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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Conclusão da reportagem sobre Portugueses nos Campos de concentração nazis

Já está on-line a segunda parte da reportagem da Patrícia Carvalho (texto) e do Nelson Garrido (fotografia) sobre os portugueses nos campos de concentração nazis durante a 2º Guerra Mundial.


Leia AQUI um trabalho excelente, pois "os filmes e os documentários que retratam o sofrimento e a dor dos campos de concentração não falam apenas dos outros. Afinal, eles também falam de nós.”

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Rádio Siemens Super 12 GW

Programa Coliseu, Aida - Temporada 1943.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Junho quente de 1943

“Os ataques da aviação do Eixo ao tráfego naval entre Lisboa e Gibraltar está a alcançar dimensões sérias. (…)Presumo acção enérgica sobre o Governo Português em protesto contra abuso da invasão de águas territoriais. Deixo à consideração se não deveria ser dito (…) que, se são incapazes de fornecer caças para evitar ataques (…), teremos de pressionar para sermos autorizados a basear caças em território português com esse objectivo”.

O telegrama, em cifra e marcado como “Most Secret”, foi expedido para Inglaterra em 29 de Junho de 1943. Estava assinada pelo Comandante- Chefe do Mediterrâneo, o Almirante Andrew Cunigham, um dos mais altos quadros da marinha britânica. Uma sequência de ataques, desde Maio, de que resultou o afundamento de vários navios, tinha levado o almirante ao extremo de pedir a imposição de fortes medidas contra um neutro.

O Porto de Lisboa era alvo de muitas atenções por parte das redes de espionagem alemãs.

Cunigham não era um almirante qualquer. Desde 1939 que comandava as operações no mediterrâneo, e tinha dado mostras de grande capacidade ofensiva. Enquanto a Inglaterra perdia batalhas, da Europa à Ásia, ele conseguia vitórias em Taranto (1940) e Cabo Matapan (1941). Poucos meses depois deste telegrama ocuparia o lugar de Primeiro Lorde do Almirantado e de Chefe-de-Estado- Maior da Marinha.

Não sendo um pedido que pudesses ser ignorado, era um pedido que lançava preocupação entre os responsáveis britânicos. Dias antes Salazar fora abordado pelo Embaixador Britânico em Lisboa, Ronald Campbell, com um pedido formal para a que fosse dada autorização para o estabelecimento de uma base britânica nos Açores. Contra todas as expectativas o governante português aceitara. A importância das ilhas, para o futuro da Batalha do Atlântico, era demasiado grande e nada devia interferir com as negociações.

Cunigham foi avisado do que estava sobre a mesa e que a questão dos ataques a navios, entre Lisboa e Gibraltar “era de menor importância”. Talvez no futuro se pudesse voltar ao tema… Talvez…


Carreira Lisboa-Gibraltar debaixo de fogo

O tema preocupava, no entanto, também os responsáveis em Inglaterra, e Maio de Junho de 1943, tinham-se mostrado especialmente complicados para os navios que cruzavam as águas portuguesas. Os protestos britânicos vão subir de tom e a marinha portuguesa vai ser obrigada a realizar as suas próprias investigações.

Neste período o “SS Alpera” foi o primeiro de uma série de navios que, na rota Lisboa/ Gibraltar, foram afundados pelos célebres Focke-Wulf (FW) 200 Condor, da Luftwaffe.

Para maior segurança estes navios seguiam normalmente para sul e ao largo do Cabo de S. Vicente encontravam-se com outros navios que vinham de Gibraltar, Serra Leoa ou África do Sul. Em conjunto, e reforçados com escoltas, seguiam depois Inglaterra.

O “Alpera”, acompanhado do “Ravenspoint”, ia encontrar-se com outros navios, originários de Freetown, na Serra Leoa, e Gibraltar. O destino final era Liverpool.

