

Na segunda feira seguinte, dia 28, vai mais uma vez falar-se da “Lisboa em tempo de Guerra”. Agora será na Sociedade Portuguesa de Geografia, na Rua das Portas de Santo Antão, que voltará a encontrar José António Barreiros, acompanhado desta vez de Margarida Magalhães Ramalho.

A Conferência começa, no anfiteatro da Sociedade, por volta das 18 horas.


No dia 30 é altura de sair da zona de Lisboa e ir até Sines, no Alentejo, onde o Centro Cultural inaugura uma exposição dedicada a Janusz Korczak, no âmbito do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

A abertura da exposição será acompanhada de uma palestra sobre este pedagogo que introduziu grandes reformas no sistema de ensino polaco.

Fundador de um orfanato para crianças judaicas, morreu no campo de concentração de Treblinka, acompanhado dos seus alunos, apesar de ter recebido propostas para se salvar (leia mais AQUI).

Boas escolhas
Carlos Guerreiro

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estão convidados…


Estão todos formalmente convidados para a conversa no dia 26 de Janeiro, por volta das 15.30 horas no espaço Memória dos Exílios, no Estoril.

Há muito assunto para falar (veja AQUI).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

11 caças americanos no Aeroporto de Lisboa

No dia 15 de Janeiro de 1943 aterraram no Aeroporto de Lisboa onze caças americanos Aircobra. Um outro fez o mesmo em Aveiro, numa pequena pista localizada na base naval de S. Jacinto (ver a lista de aviões e mais informação AQUI).

Foi o dia em que mais aparelhos aterraram no nosso país. Parte importante deles viria a integrar mais tarde a esquadrilha OK da Aeronáutica Militar.

Já depois do lançamento do livro consegui localizar um dos pilotos que integrou esse grupo de americanos. Em 2009 consegui trocar alguns e-mail com Jack Gompf, através de um dos seus filhos.

Entre as coisas que me enviou estava parte de um projecto de livro sobre as suas aventuras durante a 2ª Guerra Mundial, que nunca foi publicado.

No dia em que passam exactamente 70 anos sobre esse acontecimento aventurei-me a traduzir parte desse relato onde Gompf conta a partida de Inglaterra e aterragem em Lisboa. A tradução não é completamente fiel ao texto original, mas tem umas adaptações para facilitar a leitura em português.

Apenas uma nota de carácter histórico para entender a parte final deste texto. Com ele vinham vários pilotos americanos que já tinham voado com as cores inglesas.

Desde o princípio da guerra que centenas de americanos se juntaram, como voluntários, aos ingleses, passando a fronteira do Canada onde receberam treino em pilotagem e outras artes aéreas… Integravam os “Eagle Squadrons”.

Elvas 1943. (da esq. para a dir.) Jack Gompf, Nuno Silva, Ralph Sebring e Pina Madeira. Jack e Ralph eram pilotos de Aircobras que aterraram a 15 de Janeiro de 1943 no Aeroporto de Lisboa. Os portugueses são estudantes com quem fizeram amizade.


Fica o relato de Jack Gompf:

“A esquadrilha de P-39 Aircrobras formou atrás de um bombardeiro leve, B-25, que assumiu a liderança da navegação, e rumou para um local a norte de Casablanca, no Norte de África.

Segui nessa esquadrilha como um elemento extra. Tinha adiado a partida com a minha unidade devido a um problema mecânico, mas como todo os voos de Lands End, no sul do Reino Unido, tinham - neste dia - todos o mesmo destino, depressa nos juntaríamos de novo.

Há muitas semanas que nos preparávamos para este longo salto sobre as águas, testando várias possibilidades para conseguirmos poupar o máximo de combustível, pois a viagem deixava pouca margem para erro, se quiséssemos juntar-nos às nossas forças envolvidas na campanha do Norte de África.

Os volumosos tanques de gasolina auxiliares, de 150 galões, montados sob as barrigas dos aviões transbordavam, e os nossos tanques normais tinham sido cheios até acima no topo da pista pouco antes de levantarmos voo, enquanto cada espaço disponível no nosso pequeno caça estava atulhado com todos os bens pessoais que conseguíamos transportar.

O céu carregado não causava grandes preocupações, pois já nos tínhamos acostumado aos dias tristes do inverno inglês, e a possibilidade de mudarmos para um clima mais solarengo animava-nos.

