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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Perdidos e achados… a hipótese num milhão

Esta é mais um história que nada tem a ver com Portugal, mas é tão curiosa que resolvi publica-la. Depois da bomba que matou três pessoas é uma boa forma mostrar que a guerra tem outras facetas…



Óscar Glomb era um jovem do Texas, nos EUA que, à semelhança de muitos outros nos anos quarenta, se alistou para lutar na II Guerra Mundial. Foi integrado na 36ª divisão de Infantaria e em 1943 desembarcou na baía de Salerno, em Itália.

Em Junho de 1944 viveria um dos dias mais difíceis da sua vida. Durante uma batalha perto de Gavorrano, foi atingido por estilhaços de obus que lhe travessaram o pescoço e rasgaram pernas e braços. Ficou ferido com gravidade e enquanto lutava no chão para sobreviver, ouviu gente dizer que não valia a pena fazer nada porque já estava condenado.

Mas houve um soldado que o retirou do campo de batalha e ele acabou por regressar aos EUA onde foi hospitalizado e tratado. Ali conheceu a sua futura mulher, que trabalhava no hospital como voluntária. Casou e teve dois filhos e duas filhas.

Dos tempos da guerra ficou uma estrela de bronze por, dias antes de ter sido ferido, ter protegido os homens do seu pelotão ao matar doze alemães e ferir vários outros, com a sua metralhadora Browning. Católico, diria ao longo de toda a sua vida aos filhos que quando morresse “iria para o inferno por esse acto”.

Em 1990 foi a Itália com o filho e visitou as zonas que tinha percorrido com a sua divisão. Nunca chegou, no entanto, à zona onde tinha sido ferido.

Em 1998 Óscar Glomb faleceu.

Há poucas semanas o filho, de 60 anos, ligou o gravador de chamadas de casa, como faz todos os dias e não queria acreditar. Uma voz, num inglês cerrado e com pronuncia italiana, contava-lhe uma história que haveria de deixar o pai em êxtase, se este ainda estivesse vivo.

“O meu pai disse sempre que gostaria de voltar a Itália e recuperar as suas chapas de identificação. Perdeu-as no dia em que ficou ferido, tal como um anel e um medalhão”, explicou o filho ao “The Statesman”, um jornal do Texas.

A voz no atendedor de chamadas pertencia a Daniele Bianchini, um inspector de polícia italiano reformado,. Há alguns meses tinha comprado um detector de metais e passara a percorrer, como hobby, os campos perto da sua cidade onde sabia que tinham acontecido batalhas durante a II Guerra Mundial. Numa das suas incursões encontrara as chapas de identificação, o anel e o medalhão.

Depois de várias pesquisas conseguira localizar uma pessoa com o nome que constava na chapa de identificação e tentara a sua sorte. A pessoa era o filho de Óscar, Steve.

Depois da troca de vários e-mails Daniele pediu para ficar com uma das duas chapas de identificação e enviou os restantes objectos pelo correio à família. Chegaram a 23 de Abril. O italiano diz que a sua busca e o envio dos objectos para a família são a forma dele homenagear os americanos que lutaram no seu país para o libertar do fascismo.

Dorothy, a mulher de Óscar de 85 anos, diz que a descoberta lhe dá uma sentimento de proximidade com o marido: “isto é muito importante para mim porque ele sempre quis recuperar estas chapas de identificação”.

O filho Steve diz que isto é como um milagre: “Quais são as hipóteses de acontecer uma coisa destas? Quantas estrelas há no universo?"

Eu não tenho respostas...

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