Seguiam escoltados pelo HMT “Huddersfield Town”, uma traineira armada, mas este de pouco serviu quando, por volta das nove da noite, do dia 22 de Maio, se materializou um ataque de aviões alemães.

O “Alpera” não evitou as bombas e sofreu importantes danos. O navio escolta tentou rebocá-lo e, de Gibraltar, saiu também o “Salvónia” em seu socorro, mas chegaria tarde demais. O navio perdeu-se. O ataque aconteceu 15 milhas a noroeste do Cabo de S. Vicente. Apesar de tudo, e segundo um relatório americano, todos os tripulantes se salvaram.


Os protestos sobem de tom

Não foi preciso esperar muito para se registar um novo ataque. No dia 30 de Maio, pouco depois da uma da tarde, dois FW 200 voltaram a lançar bombas sobre dois navios mercantes e sobre “Huddersfield”, que mais uma vez era responsável pelas escolta. Estes navios dirigiam-se para Gibraltar quando foram surpreendidos pelos aviões.

Os Focke-Wulf 200 Condor, da Luftwaffe, eram os olhos da frota submarina mas também realizavam ataques por conta própria. A sua eficácia era muito temida. De pé nesta fotografia os tripulantes que morreram num combate aéreo em Aljezur em Julho de 1943.
(Foto cedida pela Associação de Defesa do Património Históricos e Arqueológico de Aljezur) 

O comandante do porto de Portimão, capitão de fragata Carlos Oliveira Lima, revela no seu relatório – elaborado a partir de testemunhos - que os aviões investiram de sul e, um deles, largou quatro bombas, conseguindo acertar “com uma por ante a vante da ponte do navio testa”. “Viram-se saltar a grande altura muitos destroços”.

Depois de atingido o navio“começou a andar muito devagar, aproximando-se mais de terra”. A tripulação abandonou-o “em três baleeiras”. Os tripulantes foram recolhidos pelo escolta e por um terceiro cargueiro que surgiu vindo de norte. Em poucos dias registou-se uma intensa troca de correspondência entre a embaixada britânica em Lisboa e Londres. O adido naval na capital portuguesa teve acesso não só aos relatórios dos navios atacados, mas também a testemunhos portugueses. O depoimento de um dos faroleiros de Sagres foi recolhido pelo vice-cônsul de Portimão. Outros detalhes chegaram-lhe através de um elemento da secção de comunicações em Lisboa. Todos eram unânimes em afirmar que o ataque ocorrera a cerca de duas milhas de terra, dentro das água territoriais.

Durante as investigações conduzidas pelo capitão de fragata Carlos Lima, a dia 2 de Junho, foram embarcados num salva-vidas alguns elementos para confirmar o local exacto do ataque. Com a colaboração de testemunhas foi possível perceber que este acontecera não a duas, mas apenas a uma milha do Farol de Sagres.

Discute-se em Inglaterra o tom do protesto. Há quem defenda uma linguagem dura, mas no dia 10, chega ao Estado-Maior Naval português, um primeiro documento onde são descritos apenas factos. Sete dias depois é o Ministério dos Negócios Estrangeiros o alvo de uma nota onde os ingleses “chamam a atenção para a violação das águas territoriais portuguesas”.

Os portugueses terão elaborado o seu próprio protesto, e este chegou certamente aos alemães, como se pode perceber por uma nota manuscrita onde se pode ler: “À Legação da Alemanha, 28-6-1943”. Não encontrei a resposta alemã, mas como aconteceu em protestos semelhantes, enviados nos anos anteriores, os alemães deverão ter insistido que não violaram território nacional e que, devido à clareza dos céus portugueses, era fácil confundir as distâncias.


Redes alemãs de vigilância de costa

Os ingleses sabiam que em Portugal operavam várias redes de espionagem ao serviço dos alemães. Informação detalhada sobre elas, tinha sido entregue a Salazar em Março. Nessa documentação descriminavam-se modos de actuação, existiam organogramas e nomeavam-se agentes estrangeiros e portugueses que nelas operavam.