Com o passar do tempo, e com o meu motor a funcionar suavemente, consegui algum conforto afrouxando o cinto de segurança de modo a ir mudando a posição do corpo no meu cockpit atulhado.

Reparei que o céu estava a ficar mais escuro e outras nuvens, mais baixas, se juntavam ao longo do nosso percurso, até que pouco depois ficámos com visibilidade quase nula.

Voávamos entre duas camadas de nuvens que se estendiam a perder de vista parecendo unir-se no horizonte.

Por vezes surgia uma pequena abertura na camada inferior e finalmente o nosso B-25 começou a descer através de uma delas.

Fechámos a nossa formação e seguimos o bombardeiro para descobrir que a base das nuvens mais baixas estava apenas algumas centenas de pés acima do mar, e que ao longo do percurso se encontravam escuras cortinas de chuva que reduziam bastante a visibilidade.

Devido a estas condições seguíamos, o mais possível, perto do bombardeiro e uma hora depois, a voar numa formação tão cerrada, começámos a sentir fadiga que pouco conseguíamos aliviar, fechados num espaço tão pequeno e atulhado.

Eventualmente o céu começou a clarear um pouco e tivemos alguns assomos de sol. Mantinha a esperança de que o bombardeiro tinha mantido a rota apesar da adversidade das condições.

Não fazia ideia de onde nos encontrávamos, mas pelo tempo que havia decorrido calculava que já completáramos a maior parte da viagem, e que os nossos tanques extra na barriga deveriam estar quase vazios.

Percebi, de repente, que estávamos a mudar de rota e pouco depois um dos P-39’s afastou-se da formação para largar o tanque extra. Conforme passavam os minutos outros caças fizeram o mesmo.

Não demorou muito para que também o meu indicador de gasolina avisasse que tinha de passar para a alimentação do motor para o tanque principal e, tal como os outros, afastei-me para libertar o tanque sob a barriga que tombou no água por baixo de nós.

A eliminação deste peso extra melhorou muito a capacidade voo do meu aparedlho, e abanei as asas com a satisfação.

O tempo começou a melhorar de forma considerável, e não foi preciso muito para vermos uma linha de costa e, ocasionalmente, alguns lugarejos.

Seguimos a costa do que eu pensava ser o Norte de África, e comecei a ficar ansioso por voltar a tocar o chão e a relaxar.

Tínhamos feito um excelente tempo; não me interessava se era por termos tido uma boa navegação ou ventos favoráveis de cauda.

Apareceu uma cidade grande junto à foz de um grande rio e a esquadrilha virou para o que parecia um aeroporto bastante moderno.

Consegui ouvir muita conversa no rádio como: “Onde raio nos encontramos?” ou “Isto é África?” e ainda “O bombardeiro diz para aterrarmos”.

Estava confuso com o que tinha ouvido, mas depressa esqueci os comentários enquanto alinhámos a esquadrilha para a aterragem.

Como era um piloto extra fui o último a aterrar e estacionei o meu avião ao lado dos outros que já lá se encontravam.

Tínhamos chegado! Jipes cheios de soldados andavam à nossa volta e um oficial armado subiu-me para a asa e cumprimentou-me. Num inglês hesitante disse-me que estava em Portugal e que deveria sair sem levar qualquer do meu equipamento.

O B-25 de navegação, circulou sobre o aeroporto até nos ver aterrar; Sabia que as nossas reservas de combustível não permitiriam completar a viagem, abanou as asas em despedida e rumou para o que teria sido o nosso destino inicial.

Assim chegámos a Lisboa, em 15 de Janeiro de 1943.

Enquanto esperava por desenvolvimentos no aeroporto de Lisboa, tive a possibilidade de conhecer alguns dos pilotos que tinha acompanhado nas últimas horas. Eram dez americanos que tinham tido o seu treino de voo no Canadá com a Real Força Aérea Canadiana (RCAF), antes de serem enviados para Inglaterra. Recentemente tinham sido transferidos para a Corpo de Aeronáutica dos Estados Unidos.

Alguns tinham experiência de combate e estavam a ser enviados para o Norte de África para levar aviões e, simultaneamente, servirem de pilotos substitutos.

