O livro “O Diário de Tenente Pires”, que relata a ocupação japonesa de
Timor, vai servir de inspiração ao realizador português Francisco Manso quer
fazer uma longa-metragem de ficção sobre o tema.
Tenente Manuel Pires |
À Agência Lusa o realizador disse que pretende relatar "aquela
barbaridade terrível. Os japoneses mataram milhares de timorenses, criaram
campos de concentração para os poucos portugueses que ali viviam na altura, sem
defesa nenhuma, porque quando pediram armas ao Salazar, ele ficou caladinho,
porque não queria ali levantar problemas".
A resistência foi garantida por cerca de 300 australianos que
"conduziram uma luta de guerrilha contra milhares de
japoneses".
Os australianos contaram com o apoio de timorenses e também de portugueses,
"que foram considerados lesa-pátria em Portugal e foram exilados em Timor,
mas esses é que eram verdadeiros patriotas porque tentaram defender Timor
contra uma ocupação estrangeira", explica Francisco Manso.
O tenente Pires, português, "morre lá", depois de aprisionado
pelos japoneses e de ter estado num campo de concentração.
A obra, acrescentou, "mostra o que aquele pequeno território sofreu ao
longo de tempo, com estas sucessivas ocupações de gente musculada e bruta e de
potências regionais".
Para Francisco Manso, é "um prodígio como é que conseguiram resistir a
tudo isto".
O argumento está escrito e os custos elevados do projeto deverão levar ao
envolvimento da Austrália na produção. No próximo ano deverão ser realizadas as
primeiras abordagens e levantamentos.
Rodrigues dos Santos escreve sobre Macau
“A Porta do Cerco” é o nome do romance que o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos está a escrever que tem como cenário Macau durante o período da II Guerra Mundial.
A ideia surgiu quando participou na primeira edição do festival literário Rota das Letras, em Macau, onde este ano é novamente convidado: "Há cinco anos estive em Macau e tive a ideia de fazer um romance que tocasse em Macau durante a II Guerra Mundial", disse o autor à Lusa.
Tal como todos os seus romances, "A Porta do Cerco" -- inspirado no nome da principal fronteira terrestre entre Macau e a China, chamada Portas do Cerco -- será alicerçado em factos históricos e centrado num século que o jornalista considera "muito interessante" por ser "de conflitos de ideologias".
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