As actividades de espionagem estendiam-se à vigilância de portos, aeroportos e personalidades. Recolhiam também informações junto de marinheiros que aportavam a Lisboa. Compravam e encomendavam livros e revistas, americanas ou inglesas, a embarcadiços que vinham daqueles países. Recrutavam e treinavam agentes para se infiltrarem nos países aliados.

Pelo menos duas destas redes reuniam também informação detalhada sobre navios e navegação dos aliados. Eram muito activas no continente, nas ilhas e até nas colónias e tinham como chefias, segundo os britânicos, alemães radicados em Portugal, respectivamente, Kuno Weltzien e Hans Bendixen.

Tanto uma rede como outra tinham operadores de rádio que davam informações sobre a movimentação de navios na costa portuguesa – o caso do faroleiro de Sagres é bem conhecido -, para além de agentes colocados em alguns portos considerados essenciais, nomeadamente, Lisboa.

Estas informações eram enviadas com urgência para Bordéus onde as esquadrilhas de FW 200 era activadas.

O afundamento de navios e o abate pela Luftwaffe no dia 1 de Junho, do Voo 777, um avião civil que ligava Lisboa a Inglaterra, dão aos britânicos razões para aumentar a pressão sobre o Governo Português e sobre a PVDE, a Polícia antecessora da PIDE, vista como muito próxima da Gestapo, e dos alemães.

O processo de desmantelamento das redes alemãs ganha novo folego no segundo semestre de 1943. Os ingleses apesentam cada vez mais factos, especialmente após o interrogatório de agentes capturados no Reino Unido, onde se incluem vários portugueses.

Weltzien será associado pela imprensa ao abate do Voo 777 e expulso do país. A residência de Bendixen, no Estoril, será alvo de uma busca pela PVDE, em Outubro. No mesmo dia o faroleiro de Sagres, Francisco Regêncio, também recebe a visita dos investigadores da Polícia. Segundo a mais recente edição do livro de José Augusto Rodrigues, “A Batalha de Aljezur”, será preso mais tarde e colocado em regime isolamento.

Com os crescentes protestos e o fluxo de informações as redes alemãs começam a sofrer vários golpes tanto no continente como nas colónias.

A 7 de Junho é aprovada uma nova lei que criminaliza a espionagem para países beligerantes em território nacional. De facto serão os colaboradores portugueses a sofrer as fortes penalizações previstas pois os estrangeiros normalmente são apenas expulsos.


Mais ataques, novos protestos

O caso do abate do Voo 777 e a morte de todos os seus tripulantes e passageiros transbordou para os jornais estrangeiros, mas também para os portugueses, mais que não fosse porque a bordo seguia o actor britânico Leslie Howard. Tivera um dos principais papéis no filme “E Tudo o Vento Levou” e viera a Lisboa e Madrid para algumas conferências sobre Shakespeare, integradas na campanha de propaganda aliada nos dois países.

Mas se este caso passou pelas malhas da censura, o mesmo não aconteceu com os ataques que aconteceram ao longo do mês. Na manhã do dia 14 os vapores “Gullpool”, “Flyingdale”, “City of Lancaster”, “Hallfried”, “Grodno”, “Reneé Paul” e os escoltas “HNMS Flores” e o “FFS Roseleys”, foram atacados a cerca de cinco milhas do Cabo de S. Vicente.

O comboio aproou para águas territoriais portuguesas, mas voltou a ser atacado. Os aparelhos alemães, para aproveitar o sol nas costas e encandear os observadores e artilheiros dos navios, fizeram a aproximação sobrevoando território nacional.

Bombas caíram, por duas vezes, perto do “City of Lancaster”, mas causaram apenas danos superficiais. Menos sorte tiveram três vacas que pastavam calmamente na Raposeira. Cinco obuses disparados pelos navios explodiram em terra e um deles atingiu os animais. Dois tiveram de ser abatidos, e o dono, João Lopes da Encarnação, receberia uma indemnização dos britânicos no valor de 2.149 escudos, pouco mais de dez Euros.

