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terça-feira, 6 de novembro de 2012

«Conferência Portugal e o Holocausto»
Judeus Portugueses abandonados na Europa

Milhares de refugiados estrangeiros encontraram em Portugal um refúgio, enquanto esperavam por um navio ou qualquer outro meio que lhes permitisse escapar da Europa.

Este aspecto, muitas vezes salientado ao longo dos últimos anos, não deixa de ser ensombrado pela decisão do Estado Novo de virar costas aos judeus de origem portuguesa que se encontravam em vários pontos do mundo e sob alçada do regime nazi.


Na maior parte dos casos tratavam-se de comunidades há muito afastadas do país – desde expulsão dos judeus no final do século XV – mas que continuavam a falar e a considerar-se portugueses.

O caso não é, de facto novo, mas mereceu novamente destaque durante a conferência "Portugal e o Holocausto" que decorreu em Lisboa na última semana.

Avraham Milgram, Investigador israelita do Yad Vashem de Jerusalém e autor do livro editado em 2010 “Portugal, Salazar e os Judeus”, referiu, nomeadamente, o caso dos judeus portugueses na Holanda e na Grécia que o Estado novo decidiu não ajudar, apesar dos apelos, transformando Salazar num cúmplice do aconteceu depois.

"O caso mais conhecido foi quando Salazar não reconheceu os quatro mil judeus de origem portuguesa, na Holanda, mas sem vínculo formal a Portugal.Este episódio faz de Salazar um cúmplice involuntário", disse Milgram, referindo também casos semelhantes de judeus portugueses da origem turca ou grega.

Há vários anos que diferentes pessoas chamam a atenção para este tema, nomeadamente, os jornalistas Nair Alexandra e António Melo, e também pela historiadora Irene Pimentel no seu livro "Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial".

Ainda recentemente estes casos merecerem de novo atenção no livro de Esther Mucznik, "Portugal no Holocausto", editado este ano e onde a  autora conta a história dos 4 mil judeus portugueses deportados da holanda, mas também de outros de Salónica e ainda de vários pontos da Europa (ver AQUI).

Avrahm Milgram disse durante a conferência que se criou – no final da guerra - uma memória positiva do regime, mas parcial, pois não abrange toda a história daquele período.

Carlos Guerreiro (com Lusa)
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Para ler mais sobre a Conferência Portugal e o Holocausto clique AQUI.

5 comentários:

  1. "quatro mil judeus de origem portuguesa, na Holanda, mas sem vínculo formal a Portugal" esse tipo de pensamento também é válido no nosso tempo actual ? é que há por aí muitos que prevaricando logo alguém diz "ah mas já são portugueses " , eu por vezes fico confuso , um exemplo, três gerações atrás foram para a Venezuela mas os que nascem agora lá sem ligação a Portugal são portugueses , ok o engraçado é que no contrario não é valido , não entendo !se os outros são ainda portugueses então os que apesar de nasceram aqui não deveriam ser de Angola (à titulo de exemplo )?afinal em que ficamos ?nascem lá são portugueses , nascem aqui são portugueses !mas é tudo português ? neste caso dos judeus existe pelo menos cinco gerações entre os que saíram de cá e estes ditos portugueses , a mim não me parece que fossem portugueses , mas isso penso eu !

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  2. claro que outra coisa é a parte humanitária que não ponho em causa , mas dentro do possivel penso que o estado novo fez o que achou melhor em defesa do país e dos portugueses , já agora deixo uma questão porque razão apenas foi declarada guerra à Alemanha e não à união soviética ? não invadiram estes também a Polónia ? bem se calar apenas faço confusão e não foi bem assim !

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  3. Sobre essas dúvidas não poderei esclarecê-lo.

    Talvez alguém com formação jurídica o possa fazer.

    Referi apenas os casos tal como foram referidos durante a Conferência...

    O objectivo deste blogue não é fazer análise politica, social, legal ou outra...

    Aqui pretende-se apenas contar histórias sobre um período da história de Portugal sobre a qual pouco se fala... o período da II Guerra Mundial.

    Neste caso, e para memória futura, achei importante realçar alguns dos aspectos que mereceram atenção ao longo do Congresso. Nada mais...

    Sobre a invasão da Polónia... Desconheço as razões que levaram à não extensão da declaração de guerra à Russia por parte dos senhores Chamberlain e Deladier...

    Sei que o assunto mereceu críticas e muitas por parte da sociedade civil... Aliás deixei no dia 1 de Setembro deste anos alguns cartoons da época onde isso é claro...

    Veja: http://aterrememportugal.blogspot.pt/2012/09/ministerio-das-propagandas-pacto.html

    Cumprimentos
    Carlos Guerreiro

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  4. Grato pela resposta e desculpe se fui impertinente é que por vezes tenho o hábito de pensar um pouco nas coisas e fico confuso ,só isso .Grato pelo link e cumprimentos .

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