Tinha conhecido um deles na noite antes da nossa partida de Lands End. Tinha voado missões operacionais com uma unidade da RAF baseada na ilha estratégica de Malta.

Finalmente chegaram representantes da Legação Americana e com as autoridades portuguesas decidiram o nosso destino. Iriamos ser internados. Foi-nos fornecida uma escolta pela polícia secreta que nos conduziu a uma estação, onde apanhámos um comboio ao cair da noite.

Chegámos na manhã seguinte á histórica cidade de Elvas junto à fronteira com Espanha.”

Bons voos
Carlos Guerreiro 

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 Para ler mais sobre AVIAÇÃO clique AQUI.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Conversas do "Aterrem em Portugal!"

No dia 26, no Estoril,  tenho encontro marcado com os leitores que conhecem o livro ou acompanham o blogue do "Aterrem em Portugal!". Todos os que gostam de boas histórias também estão convidados....


O encontro tem lugar por volta das 15.30 horas no Espaço Memória dos Exílios, no Estoril.

O tema é o livro e, especialmente, o que aconteceu depois da sua publicação em 2008.

A criação do blogue e do site, permitiram – nos últimos quatro anos - o surgimento de novas histórias, muito mais fotografias e factos do aqueles revelados nas 300 páginas que foram para a gráfica há quatro anos.

Estou a fazer tudo para que tanto os que têm o livro, como aqueles que não o conhecem, consigam passar uma tarde interessante num espaço único em Portugal.

No Espaço Memória dos Exílios são especialmente recordados os milhares de pessoas que chegaram ao país na sequência da II Guerra Mundial. Fica no primeiro andar do posto correios do Estoril, um edifício dos anos 40, que se encontra junto à estrada marginal (ver AQUI)…

Os amantes do modelismo poderão também ver alguns modelos de aviões daquele período, numa cedência do Museu do AR.


Algumas das histórias que iremos abordar poderão ser conhecidas clicando AQUI...

Carlos Guerreiro

«Escaparate de Utilidades»
GRAMOFONES DE VÁRIOS MODELOS

Século Ilustrado, 6 de Janeiro de 1945

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mais um tema para a Conversa no Estoril

Com um crescente número de aviões estrangeiro a aterrar por todo o país, o exército criou uma unidade mista, que juntou elementos da Aeronáutica e do Batalhão de Transportes para se deslocar até aos locais onde se registavam os incidentes e recolher tudo o que fosse possível e aproveitável…

Tive a sorte de encontrar, há algum tempo, uma pessoa que integrou uma dessas unidades. Era um dos condutores de um dos camiões pesados, de origem britânica, que existiam no Batalhão de Transportes e que pode ser visto numa das fotografias.

Normalmente seguiam em coluna com dois jipes nas extremidades e os camiões pesados, ao centro. A recuperação dos destroços dos aviões podia levar entre alguns dias e várias semanas, dependendo do local onde estes se encontravam e das suas dimensões.

A viagem não era menos trabalhosa que as recuperações. Os camiões gigantescos percorriam um país com poucas estradas capazes de os receber… Por mais de uma vez tiveram de ser desmantelados muros e “valados” ao longo dos percursos.

Outras vezes voltava-se para trás porque uma ponte ou um pontão não tinha dimensão ou capacidade para suportar os enormes transportes.

Algumas histórias que envolveram esta unidade nas várias viagens e recuperações vão ser contadas no dia 26 de Janeiro no Espaço Memória dos Exílios, no Estoril, num encontro onde iremos falar do livro “Aterrem em Portugal!” e do que foi acontecendo depois do seu lançamento em 2008.

Entretanto esta conversa já tem programa oficial na agenda da Câmara Municipal de Cascais onde é referida também uma exposição de miniaturas de aviões da Segunda Guerra Mundial (ver AQUI).

Infelizmente não vai ser possível avançar com essa exposição já que a pessoa contactada, entendeu não ter condições para participar na iniciativa… Esta falta de condições nada tem a ver com o espaço onde vai decorrer a conversa…

Deixo assim nota de mais um tema que vai ser abordado na conversa do final deste mês (veja outros temas AQUI).

Até dia 26, às 15.30 no Estoril.