A factura que prova o recebimento da indemnização por parte do João Lopes da Encarnação, proprietário de três vacas atingidas por obuses disparados durante um ataque aéreo.


Todos os navios tinham saído de Lisboa e, o Mestre do Flyingdale, chamou a atenção para o facto de ter visto, no dia 30 de Maio, dois FW 200 a sobrevoar a zona de “Cascades” (Cascais) , quando a frota se encontrava ainda no porto da capital portuguesa.

Quatro dias depois registam-se novos ataques ao largo do Cabo de S. Vicente. Um relatório português refere uma sucessão de bombardeamentos, entre as 9 e as 10 da manhã, mas o cargueiro e a sua escolta conseguiram passar, aparentemente ilesos, por entre as bombas que foram largadas por dois ou três aviões alemães.

Eram guardados por um avião de escolta, que não conseguiu evitar o ataque.

No mesmo dia, mais a norte, ao largo do Cabo Espichel, já tinha sido bombardeado o “Lalande”, um navio britânico que tinha acabado de sair do estaleiro depois de reparações de monta, resultantes do ataque de um submarino em Novembro de 1942.

O navio foi atingido pouco depois das 8 da manhã e pediu ajuda urgente a Gibraltar que enviou mensagem a um escolta para dar apoio. Durante a tarde esse pedido seria cancelado, porque o “Lalande” conseguira chegar a Lisboa pelos seus próprios meios.

O caso mais grave teria, no entanto, lugar no dia 23 de Junho.

Também aqui os cargueiros tinham saído de Lisboa e dirigiam-se para sul, ao encontro de comboios que vinham de Freetown e de Gibraltar.

O “Juliet”, o “Spero”, o “Finland”, o “Shetland” e o “Volturno” escoltados pelos “Renoncule” e “Sapper”, iriam testemunhar um dos mais duros ataques de que há memória junto no Cabo de S. Vicente.

Três FW 200 investiram sobre a pequena frota, pouco depois das 18 horas, quando esta estava a cerca de uma milha do farol. O “Volturno”, o navio que se encontrava no extremo da coluna, conseguiu escapar ao impacto de quatro bombas, mas a proximidade das explosões causou enormes danos e atirou borda fora alguns dos seus tripulantes.

Com um buraco no casco, o comandante do Volturno, dá ordem para abandonar o navio. Quando os botes e jangadas estão na água e os tripulantes tentam chegar “Sapper”, que parara para dar apoio, surgem de novo os aviões.

Um tenta atingir de novo o “Volturno” ou o “Sapper”, mas falha o alvo. Uma bomba cai, no entanto, entre os salva-vidas, destroçando-os.

O outro cai sobre o “Shetland” e consegue atingi-lo com duas bombas, enquanto duas outras explodem no mar junto do casco. O comandante dá imediatamente ordem para abandonar o navio, que se afunda em cerca de cinco minutos.

No “Volturno” registaram-se 3 mortos e cinco feridos graves entre os tripulantes. No “Shetland” desapareceram quatro tripulantes com o navio, mas entre os restantes 30 não havia feridos graves.

Tanto os navios mercantes como os escoltas tinham poucas possibilidades de atingir um bombardeiro alemão, se este voasse a grande altitude. Poucas das armas que possuíam conseguiam chegar tão alto. Isso não quer dizer que não conseguissem somar algumas vitórias.

Ao largo de Portugal seria abatido pelos canhões do navio HMS Battler, um dia depois dos afudamentos do “Shetland” e do “Volturno”, o FW200 do Sargento Aviador George Abel. Morreram todos os tripulantes.

A 9 de Julho, dava-se a célebre batalha de Aljezur. Os sete tripulantes encontraram descanso eterno no cemitério de Aljezur.

