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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

«Ministério das Propagandas» FÁBRICAS DA LIBERDADE

O folheto tem cerca de trinta páginas dedicadas ao que chama o “exército civil da Grã-Bretanha”. Uma força que inclui os milhares de operários e trabalhadores que contribuem para o esforço de guerra.
O folheto é quase de certeza de 1941, numa altura em que a batalha de Inglaterra já tem um vencedor claro, e o objectivo é mostrar o poder industrial e capacidade de trabalho britânico. 

O complexo industrial alemão tinha sido arrasado depois da I Guerra Mundial e, especialmente, após a crise de 1929. Com a subida de Hitler ao poder a produção industrial disparou, o que foi usado como propaganda mesmo antes do conflito. 

O partido Nazi investiu também no turismo do operariado através de organizações próprias. A Portugal, antes da guerra, chegaram diversos navios com estes novos turistas que vinham desfrutar das paisagens de Sintra ou da vida lisboeta.

Este panfleto – onde claramente foi feito um grande investimento – parece ser uma resposta britânica à imagem que o Nacional-Socialismo foi passando ao longo dos anos.


O folheto faz referência a Ernest Bevin - nomeado por Churchill para reestruturar a indústria britânica em tempo de guerra – e compara o trabalho realizado por ele com o que diz acontecer na Alemanha:  “Viu-se por acaso Bevin constrangido a ameaçar, forçar ou empunhar uma pistola? Não. O povo britânico deu-lhe logo sem hesitação o seu melhor esforço, com um entusiasmo que seria impossível de obter em qualquer país escravizado à maneira nazi.”





















O folheto destaca também a capacidade de sacrifício e o engenho dos trabalhadores Britânico.


A “Indústria da liberdade” destaca também o contributo da Comonwealth para o esforço de guerra: “o entusiasmo não se limita, porém, às ilhas britânicas. Manifesta-se através de todo o esforço bélico das nações dos povos que constituem a Comunidade Britânica.”



“Ao terminar o ano de 1940 já as encomendas de guerra, feitas ao Canadá, se cifravam em 50 milhões de contos. As suas fábricas produzem canhões, «tanks», carros, navios e aviões.”
“Construiu a Austrália milhares de carros para o exército e está enviar aeroplanos não só para a Índia, mas também para outras frentes, cujo apetrechamento se faz em condições mais fáceis, vindo das regiões do Pacífico.”



“Também a África do Sul está a produzir em vasta escala toda a classe de munições.”

































Para mostrar a superioridade dos “recursos do Império” fica também uma lista das principais matérias-primas que estão disponíveis para o esforço de guerra e o olhar calmo e confiante dos operários britânicos.
 



Um olhar para um poderio económico que viria a ser reforçado com a entrada - em pleno - do aliado americano - e o seu "Arsenal da Democracia" -  em finais de 1941...
Carlos Guerreiro

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