Carlos Guerreiro

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ex-refugiado gibraltino homenageado

O cidadão gibraltino Louis Pereira que durante a II Guerra Mundial esteve na Madeira como refugiado, recebeu da Câmara Municipal do Funchal a Medalha de Mérito Municipal grau Ouro, como consequência da promoção que tem feito à ilha e ao grande número de turistas que tem trazido desde há várias décadas.

Notícia do Jornal da Madeira, onde é noticiada a homenagem Louis Pereira, o primeiro a contar da esquerda.

Louis Pereira , que assegurou que vai continuar a trazer turistas até à ilha enquanto puder, foi entrevistado recentemente para uma reportagem que passou na Antena 1 e onde este contava a história do que ele, e mais 2000 outros refugiados gibraltinos, tinham vivido na Madeira durante a II Guerra Mundial.

Louis Pereira era um adolescente quando chegou à madeira com toda a família. Gibraltar foi evacuada da população civil considerada não essencial. Das 14 mil pessoas que abandonaram o rochedo em 1940 algumas passaram os anos da guerra na Madeira, sub tutrela do governo britânico.

Pode ler e ouvir toda a história AQUI.

Carlos Guerreiro

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um dólar procura a sua história portuguesa

Esta nota é o que os americanos chamam uma “Short Snorter” e junta as assinaturas dos membros da equipa que em 1943/44 vieram a Portugal para ensinar os aviadores portugueses a voar os P-38, P-39 e B-24 que ao longo do ano anterior tinham aterrado um pouco por todo o país. Entre as assinaturas está também a de um português que foi possível identificar como (…) Lima Costa.

Frente e verso da nota de dólar "Short Snorter" com os nomes da equipa americana e do português.

Esta preciosidade pertence a Mike Allard que tem tentado reconstituir a história da nota e desta missão. Encontrei-o num dos vários fóruns que frequento e resolveu-se avançar também com um apelo em Portugal, onde sei que muita gente acompanha estes assuntos.

Assinatura do elemento português. Parece conseguir perceber-se (...) Lima Costa.

Os nomes que surgem nas duas faces da nota e que foram identificados pelo Mike como:

Edward T. Gwarek
Richard R. Heddens
Gurden B. Swain
Luis C. dePineros
? ? Costa (Piloto Português)
Willard W. Wilson
William A. Thompson
Eugene S. Brown
Lawrence Magliano
John E. Scott
Sherwood Fritzshall
John W. Carroll
John A. Stubs Jr. (assinatura na frente)

No livro “Aterrem em Portugal”, publiquei o extrato de uma investigação realizada por José Manuel Correia e que meses antes tinha sido publicada na revista mais alto:

“A 19 de Dezembro de 1943, chega a Lisboa uma missão comandada pelo major Willard Wilson acompanhado de quatro pilotos e oito mecânicos com o objectivo pôr a voar meia dúzia de B-24 e duas dezenas de caças que se encontravam internados.

Segundo José Manuel Correia, que desenvolveu o tema na revista da Força Aérea, Mais Alto, no princípio de Fevereiro de 1944, Portugal passava a contar com cinco Liberators, prontos a operar, na sua frota. Apesar de não existirem sobressalentes, a canibalização de pelo menos um dos aviões estacionados na Portela permitiu que os restantes ficassem a funcionar.

O primeiro voo com uma tripulação totalmente portuguesa terá acontecido logo a 5 de Fevereiro entre a Portela e a ilha Terceira. Como passageiro seguia o major Humberto Delgado, que tinha como missão preparar a expansão da pista das Lages, para que esta respondesse aos requisitos dos Aliados.

Os aviões recebem as matrículas nacionais L1 a L5 e em Maio, na grande parada militar, são apresentados ao Presidente da República e ao Presidente do Conselho.

Apesar de toda a pompa e circunstância, a vida útil dos B-24 em Portugal parece ter sido curta. Realizaram-se algumas viagens, nomeadamente a Cabo Verde, mas um acidente com um destes aparelhos, com resultados mortais para cinco tripulantes e dois passageiros, em 27 de Julho de 1944, parece ter esfriado o interesse. A falta de sobressalentes também poderá ser apontada como razão para o facto de, a partir do Verão de 1944, poucos meses depois da sua aquisição, a frota ter ficado parada na Portela.