Ainda em Julho desapareceu, também ao largo de Portugal, o avião de Sigfried Gall, derrubado durante o combate com um bombardeiro americano B-24, pilotado pelo capitão Gerald Mosier.

Gall já uma vez fora atingido num combate ao largo de Portugal, mas conseguira fazer uma aterragem de emergência na Apúlia, em Esposende. Nessa altura saiu do avião munido de um garrafa de champagne e de um jornal.

Em Setembro de 1943 mais um FW 200, Condor caiu no mar ao Largo de Sagres, atingido pelas antiaéreas do “Reneé Paul”, durante um ataque a comboio.

Eventualmente a ameaça dos FW 200 iria desaparecer em 1944. Os Alemães retiraram os aparelhos, supostamente para serem substituídos por outro bombardeiro de longo alcance, que nunca teve sucesso semelhante ao FW200.

Os “Couriers”, como também eram chamados pelos ingleses, deixaram de ser uma ameaça à navegação e o mesmo aconteceu com as redes de espionagem. O acordo dos Açores tornou ainda mais complicada e perigosa a vida aos submarinos alemães e selou o destino da Batalha do Atlântico.

Maio e Junho de 1943 foram meses difíceis para a navegação inglesa na nossa costa, mas foi também a oportunidade de inclinar a mesa a favor dos aliados, num jogo de equilíbrios em que Salazar era mestre.

Carlos Guerreiro

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Nota: Este artigo foi elaborado com recurso a documentos dos National Archives em Londres, Arquivos Histórico do Ministério dos Negócios Estrangeiros e obras realizadas pela Portisub, em Portimão, José Augusto Rodrigues e Isabel Pimentel.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Os portugueses presos em Campos de Concentração Alemães (1)

Para quem não conseguiu ler a primeira parte da história que a revista do jornal "Público" trouxe ontem, fica AQUI a edição on-line.

A segunda parte será apresentada no próximo domingo.

Uma história muito bem investigada e bem escrita. Ainda se faz bom jornalismo por cá…

Boas leituras

Carlos Guerreiro

«Escaparate de Utilidades»
Malas A Nacional

Jornal "Diário de Lisboa", 12 de Junho de 1943

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Portugueses presos nos campos de concentração alemães no jornal Público

O Jornal Público traz nos próximos dois domingos, histórias de portugueses presos em campos de concentração alemães durante a 2ª Guerra Mundial... Clique AQUI para ver o estrato de um vídeo com a apresentação desta história.

O Postalinho...
O Pesadelo de Goering


Postal de propaganda britânico. Não foi possível identificar a data da sua publicação original, mas deverá ter surgido logo após a Batalha de Inglaterra.

A batalha de Inglaterra começou nos princípios de Junho de 1940 e prolongou-se até Outubro desse ano, quando após renhidos combates a força aérea alemã, a Luftwaffe, percebeu que não conseguia destruir os adversários ingleses, a RAF, de modo a permitir uma invasão das ilhas com o mínimo de possibilidades de sucesso.

Mais do que uma derrota aérea, tratou-se da primeira derrota séria do esforço nazi da 2ª Guerra Mundial. Os custos foram elevados para ambos os lados, e foram muitos os factores que garantiram aos britânicos a sorte das armas, mas houve uma personalidade que nunca mais deixaria de estar ligada a esta derrota.

O marechal do ar Goering, comandante supremo da Luftwaffe, membro do círculo pessoal de Hitler, já era – devido ao seu porte – uma personagem pintada com traços de ridículo pela propaganda britânica. A derrota dos seus aviões, depois de promessas de vitórias e glória, só aguçou ainda mais o apetite de cartoonistas e humoristas.

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 16 de junho de 2014

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Suplemento especial "Invasão - Dia D" com 70 anos

Os portugueses souberam do desembarque na Normandia ainda no dia 6 de Junho, com diversos pormenores a chegarem nos dias seguintes.