Quando em finais desse ano é criado o Secretariado da Aviação Civil, liderado pelo major Humberto Delgado, os Liberators, tal como os Hudsons e os C-47 internados ao longo do conflito, são apontados como possíveis candidatos a integrar a frota de uma embrionária TAP.

Em relação aos B-24 isso nunca aconteceria. Os custos da sua transformação para voos civis e os seus consumos de combustível não viabilizavam a sua exploração comercial. Ficaram esquecidos na Portela, onde seriam desmantelados em finais de 1946 e princípios de 1947.”

(in Aterrem em Portugal, Parte 4/ Capitulo 9)

O e-mail de Mike é mallard103@comcast.net

Ele agradece qualquer informação tanto sobre a missão como sobre o piloto português que é referido nesta “Short Snorter”. Já agora trata-se de um termo que define uma nota que reúne as assinaturas de um conjunto de pessoas que realizaram juntas uma viagem, normalmente, de avião. É uma tradição americana que começou nos anos 20…

Esta “Short Snorter” é uma cápsula do tempo que conta também parte da história da nossa aviação…

Obrigado Mike por a teres tornado pública.

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Estamos a votos no concurso de Blogues

Peço-vos que cliquem AQUI, procurem a secção HISTÓRIA, votem no “ATERREM EM PORTUGAL!” e por fim cliquem em VOTE.

 Fica assim completa a votação para a escolher o melhor blog nacional. Existem diversas categorias, com a primeira fase das votações a prolongar-se até ao dia 18 deste mês.


O "Aterrem em Portugal!" está a competir na categoria de HISTÓRIA com outros oito blogues. No final desta primeira fase serão apurados cinco que vão ao que podemos chamar a final…

As votações para essa segunda fase começam no dia 21 deste mês.

Cada pessoa pode votar uma vez a cada 24 horas…

De resto não faço promessas que não posso cumprir ou atiro as culpas para os outros. O Aterrem em Portugal existe há tempo suficiente para se saber o que é ou produz…

Um agradecimento antecipado por todos os votos…

Um abraço
Carlos Guerreiro

«Escaparate de Utilidades»
CHÁ CELESTE

Século Ilustrado, 4 de Janeiro de 1941

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

“Nazi salva quatro aviadores Canadianos”

Esta notícia saiu na segunda página do jornal canadiano "The Winnipeg Evening Tribune", do dia 31 de Agosto de 1943.


A notícia conta apenas parte da verdade.

O homem que correu a salvar os aviadores era de facto um alemão, mas era um homem de negócios há muito radicado em Portugal, e não era secretário da embaixada…

A família desse cidadão alemão ainda hoje reside no país e fez deste acontecimento uma história de família, até porque existem alguns pormenores que são deliciosos.

Esses detalhes serão apenas um dos temas que será conversado no próximo dia 26 no Estoril, no Espaço Memória dos Exílios, para onde fui convidado a falar sobre o “Aterrem em Portugal”, nas suas várias facetas: livro, site e blogue… (ver AQUI)


Um abraço e bom fim-de-semana

Carlos Guerreiro

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Passagem de ano no Estoril… 1940/ 41

Como todos os outros meios o “Aterrem em Portugal!” também está atento à actualidade.

Por essa razão também fomos ao encontro das festas de fim de ano e trazemos-lhe o apontamento de uma grande actividade social, que se viveu na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro… no Estoril.

Para não fugir ao tema do blogue falamos da festa que aconteceu de 1940 para 1941… e que mereceu nada menos que uma página de reportagem no Século Ilustrado de 4 de Janeiro de 1941.








Um bom ano para todos...

Carlos Guerreiro 

Bem vindos a 2013

Capa do "Século Ilustrado" de 4 de Janeiro de 1941.

Ano novo, vida nova… apesar de ser um pouco deserta de esperanças.

Não é fácil olhar para frente e fazer planos neste momento.

Por parte do “Aterrem em Portugal” fica apenas a promessa de continuar a publicar histórias nos próximos meses.

Ainda hoje, por volta da hora de almoço voltaremos ao blogue, para colocar on-line uma reportagem sobre a passagem de ano no Estoril de 1940…

No dia 26 deste mês estarei fisicamente no Estoril para contar ao vivo algumas das histórias que me surgiram nos últimos anos, após a publicação do livro.

Vamos continuar a olhar para a frente…

Desejo a todos um bom 2013.

Carlos Guerreiro