Diversos jornais realizaram edições suplementares, para acompanhar a sucessão de notícias que os serviços de imprensa – especialmente aliados - foram libertando ao longo das horas.



Após a confirmação do sucesso do desembarque, a máquina de propaganda não esperou muito para colocar nas mãos dos portugueses imagens e esquemas que descreviam a invasão.

Algum desse material saiu em diversos jornais e revistas nacionais, mas seriam as publicações de propaganda próprias a capitalizar o manancial de material que estava disponível.

“A Guerra Ilustrada” era uma das várias publicações de propaganda aliadas, impressas em português, que saiam periodicamente para a rua.

 Não consegui confirmar a data concreta em que saiu este suplemento especial (se alguém sabe agradeço a informação), mas não terão passado muitos semanas após a ofensiva.

Pessoalmente tenho dúvidas de que as fotografias sejam todas do “Dia D”, até porque foram poucos os fotógrafos que estiveram na linha da frente, nas primeiras horas do desembarque.

Talvez o lote de imagens na última página (contra-capa) sejam de 5 e 6 de Junho, mas nas restantes páginas nota-se uma grande descontracção dos soldados. Outras imagens são nocturnas e o desembarque principal aconteceu durante a manhã.

Possivelmente parte do material foi recolhido durante os longos exercícios a que as forças de desembarque foram sujeitas nos meses que antecederam o dia" Dia D", mas estavam prontas para utilização logo que se confirmasse o sucesso da operação.

Clique sobre a imagem para ver as páginas deste suplemento especial publicado em 1944.

Setenta anos passados trata-se de um documento que marcou uma época.

Carlos Guerreiro 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Sete horas de “Dia D” na RTP Memória


O canal “RTP Memória” preparou uma emissão especial, de sete horas, onde vamos poder assistir a filmes, documentários e entrevistas que têm o "Dia D" e a 2ª Guerra Mundial como pano de fundo.

A partir das 18 horas vão ser entrevistados, por Júlio Isidro, os historiadores Irene Pimentel e Fernando Rosas, a jornalista Diana Andringa e o crítico cinematográfico Jorge Leitão Ramos.

Pelo meio vamos poder assistir aos documentários e aos filmes “Crónica do Século”(18h), “O Naufrágio do Empire Warrior” (19.30 h), “Aristides de Sousa Mendes (20 h) e “O Dia Mais Longo” (21.15 h).

Uma noite de sexta-feira diferente no Memória…

Quem tem acesso a outros canais temáticas que desenvolvem temas de história, investigação ou curiosidades também terá muito por onde escolher pois quase todos vão ter emissões especiais dedicadas a recordar os 70 anos do “Dia D”.

O Postalinho...
A Grande Ofensiva

Postal de propaganda alemão, provavelmente, de 1942, anterior à invasão do Norte de África, numa altura em que os americanos eram fornecedores de grande quantidade de armamento e outras equipamentos e matérias-primas, mas não tinham ainda forças militares no terreno.

A pouca “prepsença humana” dos Estados Unidos na guerra é tema recorrente na propaganda alemã durante o período que se segue à sua entrada na guerra.

O país “arsenal da liberdade” demorou algum tempo a mostrar as suas garras e a sua força. Os alemães não demoraram a explorar essa lacuna americana, um país capaz de produzir de tudo e em quantidade, mas incapaz de fornecer material humano.

Os ingleses surgem muitas vezes como os “moços de recados” dos americanos que não tinham problemas em fornecer bens materiais, mas preferiam não morrer na guerra.

Esta imagem mudaria em Novembro de 1942, com a invasão do Norte de África e, mais tarde, com a invasão da Sicília e da Itália.

Em vésperas da evocação dos 70 anos do Dia D – em 6 de Junho 1944 – um olhar alemão sobre outras ofensivas…

Carlos Guerreiro

segunda-feira, 2 de junho de 2014